A DOUTRINA SECRETA

(44ª Parte)

 

 

 

Helena Petrovna Blavatsky

Helena Petrovna Blavatsky

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Este estudo, muito longo e meio difícil, se constitui da 44ª parte de alguns fragmentos garimpados nos seis volumes da obra A Doutrina Secreta, de autoria de Helena Petrovna Blavatsky (12 de agosto de 1831 – Londres, 8 de maio de 1891), escrita e concluída no final do século XIX. Volume I: Cosmogênese; volume II: Simbolismo Arcaico Universal; volume III: Antropogênese; volume IV: O Simbolismo Arcaico das Religiões do Mundo e da Ciência; volume V: Ciência, Religião e Filosofia e volume VI: Objeto dos Mistérios e Prática da Filosofia Oculta. A Doutrina Secreta é uma síntese do pensamento científico, metafísico e religioso, contendo um conhecimento esotérico e secreto das religiões de mistérios e dos sábios de antigas civilizações, como Índia, Tibete e China. Os volumes I e II correspondem ao primeiro volume da edição original em inglês, e os volumes III e IV correspondem ao segundo volume da edição original. Os volumes V e VI correspondem ao volume póstumo publicado pela Sociedade Teosófica. Blavatsky alegava que a obra era baseada em documentos muito antigos (as Estâncias de Dzyan – pergaminhos de origem tibetana escritos em uma língua desconhecida pelos filólogos denominada Senzar) e que não era a autora do livro, mas, que este teria sido escrito pelos Mahatmas Djwal Khul, Kut Hu Mi e Morya, utilizando o seu corpo físico, em um processo denominado Tulku, que, segundo a autora, não era um processo mediúnico.

 

A Doutrina Secreta apresenta três proposições fundamentais:

• a existência de um Princípio Onipresente (a Deidade Una, o Absoluto ou a Raiz-Sem-Raiz), eterno, sem limites, imutável e incognoscível, pois, Sua compreensão escapa à capacidade da inteligência humana, permanecendo não-manifestado;

• a eternidade do Uni(multi)verso incriado (e, portanto, a eternidade da matéria), que passa por ciclos de atividade e de inatividade (mânvântáricos e prâlaycos), que se repetem em sucessão sem início nem fim; e

• a identidade de todas as personalidades-alma com a Alma Universal, sendo esta última um aspecto da Raiz Desconhecida.

 

 

 

Fragmentos de A Doutrina Secreta

 

 

 

Helena Petrovna Blavatsky

 

 

 

Pensamento

 

 

 

Nenhum homem é capaz de encobrir sua verdadeira natureza, seja vil, seja nobre. [Poderá até encobrir... Para outros homens. Mas, jamais para os Registros Akashicos e para a Lei da Causa e do Efeito.]

 

Sábia exortação do Oráculo de Delfos: Conhece-te a ti mesmo. Isto inclui não só a nossa genealogia terrestre, mas, também, os laços das nossas heranças astral, psíquica e espiritual, que nos fizeram o que somos atualmente. [Somos os herdeiros de nós mesmos.] Muitos expressam o desejo de se unir com seu Eu Superior, no entanto, a maioria das pessoas desconhece o vínculo indissolúvel que relaciona seu Eu Superior ao Ser Uno e Universal. Enfim, para todos os propósitos do Ocultismo, sejam práticos, sejam meramente metafísicos, estes conhecimentos são pré-requisitos insubstituíveis.

 

 

 

(Simbolicamente)

 

 

OM MANI PADME HUM é a mais sagrada de todas as Fórmulas Orientais, não apenas porque cada sílaba contém um Poder Secreto, que produz resultado definido, mas, porque toda a invocação tem sete significados diferentes com muitos efeitos, que diferem uns dos outros. Os sete significados e seus efeitos correspondentes dependem da entonação dada à fórmula como um todo e a cada uma de suas sílabas, e até mesmo o valor numérico do as letras são aumentados ou diminuídos, dependendo do ritmo usado. De qualquer ponto de vista que examinemos a fórmula OM MANI PADME HUM, seu significado é: Eu sou o que eu sou, Eu estou em você e você está em mim. [Estamos todos em todos e todos estão em nós. Uni(multipli)cidade.] Nesta união íntima, o homem bom e puro se torna um Deus. Consciente ou inconscientemente, ele determinará ou, inocentemente, produzirá resultados inevitáveis. No primeiro caso, conscientemente, se ele for um Iniciado, poderá direcionar uma corrente protetora ou benéfica, e, assim, proteger e beneficiar indivíduos e até nações inteiras. No segundo caso, inconscientemente, embora sem se dar conta de o que está fazendo, o homem bom se tornará uma proteção para quem estiver ao seu lado. OM MANI PADME HUM tem um poder quase ilimitado na boca do Adepto. Portanto, se usarmos esta fórmula em vão ou se estivermos coléricos, seremos a primeira vítima, e o que é pior: poderemos prejudicar a quem amamos.

 

 

OM MANI PADME HUM

 

O Conhecimento Esotérico dos números permite que se descubra os maiores Mistérios da Vida Macrocósmica.

 

32 + 42 = 52

 

 

12 + 1 = 13

13 1 + 3 = 4

4 1 + 2 + 3 + 4 = 10

10 1 + 0 = 1

 

345 + 543 = 888

 

= 1 + 30 + 80 = 111

 

111 x 6 = 666

 

 

Quadrado Mágico do Sol (Conforme Paracelso)

[36 x 37 ÷ 2 = 666]

 

Se estudarmos o homem separado do Todo Universal, considerando-o isolado, em um único aspecto, à parte do Homem Celestial, cairemos na magia negra e fracassaremos vergonhosamente em nossa tentativa.

 

O homem é um número DEZ PERFEITO.

 

A Essência Espiritual e Física do homem é idêntica ao Princípio Absoluto e a Deus em a Natureza.

 

No homem, potencialmente, existem e estão presentes as Forças Criativas da Natureza. Constataremos isto quando aprendermos e soubermos perfeitamente a correspondência entre as cores, os sons e os números. A fórmula sagrada do Extremo Oriente OM MANI PADME HUM é a mais adequada para demonstrar estas qualidades e funções correspondentes. Portanto, precisamos saber que a fórmula OM MANI PADME HUM não consiste de seis, mas, de sete sílabas, já que a primeira sílaba é dupla, apropriadamente pronunciada (A - UM), e tem uma essência trina. [A.'. U.'. M.'.]

 

 

A.'. U.'. M.'.

 

 

Âtman é o Espírito superior no homem que, junto com Buddhi e Manas, constitui a Tríade Superior ou Trindade.

 

Correspondência entre os conteúdos das matrizes da Natureza e da mulher:

 

 

1º – O que é o Eterno Absoluto?
– Aquilo.
2º – Como teve existência o Kosmos?
– Por meio de Aquilo
.
3º – Onde desaparecerá no prâlâya?
– Em Aquilo.
4º – De onde procedem a animada e a suposta “inanimada” Natureza?
– De Aquilo.
5º – De qual substância ou essência está formado o Uni
[multi]verso?
– De Aquilo.
6º – Em que se converteu e voltará a se converter novamente?
– Em Aquilo.
7º – Então, é Aquilo, ao mesmo tempo, a causa material e instrumental do Uni
[multi]verso?
– Que outra, senão Aquilo, é ou poderia ser?

 

Aquilo 1

 

Em sua totalidade, ou seja , superespiritualmente e fisicamente, as Forças Universais são Dez: Três no plano subjetivo e inconcebível e Sete no plano objetivo.

 

3 + 7 = 10

 

O corpo físico não é considerado um Princípio; ele só é usado em magia negra. [Enquanto não nos convertermos em Deuses Conscientes, mais ou menos, menos ou mais, seremos magos negros.]

 

 

Dugpa (Druk-pa, Brugpa, Dag Dugpa ou Dad Dugpa)
(Mago Negro – Membro Direto da Loja Negra
– versado em feitiçaria e ritos tenebrosos)

 

 

Após a morte física, quando as partículas mais etéreas do homem absorvem em si os princípios espirituais de Buddhi e Manas Superior e são Illuminadas com a radiação de Atmâ, o corpo áurico permanece em um estado devachânico de consciência. No caso de um Adepto Completo prevalece o estado de Nirmânakâya.1

 

O que é visto em um sonho não é, mas, ao mesmo tempo, é. [O que é visto em sonho é, mas, ao mesmo tempo, não é.]

 

 

 

 

O segredo [mecanismo] de produzir resultados por abstração mental é apenas mero efeito de um ou de outro princípio.

 

Assim como os planos são sete em um, nós somos sete em um na Alma Absoluta do Mundo, que é tanto material quanto imaterial, tanto espiritual quanto não-espiritual, tanto ser quanto não-ser. Todos os que estudam os Mistérios do Eu devem entender bem esta idéia. [No frigir dos ovos, tudo é UM.]

 

1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + 1 = 1

 

 

(Simbolicamente)

 

Por mais honesto e sincero que seja um clarividente, se ele não for um Adepto e não estiver familiarizado com as Verdades Ocultas, suas visões na Luz Astral o levarão a um falso conceito dos habitantes das esferas ocasionalmente vislumbradas, como aconteceu com o espiritualista sueco Emanuel Swedenborg (Estocolmo, 29 de janeiro de 1688 Londres, 29 de março de 1772) e tantos outros. [O grande busílis é saber conseguir separar o que é Fata Morgana de o que não é. E, para isto, como bem disse Helena Blavatsky, é preciso ser um Adepto Sênior.]

 

 

Fata Morgana

 

 

Cada um dos nossos sete sentidos físicos (dois dos quais ainda são desconhecidos da ciência profana) e cada um dos nossos sete estados de consciência correspondem a um dos sete planos cósmicos, desenvolvem e utilizam um dos sete sentidos espirituais e estão diretamente relacionados, no plano espiritual terrestre, com o centro de força cósmico e divino que o gerou e que é seu criador direto. Cada sentido físico também está relacionado e sob a influência direta de um dos Sete Planetas Sagrados. [Os Sete Planetas Sagrados (protótipos dos Sete Rishis da Constelação da Ursa Maior – UMa) são: Vulcano, Mercúrio, Vênus, Júpiter, Saturno, Netuno e Urano. Os cinco planetas não-sagrados são: Sol (encobrindo um planeta oculto), Lua (encobrindo um planeta oculto), Terra, Marte e Plutão.]

 

Nos Mistérios Menores, os Discípulos eram chamados de Mystai (os velados), porque só podiam ver as coisas através de uma névoa; já os Iniciados ou videntes, nos Mistérios Maiores, eram chamados de Epoptai (isto é, aqueles que eles viam coisas sem qualquer véu).

 

Todo ser humano é uma encarnação de seu Deus ou, como disse o Iniciado Jesus, é um com seu Pai do Céu. Tudo o que um homem comum pode saber sobre seu Pai é o que ele souber sobre si mesmo e conhecer de si mesmo. A [Personalidade-]alma de seu Pai Celestial está encarnada nele. Esta [Personalidade-]alma é ele mesmo [como personalidade-alma peregrinante]. Nossas orações e nossas súplicas serão em vão, a menos que façamos nossa aura ser tão pura e tão divina quanto é Divino o nosso Deus Interno. [É por isto a maior parte das orações que fazemos dão em águas de bacalhau. Simplesmente, não merecemos o que rogamos ou invocamos. Sabe de uma coisa? Tudo isto, a bem da verdade, não está correto, porque nós não temos que rogar ou invocar nada! O pior é que, na maioria das vezes, rogamos ou invocamos babaquices. Temos, sim, que aprender a fazer... E fazer! No Rosário Universal, os pedinchões estão mais por fora que umbigo de vedete.]

A Palavra AUM (ou OM), que corresponde ao Triângulo Superior, quando pronunciada por um homem puro e santo revigorará ou despertará não apenas os poderes menos exaltados dos elementos e dos espaços interplanetários, mas, o seu Eu Superior ou Pai Interior. Pronunciada corretamente por um homem bom e digno, o ajudará a fortalecer sua moralidade, especialmente, se entre dois AUM(s), ele meditar sobre o seu AUM Interno e concentrar toda a sua atenção na Glória Inefável. Mas, ai de quem pronunciar esta Palavra Sagrada após cometer algum 'pecado' transcendental [como, por exemplo o pecado ignóbil da separatividade], porque irá atrair para a sua fotosfera impura forças e presenças invisíveis, que, de outra forma, não seriam capazes de romper o Invólucro Divino.

 

AUM é o protótipo de AMeN (que não significa "assim seja" nem "verdadeiramente"). O valor numérico de AMeN, em caracteres Hebreus, é 91, e é equivalente à soma de YHVH (10 + 5 + 6 + 5) = 26 e ADoNaY (1 + 4 + 50 + 10 = 65). 26 + 65 = 91. [91 9 + 1 = 10 1 + 0 = 1]. YHVH e ADoNaY, por sua vez, esotericamente, implicam na existência assexual do Senhor no interior de cada indivíduo. [A Iniciação Final pela qual o Mestre Jesus passou na Câmara do Rei da Grande Pirâmide (Sanctum Sanctorum), consagrou-O – simbólica, mística e efetivamente – como o mais elevado entre todos os seres humanos e como o Verbo Encarnado e o AMeN da Era Pisciana.]

 

A Ciência Esotérica ensina que, no mundo visível, todo som desperta seu som correspondente nos reinos invisíveis, e põe em ação alguma força oculta da Natureza. Além disto, cada som corresponde a uma cor, um número (uma Potestade Espiritual Psíquica ou Física) e uma sensação em um plano ou em outro. Todos os sons têm eco nos elementos superiores, e, mesmo no plano físico, colocam em ação as vidas que fervilham na atmosfera terrestre.

 

Para produzir efeitos saudáveis e frutíferos, uma oração deve ser pronunciada em silêncio, e não deve ser um pedido, mas, um comando consciente. Por isto, devemos evitar as multidões! Só assim estaremos protegidos das Potestades do Ar (Elementais), que fervilham em locais públicos. Seja como for, a proteção mais efetiva é uma consciência tranqüila e um forte desejo de beneficiar a Humanidade. [Não há proteção maior do que o AMOR IMPESSOAL.]

 

O Verdadeiro Conhecimento [ShOPhIa = Sabedoria] é exclusivo do Espírito, e só pode ser adquirido pela Mente Superior, o único plano em que podemos sondar as profundezas da Absolutividade que tudo permeia.

 

Se conseguirmos seja pela esterilização do nosso egoísmo, seja pela aniquilação e do nosso ego conhecer a nós mesmos como realmente somos, por trás do véu físico de mâyâ, logo transcenderemos todas as dores, todas as misérias e todas as mudanças das quais, inevitavelmente, surgem as dores e as misérias. [Isto significa e reforça o que tanto tenho dito e insistido: só pela COMPREENSÃO nos LIBERTAREMOS. Mas, como isto poderá ser possível? Helena Petrovna Blavatsky deu a dica dos primeiros passos que teremos que dar: pelo aumento do Amor Altruísta e Universal {impessoal} pela Humanidade e pela supressão do egoísmo ou da dominação do ego, de onde provêm todas as tristezas humanas, e, ao mesmo tempo, são as causas de todos os pecados {sujeição, dependência, submissão e vassalagem ao Manipura}. Isto que Helena ensinou pode ser resumido no seguinte: abolição, anulação ou supressão de qualquer forma de separatividade. Mas, para abolirmos, anularmos ou suprimirmos a nossa milenar separatividade, precisaremos, antes, abolir, anular ou suprimir qualquer sombra espectral de negacionismo que exista em nossa existência-consciência.]

 

Década Superior: o Kosmos; década inferior: o Homem.

 

O Uni[multi]verso não tem nem centro nem periferia.

 

 

Continua...

 

 

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Nota:

1. O Ocultismo ensina que Nirmânakâya é um estado ou condição. A forma é a do Adepto ou Iogue que escolhe ou entra neste estado post-mortem de preferência à condição de Dharmâkâya ou Estado Nirvânico Absoluto. E ele faz isto porque o último kâya (corpo) o remove para sempre do mundo da forma, conferindo-lhe um estado de bem-aventurança egoísta, do qual nenhum outro ser vivo pode participar, pelo qual o Adepto fica, portanto, privado da possibilidade de ajudar a Humanidade ou os próprios devas. Como Nirmânakâya, entretanto, o homem deixa para trás apenas seu corpo físico e retém todos os outros princípios exceto o kâmico, porque ele o removeu para sempre de sua natureza, durante a vida, sem nunca mais ser capaz de ressurgir em sua vida. Portanto, em vez de entrar em êxtase egoísta, escolhe uma vida de auto-sacrifício, uma existência que termina apenas com o ciclo da vida, a fim de ajudar a Humanidade de uma forma invisível, mas, altamente efetiva. Portanto, um Nirmânakâya é sempre um anjo compassivo e protetor, um verdadeiro anjo da guarda, para aquele que se torna digno de sua ajuda. Ninguém ousará dizer que essa idéia de ajudar a Humanidade sofredora, ao custo de um auto-sacrifício quase ilimitado, não é das maiores e mais sublimes que já surgiram no cérebro humano. Um Nirmânakâya, portanto, é uma encarnação voluntária dos princípios espirituais que sobrevivem nos homens.

Nota editada da fonte:

https://www.levir.com.br/query2.php?therm=
Nirm%E2nak%E2ya++%28S%E2nscrito%29

 

Música de fundo:

O Sole Mio
Composição: Giovanni Capurro (letra) & Eduardo di Capua (música)

Fonte:

https://www.8notes.com/scores/23411.asp?ftype=midi

 

Páginas da Internet consultadas:

https://lovepik.com

https://sudakia.wordpress.com

https://tenor.com

https://www.divyatattva.in

http://paxprofundis.org/livros/aphpb/aphpb.htm

https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Doutrina_Secreta

 

Direitos autorais:

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