A DOUTRINA SECRETA

(38ª Parte)

 

 

 

Helena Petrovna Blavatsky

Helena Petrovna Blavatsky

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Este estudo, muito longo e meio difícil, se constitui da 38ª parte de alguns fragmentos garimpados nos seis volumes da obra A Doutrina Secreta, de autoria de Helena Petrovna Blavatsky (12 de agosto de 1831 – Londres, 8 de maio de 1891), escrita e concluída no final do século XIX. Volume I: Cosmogênese; volume II: Simbolismo Arcaico Universal; volume III: Antropogênese; volume IV: O Simbolismo Arcaico das Religiões do Mundo e da Ciência; volume V: Ciência, Religião e Filosofia e volume VI: Objeto dos Mistérios e Prática da Filosofia Oculta. A Doutrina Secreta é uma síntese do pensamento científico, metafísico e religioso, contendo um conhecimento esotérico e secreto das religiões de mistérios e dos sábios de antigas civilizações, como Índia, Tibete e China. Os volumes I e II correspondem ao primeiro volume da edição original em inglês, e os volumes III e IV correspondem ao segundo volume da edição original. Os volumes V e VI correspondem ao volume póstumo publicado pela Sociedade Teosófica. Blavatsky alegava que a obra era baseada em documentos muito antigos (as Estâncias de Dzyan – pergaminhos de origem tibetana escritos em uma língua desconhecida pelos filólogos denominada Senzar) e que não era a autora do livro, mas, que este teria sido escrito pelos Mahatmas Djwal Khul, Kut Hu Mi e Morya, utilizando o seu corpo físico, em um processo denominado Tulku, que, segundo a autora, não era um processo mediúnico.

 

A Doutrina Secreta apresenta três proposições fundamentais:

• a existência de um Princípio Onipresente (a Deidade Una, o Absoluto ou a Raiz-Sem-Raiz), eterno, sem limites, imutável e incognoscível, pois, Sua compreensão escapa à capacidade da inteligência humana, permanecendo não-manifestado;

• a eternidade do Uni(multi)verso incriado (e, portanto, a eternidade da matéria), que passa por ciclos de atividade e de inatividade (mânvântáricos e prâlaycos), que se repetem em sucessão sem início nem fim; e

• a identidade de todas as personalidades-alma com a Alma Universal, sendo esta última um aspecto da Raiz Desconhecida.

 

 

 

Fragmentos de A Doutrina Secreta

 

 

 

Helena Petrovna Blavatsky

 

 

 

Pensamento

 

 

 

As Leis da Natureza [e do Unimultiverso] são eternamente fixas e imutáveis.

 

Foi o sacerdócio (sempre ansioso por dominação, poder [e muita bufunfa]) que degradou e adulterou as Idéias Abstratas, sempre representando a Verdade com idéias puramente antropomórficas e grosseiramente materialistas. [Isto é: com mentiras descaradas. E assim, foram cruel e escravizantemente inventados o céu, o inferno, o Pecado Original, a maçã, a serpente sacanocrata, um deus onipotente (que ora odeia, ora ama), os demônios, os ajudantes dos demônios, os ajudantes dos ajudantes dos demônios, o perdão dos pecados, a infalibilidade papal, o Sacrifício Vicário, os dogmas, o comércio de indulgências etc. Ora, eu não tenho a menor dúvida, como Helena Blavatsky também não tinha, de que as futuras gerações quebrarão os pés de barro do último ídolo dourado e implodirão todas as superstições. E este tempo está muito próximo, pois, o Alfabeto da Verdade está começando a ser reensinado, a Hierarquia da G.'. L.'. B.'. está se reaproximando da Humanidade e os Mistérios da Antigüidade estão retornando. E não ficará pedra sobre pedra desse deprimente e acabrunhador edifício teológico de mentiras.]

 

 

Edifício Teológico de Mentiras

 

 

As Herméticas Três Matres e as Três Mães do Sepher Yetzirah são a mesma coisa. Não são divindades infernais, mas, a Luz, o Calor e a Eletricidade, idênticos, inclusive, aos Três Grandes Deuses: Brahmâ, Vishnu e Shiva.

 

Na verdade, o primeiro versículo do Gênesis é: B'rash ithbara Elohim, cuja tradução é: Na Fonte Primitiva (Mûlaprakriti, a Raiz sem raiz), os Deuses (Elohim), os céus e a Terra se desenvolveram (ou evoluíram), que é completamente diferente de no princípio, Deus criou os céus e a Terra. [Ora, esse deus inventado pelos teólogos atlantes marca roscofe nunca criou nada. Primeiro, porque, por ser inventado, esse deus nunca existiu, não existe e jamais poderá existir; segundo, porque ex nihilo nihil fit (nada surge do nada). Na verdade, esse tal de nada também nunca existiu, não existe e jamais poderá existir. O Unimultiverso – energeticamente finito, porém, ilimitado foi-o-que-é, é-o-que-é e será-o-que-é. 1 = 1. Nunca aconteceu um Big Começo nem acontecerá um Big Fim. Todo esse edifício teológico de mentiras não passa de magia negra, e vem obstaculizando a Humanidade de alcançar a Verdadeira LLuz, de Compreender as Leis Unimultiversais e de se Libertar de si mesma. Nós precisamos parar de ajoelhar para todas essas não-existências, olhar para dentro e ouvir o Deus de Nossos Corações.]

 

 

Olhando Para Dentro
(Simbolicamente)

 

 

Houve um tempo em que a Religião da Sabedoria [os denominados Antigos Mistérios] não era simbólica, e o Esoterismo Egípcio era conhecido no mundo inteiro. Gradualmente, foi se tornando simbólica, devido ao abuso, à idolatria e à bruxaria [magia negra] dos atlantes.

 

A Bíblia, apesar de plagiar muito as obras antigas [e de conter diversas interpolações e adulterações], é um grande livro, uma obra-prima, composta de fábulas engenhosas que contêm verdades muito importantes, mas, que só são perceptíveis para quem, como os Iniciados, tiver uma Chave para interpretar seu significado interno e oculto.

 

O conhecimento dos Mistérios sempre foi exclusivo dos Eleitos e dos Perfeitos. [Eleitos e Perfeitos são aqueles que por esforço, trabalho e dignidade mereceram se tornar Eleitos e Perfeitos. Não existem Eleitos e Perfeitos a priori.]

 

Cuidado! Nunca desvelem os Mistérios aos que não merecem entendê-Los.

 

A História tem mostrado que, quando um "Mensageiro", Maior ou menor, Iniciado ou neófito, se encarregou de ensinar alguma Verdade até então oculta, foi crucificado e colocado no pelourinho pelos invejosos, maliciosos e ignorantes. Esta é a terrível Lei Oculta. Portanto, quem não tiver Coração de Leão para desprezar os uivos selvagens e [personalidade-]alma de pomba para perdoar as loucuras dos ignorantes, não deverá jamais começar o estudo da Ciência Sagrada. Não é permitido ao Ocultista buscar ou mesmo desejar vingança.

 

Na Matéria Preexistente, o Fogo, o Calor e o Movimento foram os principais instrumentos para moldar o mundo.

 

Existe apenas uma Lei, um Princípio, um Agente, uma Verdade e uma Palavra [Verbum]. Assim como é em cima, é embaixo. Tudo o que existe resulta da quantidade e do equilíbrio.

 

 

 

 

A Chave para as Coisas Ocultas é a Chave do Santuário. É a Palavra Sagrada [Verbum] que dá ao Adepto a razão suprema do Oculto e dos seus Mistérios. É a Quintessência das filosofias e dos dogmas; é o Alfa e o Ômega; é a LLuz, a Vida e a Sabedoria Universal.

 

Aforismo Panteísta: Deus em a Natureza; a Natureza em Deus.

 

Ensinou Pitágoras: Entre os deuses e os números existe uma relação misteriosa na qual se baseia a ciência da Aritmancia [do grego, arithmos (número) e manteia (mântica, adivinhação)]. A [personalidade-]alma é um mundo autocinemático, se contém a si mesma e é o Quaternário ou a Tetraktys (o Cubo Perfeito).

 

 

Tetraktys
(1 + 2 + 3 + 4 = 10)

 

 

Divina Permanência = Eternidade em sua Imutabilidade.

 

Segundo Pitágoras, é o símbolo da Criação.

 

Na Antigüidade remota, havia apenas uma Ciência, e ela era totalmente Divina. Se a Humanidade, especialmente as últimas sub-raças da Quarta Raça-raiz, abusou Dela, foi por causa daqueles [teólogos atlantes marca roscofe] que, na prática, profanaram o Conhecimento Divino, e não por causa daqueles que permaneceram fiéis aos seus ensinamentos primitivos.

 

O Ocultista não acredita em milagres, sejam divinos, sejam satânicos. Para um Ocultista não existem santos, bruxos, profetas ou áugures [sacerdotes que, entre os antigos romanos, adivinhavam o futuro]. O Ocultista, ao rejeitar qualquer visão unilateral, deseja servir à Verdade e somente à Verdade. O estudante de Ocultismo não professa qualquer religião, embora tenha o dever de respeitar toda fé e toda crença, para se tornar um seguidor da Boa Lei. Ele não está sujeito aos preconceitos e às opiniões sectárias de ninguém; forma suas próprias convicções e formula seus julgamentos, de acordo com as regras de verificação fornecidas pela Ciência à qual se dedica. O estudante de Ocultismo não agasalha os sonhos dos fanáticos nem os dogmas teológicos calculados. Portanto, o estudante de Ocultismo não admite os chamados milagres, em seu sentido teológico, ou seja, como um evento contrário às Leis da Natureza; ele os considera um desvio, sim, das leis conhecidas até hoje, o que é uma coisa completamente diferente. [O que tudo isto quer dizer? Simplesmente, que a admissibilidade de milagres é o tributo que a ignorância paga ao desconhecimento das Leis Cósmicas que operam por trás dos milagres e produzem os milagres. Há 100 anos, um smartphone teria sido considerado um milagre.]

 

 

 

 

A oração fervorosa para a conquista de um determinado objetivo é apenas a vontade e o desejo intensos, que se materializam em magia inconsciente. Portanto, quando falta Iniciação, a oração, a contemplação e o ascetismo são as melhores disciplinas para alguém se tornar um taumaturgo. A única diferença entre as causas que produzem os "milagres divinos" e a feitiçaria é o propósito bom ou mau do operante.

 

 

Taumaturgia Niemeyeriana

 

Pedro não teve participação alguma na fundação da Igreja Latina. Já Paulo que, sem dúvida, era um Iniciado, e não Jesus foi o verdadeiro fundador do Cristianismo. Paulo foi o único apóstolo que entendeu as idéias subjacentes aos ensinamentos de Jesus, embora nunca tenha caminhado com Ele.

 

Pedro, longe de ter sido martirizado em Roma, onde parece que nunca esteve, morreu na Babilônia em idade muito avançada.

 

Buddha, Jesus e Apolônio de Tyana foram três grandes taumaturgos que ofereceram uma notável analogia de propósitos. Como Jesus e Buddha, Apolônio condenou as ostentações externas, as cerimônias supérfluas, o puritanismo fajuto e a hipocrisia.

 

Pitágoras, Buddha, Shankarâchârya, Chaitanya, Krishna, Hércules, Platão, Jesus, Apolônio e tantos outros foram todos Iniciados na mesma Escola, tendo, no final, dominado a condição de Chrestos, e, depois, enviados ao mundo para 'salvar' uma parte da Humanidade, pois, mesmo para Eles, era impossível salvar toda ela. Seja como for, todos Eles foram, no que diz respeito às Suas Vidas Místicas, transcrições da História do Sol [Iniciados Solares], cuja transcrição em si é outro mistério do Mistério.

 

A semelhança biográfica dos Adeptos se baseia em bases astronômicas, que servem para representar os graus e as provas da Iniciação, sendo o mais importante é a descida aos reinos das trevas e da matéria pela última vez, de onde emergem como Sóis de Justiça. [Iniciados Solares] .

 

Todo o ciclo do Adeptado e da Iniciação, com todos os seus mistérios, está subordinado ao Sol, à Lua e aos Sete Planetas. A clarividência espiritual deriva do Sol; todos os estados psíquicos, doenças e a própria loucura vêm da Lua.

 

Foi o Mestre Jesus o único "Filho de Deus" e o único "Salvador" da Humanidade? Entre tantos outros casos análogos, foi uma exceção? Foi o Mestre Jesus o único nascido milagrosamente do ventre de uma Virgem, e todos os outros foram, como a Igreja mantém, zombaria blasfema e plágio antecipado por Satanás? Ou foi Ele o “filho de suas obras”, um homem eminentemente santo, um reformador, um entre vários, que pagou com a vida a tentativa de enfrentar déspotas e ignorantes, de Illuminar a Humanidade, para que, pela prática de Seus Ensinamentos, Illuminasse seu jugo? Acreditar no primeiro requer uma fé cega, que é prova de decepção. Para acreditar no segundo basta a razão e a lógica. A discussão deste ponto vem custando à Humanidade rios de tinta e mares de sangue, [mas, com rios de tinta e mares de sangue jamais obteremos a Resposta Verdadeira.]

 

Se estudarmos, um após outro, os debates e as decisões dos diversos concílios católicos, constataremos o acúmulo de contradições em que se baseia a atual infalibilidade da Igreja Apostólica Romana. Todos estes concílios nos convencem de como é paradoxal, em seu sentido literal, a declaração do Gênesis Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. Além do fato evidente de que a imagem divina não era a do Adão de Barro (do capítulo II), mas, do Divino Andrógino (ou Adam Kadmon, do capítulo I), observaremos que Deus (pelo menos o Deus dos cristãos) foi criado pelo homem à sua imagem, entre os golpes e as mortes das lutas sangrentas dos primeiros concílios.

 

Diversas foram as adulterações e interpolações plantadas na Bíblia, mas, talvez, a pior de todas seja a que tenta ocultar o fato de que o Mestre Jesus foi um Iniciado [Solar]. No versículo 46 do capítulo XXVII do Evangelho de São Mateus se lê: ALI, ALI, LMH ShBHhTh-NI!, que, segundo a Bíblia, quer dizer Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste? Todavia, o significado é precisamente o oposto do que é admitido, pois, estas palavras querem dizer: Meu Deus! Meu Deus! Como me glorificaste! Para que Jesus dissesse Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?, teria que ter falado: ALI, ALI, LMH HhZBTh-NI?, como está registrado no versículo primeiro do Salmo XXII. Portanto, HhZBTh-NI, do Salmo XXII, e ShBHhTh-NI, do Evangelho de São Mateus, significam coisas completamente diferentes. Enfim, se a frase tivesse sido transcrita em seu sentido correto, a Igreja teria que admitir que Jesus era um Iniciado [Solar]. A exclamação Meu Deus! Meu Sol! Irradiaste o Teu Esplendor sobre mim! [ou Deus meu, Sol meu, Esparziste sobre mim os Teus Fulgores!] concluía a ação de graças do Iniciado o Filho e Glorioso Eleito do Sol que foi exatamente o caso do Mestre Jesus. No Egito, foram descobertas esculturas e pinturas representativas desta Cerimônia Iniciática. [A pergunta que não quer calar é: por que tudo isto? Simplesmente, porque os motivos subjacentes nestas artimanhas (magia negra) são de manipulação, de domínio e de escravização mental, não de edificação, de esclarecimento e de libertação. Ora, aceitar o fato de que o Mestre Jesus foi um Iniciado Solar teria sido equivalente a sentenciar a Igreja dogmática à morte. A Igreja jamais pôde admitir a idéia de um Unimultiverso Vivo causal-efeitual, ou seja, entre outras coisas, a necessidade de nascimentos e de mortes, para a continuação da Corrente de Vida. E por que não? Porque perderia, entre outras tantas coisas, o poder autodenominado de perdoar 'pecados' e de interceder-intermediar a nossa presumida 'salvação'.]

 

Palavras escritas por São Gregório de Nazianzo ou Gregório Nazianzeno (perto de Arianzo, Capadócia, ?329 Arianzo, Capadócia, ?389) ao seu amigo e confidente São Jerônimo (cerca de 347, em Estridão 420, em Belém): Nada influencia mais as pessoas do que o boca a boca. Quanto mais as pessoas admiram, menos entendem... Nossos pais e doutores costumavam dizer não o que pensavam, mas, o que a necessidade e as circunstâncias os levavam a dizer. [O que é, no mínimo, uma mistura de maldade com hipocrisia. Não há necessidade nem circunstância que justifique a mentira.]

 

 

 

 

Precisamos ter muito cuidado! Muito! É muito difícil distinguir claramente a magia negra da Magia Branca, pois, ambas devem ser qualificadas para o propósito de que dependem seus efeitos finais, por mais distantes que estejam, mesmo que demorem anos para acontecer, e não sejam imediatos. Entre a Mão Direita [Magia Branca] e a mão esquerda [magia negra] passa um fio de aranha, diz um provérbio oriental.

 

 

Continua...

 

 

Música de fundo:

O Sole Mio
Composição: Giovanni Capurro (letra) & Eduardo di Capua (música)

Fonte:

https://www.8notes.com/scores/23411.asp?ftype=midi

 

Páginas da Internet consultadas:

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https://pt.wikipedia.org/wiki/Gregório_de_Nazianzo

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jerônimo

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http://paxprofundis.org/livros/aphpb/aphpb.htm

https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Doutrina_Secreta

 

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