A DOUTRINA SECRETA

(25ª Parte)

 

 

 

Helena Petrovna Blavatsky

Helena Petrovna Blavatsky

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Este estudo, muito longo e meio difícil, se constitui da 25ª parte de alguns fragmentos garimpados nos seis volumes da obra A Doutrina Secreta, de autoria de Helena Petrovna Blavatsky (12 de agosto de 1831 – Londres, 8 de maio de 1891), escrita e concluída no final do século XIX. Volume I: Cosmogênese; volume II: Simbolismo Arcaico Universal; volume III: Antropogênese; volume IV: O Simbolismo Arcaico das Religiões do Mundo e da Ciência; volume V: Ciência, Religião e Filosofia e volume VI: Objeto dos Mistérios e Prática da Filosofia Oculta. A Doutrina Secreta é uma síntese do pensamento científico, metafísico e religioso, contendo um conhecimento esotérico e secreto das religiões de mistérios e dos sábios de antigas civilizações, como Índia, Tibete e China. Os volumes I e II correspondem ao primeiro volume da edição original em inglês, e os volumes III e IV correspondem ao segundo volume da edição original. Os volumes V e VI correspondem ao volume póstumo publicado pela Sociedade Teosófica. Blavatsky alegava que a obra era baseada em documentos muito antigos (as Estâncias de Dzyan – pergaminhos de origem tibetana escritos em uma língua desconhecida pelos filólogos denominada Senzar) e que não era a autora do livro, mas, que este teria sido escrito pelos Mahatmas Djwal Khul, Kut Hu Mi e Morya, utilizando o seu corpo físico, em um processo denominado Tulku, que, segundo a autora, não era um processo mediúnico.

 

A Doutrina Secreta apresenta três proposições fundamentais:

• a existência de um Princípio Onipresente (a Deidade Una, o Absoluto ou a Raiz-Sem-Raiz), eterno, sem limites, imutável e incognoscível, pois, Sua compreensão escapa à capacidade da inteligência humana, permanecendo não-manifestado;

• a eternidade do Uni(multi)verso incriado (e, portanto, a eternidade da matéria), que passa por ciclos de atividade e de inatividade (mânvântáricos e prâlaycos), que se repetem em sucessão sem início nem fim; e

• a identidade de todas as personalidades-alma com a Alma Universal, sendo esta última um aspecto da Raiz Desconhecida.

 

 

 

Fragmentos de A Doutrina Secreta

 

 

 

Helena Petrovna Blavatsky

 

 

 

Pensamento

 

 

 

Axioma ocultista: O homem tem sua origem, como outros animais, em uma célula, e se desenvolve por meio de estados indistinguíveis dos peixes, dos répteis e dos mamíferos, até que a célula atinja o desenvolvimento altamente particularizado do quadrúmano, e, por último, do tipo humano.

 

Axioma Cabalístico: A pedra se converte em uma planta; a planta se converte em um animal; o animal se converte no homem; o homem se converterá em um Deus. [Não é propriamente uma conversão, mas, sim, um reconhecimento interior, consciente e Iniciático do que sempre foi.]

 

Tudo deve progredir de acordo com a Lei Kármica. [Lei da Causa e do Efeito.]

 

A 'queda do homem' nada teve a ver com um Pecado Original. [O Pecado Original, talvez, seja o maior de todos os absurdos teológicos dogmáticos.]

 

 

 

 

As transformações pelas quais o homem passou [e continua a passar] no arco descendente foi centrífuga para o Espírito e centrípeta para a matéria [e, em certo sentido, continua sendo]. As transformações que está se preparando para passar, no seu caminho ascendente, inverterão a direção das duas forças, ou seja, a matéria se tornará centrífuga e o Espírito centrípeto.

 

 

              

(Simbolicamente)

 

 

Queda na Geração: período relativo às primeiras sub-raças da Quarta Raça-Raiz.

 

O macaco que conhecemos não é produto de evolução natural, mas, por assim dizer, um acidente, um cruzamento entre um ser animal e o homem um ramo bastardo enxertado em seu próprio tronco, antes de atingir sua perfeição final. Os egos dos macacos são entidades, obrigadas por seu karma, a encarnar em formas animais, que são o resultado da bestialidade dos últimos homens da Terceira Raça-raiz e dos primeiros da Quarta. São entidades que já haviam atingido o “grau humano”, antes desta Ronda. São, de fato, uma exceção à regra geral. Antes do homem não havia macacos, e estes se extinguirão antes que se desenvolva a Sétima Raça-raiz. [Espiritualmente, isto nos obriga a um grau particular de amor e de misericórdia com esses irmãos, por nós engendrados em nossa ignorância pretérita.]

 

 

King Kong

King Kong

 

 

Não há criação especial ou formação milagrosa ex nihilo dos homens, das bestas ou das plantas. [De fato, não há criação especial ou formação milagrosa ex nihilo de coisíssima nenhuma. Ex nihilo nihil fit. Nada surge do nada. O tal do milagre é muito simples de ser explicado: quando não sabemos ou não entendemos como funciona a Lei Cósmica que opera por trás e regula um evento absolutamente natural, dizemos que é milagre. Ora, milagres não existem; existem, sim, Leis Cósmicas permanentemente em operação. Logo, por definição, acreditar em milagre é o tributo que a nossa ignorância paga por desconhecer o funcionamento do Unimultiverso.]

 

Clero cristão = Voz delirante e louca [em declínio e rumo à extinção] de velhas superstições [e muitas atrocidades].

 

A Lemúria, 3ª Raça-raiz, não submergiu como a Atlântida, mas, afundou sob as ondas, devido aos tremores de terra e incêndios subterrâneos, como acontecerá, um dia, com a Grã-Bretanha e a Europa. [Todas as destruições são cíclicas, e sempre oportunizam novas reconstruções mais concertadas e mais harmônicas. O Unimultiverso, permanentemente, é movimento e mudança, e portanto, destruição –› reconstrução.]

 

Os atlantes foram, realmente, a primeira raça puramente humana e terrestre, pois, os seres que os precederam eram mais divinos e etéreos do que humanos e sólidos.

 

As coisas visíveis são apenas sombras e delineamentos de coisas que não podemos ver. [São Gregório de Nazianzo, apud Helena Petrovna Blavatsky.]

 

Tudo o que existe na Terra diz o Senhor [Ormuzd] é a sombra de algo que existe nas Esferas Superiores. Este objeto luminoso [luz, fogo etc.] é a sombra do que é ainda mais brilhante do que ele, e assim por diante, até chegar a mim, que sou a Luz das Luzes. [Desatir (texto místico zoroastriano), apud Helena Petrovna Blavatsky.]

 

Nos livros Cabalísticos, principalmente no Zohar, está patente a idéia de que todas as coisas objetivas existentes na Terra ou neste Universo [ou em qualquer Universo] são sombras da LLuz Eterna ou Divindade.

 

A guerra durará até que o Homem Interior e Divino adapte seu ser terrestre exterior [ego] à sua própria Natureza Espiritual. [Esta sentença também poderia ter sido escrita da seguinte forma: a ignorância, o sofrimento, as dores, as compensações educativas e a morte prevalecerão até que o ser terrestre exterior (ego) se adapte à Natureza Espiritual do Homem Interior e Divino. É exatamente esta inadaptabilidade que gera, por exemplo, as pandemias, como esta PanCOVIDmia que hoje estamos, cármica e coletivamente, atravessando.]

 

O Tempo [que não é tempo] devora sua própria obra inútil. [Devora, aqui, deve ser entendido como transmuta ou reajusta. Na, verdade, no Unimultiverso, não existem, propriamente, inutilidades, e, portanto, nada é inútil. O próprio (chamado) mal não é inútil, e sempre estará presente no Unimultiverso. Há um propósito-plano bem estruturado e concertado para tudo e em tudo, que se desenvolve ciclicamente, e, lentamente, cada 'miralusão' vai se transmutando em adequação e adaptabilidade. Mas, como a Boceta de Pandora contém ilimitadas 'miralusões', a Estrada da Adequação também é ilimitada... E, como ainda somos ignorantes e limitados, nos iludimos, ficcionamos, especulamos, pressupomos, antropomorfizamos e evemerizamos. Seja como for, como dizia Mâ Ananda Moyî (30 de abril de 1896 – 27 de agosto de 1982), tudo é bom. Sempre.]

 

 

Tudo é bom.

 

 

Quais eram as religiões da Terceira e da Quarta Raças-raízes? No sentido comum do termo, nem os lemurianos nem a sua progênie, os Lemurianos-Atlantes, tinham qualquer religião, pois, eles não conheciam quaisquer dogmas nem precisavam acreditar pela fé. [Acreditar pela fé = ZERO.] Tão logo foi aberto ao entendimento o Olho Mental do homem, na Terceira Raça-raiz, ele passou a sentir em si mesmo seu Deus Interior, e cada um compreendia que era um Deus-Homem [ou um Homem-Deus] por natureza, embora, fisicamente, fosse semelhante a um animal. A luta entre o Deus Interior e o ego começou no momento em que os homens provaram o fruto da Árvore da Sabedoria, e aí teve início a contenda entre o espiritual e o psíquico, e entre o psíquico e o físico. Aqueles que dominaram os "princípios inferiores" e obtiveram a subjugação do corpo, se juntaram aos "Filhos da Luz". Aqueles que foram vítimas de suas naturezas inferiores se tornaram escravos da matéria. De "Filhos da Luz e da Sabedoria" se tornaram "Filhos das Trevas". Eles caíram na batalha da vida mortal com a Vida Imortal, e todos aqueles que assim caíram se tornaram a semente das futuras gerações de Atlantes (os primeiros antropomorfistas que adoravam a forma e a matéria, culto que logo se degenerou em pessoal, e que, em seguida, levou ao falicismo, que reina supremo até hoje no simbolismo de todos as religiões exotéricas, em seus rituais, dogmas e formas). Portanto, foi o próprio homem quem dividiu o UM em vários aspectos contrários e contraditórios entre si. E assim, os chamados "Anjos Caídos" são a própria Humanidade. Os demônios do orgulho, da luxúria, da rebelião e do ódio não existiam antes do aparecimento do homem físico consciente na Terra. Foi o próprio homem quem engendrou e criou o demônio e permitiu que ele se desenvolvesse em seu Coração. Foi o homem também quem contaminou o Deus que habita em si mesmo, ligando o Puro Espírito ao impuro demônio da matéria. O ditado Demon est Deus inversus encontra sua corroboração metafísica e teórica na manifestação da natureza dual humana, e sua aplicação prática é encontrada apenas na Humanidade.

 

Três fatos teosóficos: 1º) aparecimento do homem antes de outros mamíferos e antes do período dos grandes répteis; 2º) enchentes periódicas e períodos glaciais são devidos a distúrbios cármicos do eixo terrestre; e 3º) nascimento do homem de um Ser Superior, o que o Materialismo e o Cristianismo dogmático chamariam de Ser Sobrenatural, embora Ele seja apenas super-humano.

 

Na Sétima Raça Raiz, os Grandes Adeptos e os Iniciados Ascéticos se “multiplicarão”, isto é, produzirão novamente filhos imaculados “nascidos da mente”.

 

A relação sexual foi estabelecida na Terra como meio de povoar o mundo.

 

Segredo da Imortalidade na Terra: passar 'ad libitum' [de acordo com a vontade, sem restrições ou limites] de um corpo gasto para outro.

 

Nos tempos antigos, na 4ª Raça-raiz, havia gigantes na Terra (Gigantes Atlantes). Depois, os homens começaram a diminuir de estatura.

 

Sereis como deuses, diz a Serpente do Gênesis a Eva, foi a causa da idolatria universal subseqüente ao "Pecado Original", lançando, assim, a primeira semente do culto às falsas divindades, a idolatria e o culto e a adoração de imagens antropomorfizadas.

 

Foi somente na Quarta Raça-raiz que os homens perderam todo o direito de ser considerados Divinos, pois, apelaram para o culto do corpo, ou seja, para o falicismo. Até então, os homens haviam sido verdadeiramente Deuses, tão Puros e Divinos quanto seus Progenitores.

 

Os Sagrados Mistérios da Antigüidade, entre as massas, se degeneraram em feitiçaria [magia negra] e, mais tarde, tomaram a forma de religiões exotéricas, de idolatria repleta de superstições e de cultos aos homens ou heróis. Apenas alguns homens primitivos nos quais a centelha da Sabedoria Divina sempre ardeu brilhantemente permaneceram como Guardiães Eleitos dos Mistérios revelados à Humanidade pelos Instrutores Divinos. Entre eles, alguns permaneceram em seu estado Kumárico desde o início, e a Tradição e a Doutrina Secreta afirmam que estes indivíduos se tornaram o germe de uma Hierarquia, que nunca morreu desde então.

 

O Espírito da Sabedoria Divina sempre esteve, está agora e sempre estará sobre e no homem.

 

Em sua ambição (Satã) levantou a mão contra o Santuário de Deus dos Céus... deve ser lido: impulsionado pela Lei da Evolução Eterna e do Karma, o Anjo encarnou sobre a Terra no homem; e como Sua Sabedoria e Seu Conhecimento ainda são divinos, embora seu Corpo seja terrestre, ele foi (alegoricamente) acusado de divulgar os Mistérios do Céu. Foi assim que a corrupção da Pureza se tornou uma maldição temporal.

 

O período puramente humano teve início quando chegamos à Quarta Raça-raiz. Aqueles seres, que até então eram semidivinos e que estavam aprisionados em corpos apenas com aparência humana, mudaram fisiologicamente e tomaram para si esposas que eram completamente humanas e bonitas de se ver, mas, nas quais encarnaram seres inferiores e mais materiais. Estes seres de formas
femininas têm, nas tradições judaicas, em Lilith seu protótipo. A todas são atribuídos a arte de "andar pelo ar e uma grande bondade com os mortais, mas, sem mente alguma, possuindo apenas instinto animal".

 

Aqueles heróis do passado das raças pré-históricas, agora lendários, realmente existiram uma vez. [O que está registrado é o que foi visto pelos nossos antepassados, ainda que muitos filósofos renomados tenham sido acusados de exagero, de engano deliberado, de torpeza e de superstição, ao mencionarem estas raças antigas.]

 

Os lemurianos e os atlantes, aqueles "filhos do céu e da terra", ficaram verdadeiramente marcados com o caráter de bruxaria. Eles são acusados de ter cometido o abominável crime de procriar com os chamados "animais".

 

 

Continua...

 

 

Música de fundo:

O Sole Mio
Composição: Giovanni Capurro (letra) & Eduardo di Capua (música)

Fonte:

https://www.8notes.com/scores/23411.asp?ftype=midi

 

Páginas da Internet consultadas:

https://giphy.com

https://physicsforanimators.com

https://icons8.com.br/icon/tsGqagtVj0Ka/red-apple

https://dribbble.com

http://paxprofundis.org/livros/aphpb/aphpb.htm

https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Doutrina_Secreta

 

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