A DOUTRINA SECRETA

(47ª Parte)

 

 

 

Helena Petrovna Blavatsky

Helena Petrovna Blavatsky

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Este estudo, muito longo e meio difícil, se constitui da 47ª parte de alguns fragmentos garimpados nos seis volumes da obra A Doutrina Secreta, de autoria de Helena Petrovna Blavatsky (12 de agosto de 1831 – Londres, 8 de maio de 1891), escrita e concluída no final do século XIX. Volume I: Cosmogênese; volume II: Simbolismo Arcaico Universal; volume III: Antropogênese; volume IV: O Simbolismo Arcaico das Religiões do Mundo e da Ciência; volume V: Ciência, Religião e Filosofia e volume VI: Objeto dos Mistérios e Prática da Filosofia Oculta. A Doutrina Secreta é uma síntese do pensamento científico, metafísico e religioso, contendo um conhecimento esotérico e secreto das religiões de mistérios e dos sábios de antigas civilizações, como Índia, Tibete e China. Os volumes I e II correspondem ao primeiro volume da edição original em inglês, e os volumes III e IV correspondem ao segundo volume da edição original. Os volumes V e VI correspondem ao volume póstumo publicado pela Sociedade Teosófica. Blavatsky alegava que a obra era baseada em documentos muito antigos (as Estâncias de Dzyan – pergaminhos de origem tibetana escritos em uma língua desconhecida pelos filólogos denominada Senzar) e que não era a autora do livro, mas, que este teria sido escrito pelos Mahatmas Djwal Khul, Kut Hu Mi e Morya, utilizando o seu corpo físico, em um processo denominado Tulku, que, segundo a autora, não era um processo mediúnico.

 

A Doutrina Secreta apresenta três proposições fundamentais:

• a existência de um Princípio Onipresente (a Deidade Una, o Absoluto ou a Raiz-Sem-Raiz), eterno, sem limites, imutável e incognoscível, pois, Sua compreensão escapa à capacidade da inteligência humana, permanecendo não-manifestado;

• a eternidade do Uni(multi)verso incriado (e, portanto, a eternidade da matéria), que passa por ciclos de atividade e de inatividade (mânvântáricos e prâlaycos), que se repetem em sucessão sem início nem fim; e

• a identidade de todas as personalidades-alma com a Alma Universal, sendo esta última um aspecto da Raiz Desconhecida.

 

 

 

Fragmentos de A Doutrina Secreta

 

 

 

Helena Petrovna Blavatsky

 

 

 

Pensamento

 

 

 

O Antahkarana [Antar significa meio ou interior; Karana significa instrumento ou causa] é uma ponte de comunicação que serve como um elo entre a personalidade, cujo cérebro físico está sob o domínio da mente animal, e a individualidade reencarnante, o Eu Espiritual, Manas, o Manu, o Homem Divino o único que reencarna.

 

 

Símbolo Multidimensional do Antahkarana
(Constituído por Três Setes (7), que representam:
os 7 chakras, as 7 cores do arco-íris e os 7 tons da escala musical)

 

 

Estritamente falando, as duas mentes, a Espiritual e a física ou animal, são uma, mas, estão separadas em duas durante a encarnação. Durante a vida, o Antahkarana é o único elo de ligação entre a consciência superior do Eu e a inteligência humana da mente inferior.

 

A Essência Raiz é universal, eterna, onipresente e tão abstrata quanto o próprio espaço. Emanamos desta Essência, e, um dia, retornaremos a Ela. Por isto, vida e morte, bem e mal, passado e futuro são palavras sem sentido, ou seja, meras ilusões, e, no máximo, são figuras de linguagem.

 

A Verdadeira Vida está na Consciência Espiritual da Vida, em uma existência consciente no Espírito e não na matéria. A morte é una percepção limitada e equivocada da Vida.

 

Se a Vida se afastar de um ser-humano-aí-no-mundo, ele se tornará um homem-sem-alma. Falando esotericamente: todo materialista recalcitrante é um homem morto, um autômato vivo, por mais poderoso que seu cérebro possa ser.

 

Se você não puder ser o Sol, seja um humilde planeta. [Mas, nunca deixe de aprender, de se esforçar e de lutar o Bom Combate, para, um Dia, deixar de ser um humilde planeta e se tornar um Sol.]

 

Apenas pensamentos purificados podem ser impressos no Eu Superior e Imortal, por meio da reimersão da [personalidade-]alma humana em sua Essência, em sua Fonte Original, após se misturar com seu Eu Divino durante a vida, para se reunir inteiramente com Ele, após a morte do homem físico. O que não for pensamento purificado morre e é aniquilado para sempre.

 

Não há imortalidade para o homem terreno, além do Eu que o caracteriza, que é o único sobrevivente de todos os seus 'alter egos' na Terra, e seu único representante no estado mental chamado Devachan. (O período devachânico dura, aproximadamente, de mil a dois mil anos.)

 

A imortalidade é condicional.

 

Existe, sim, a terrível possibilidade da morte (segunda morte) da [personalidade-]alma, isto é, sua separação do Eu durante a vida terrena. É uma morte real (embora com probabilidade de ressurreição), que não deixa nenhum vestígio na pessoa, mas, que a torna moralmente um cadáver vivo.

 

Essência Única, Homogênea, Absoluta e Onipresente —› Matéria Subjetiva —› Matéria Objetiva.

 

A LLuz é sempre imutável; a Vida se manifesta em inúmeros aspectos e diferenciações.

 

Nem Buddhi nem Manas podem ser aniquilados como essência ou como consciência.

 

Nossa personalidade é [será] imortalizada pela amalgamação da nossa natureza moral pensante na Mônada Trina e Divina, Âtmâ-Buddhi-Manas, cujos aspectos são três em um e um em três. Mas, esta imortalidade só poderá ser definitivamente alcançada por quem se alimentar do Fruto do Conhecimento do Bem e do Mal, da Gnose ou da Sabedoria Divina.

 

Do Sétimo Princípio Universal participam o homem, todo átomo físico e objetivo e tudo o que existe no espaço, seja sensível ou não.

 

O homem poderá se tornar um Deva ou um Deus em sua próxima transformação, enquanto os minerais, os vegetais e os animais deverão, primeiro, se tornar homens, antes de atingir um estado tão elevado.

 

O Eu haverá de conquistar sua imortalidade.

 

O ego humano poderá dissipar as sombras ou os 'pecados', multiplicar seu brilho pelas boas obras e, assim, garantir, por meio do Antahkarana, sua relação permanente e sua reunião definitiva com o Eu Divino. Todavia, isto não poderá acontecer enquanto o ego humano retiver a menor mancha terrestre.

 

O que poderá haver de pior para um ser-humano-aí-no-mundo? Nada poderá ser pior do que não poder entrar no Devachan, e ter que renascer como um homem animalizado e como uma maldição.

 

Exceto por meio do amalgamamento da natureza moral com o Eu Divino, não haverá imortalidade para o ego pessoal.

 

As personalidades-alma humanas que não deixam vestígios de sua existência (homens abjetos e perversos ) são aquelas que estão condenadas à aniquilação. [Entropização.]

 

 

João Bafo de Onça
Aniquilação
(Entropização)
(Simbolicamente)

 

 

O Antahkarana pode ser considerado como uma ponte estreita entre o Manas Superior e o Manas Inferior.

 

 

(Simbolicamente)

 

 

O Kâma Rûpa é a concha astral que os espíritas, às vezes, vêem emergir em suas sessões como “formas” materializadas, que eles, inconsideradamente, tomam como “espíritos dos mortos”.

 

Assim como os órgãos físicos se enfraquecem e, finalmente, atrofiam por falta de exercício, o mesmo ocorre com as faculdades mentais. E daí a atrofia da função mental inferior, chamada Antahkarana, em naturezas completamente materialistas e em endurecidas naturezas malignas, que de humano só têm a forma.

 

Não é possível saltar um único degrau na Escada que leva ao Conhecimento, [ou seja, à Sabadoria]. [É por isto que a Illuminação, às vezes, demora! É por isto, também, que os dois grandes segredos do sucesso em nossa peregrinação são: humildade e paciência. Ora, a pressa está ligada ao tempo, mas, o tempo é uma ilusão; logo, a pressa também é uma ilusão.] Querer ser um Jîvanmukta ou um Mahâtma, antes de ser um Adepto e até um Narjol (um homem sem 'pecado'), é como a tentar ir da Índia ao Ceilão sem atravessar o mar.]

 

 

Natura non facit saltus.
(O homem também não.)

 

 

A Unidade se torna o Três e os Três geram o Quatro. Através do Quatro (o Quaternário) retornamos ao Três, e através do Divino Três nos expandimos para o Absoluto.

 

O cérebro físico é o veículo do Manas Inferior, entronizado no Kâma Rûpa.

 

Em alguns casos, pode acontecer que uma uma [personalidade-]alma seja inteiramente aniquilada. Essa catástrofe pode ocorrer muitos anos antes da morte física. E quando chega a morte, não há mais uma [personalidade-]alma (ou Eu Espiritual reencarnante) para libertar, porque já havia partido anos antes.

 

Para os seres humanos deste Planeta, a vida terrestre é o único inferno que existe. [Não é, propriamente, a vida terrestre em si mesma que é um inferno, mas, sim, o que nós fazemos da vida terrestre. O inferno não é a vida terrestre nem os outros; o inferno sempre é criado por nós e está em nós.]

 

O mal é próprio da matéria separada do Espírito.

 

Há milhões de "zangões inúteis" que se recusam a ser colaboradores da Natureza e que perecem durante o manvantárico ciclo de vida.

 

 

Continua...

 

 

Música de fundo:

O Sole Mio
Composição: Giovanni Capurro (letra) & Eduardo di Capua (música)

Fonte:

https://www.8notes.com/scores/23411.asp?ftype=midi

 

Páginas da Internet consultadas:

https://www.petmag.com.br/famosos/joao-bafo-de-onca/

https://gifer.com/en/P9dt

https://dribbble.com/shots/8452096-Entropy-no-1

https://www.dreamstime.com

https://www.vectorstock.com

http://paxprofundis.org/livros/aphpb/aphpb.htm

https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Doutrina_Secreta

 

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