A DOUTRINA SECRETA

(36ª Parte)

 

 

 

Helena Petrovna Blavatsky

Helena Petrovna Blavatsky

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Este estudo, muito longo e meio difícil, se constitui da 36ª parte de alguns fragmentos garimpados nos seis volumes da obra A Doutrina Secreta, de autoria de Helena Petrovna Blavatsky (12 de agosto de 1831 – Londres, 8 de maio de 1891), escrita e concluída no final do século XIX. Volume I: Cosmogênese; volume II: Simbolismo Arcaico Universal; volume III: Antropogênese; volume IV: O Simbolismo Arcaico das Religiões do Mundo e da Ciência; volume V: Ciência, Religião e Filosofia e volume VI: Objeto dos Mistérios e Prática da Filosofia Oculta. A Doutrina Secreta é uma síntese do pensamento científico, metafísico e religioso, contendo um conhecimento esotérico e secreto das religiões de mistérios e dos sábios de antigas civilizações, como Índia, Tibete e China. Os volumes I e II correspondem ao primeiro volume da edição original em inglês, e os volumes III e IV correspondem ao segundo volume da edição original. Os volumes V e VI correspondem ao volume póstumo publicado pela Sociedade Teosófica. Blavatsky alegava que a obra era baseada em documentos muito antigos (as Estâncias de Dzyan – pergaminhos de origem tibetana escritos em uma língua desconhecida pelos filólogos denominada Senzar) e que não era a autora do livro, mas, que este teria sido escrito pelos Mahatmas Djwal Khul, Kut Hu Mi e Morya, utilizando o seu corpo físico, em um processo denominado Tulku, que, segundo a autora, não era um processo mediúnico.

 

A Doutrina Secreta apresenta três proposições fundamentais:

• a existência de um Princípio Onipresente (a Deidade Una, o Absoluto ou a Raiz-Sem-Raiz), eterno, sem limites, imutável e incognoscível, pois, Sua compreensão escapa à capacidade da inteligência humana, permanecendo não-manifestado;

• a eternidade do Uni(multi)verso incriado (e, portanto, a eternidade da matéria), que passa por ciclos de atividade e de inatividade (mânvântáricos e prâlaycos), que se repetem em sucessão sem início nem fim; e

• a identidade de todas as personalidades-alma com a Alma Universal, sendo esta última um aspecto da Raiz Desconhecida.

 

 

 

Fragmentos de A Doutrina Secreta

 

 

 

Helena Petrovna Blavatsky

 

 

 

Pensamento

 

 

 

Os lemurianos, assim como os primitivos atlantes, eram divididos em duas classes distintas: os "Filhos da Noite" ou "das Trevas" e os "Filhos do Sol" ou "da Luz".

 

Foram os ignorantes primitivos padres da Igreja que inventaram o inferno, que eles transformaram em uma localidade de fogo, em vez de frígida.

 

Todas as lendas antigas surgiram da catástrofe que envolveu tanto o continente quanto a Ilha Atlântida, e a alegoria sobre os gigantes antediluvianos e suas proezas em feitiçaria não é um mito.

 

Poseidon não é apenas a personificação do Espírito e da Raça da Atlântida, mas, também, dos vícios destes gigantes.

 

Os Anais Esotéricos mostram que os nefilins eram criaturas peludas e os últimos descendentes das Raças Lêmuro-Atlantes, que tiveram filhos com fêmeas de espécies extintas há muito tempo, produzindo, assim, homens mudos, "monstros", como dizem as Estâncias.

 

Cada novo cataclismo terrestre ou desaparecimento de um continente dá lugar a outro. Toda a Terra, periodicamente, entra em convulsão, tendo sofrido quatro grandes mudanças desde o aparecimento da Primeira Raça-raiz.

 

Os fatos históricos acabaram se tornando dogmas teológicos. Teólogos ambiciosos e mau-caratistas, homens de uma pequena sub-raça recente e os últimos descendentes da linhagem ariana, empreenderam a tarefa de desmantelar o Pensamento Religioso do mundo. E eles conseguiram. Por quase dois mil anos, eles implantaram na Humanidade pensante, por exemplo, a crença na existência de um Satanás tentador.

 

 

 

 

A Terceira Raça-raiz, Lemuriana, fisiologicamente, deve ser dividida em duas partes: a primeira raça andrógina e a raça bissexual posterior.

 

É um fato muito sugestivo uma prova física da Lei Cíclica do Karma que as raças inferiores estão se extinguindo rapidamente, fenômeno devido, em grande parte, à extraordinária esterilidade (esterilidade kármica, ou seja, interrupção repentina da fertilidade) que tem se operado nas mulheres, desde que elas mantiveram, pela primeira vez, relações com os europeus. Um processo de dizimação ocorre em todo o mundo entre as Raças "cujo tempo acabou". [As raças podem acabar, e acabam, mas, as personalidades-alma permanecem.] Antes de a Sexta Raça Raiz amanhecer, restarão na Terra apenas três tipos humanos: o branco (Quinta Raça-raiz; Ariana), o amarelo e o negro africano, com seus cruzamentos (divisões atlantes européias). Peles-vermelhas, esquimós, papuas, australianos, polinésios etc. estão em extinção. Só o Ocultismo pode explicar o porquê e como isto acontece. Isto = Renovações Periódicas da Terra. Enfim, todas as Verdades Esotéricas (registradas nos Anais Secretos da Ciência Sagrada do Passado) sempre foram dadas ao público pelos Iniciados sob o disfarce de alegorias. Júpiter, por exemplo, é meramente a personificação daquela imutável Lei Cíclica, que interrompe a tendência descendente de cada Raça-raiz, após atingir o zênite de sua glória. Seja como for, a superstição e o preconceito sempre foram filhos da vaidosa ignorância da Sabedoria da Antigüidade. Mas, para compreendermos os Mistérios da Antigüidade é necessário que tenhamos as Chaves (Sete Chaves). Os dogmas sempre mataram a Verdade Primordial. Um dia, haveremos de compreender que nenhuma doutrina criada pelos seres humanos e nenhuma crença inventada, embora santificadas pelo costume e pelo tempo, podem ser comparadas em santidade com a Religião da Natureza.

 

O Poder pertence a quem Sabe. [E quem Sabe cala.]

 

O Conhecimento [Sabedoria] cujo primeiro passo em direção a Ele é a capacidade de compreender a Verdade e de discernir o que é Verdadeiro do que é falso, [ou seja, compreender de fato O-QUE-É] – pertence apenas àqueles que, livres de preconceitos e vencedores de toda presunção e de todo egoísmo, estão dispostos a reconhecer a Verdade, [ainda que este reconhecimento seja sempre relativo, pois, ele é sempre atualizável]. [In: A Doutrina Secreta, de autoria de Helena Petrovna Blavatsky.]

 

 

 

 

Na atualidade, ainda, nenhuma afirmação merece qualquer atenção, se os argumentos em que se baseia não estiverem amparados na legitimidade estabelecida, estritamente circunscrita aos limites da ciência oficial ou da teologia ortodoxa. Isto, de fato, é uma anomalia paradoxal, pois, ou predomina o materialismo ou prevalece a devoção. [Por que é difícil, e, em certos casos, até é impossível, provar as afirmações teosóficas? Porque as confirmações só são possíveis pela consulta aos Registros Akáshicos, o que muito poucos conseguem fazer. E assim, se os cientistas pudessem consultá-Los, veriam que, por exemplo, o Big Bang é uma impossibilidade, e os teólogos, por outro lado, compreenderiam que o Pecado Original é uma maluquice. Mas, penso que nem sequer seja necessário consultar os Registros Akáshicos para confirmar que estas duas extravagâncias são mesmo esquisitices; basta só um tiquinho de discernimento e de capacidade de avaliar as coisas com bom senso.]

 

Upanishad, traduzida literalmente do sânscrito, significa Doutrina Secreta.

 

Muitos sábios europeus alcançaram fama e nome por terem plagiado as idéias dos Antigos Filósofos. [A própria Religião Católica nada mais é do que um Himalaia de plágios adulterados! Himalaia é um nome que vem do sânscrito e significa morada da neve.]

 

Em sua grande maioria, tanto os autores clássicos pré-cristãos quanto os autores pós-cristãos tinham a sagrada obrigação de não divulgar os Segredos Solenes que lhes haviam sido comunicados nos Templos. Por exemplo, o Timeu, de Platão, um diálogo místico pitagórico por excelência, é tão intrincado, que apenas os Iniciados conseguem entendê-Lo. As principais características dos ensinamentos platônicos, aparentemente incongruentes, são a Lei da Imortalidade da [Personalidade-]alma e a Doutrina Pitagórica de que Deus é a Mente Universal, difundida por todas as coisas. No Fedro, Platão deixou registrado que o homem só se tornará perfeito, se se aperfeiçoar nos Mistérios Perfeitos.

 

 

Scuola di Atene (Detalhe: Platão e Aristóteles)
(de Rafael Sanzio)

 

Quando Platão se referia aos Deuses, aludia a uma classe de Seres imediatamente inferiores à Divindade e superiores ao homem. [É a esta classe de Seres que devemos nos esforçar para ascender. Se você pensar, por exemplo, nos Mestres Ascensos da G.'. L.'. B.'. não estará errado, pois, Eles são uma classe particular de Deuses. Todavia, há diversas classes de Seres mais elevados do que os próprios Mestres Ascensos.]

 

O "Deus" de todos os Filósofos é um "Deus" Ilimitado e Impessoal. [Na verdade, o Verdadeiro Cristo-Deus está em nosso Coração.]

 

A confusão de idéias teológicas, matemáticas e fisiológicas deriva do desejo de conceber a Natureza sem o conhecimento adequado das suas partes. [E só conheceremos as coisas por uma experiência pessoal e intransferível com as coisas.]

 

A Matemática, e especialmente a Geometria, são a base dos Ensinamentos Cosmogônicos e Teológicos Ocultos.

 

 

Teorema de Pitágoras

 

 

Platão denominava a Divindade de a Natureza e a Razão do Universal.

 

Os filósofos naturalistas contemporâneos, procedendo antiteticamente, vêem os objetos, mas, não vêem a Luz da Mente Universal que os Illumina. [E é por isto que, por exemplo, inventam coisas como o Big Bang, o Big Bounce, o Big Crunch, o Big Freeze, o Big Rip e a Morte Térmica do Universo, e acham que a síntese final de tudo é o Bóson de Higgs – God Particle Partícula-Deus. Ora, Demócrito de Abdera (cerca de 460 a.C. 370 a.C.), o escolhido do povo e o maior expoente da teoria atômica ou do atomismo, já havia descoberto, digamos assim, esse bóson, só que o chamou de atomos, que não tem nada a ver com o átomo que conhecemos hoje, porém, tem tudo a ver com o Bóson de Higgs, ainda que, primariamente, o Unimultiverso seja Energia.]

 

 

Demócrito Risonho
(Pintura de Giuseppe Antonio Petrini)

 

 

Na Antigüidade, os Mistérios Internos (que não eram públicos) eram a instituição mais sagrada de cada país. E sem a Chave destes Mistérios, não é possível interpretar com precisão os Diálogos de Platão, nem qualquer escritura sagrada, dos Vedas a Homero, e do Zend Avesta aos livros de Moisés.

 

A Natureza é dual em todas as suas obras.

 

 

Dualidade

 

 

A civilização e o sistema religioso dos astecas derivaram, em mais de um aspecto, da mesma fonte que a dos egípcios e dos seus predecessores, os hindus. [E esta fonte foi a Atlântida.]

 

A Doutrina Secreta do Oriente contém o alfa e o ômega da Ciência Universal. Em seus textos enigmáticos, sob o frondoso e, às vezes, exuberante desenvolvimento do simbolismo alegórico, escondem-se a Pedra Angular e a Chave de toda a Sabedoria Antiga e Moderna. E, nesta Pedra, está encerrado o Absoluto Filosófico a Chave para as abstrusas questões e para os obscuros problemas da Vida e da Morte.

 

 

De onde vim?
Não sei!
O que vim fazer aqui?
Não sei!

Por que vim parar aqui?
Não sei!

Quanto tempo ficarei aqui?
Não sei!

Para onde irei?
Não sei!

Voltarei para o lugar de onde vim?
Não sei!

Voltarei de quê?
A pé? De carro de boi? De taioba? De teco-teco? De foguete?
Não sei!
Será que, um dia, saberei estas coisas?
Não sei!

 

O Espiritismo e a Igreja Romana são dois ramos monstruosos e mal orientados do tronco da Magia. Seja como for, um fato é exato: o Ocultismo triunfará antes do final do século XXI. [E eu espero estar colaborando para que isto aconteça. Só nos Libertaremos se ou quando Compreendermos. Só nos Libertaremos se ou quando nos alforriarmos do passado. Só nos Libertaremos se ou quando pararmos de imitar os ignorantes e os supersticiosos. Só nos Libertaremos se ou quando demolirmos, em nós, a Grande Heresia da Separatividade. Só nos Libertaremos se ou quando, em Silêncio, ouvirmos a Voz do Silêncio – a Voz do Cristo-Deus de nossos Corações. Enquanto ouvirmos e seguirmos os cegos, continuaremos tão cegos quanto eles. Enquanto ouvirmos e seguirmos os negacionistas, continuaremos tão ou mais cegos do que eles.]

 

Na verdade, o pousio do passado remoto não está morto; apenas descansa. Muitos são os Discípulos, ainda que permaneçam ignorados, [e, de maneira geral, em silêncio].

 

Há uma categoria de Adeptos no mundo pertencentes a uma Fraternidade mais poderosa do que qualquer outra conhecida do leigo. Muitos destes Adeptos, pessoalmente, às vezes, são bons, benevolentes e até santos e puros, mas, coletivamente, buscam implacavelmente e com propósito resoluto, um fim particular e egoísta, e, por isto, devem ser classificados entre os Adeptos da Arte Negra. São os monges e clérigos católicos romanos que, desde a Idade Média, decifraram a maior parte dos escritos hieráticos e simbólicos. Eles são muito mais eruditos em simbologia secreta e religiões antigas do que jamais serão os orientalistas. E, como personificação da astúcia e da malícia, cada um destes Adeptos conserva firmemente a chave em suas mãos fechadas, e toma cuidado para que os segredos não sejam revelados, desde que possam evitar.

 

Os simbologistas modernos apenas desejam ver emblemas sexuais de adoração fálica, mesmo naquilo que nunca teve tal significado. Mas, para o verdadeiro estudante de Ciências Ocultas, a Magia Branca ou Divina não pode existir em a Natureza sem o contrapeso da Magia Negra, pois, não há dias sem noites, sejam de doze horas ou de seis meses. Para o verdadeiro estudante de Ciências Ocultas, tudo em a Natureza tem algo oculto, um aspecto lucente e outro tenebroso. Os efeitos da Magia são mais determinados e definidos em congregações religiosas, que a chamam de "ação e graça do Espírito Santo". O mundo está cheio de magos inconscientes, tanto na vida cotidiana quanto na política, no clero e até mesmo nas fortalezas do livre-pensamento. A maioria destes magos são "feiticeiros", infelizmente, não em metáfora, mas, na realidade absoluta, por causa de seu egoísmo peculiar e do seu caráter vingativo, invejoso e maligno.

 

A Filosofia da Magia Branca [a Doutrina Secreta dos Antigos] triunfará por si mesma, independentemente de quaisquer Adeptos.

 

 

Continua...

 

 

Música de fundo:

O Sole Mio
Composição: Giovanni Capurro (letra) & Eduardo di Capua (música)

Fonte:

https://www.8notes.com/scores/23411.asp?ftype=midi

 

Páginas da Internet consultadas:

https://nirajkumarswami.wordpress.com/quiz-competition/

http://www.animated-gifs.fr/category_horror/devil-4/

https://giphy.com

https://giphy.com/gifs/e7QJ1K0ZwOtEc

https://pt.wikipedia.org/wiki/Demócrito

https://www.mathwarehouse.com

http://paxprofundis.org/livros/aphpb/aphpb.htm

https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Doutrina_Secreta

 

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