Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

A Consciência é inconcebível

A Consciência é incompreensível

sem haver movimento em ação.1

 

 

O Eterno – a Causa sem causa –

é inimaginável e indescritível.

Causa que prescinde de concausa,

o Eterno é indecomponível.

 

 

Todos os seres-aí,2 em realidade,

têm por fons et origo o Grande Alento

– Raiz sem raiz, na eterna dualidade,

que não morre e não teve nascimento.

 

 

Um dia, haveremos de compreender

Não somos só seres-aí; mas seres-no-Ser

– Ser, desde sempre, em tudo e em nós!

 

 

 

 

 

Observação:

As Estâncias de Dzyan são pergaminhos antigos, de origem tibetana, citados por Helena Petrovna Blavatsky no livro A Doutrina Secreta – uma coletânea de pensamentos científicos, filosóficos e religiosos. Blavatsky alegava não ser a autora da obra, mas que esta teria sido escrita pelos Mahatmas, que utilizaram o seu corpo físico em um processo denominado Tulku, que, segundo a autora, não é um processo mediúnico. Esta obra monumental foi dedicada por Blavatsky a todos os verdadeiros teosofistas. Quanto às Estâncias de Dzyan, Blavatsky alegava que teria tido acesso e estudado estes pergaminhos em sua longa estada no Tibete. Segundo Blavatsky, as Estâncias de Dzyan seriam um manuscrito arcaico, escrito em uma coleção de folhas de palmeira, resistentes à água, ao fogo e ao ar, devido a um processo de fabricação desconhecido, e que conteriam registros de toda a evolução da Humanidade, em uma língua desconhecida pelos filólogos denominada Senzar. As Estâncias de Dzyan, segundo Blavatsky, estão relacionadas com o Livro dos Preceitos de Ouro e com os Livros de Kiu-te, que são uma série de tratados do Budismo Esotérico.

Observação editada das fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Doutrina_Secreta

http://pt.wikipedia.org/wiki/Est%C3%A2ncias_de_Dzyan

 

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Notas:

1. Movimento em ação pode parecer redundante, pois não há movimento que não esteja em ação. Todavia, ação, aqui, quer significar, mudança, transmutação, não movimento em ação como simples movimento em ação. Um bom exemplo, para reforçar este entendimento, são os ponteiros de um relógio, que estão em movimento, em ação, mas não são mutacionais nem transmutativos. Por outro lado, se a consciência pode ser relativamente compreensível, a Consciência é mesmo incompreensível sem que haja...

 

Movimento em Ação

 

 

2. O ser-aí ou ser-aí-no-mundo é a tradução portuguesa do termo alemão dasein – termo principal na Filosofia Existencialista de Martin Heidegger (1889 – 1976) – muito usado no contexto filosófico como sinônimo para existência. Ser-aí é o homem na medida em que existe na existência cotidiana, do dia-a-dia, junto com os outros homens e em seus afazeres e preocupações. Para investigar o ser-aí, enquanto possui sempre uma compreensão de ser, impõe-se uma analítica existencial, que tem como tarefa explorar a conexão das estruturas existenciais que definem a existência do ser-aí. À primeira vista, este linguajar filosófico pode parecer difícil de ser entendido, mas vou facilitar rapidamente este entendimento, e você, que tem tido a paciência de acompanhar o que tenho escrito, vai compreender bem rapidinho. Todos nós, sem exceção, somos seres-aí-no-mundo misturados, envolvidos, com outros seres-aí-no-mundo, aprendendo, ensinando, trocando, doendo e amando. A existência isolada é simplesmente impossível. Por exemplo, é mais ou menos como se eu, aqui em casa, escrevendo essas maluquices, depois divulgando, e você, aí em sua casa, lendo as loucuras que eu escrevo, estivéssemos longe um do outro. Não estamos; só aparentemente estamos separados – você na sua casa e eu na minha – mas um objetivo comum nos une. Eu não vou dizer qual é este objetivo comum, pois nós dois sabemos muito bem qual é. É só isto e mais nada. O grande problema da Filosofia é que os filósofos, por mil e um motivos, geralmente gostam de dificultar o que, em si, não é propriamente difícil. Vaidade? Autovalorização? Insegurança? Sei lá. Vai ver que é tudo isto junto e mais alguma coisa. Eu conheci um professor de Filosofia que, vira-e-mexe, fazia uma citação em alemão... E não traduzia! Eu, com meus botões, só pensava: Scheiße, que quer dizer merda!

Nota editada da fonte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ser-a%C3%AD

 

Bibliografia:

BLAVATSKY, H. P. O livro perdido de Dzyan (Novas revelações sobre a doutrina secreta). Prefácio de Murillo Nunes de Azevedo. Tradução de M. P. Moreira Filho. São Paulo: Pensamento, 2009.

 

Fundo musical:

Limelight (Charles Chaplin)

Fonte:

http://www.hotshare.net/pt/file/144402-98223737d9.html