Este estudo, muito longo e meio difícil, se constitui da 9ª parte de alguns fragmentos garimpados nos seis volumes da obra A Doutrina Secreta, de autoria de Helena Petrovna Blavatsky (12 de agosto de 1831 – Londres, 8 de maio de 1891), escrita e concluída no final do século XIX. Volume I: Cosmogênese; volume II: Simbolismo Arcaico Universal; volume III: Antropogênese; volume IV: O Simbolismo Arcaico das Religiões do Mundo e da Ciência; volume V: Ciência, Religião e Filosofia e volume VI: Objeto dos Mistérios e Prática da Filosofia Oculta. A Doutrina Secreta é uma síntese do pensamento científico, metafísico e religioso, contendo um conhecimento esotérico e secreto das religiões de mistérios e dos sábios de antigas civilizações, como Índia, Tibete e China. Os volumes I e II correspondem ao primeiro volume da edição original em inglês, e os volumes III e IV correspondem ao segundo volume da edição original. Os volumes V e VI correspondem ao volume póstumo publicado pela Sociedade Teosófica. Blavatsky alegava que a obra era baseada em documentos muito antigos (as Estâncias de Dzyan – pergaminhos de origem tibetana escritos em uma língua desconhecida pelos filólogos denominada Senzar) e que não era a autora do livro, mas, que este teria sido escrito pelos Mahatmas Djwal Khul, Kut Hu Mi e Morya, utilizando o seu corpo físico, em um processo denominado Tulku, que, segundo a autora, não era um processo mediúnico.

 

A Doutrina Secreta apresenta três proposições fundamentais:

• a existência de um Princípio Onipresente (a Deidade Una, o Absoluto ou a Raiz-Sem-Raiz), eterno, sem limites, imutável e incognoscível, pois, Sua compreensão escapa à capacidade da inteligência humana, permanecendo não-manifestado;

• a eternidade do Uni(multi)verso incriado (e, portanto, a eternidade da matéria), que passa por ciclos de atividade e de inatividade (mânvântáricos e prâlaycos), que se repetem em sucessão sem início nem fim; e

• a identidade de todas as personalidades-alma com a Alma Universal, sendo esta última um aspecto da Raiz Desconhecida.

 

 

 

Fragmentos de A Doutrina Secreta

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No meio da Quarta Revolução, nesta nossa atual Quarta Ronda, a evolução atingiu o ápice do seu desenvolvimento físico, coroou sua obra com o homem físico perfeito, e, a partir deste ponto, começou o retorno em direção ao Espírito.

 

 

Rondas
(Animação Meramente Simbólica)

 

 

Cada Ronda do arco descendente é apenas uma repetição, em forma mais concreta, da Ronda precedente, assim como cada Globo, até a nossa Quarta Esfera, a Terra atual, é uma cópia mais corpórea e mais densa da Esfera menos material que a precedeu, em sua ordem sucessiva, nos três planos superiores. Em sua ascensão pelo arco ascendente, a Evolução espiritualiza e eteriza, por assim dizer, a natureza geral de tudo, elevando a Terra ao nível do plano em que o Globo gêmeo está posicionado no lado oposto do arco. O resultado é que quando o Sétimo Globo é alcançado, em qualquer Ronda, a natureza de tudo o que evolui retorna à condição em que estava em seu ponto de partida, com a adição, a cada vez, de um novo e superior grau de compreensão nos diversos estados de consciência.

 

Só os cristãos e os judeus acreditam na criação ex nihilo.

 

 

 

 

Uma entidade invisível pode estar fisicamente presente na Terra sem, entretanto, abandonar seu estado e suas funções em regiões supra-sensíveis.

 

A [personalidade-]alma, cujo veículo corpóreo é o invólucro astral etéreo-substancial, pode morrer, mas, o ser-humano-aí-no-mundo continua a viver na Terra. Ou seja: a [personalidade-]alma pode se libertar do tabernáculo e abandoná-lo por vários motivos, tais como insanidade, depravação espiritual e física, crueldade extrema etc. A possibilidade de que a [personalidade-]alma (isto é, o Eu Espiritual Eterno) resida nos mundos invisíveis, enquanto seu corpo vive na Terra, é uma doutrina eminentemente oculta, especialmente na Filosofia Budista e Chinesa. Muitos são os homens-sem-alma entre nós, pois, isto pode ocorrer com os extremamente materializados e perversos, bem como entre as pessoas que avançam em santidade e nunca mais retornam.

 

 

             

Objetivamente, é imperceptível a diferença entre
um ente-aí-sem-alma e um ente-aí-com-alma.

 

 

Quando o ocultista diz que o Diabo é o inverso de Deus – o mal é o reverso da medalha – ele não quer dizer duas realidades separadas, mas, dois aspectos ou facetas da mesma Unidade.

 

 

Unidade-Dualidade

 

 

Há poucos motivos para considerar a existência de demônios, porém, é precisamente isto o que os católicos romanos fazem contra toda razão e toda lógica.

 

O ser-humano-aí-no-mundo é sétuplo em sua constituição.

 

 

Alstonia scholaris (Saptaparna)

 

 

A Chama de Três Línguas que nunca morre é a Tríade Espiritual Imortal Atmâ-Buddhi e Manas. Os Quatro Pavios que se extinguem são o Quaternário ou os Quatro Princípios Inferiores, incluindo o corpo.

 

Apenas a Vida pode compreender a Vida.

 

— Eu estava morto e estava vivo,
mas, estava vivo sem estar Vivo.
Como eu poderia compreender a Vida?
Então, Morri, e compreendi a Vida!

 

No Zohar está escrito que 10 = 7. [Uma das maneiras de se compreender isto é estabelecendo o Valor Secreto de 7, que é: 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 = 28. Mas, 28 pode ser entendido como 2 + 8 = 10.]

 

Na Sétima Raça-raiz... Na Sétima Ronda... Pureza Total... União com o Logos Espiritual... Regeneração... O Dia do Sábado... O Sétimo Dia.

 

Um Prâlâya tem igual duração que um Mânvântâra. Uma Noite de Brahmâ é igual a seu Dia.

 

Foi só quando, do ser andrógino potencial, o homem se tornou macho e fêmea que foi dotado de uma Alma Consciente, Racional e Individual (Manas) – o Princípio ou a Inteligência dos Elohim, para cuja recepção ele teve que comer o Fruto da Ciência da Árvore do Bem e do Mal.

 

 

Árvore do Bem e do Mal
(Simbolicamente, claro!)

 

 

Na Filosofia Secreta, Espírito e Matéria – ainda que uma e a mesma coisa em sua origem – uma vez no plano da diferenciação, progridem e evoluem em direções opostas: o Espírito, gradualmente, caindo na matéria, e a Matéria ascendendo à sua condição original, a de uma Substância Espiritual e Pura. Os dois são inseparáveis, mas, sempre separados. No plano físico, dois pólos iguais sempre se repelirão, enquanto o negativo e o positivo se atraem mutuamente. Na mesma situação estão o Espírito e a Matéria: são dois pólos da mesma Substância Homogênea, o Princípio-Raiz do Universo.

 

O Homem Espiritual e Celestial em nós, o nosso Verdadeiro Eu em nós não morre, pois, é a emanação direta da Vida Única ou Deidade Absoluta.

 

O Ocultismo não aceita que haja nada inorgânico no Kosmos. A expressão substância inorgânica usada pela Ciência significa, simplesmente, que a Vida Latente, adormecida nas moléculas da chamada matéria inerte, é incognoscível. TUDO É VIDA, e cada bóson e cada átomo, mesmo a poeira mineral, é uma VIDA, embora isto ainda esteja fora do nosso entendimento e da nossa percepção.

 

 

Cristal de Cloreto de Sódio
(Animação Meramente Simbólica)

 

 

No Plano da Realidade Única, o Fogo é apenas UM. No plano da existência manifestada, e portanto ilusória, suas partículas são Vidas Ígneas, que vivem e existem às custas de cada uma das outras Vidas que consomem. Por isto, estas Vidas Ígneas são chamadas de DEVORADORAS.

 

A VIDA está em todos os lugares do Universo e, como ensina o Ocultismo, ela também existe no bóson e no átomo.

 

A matéria tem extensão, cor, movimento (movimento molecular), paladar e olfato, que correspondem aos sentidos existentes no ser-humano-aí-no-mundo, e a próxima qualidade [sentido] que ele desenvolverá, que chamaremos por enquanto de "permeabilidade", corresponderá à clarividência normal.

 

As chamadas três dimensões, realmente, pertencem a apenas um atributo ou uma qualidade da matéria: a extensão. O bom senso popular se rebela justamente contra a idéia de que, sob qualquer condição, possa haver mais de três dimensões semelhantes a comprimento, largura e espessura. Estes termos e a própria palavra "dimensão" pertencem a um estado de pensamento, a um grau de evolução, a uma qualidade característica da matéria. [Na atualidade, a Teoria das Cordas e a Teoria-M descrevem o Unimultiverso com dez e onze dimensões, respectivamente.]

 

 

Onze Dimensões
(Simbolicamente)

 

 

Os elementos, sejam simples ou compostos, não permaneceram os mesmos desde o início da evolução da nossa cadeia. Todas as coisas, no Uni[multi]verso, estão constantemente progredindo durante o Grande Ciclo, ao mesmo tempo em que sobem e descem incessantemente nos ciclos menores. A Natureza nunca permanece estacionária durante o Mânvântâra, pois, sempre está vindo a ser, não simplesmente sendo, e as vidas mineral, vegetal, animal e humana estão sempre adaptando seus organismos aos elementos existentes. [Por isto tanto tenho dito: no Uni(multiverso, tudo está em movimento e mudança permanentes. Não há uma partícula que se mantenha imóvel no mesmo lugar e que não progida e ascensione.]

 

 

Bóson de Higgs —› Ser-humano-aí-no-mundo
Movimento + Mudança
(Simbolicamente)

 

 

Somente na próxima Ronda, a Quinta, o Quinto Elemento, o Éter, o corpo grosseiro do Akasha (se assim puder ser chamado), se tornará um fato familiar da Natureza para todos os seres-humanos-aí-no-mundo, como o ar nos é familiar agora, e deixará de ser, como agora, hipotético e um agente para tantas coisas.

 

O Ocultismo considera que nunca, em nenhum momento, a Terra ficou sem Vida sobre ela. Onde quer que haja um átomo de matéria, uma partícula ou uma molécula, mesmo em sua condição mais gasosa, existe Vida, por mais latente, mais inconsciente [ou mais grosseira] que seja.

 

No Espaço, o Espírito é a primeira diferenciação do UNO, e a matéria é a primeira diferenciação do Espírito. O que não é Espírito nem Matéria, é AQUILO – a CAUSA-SEM-CAUSA do Espírito e da Matéria – que são a Causa do Kosmos. E chamamos AQUILO de VIDA UNA ou de ALENTO INTRACÓSMICO.

 

1ª Ronda —› Fogo.
2ª Ronda —› Ar.
3ª Ronda —› Água.
4ª Ronda —› Terra. Todavia, a Terra só alcançará sua forma verdadeira e última no final do Mânvântâra, após a Sétima Ronda.

 

Não são apenas os constituintes químicos que são os mesmos, mas, as mesmas Vidas Infinitesimais invisíveis formam os átomos dos corpos da montanha e da margarida, do homem e da formiga, do elefante e da árvore que o protege do Sol.

 

 

 

 

A Ciência deve buscar as causas primárias das coisas, porém, nunca será capaz de encontrá-las sem o auxílio das Ciências Antigas: a Alquimia, a Física Oculta e a Botânica Oculta.

 

Toda partícula é uma Vida.

 

 

Continua...