A DOUTRINA SECRETA

(41ª Parte)

 

 

 

Helena Petrovna Blavatsky

Helena Petrovna Blavatsky

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Este estudo, muito longo e meio difícil, se constitui da 41ª parte de alguns fragmentos garimpados nos seis volumes da obra A Doutrina Secreta, de autoria de Helena Petrovna Blavatsky (12 de agosto de 1831 – Londres, 8 de maio de 1891), escrita e concluída no final do século XIX. Volume I: Cosmogênese; volume II: Simbolismo Arcaico Universal; volume III: Antropogênese; volume IV: O Simbolismo Arcaico das Religiões do Mundo e da Ciência; volume V: Ciência, Religião e Filosofia e volume VI: Objeto dos Mistérios e Prática da Filosofia Oculta. A Doutrina Secreta é uma síntese do pensamento científico, metafísico e religioso, contendo um conhecimento esotérico e secreto das religiões de mistérios e dos sábios de antigas civilizações, como Índia, Tibete e China. Os volumes I e II correspondem ao primeiro volume da edição original em inglês, e os volumes III e IV correspondem ao segundo volume da edição original. Os volumes V e VI correspondem ao volume póstumo publicado pela Sociedade Teosófica. Blavatsky alegava que a obra era baseada em documentos muito antigos (as Estâncias de Dzyan – pergaminhos de origem tibetana escritos em uma língua desconhecida pelos filólogos denominada Senzar) e que não era a autora do livro, mas, que este teria sido escrito pelos Mahatmas Djwal Khul, Kut Hu Mi e Morya, utilizando o seu corpo físico, em um processo denominado Tulku, que, segundo a autora, não era um processo mediúnico.

 

A Doutrina Secreta apresenta três proposições fundamentais:

• a existência de um Princípio Onipresente (a Deidade Una, o Absoluto ou a Raiz-Sem-Raiz), eterno, sem limites, imutável e incognoscível, pois, Sua compreensão escapa à capacidade da inteligência humana, permanecendo não-manifestado;

• a eternidade do Uni(multi)verso incriado (e, portanto, a eternidade da matéria), que passa por ciclos de atividade e de inatividade (mânvântáricos e prâlaycos), que se repetem em sucessão sem início nem fim; e

• a identidade de todas as personalidades-alma com a Alma Universal, sendo esta última um aspecto da Raiz Desconhecida.

 

 

 

Fragmentos de A Doutrina Secreta

 

 

 

Helena Petrovna Blavatsky

 

 

 

Pensamento

 

 

 

Das Quatro Raças-raízes que nos precederam [Protoplasmática, Hiperbórea, Lemuriana e Atlante], nós, nesta Quinta Raça-raíz [Ária], herdamos: o intelecto, Manas (ou Quinto Princípio), as paixões e os apetites mentais e corporais. E assim, acabaram recrudescendo a fraqueza e o mal humanos. Seja como for, a Doutrina Secreta ensina que isto, necessariamente, deve acontecer, para que seja cumprido o Ciclo da Necessidade e do Progresso no trabalho da evolução, do qual ninguém está isento, nem pela morte natural nem pelo suicídio, pois, todos nós temos que cruzar o "vale dos abrolhos", antes de podermos entrar nas planícies da Luz Divina e do descanso. E assim nós continuaremos a encarnar e a renascer em novos corpos, [em virtude do Ciclo da Necessidade e do Progresso e da Lei da Causa e do Efeito.] Isto significa que, da Primeira à Sétima Raças, a raça humana se constitui dos mesmos atores que desceram dos Lugares Elevados, para realizar uma excursão artística neste Planeta. Emanados como Espíritos Puros, descemos ao mundo para adquirir o Conhecimento da Verdade (agora, debilmente revelada pela Doutrina Secreta) em nós inerente. A Lei Cíclica nos conduziu à cúspide invertida da matéria, cujo fundo já transpusemos. A mesma Lei da Gravidade Espiritual, lentamente, nos atrairá para Esferas muito mais puras e mais elevadas do que as de partida. Não devemos nos esquecer de que tanto o Macrocosmo [Unimultiverso] quanto o microcosmo [ser-humano-aí-no-mundo] repetem, em cada estação, a mesma série de eventos universais e individuais, em cada cena em que o karma os leva a representar seus respectivos dramas – [alegrias e infortúnios individuais e coletivos, porque cada evento está indelevelmente gravado como memória do que foi, do que é e do que haverá ser, o que, em suma, é a sempre presente eternidade.]

 

 

Ciclo da Necessidade e do Progresso
(É claro que a coisa não acontece desta forma;
esta animação imperfeita dá apenas uma idéia)

 

 

Do Neoplatonismo provém tudo o que é grande e nobre na Teologia Cristã. Todavia, seja como for, todas as crenças derivam mais ou menos diretamente de sua mãe primitiva comum: a Religião da Sabedoria.

 

O Mestre Jesus reservou os Mistérios do Reino dos Céus para os Seus Discípulos [os Pequeninos, dos quais o único Iniciado que compreendeu plenamente o significado dos Mistérios foi Paulo de Tarso (Tarso, Cilícia, c. 5 – Roma, 67), que nem Discíspulo direto de Jesus foi], enquanto falava às multidões em parábolas de duplo sentido.

 

 

São Paulo – Escrevendo Suas Cartas
(Por Valentin de Boulogne)

 

 

Das doutrinas de Orfeu, um nativo da Índia e emigrado para a Grécia, derivaram todos os sistemas posteriores. Pitágoras, por exemplo, aprendeu nos Mistérios Órficos o que Orfeu ensinava sob alegorias ocultas; e Platão, por exemplo, teve conhecimento perfeito de tudo isto, graças a Orfeu e a Pitágoras.

 

 

Orfeu com a Lira e Cercado por Feras
(Século IV, Museu Bizantino e Cristão, Atenas)

 

 

Teurgia = Emprego de Mantras.

 

No que concerne à Iniciação, o candidato contemporâneo, como seu predecessor da Antigüidade, deve vencer ou morrer, mas, pior ainda é quando ele perde o juízo. No entanto, não há qualquer perigo para os verdadeiros, sinceros e sobretudo altruístas, que, de antemão, estão preparados para enfrentar todas as tentações e têm total confiança em sua força moral, para aceitar o peso dos Segredos terríveis. [É exatamente porque os Segredos são terríveis e pesadíssimos que não estão escritos nos livros e não são divulgados aos não-merecedores. Só quando compreendermos e aceitarmos o fato de que nós não somos nós é que, talvez, tenhamos dado o primeiro passo para podermos ter acesso aos Segredos terríveis (Mistérios).]

 

Nas Iniciações Neoplatônicas, o objetivo capital era a união da parte com o Todo, ou seja, [da individualidade] com o Um com seus inumeráveis nomes (Dui, Iao, Iabe, Tuisco, Tiu, Duw, Kiyun, Kivan, Zeus, Júpiter, Adas, Baco, Apolo, Osíris, Jehovah...) o único e supremo Criador, a inderivada e inesgotável Fonte de todas as emanações, a Fonte Eterna da Vida, o Foco Inesgotável de LLuz Eterna, da Qual cada um de nós carrega um Raio na Terra.

 

 

(Simbolicamente)

 

 

Os Mistérios da Antigüidade, bem como as regras e os métodos para produzir o êxtase, chegaram aos neoplatônicos por meio de Pitágoras e, mais tarde, por meio de Apolônio de Tiana, capacitando, como disse Porfírio, o que habita o corpo a participar da Vida que não está no corpo.

 

A Magia Divina transmuta o homem em Deus; a magia humana [magia negra] cria um novo demônio.

 

O teólogo, filósofo neoplatônico patrístico e um dos Padres gregos Orígenes, cognominado Orígenes de Alexandria ou Orígenes de Cesaréia ou ainda Orígenes, o Cristão (Alexandria, Egito, cerca de 185 Cesaréia ou mais provavelmente, Tiro, 253) classificou de idiotas as pessoas que acreditam no paraíso terrestre e nos mitos de Adão e Eva.

 

 

Orígenes

 

 

Segundo o escritor, filósofo e filólogo romano Macróbio [que, segundo uma das versões, nasceu por volta de 370 na Numídia, na África], os Kabiris são os penates e as divindades tutelares, por mediação dos quais vivemos, aprendemos e conhecemos. No entanto, os bons padres fizeram de Kibir um sinônimo de diabo e de Daimón ou espírito um demônio.

 

Krishna = Símbolo do Sol.

 

O monge e sacerdote sírio Damasceno [ou João de Damasco, em latim, Iohannes Damascenus, (675 – 749)] copiou os ensinamentos dos escritores pagãos dizendo que existem sete séries de cosmocratas ou forças cósmicas, subdivididas em duas categorias: a primeira sustenta e regula o mundo superior; a segunda, o inferior (o nosso). Isto é precisamente o que os antigos ensinavam.

 

 

Ícone Grego Representando São João Damasceno

 

 

Assim como os indivíduos, as religiões têm seu carma. Não há religião superior à Verdade.

 

Os zoroastrianos, os mazdeístas e os parses tomaram seus conceitos religiosos da Índia. Os judeus tiraram sua teoria dos anjos da Pérsia. E os cristãos tomaram dos judeus. [E, de cópia em cópia, de plágio em plágio, de imitação em imitação, de arremedo em arremedo, hoje, de maneira geral, o que remanesce nas religiões existentes é um verdadeiro fudebróglio de deus-nos-acuda.]

 

Os cristãos, em sua aversão à Filosofia, se apropriaram dos lugares siderais, e agora os limitam ao uso de seus anjos e de seus deuses antropomórficos, que são, afinal, novas modalidades conceituais de deuses muito antigos. Mas, algo precisava ser feito para despejar os antigos inquilinos, e, assim, foram degradados como demônios e diabos malignos.

 

O nome não altera a essência do fato. Portanto, é completamente indistinto que o céu seja considerado local de adoração, sem limitação particular ou este local de adoração seja fixado no Sol, na Lua ou em Júpiter.

 

Existem sete Kumâras: quatro exotéricos e três secretos.

 

Todas as descobertas da Astronomia contemporânea bem como os segredos que poderão ser revelados a ela no futuro estavam contidos nos Observatórios Ocultos e nas Câmaras de Iniciação dos antigos templos da Índia e do Egito Antigo.

 

Em virtude do extraordinário aumento da inteligência humana, pela aquisição do Quinto Princípio (Manas) [que, objetivamente, se refletiu em uma excepcional e notável transmutação/transformação no nosso DNA, e que, perpetuamente, continuará a se transmutar/transformar] – as Percepções Espirituais foram temporariamente paralisadas. O Intelecto, geralmente, vive às custas da Sabedoria [ShOPhIa], e a espécie humana, no momento, não está, de forma alguma, preparada para compreender o terrível drama da desobediência do homem [ora consciente, ora inconsciente] às Leis da Natureza e sua conseqüente queda, [dolor, aflição, perdas e necessárias compensações educativas e ascensionantes, nunca punitivas, como é o caso, na atualidade, desta mortal PanCOVIDmia/SARS-CoV-2 que só no Brasil já ceifou a vida de mais de 600.000 pessoas – engendrada por nós, porém, que será vencida e superada por nós, todos juntos, unidos, a despeito dos perliquitetes, dos bordalengos, dos negacionsitas, dos antivacinistas e dos conspiracionistas, todos eles farsantes e canastrões da Grande Heresia da Separatividade.]

 

 

Simbolicamente e fisicamente foi isto o que aconteceu,
e é exatamente isto o que sempre haverá de acontecer.

 

 

 

 

 

As opiniões e as profecias dos videntes de todas as épocas, mesmo as bíblicas, estão intimamente relacionadas com Verdades Ocultas. [Mas, uma profecia verdadeira não tem dia certo nem hora marcada para acontecer. Como o tempo é uma ilusão... Há alguém que saiba exatamente quando se dará o Segundo Advento ou Parúsia (do grego ), que, simplesmente, quer dizer "presença"? Seja como for, o Cristo nunca esteve afastado da Humanidade.]

 

As hostes de anjos planetários, querubins e arcanjos são idênticas aos deuses menores do Paganismo. Chamamos Marte de Miguel ou a força de Deus, a Mercúrio chamamos de Gabriel ou onisciência e força do Senhor, a Rafael, poder salutar de Deus, e, finalmente, consideramos Jeová como síntese dos Sete Elohim, o centro eterno de todos esses atributos e forças, o Alei dos Aleimes, o Adonai dos Adonim. Já a tiara do Dalai-lama tem sete bordas, em homenagem aos Sete Principais Dhyâni-budas.

 

 

Jetsun Jamphel Ngawang Lobsang Yeshe Tenzin Gyatso
(14º Dalai-lama)

 

 

Os Padres da Igreja e os teólogos sempre saquearam a Arca da Doutrina Secreta, e, depois, tentaram destruí-La.

 

Até parte do século VI de nossa era, as orações litúrgicas dos cristãos continham frases como O Sol Nosso Senhor, que, mais tarde, foi modificada para Deus nosso Senhor.

 

Na Antigüidade, havia uma Astrologia Divina Superior e Cerimonial para os Iniciados e uma miserável astrolatria astrológica supersticiosa e degradada para os profanos. A adoração dos elementais era a forma predominante de astrologia popular ou exotérica, totalmente ignorante dos princípios da Ciência Primitiva, cujas doutrinas eram comunicadas apenas nas Iniciações.

 

Durante cada mânvântâra, os corpos celestes estão intimamente relacionados com a Humanidade do respectivo ciclo.

 

O número 432 tem um valor cósmico evolutivo, e a combinação dos três dígitos 4, 3 e 2 com zeros corresponde aos respectivos ciclos e mânvântâra, e, por enquanto, seu significado oculto deverá permanecer um segredo. Esta combinação (que foi conhecida e de uso corrente entre os atlantes) se refere, por exemplo, ao prâlâya das raças em sua dissolução periódica, antes da qual um Avatar Especial desce e se projeta sempre na Terra. O segredo de tudo isto é que existem ciclos menores dentro de ciclos maiores, todos contidos no Kalpa de 4.320.000 anos, [e que só os Iniciados conhecem.] Até o término do Kalpa, é esperado o Kalki Avatar, cujo nome e circunstâncias não é permitido revelar, mas, que virá de Shamballa ou a Cidade dos Deuses.

 

180 x 144 = 25.920 anos —› Período exato de uma revolução sideral.

 

 

 

Continua...

 

 

Música de fundo:

O Sole Mio
Composição: Giovanni Capurro (letra) & Eduardo di Capua (música)

Fonte:

https://www.8notes.com/scores/23411.asp?ftype=midi

 

Páginas da Internet consultadas:

https://www.maracas.ba.gov.br

https://gifer.com/en/gifs/candle

https://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_de_Tarso

http://quietamente.blogspot.com

https://bestanimations.com

https://pt.wikipedia.org/wiki/João_Damasceno

https://pt.wikipedia.org/wiki/Orígenes

https://pt.wikipedia.org/wiki/Orfeu

http://paxprofundis.org/livros/aphpb/aphpb.htm

https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Doutrina_Secreta

 

Direitos autorais:

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