A DOUTRINA SECRETA

(22ª Parte)

 

 

 

Helena Petrovna Blavatsky

Helena Petrovna Blavatsky

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Este estudo, muito longo e meio difícil, se constitui da 22ª parte de alguns fragmentos garimpados nos seis volumes da obra A Doutrina Secreta, de autoria de Helena Petrovna Blavatsky (12 de agosto de 1831 – Londres, 8 de maio de 1891), escrita e concluída no final do século XIX. Volume I: Cosmogênese; volume II: Simbolismo Arcaico Universal; volume III: Antropogênese; volume IV: O Simbolismo Arcaico das Religiões do Mundo e da Ciência; volume V: Ciência, Religião e Filosofia e volume VI: Objeto dos Mistérios e Prática da Filosofia Oculta. A Doutrina Secreta é uma síntese do pensamento científico, metafísico e religioso, contendo um conhecimento esotérico e secreto das religiões de mistérios e dos sábios de antigas civilizações, como Índia, Tibete e China. Os volumes I e II correspondem ao primeiro volume da edição original em inglês, e os volumes III e IV correspondem ao segundo volume da edição original. Os volumes V e VI correspondem ao volume póstumo publicado pela Sociedade Teosófica. Blavatsky alegava que a obra era baseada em documentos muito antigos (as Estâncias de Dzyan – pergaminhos de origem tibetana escritos em uma língua desconhecida pelos filólogos denominada Senzar) e que não era a autora do livro, mas, que este teria sido escrito pelos Mahatmas Djwal Khul, Kut Hu Mi e Morya, utilizando o seu corpo físico, em um processo denominado Tulku, que, segundo a autora, não era um processo mediúnico.

 

A Doutrina Secreta apresenta três proposições fundamentais:

• a existência de um Princípio Onipresente (a Deidade Una, o Absoluto ou a Raiz-Sem-Raiz), eterno, sem limites, imutável e incognoscível, pois, Sua compreensão escapa à capacidade da inteligência humana, permanecendo não-manifestado;

• a eternidade do Uni(multi)verso incriado (e, portanto, a eternidade da matéria), que passa por ciclos de atividade e de inatividade (mânvântáricos e prâlaycos), que se repetem em sucessão sem início nem fim; e

• a identidade de todas as personalidades-alma com a Alma Universal, sendo esta última um aspecto da Raiz Desconhecida.

 

 

 

Fragmentos de A Doutrina Secreta

 

 

 

Helena Petrovna Blavatsky

 

 

 

Pensamento

 

 

 

Em uma remota Antigüidade, o homem foi o produto da Árvore da Vida, desenvolvendo-se em pares andróginos, até que foram separados em uma modificação subseqüente da forma humana.

 

Os Elohim [ALHIM] (Deuses) produziram de si mesmos (por modificação) o homem à sua imagem… Eles o criaram (Humanidade coletiva ou Adão) homem e mulher, ou seja, a Deidade Coletiva os criou [andróginos].

 

---› Adão Solus —› Andróginos Inativos —› Hermafrodita Separador —› Seth-Enos ---›

 

Misticamente, o Mestre Jesus foi considerado homem-mulher.

 

Os Deuses da Humanidade Primitiva eram masculinos e femininos.

 

As diversas Humanidades se desenvolveram, progressiva e coordenadamente, em linhas paralelas com os Quatro Elementos, sendo cada nova raça adaptada fisiologicamente para se ajustar ao Elemento adicional. Nossa Quinta Raça está se aproximando rapidamente do Quinto Elemento o Éter Interestelar que, no entanto, está mais relacionado à nossa parte psicológica do que à física.

 

 

Cérebro

 

 

Durante a Terceira Raça-raiz, exatamente como agora gozam os habitantes de Júpiter, uma eterna primavera reinava em toda a Terra. Todavia, a primavera jupiteriana não é a primavera tal como nós a conhecemos.

 

Os antigos egípcios conheciam e acreditavam na Doutrina Secreta porque lhes era ensinada na Iniciação.

 

Um antigo fragmento hermético diz que as [personalidades]alma, ao receberem o Princípio da Imortalidade (consciente), se tornam espíritos e, depois, passam ao Coro dos Deuses. [Todos nós, in potentia, somos Deuses.]

 

Na peregrinação da Humanidade, a Terra já passou por quatro enormes cataclismos. E, no devido tempo, podemos esperar um quinto.

 

O Dilúvio Terrestre tem uma dupla interpretação. Em um caso, se refere ao mistério de quando a Humanidade foi salva da destruição completa, porque a mulher mortal, no final da Terceira Raça-raiz, havia se tornado o receptáculo da semente humana, e no outro se refere à verdadeira e histórica submersão das últimas penínsulas da Atlântida, quando Vaivasvata, o Grande Sábio da Terra, impediu que a Quinta Raça-raiz fosse destruída junto com os restos da Quarta Raça-raiz.

 

Krishna pertence à Quinta Raça-raiz, e sua morte inaugurou o Kali Yuga.

 

Todos os cataclismos terrestres são periódicos, cíclicos [e necessários, porque, se não fossem, não aconteceriam. Isto não é uma especificidade ou qualidade própria e peculiar da Terra; acontece em todo o Unimultiverso, que se caracteriza, basicamente, por movimento e mudança (transformação). Um exemplo disto é o da Nebulosa Olho de Gato (ou NGC 6543), uma nebulosa planetária, na constelação do Dragão, formada pela morte de uma estrela. Por outro lado, se não houvesse transformação permanente no Unimultiverso, e, particularmente, na Terra, talvez, ainda fôssemos pedras! Por isto, Mâ Ananda Moyî (1896 – 1982) dizia a seus discípulos: Jo Ho jâye. O que acontece é desejado e bom. E eu digo: Benditos cataclismos, que transmutam, para que todos nós possamos ser transmutados e avançar!]

 

 

Terra

(Simbolicamente, mas, nem tanto)

 

 

 

Nebulosa Olho de Gato

 

 

Repetindo: na Terceira Raça Raiz, os seres-humanos-aí-no-mundo eram andróginos.

 

 

Androginia

Androginia
(Rosarium Philosophorum)

 

 

De Manu toda a criação – Deuses, Asuras e o homem devem ser produzidos. Por Ele, o mundo deve ser criado, o que se move e o que não se move.

 

Segunda Raça-raiz —› Nascidos do Suor.

 

Não há pretensão mais ridícula do que a suposição teológica infundamentada de que a Humanidade deste Planeta seja a única em todo o Kosmos, que vive em um globo e que seja, portanto, a melhor de sua espécie. [De passagem: de maneira geral, todas as pretensões/suposições teológicas são ridículas. Apenas um exemplo: haverá coisa mais ridícula do que o pecado original? O Kosmos é vida.]

 

O ser-humano-aí-no-mundo não foi criado milagrosamente a partir do pó da Terra (literalmente) nem derivou de algum ancestral antropóide desconhecido. Estas coisas são crenças inaceitáveis, pois, não explicam a evolução da forma. Na realidade, a Humanidade Primitiva, originariamente, possuía uma forma etérea, uma enorme forma filamentosa de aparência gelatinosa, desenvolvida por Deuses ou Forças Naturais, que, muito + muito lentamente, evoluiu e se condensou ao longo de milhões + milhões de séculos, seu impulso físico e tendência se tornando gigantescos, até se tornar a enorme forma física do Homem da Quarta Raça-raiz. Seja como for, para compreendermos o que quer que seja, devemos proceder como Pitágoras (cerca de 570 a.C. cerca de 495 a.C.) e Platão (428/427 a.C 348/347 a.C.), que tomaram como ponto de partida o universal, e daí, para baixo (método dedutivo). Em a Natureza, a analogia é a lei diretora o único e verdadeiro Fio de Ariadne que poderá nos conduzir pelos caminhos inextricáveis de seus domínios, desde os mistérios primordiais até os últimos.

 

A ciência, um dia, será forçada a reconhecer que o homem não foi o último membro da família dos mamíferos, mas, o primeiro nesta Ronda.

 

Foi o curso em espiral da Lei Cíclica que arrastou a Humanidade para o grau mais baixo de evolução física o plano da causalidade material grosseiro.

 

 

Lei CíclicaPlano da Causalidade Material

 

 

O que é mais absurdo e mais estúpido: o ateísmo, fundado no materialismo mortal, ou as concepções antropomórficas dos monoteístas? [Para mim, nesta matéria, não há mesmo nada pior do que uma concepção antropomórfica da Divindade, porque o ateísmo acaba aproximando o ser-humano-aí-no-mundo do Deus do seu Coração, e uma concepção antropomórfica da Divindade não aproxima o ser-humano-aí-no-mundo de nada. Se admitirmos a existência de uma Divindade Absoluta não-condicionada e não-relacionada, Ela não pode ser considerada, ao mesmo tempo, como sendo um Deus Vivo, Ativo e Criador, pois, isto degradaria imediatamente o ideal de Divindade Absoluta. Resumindo tudo isto: se existir uma Divindade Absoluta, Ela não pode intervir diretamente na criação.]

 

A Gênese Universal começa em Um, se divide em Três, depois em Cinco e, finalmente, culmina em Sete, para retornar a Quatro, Três e Um.

 

1 —› 3 —› 5 —› 7 —› 4 —› 3 —› 1

 

O nosso Quinto Princípio Manas só estará relativamente desenvolvido na próxima Ronda, e terá a oportunidade de se tornar totalmente Divino até o final das Rondas. [Por isto, tanto tenho dito que, in potentia, nós todos somos Deuses ou, em outras palavras: todos nós, de fato, somos Deuses, só que não sabemos que somos Deuses. Por isto, quando nos suicidamos ou matamos um outro ser humano não estamos sendo menos do que deicidas.]

 

 

DeicidaDeicida

Deicidas

 

 

Fogo Negro LLuz Absoluta Sabedoria.

 

A Filosofia Esotérica não admite nem o bem nem o mal 'per se', intrinsecamente, existindo independentemente em a Natureza. A causa de ambos é encontrada, no que diz respeito ao Kosmos, na necessidade de opostos ou de contrastes, e, com respeito ao homem, em sua natureza humana, em sua ignorância e em suas paixões, [desejos e cobiças]. Não existem demônios ou seres absolutamente depravados, como não existem Anjos absolutamente perfeitos, embora possa haver Espíritos de Luz e espíritos de trevas. Assim, Lúcifer (o Espírito da Iluminação Intelectual e da Liberdade de Pensamento) é, metaforicamente, a tocha condutora que ajuda o homem a encontrar seu caminho através dos recifes e dos bancos de areia da Vida, pois, Lúcifer é o Logos em seu aspecto mais elevado, e o "adversário" em seu aspecto inferior, ambos se refletindo em nosso ego.

 

Brahmâ não é Aquele que cria as coisas e os homens nesta Terra, mas, o Cabeça e Senhor dos Prajâpatis os Senhores do Ser e da criação terrestre.

 

Uma elevada inteligência e muito conhecimento são uma espada de dois gumes na vida e instrumentos tanto para o bem quanto para o mal. Se combinados com o egoísmo, fazem de toda a Humanidade um pedestal para a elevação de quem os possui e um meio para a realização dos seus desejos. Se aplicados para fins altruístas e humanitários, eles se tornam o meio de salvação para muitos. Seja como for, a inexistência de consciência e a falta de inteligência tornam o ser-humano-aí-no-mundo um idiota, um bruto em forma humana.

 

Primeira Raça-raiz = Nascidos Por Si Mesmos.
S
egunda Raça-raiz = Sem Ossos.
Terceira Raça-raiz = Andróginos.

 

É necessário que todos nós passemos pelas experiências humanas terrenas para nos tornarmos de fato sábios e sermos capazes de marchar através do ciclo ascendente de retorno.

 

 

Ente

 

 

As mônadas não são princípios discretos, limitados ou condicionados, mas, raios do Princípio Universal Absoluto. [Por isto tanto tenho dito que somos Deuses Inconscientes – in potentia.] Seja como for, cada um de nós só se tornará um Ser Setenário Perfeito na Sétima Raça-raiz da Sétima Ronda.

 

 

 

Continua...

 

 

Música de fundo:

O Sole Mio
Composição: Giovanni Capurro (letra) & Eduardo di Capua (música)

Fonte:

https://www.8notes.com/scores/23411.asp?ftype=midi

 

Páginas da Internet consultadas:

https://www.gamedevmarket.net/

https://gifer.com/en/MVQy

https://www.arsgravis.com/discurso-visual-el-androgino/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Nebulosa_Olho_de_gato

http://galeriacores.blogspot.com

http://paxprofundis.org/livros/aphpb/aphpb.htm

https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Doutrina_Secreta

 

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