A DOUTRINA SECRETA

(43ª Parte)

 

 

 

Helena Petrovna Blavatsky

Helena Petrovna Blavatsky

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Este estudo, muito longo e meio difícil, se constitui da 43ª parte de alguns fragmentos garimpados nos seis volumes da obra A Doutrina Secreta, de autoria de Helena Petrovna Blavatsky (12 de agosto de 1831 – Londres, 8 de maio de 1891), escrita e concluída no final do século XIX. Volume I: Cosmogênese; volume II: Simbolismo Arcaico Universal; volume III: Antropogênese; volume IV: O Simbolismo Arcaico das Religiões do Mundo e da Ciência; volume V: Ciência, Religião e Filosofia e volume VI: Objeto dos Mistérios e Prática da Filosofia Oculta. A Doutrina Secreta é uma síntese do pensamento científico, metafísico e religioso, contendo um conhecimento esotérico e secreto das religiões de mistérios e dos sábios de antigas civilizações, como Índia, Tibete e China. Os volumes I e II correspondem ao primeiro volume da edição original em inglês, e os volumes III e IV correspondem ao segundo volume da edição original. Os volumes V e VI correspondem ao volume póstumo publicado pela Sociedade Teosófica. Blavatsky alegava que a obra era baseada em documentos muito antigos (as Estâncias de Dzyan – pergaminhos de origem tibetana escritos em uma língua desconhecida pelos filólogos denominada Senzar) e que não era a autora do livro, mas, que este teria sido escrito pelos Mahatmas Djwal Khul, Kut Hu Mi e Morya, utilizando o seu corpo físico, em um processo denominado Tulku, que, segundo a autora, não era um processo mediúnico.

 

A Doutrina Secreta apresenta três proposições fundamentais:

• a existência de um Princípio Onipresente (a Deidade Una, o Absoluto ou a Raiz-Sem-Raiz), eterno, sem limites, imutável e incognoscível, pois, Sua compreensão escapa à capacidade da inteligência humana, permanecendo não-manifestado;

• a eternidade do Uni(multi)verso incriado (e, portanto, a eternidade da matéria), que passa por ciclos de atividade e de inatividade (mânvântáricos e prâlaycos), que se repetem em sucessão sem início nem fim; e

• a identidade de todas as personalidades-alma com a Alma Universal, sendo esta última um aspecto da Raiz Desconhecida.

 

 

 

Fragmentos de A Doutrina Secreta

 

 

 

Helena Petrovna Blavatsky

 

 

 

Pensamento

 

 

 

Gautama, o Buddha o misericordioso, o puro e o justo foi o primeiro Adepto da Hierarquia Oriental, mas, de todo o mundo, que antepôs o próprio mérito do indivíduo à hereditariedade, à classe de nascimento e à fortuna. Afirmou que queria expiar os pecados de seu inimigos, para, só então, alcançar a plenitude de Dharmâkâya, de Jîvanmukta "sem resíduos".

 

Senda de Dzyan Senda do Conhecimento e da Sabedoria.

 

 

Livro de Dzyan
(Simbolicamente)

 

 

Durante o período de meditação, devemos afastar da mente todos os fenômenos mundanos do plano físico. [E também os nossos lícitos anseios espirituais e místicos.]

 

Aquele que alcança o Caminho da Libertação (Thar-lam) e se torna isento de reencarnações, já não pode cumprir nenhum Tulpa (voluntária encarnação de um Adepto em um corpo vivente), pois, o Paranirvâni fecha o ciclo do setenário Ku-Sum (modalidade tripla do estado nirvânico e sua respectiva duração no ciclo do Não-Ser), e funde seu emprestado Dorjesempa (Vajrasattva) no Universal e se torna um com Ele.

 

As alegorias, com todas as suas superstições fanáticas, acabam se tornando dogmas da fé. [Este é o busílis: pensar que im diebus illis magnis plenæ é indie ‘busillis’ magnis plenæ.]

 

 

 

 

A História da Maçã

 

 

Em qualquer idade em que alguém se desprenda voluntariamente de seu corpo físico [suicídio], na próxima vida, na mesma idade, terá que morrer violentamente contra sua vontade. [Esta Lei Cósmica é educativa; não é punitiva.]

 

O karma jamais atua de maneira injusta. [O Unimultiverso não é justo nem injusto, não é bom nem mau; Ele é.]

 

Por que, em relação a determinados temas, não é permitido explicar nada? Porque ainda não chegou o tempo em que as pessoas e as nações estarão dispostas a ouvir toda a Verdade. [E a Verdade, para quem não está disposto a ouvir ou ainda não pode ouvir, é um veneno. Por isto, o último verbo do quádruplo Axioma Zoroastriano é CALAR. Como disse Helena Petrovna Blavatsky, a revelação de alguns Mistérios, certamente, resultaria em uma explosão de ódio, com derramamento de sangue e, talvez, até podendo gerar males piores.]

 

 

Teorema de Pitágoras

 

 

O Verdadeiro Eu o Eu Universal não tem causa nem autor. Existe por Si Mesmo, é eterno e está muito além do âmbito da mutabilidade.

 

Três coisas são eternamente iguais e nunca sofrem vicissitude ou modificação: a Lei, o Nirvana e o Âkâsha.

 

O Conhecimento do Eu conduz à Perfeição. [Perfeição relativa.]

 

O Eu Espiritual e Livre não sofre a influência de mâyâ.

 

Todos os erros que cometemos derivam de equívocos materialistas e da ignorância da Metafísica Oculta. [Derivam também de, ainda, acreditarmos em histórias da carochinha, como, por exemplo, as histórias da Malus sylvestris Paradisiaca e da maçã newtoniana.]

 

 

 

 

O que o mundo científico tem como simples espaço cósmico, como representação abstrata, os rishis hindus, os magos caldeus e os hierofantes egípcios tinham como raiz eterna de todas as coisas, como cenário de todas as Forças da Natureza.

 

 

Sir Isaac Newton
(Essa história da maçã newtoniana é pura apocrifia)

 

 

Para um Ocultista, "espaço" e "Uni[multi]verso" são sinônimos. No espaço, não existem matéria, força e espírito isolados, mas, tudo isto [unificado] e muito mais. [Neste muito mais, hoje, a Física incluiu o tempo, como continuum espaço-tempo.] A 'Tetractys' Mística (de Pitágoras) (1 + 2 + 3 + 4 = 10) é um meio de expressar esta idéia. O 1 é um símbolo de Deus; o 2 simboliza a matéria; o 3 expressa o mundo fenomênico, pois, combina a mônada com a dualidade e participa da natureza de ambas; o 4 é a forma de perfeição e significa a vacuidade de tudo; e o 10 é a soma de tudo implica o Kosmos completo.

 

 

Tetractys Mística de Pitágoras

 

 

Para um Ocultista, nem um único átomo está morto, [nem um único bóson está morto], porque a [ETERNA] VIDA está sempre presente nele. [A ETERNA VIDA está sempre presente EM TUDO.]

 

No Unimultiverso,
não há morte,
não há imobilidade,
não há vazio.
No Unimultiverso,
tudo é VIDA,
tudo está em MOVIMENTO,
tudo é PLENO.

No Unimultiverso,
não há acaso,
não há o nada,
não há perda.
No Unimultiverso,
tudo é CAUSA-EFEITO,
tudo é TUDO-DESDE-SEMPRE-UM,
tudo é ETERNO.

No Unimultiverso,
não há pecado,
não há castigo,
não há perdão.
No Unimultiverso,
tudo é APRENDIZADO,
tudo é COMPREENSÃO,
tudo é LIBERTAÇÃO.

No Unimultiverso,
não há zero,
não há 1 + 1 = 2,
não há 1 – 1 = 0.
No Unimultiverso,
tudo é a ETERNA LEI,
tudo é 1 + 1 + n = 1,
tudo é 1 – 1 – n = 1.

No Unimultiverso,
não há preferidos,
não há abençoados,
não há malditos.
No Unimultiverso,
TUDO-TODOS SÃO UM,
tudo é UNICIDADE,
tudo é UNIMULTIPLICIDADE.

No Unimultiverso,
não há criação do nada,
não há in tempore fecit,
não há ex nihilo omnia fecit.
No Unimultiverso,
tudo é PRESENÇA,
tudo é ATUALIDADE,
tudo é ARQUETIPICIDADE.

O cristal das coisas temporais
é a imagem das coisas espirituais.
A
imagem das coisas espirituais
é a ETERNIDADE sem começo nem fim.
O
sem começo nem fim

é o HOJE, o AGORA, o JÁ.

No Unimultiverso,
não há desvanecimento,
não há extinção,
não há aniquilação.
No Unimultiverso,
tudo é MUDANÇA,
tudo é RECONSTRUÇÃO,
tudo é ASCENSIONABILIDADE.

 

O Catecismo Budista pergunta: O Budismo tem algum dogma de fé? Resposta: Não. O Budismo não tem nenhum dogma. Somos racionalmente instruídos a não aceitar nada como questão de fé, independentemente de estar escrito em livros, ensinado por sábios ou transmitido pela tradição. O Senhor Buddha disse que não devemos acreditar em nada apenas por ter ouvido; nem nas tradições por sua antigüidade; nem nos rumores do povo; nem em nada escrito por eruditos; nem em inspirações espirituais que suspeitemos terem sido comunicadas por um deva; nem nas deduções as quais poderemos chegar de alguma hipótese que formulamos; nem no que nos pareça ser analogicamente necessário; nem na autoridade de nossos instrutores e professores. Mas, deveremos acreditar em tudo o que for ensinado nos ensinamentos orais ou escritos, desde que seja sempre corroborado por nossa razão e por nossa consciência [experiência pessoal]. Por isto, em conclusão, disse o Mestre: Ensinei a crer não no que é ouvido apenas por ter sido ouvido, porém, quando sua consciência acreditar [experiência pessoal] no que foi ouvido, agir em plena conformidade com isto e fecundar.

 

Para os antigos Filósofos, a palavra "Nihil" expressava e significava "Nada", "Não-Ser" ou "Não-Coisa" o AIN SOPh dos Cabalistas e o Parabrahman dos Vedantinos, a própria Deidade Absoluta, o Poder Oculto e Onipresente.

 

Buddha ensinou que a Substância Primordial é eterna e imutável e tem como seu veículo o éter puro e luminoso, o espaço ilimitado e infinito.

 

O movimento contínuo é a Lei Eterna, isto é: a respiração incessante do Absoluto.

 

O Budismo só poderá ser aprofundado e compreendido se for seguido o método platônico, que vai do universal ao particular.

 

As coisas temporais são ilusórias (mâyâ), embora pareçam permanentes para nós. E, como a eternidade não teve começo nem terá fim, a duração mais ou menos prolongada de algumas formas é comparável a de um relâmpago. [Pergunta: por quanto tempo o ouro permanece estável sendo ouro? Resposta: por toda a eternidade de um relâmpago.]

 

 

 

 

O Livro da Sabedoria Secreta do Mundo constitui um verdadeiro resumo de todas as ciências ocultas.

 

Os Grandes Mestres que vivem na Cordilheira Nevada do Himalaia há incontáveis eras têm a posse do Verdadeiro Conhecimento.

 

A Boa Lei    A Doutrina do Coração.

 

 

 

 

Só pela Iniciação (Adeptado Maior) conheceremos o significado da Sagrada Palavra A.'. U.'. M.'. (que não é a Palavra Perdida). De outra forma é impossível. Seja como for, é muito difícil alcançar o Adeptado nesta atual Kâlî Yuga (Era Negra). [O que não significa que devamos desistir, dormir de touca e não nos esforçar, porque muito difícil não é sinônimo de impossível. Por outro lado, não devemos nos esquecer de que o presente é o pai do futuro, ainda que o tempo seja uma ilusão. Bem, a Sagrada Palavra A.'. U.'. M.'., de fato, não é a Palavra Perdida, mas, se soubéssemos quais são as Três Palavras que A compõem, já seria alguma coisa! Mas, quando, por esforço-mérito, recebermos as Três (Duas + Uma) Primeiras Iniciações da Grande Loja Branca, progressivamente, nós As receberemos. E, um Dia, quem sabe, venhamos a conhecer e saber a Palavra Perdida.]

 

O desejo primordial de Buddha foi salvar os homens, ensinando-lhes a prática da pureza e da virtude no mais alto grau, desligando-os do serviço a este mundo enganoso [magia negra] e do amor ao ainda mais enganoso, ilusório e vão eu físico. [Ego.] Mas, quem for incapaz de compreender a diferença sutil, porém profunda, entre a vida no estado físico e a vida puramente espiritual (do Espírito ou a vida da [personalidade-]alma) nunca poderá apreciar todo o valor do Buddhismo, nem mesmo de forma exotérica os excelsos ensinamentos de Buddha. E os excelsos ensinamentos de Buddha nos permitirão, pelo esforço e pelo mérito, transmutar as miragens e as ilusões do ego e deste mundo em Realidade Incondicionada [Atualidade], quando as realidades deste nosso mundo se desvanecerem em nada, e a “Verdade Absoluta” (Paramârthasatya) vencer as verdades relativas (samvritisaty). [O sucesso – que conduzirá à Illuminaçãoou o fracasso – que continuará a produzir aflição, perda e dor em compreender e realizar tudo isto dependem apenas de nós, tanto individual quanto coletivamente, de tal sorte a não tomarmos mais por verdadeiro o que é falso e nossa mente não mais estiver propensa à perturbação. Seja como for, foi e tem sido exatamente por termos tomado e continuarmos a tomar por verdadeiro o que é falso e pela perturbação permanente da nossa mente que, (in)conscientemente, parimos esta PanCOVIDmia mortal, que está nos assolando há quase dois anos, e que, provavelmente, nos assolará ainda por muito tempo. Enfim, por mais misericordiosos que os Adeptos e os Dignos Mestres Ascensionados sejam, eles não podem fazer mais do que já estão fazendo (e estão fazendo muito). O que estou querendo dizer com isto? Que a responsabilidade por tudo o que está acontecendo conosco é somente nossa, e que, portanto, somos nós que te(re)mos que mudar. Ou mudamos ou iremos para a cucuia! Bem, eu não quero ir. E você?]

 

Na China, a sagrada e exclusiva interpretação esotérica da Doutrina de Buddha tem o nome de Chenfa-Yen-Tsang (Mistério do Olho [Coração] da Boa Doutrina). Seja como for, mesmo hoje, a literatura esotérica genuína da Doutrina de Buddha permanece inacessível para as massas.

 

Uma criança não pode entender os Sete Enigmas!

 

 

Continua...

 

 

Música de fundo:

O Sole Mio
Composição: Giovanni Capurro (letra) & Eduardo di Capua (música)

Fonte:

https://www.8notes.com/scores/23411.asp?ftype=midi

 

Páginas da Internet consultadas:

https://www.animatedimages.org

https://www.kindpng.com

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https://ohomemcinza.wordpress.com/2016/
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https://aminoapps.com/c/creepypastabr_pt/page/item/o
-livro-dzyan/g025_pYdSKIPBloEnYoDqPZapkR1k8xonvj

http://mundotentacular.blogspot.com/2011/09/
o-livro-dzyan-o-mais-antigo-livro-da.html

https://gifer.com/en/69WI

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https://www.newgrounds.com

http://paxprofundis.org/livros/aphpb/aphpb.htm

https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Doutrina_Secreta

 

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