A DOUTRINA SECRETA

(15ª Parte)

 

 

 

Helena Petrovna Blavatsky

Helena Petrovna Blavatsky

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Este estudo, muito longo e meio difícil, se constitui da 15ª parte de alguns fragmentos garimpados nos seis volumes da obra A Doutrina Secreta, de autoria de Helena Petrovna Blavatsky (12 de agosto de 1831 – Londres, 8 de maio de 1891), escrita e concluída no final do século XIX. Volume I: Cosmogênese; volume II: Simbolismo Arcaico Universal; volume III: Antropogênese; volume IV: O Simbolismo Arcaico das Religiões do Mundo e da Ciência; volume V: Ciência, Religião e Filosofia e volume VI: Objeto dos Mistérios e Prática da Filosofia Oculta. A Doutrina Secreta é uma síntese do pensamento científico, metafísico e religioso, contendo um conhecimento esotérico e secreto das religiões de mistérios e dos sábios de antigas civilizações, como Índia, Tibete e China. Os volumes I e II correspondem ao primeiro volume da edição original em inglês, e os volumes III e IV correspondem ao segundo volume da edição original. Os volumes V e VI correspondem ao volume póstumo publicado pela Sociedade Teosófica. Blavatsky alegava que a obra era baseada em documentos muito antigos (as Estâncias de Dzyan – pergaminhos de origem tibetana escritos em uma língua desconhecida pelos filólogos denominada Senzar) e que não era a autora do livro, mas, que este teria sido escrito pelos Mahatmas Djwal Khul, Kut Hu Mi e Morya, utilizando o seu corpo físico, em um processo denominado Tulku, que, segundo a autora, não era um processo mediúnico.

 

A Doutrina Secreta apresenta três proposições fundamentais:

• a existência de um Princípio Onipresente (a Deidade Una, o Absoluto ou a Raiz-Sem-Raiz), eterno, sem limites, imutável e incognoscível, pois, Sua compreensão escapa à capacidade da inteligência humana, permanecendo não-manifestado;

• a eternidade do Uni(multi)verso incriado (e, portanto, a eternidade da matéria), que passa por ciclos de atividade e de inatividade (mânvântáricos e prâlaycos), que se repetem em sucessão sem início nem fim; e

• a identidade de todas as personalidades-alma com a Alma Universal, sendo esta última um aspecto da Raiz Desconhecida.

 

 

 

Fragmentos de A Doutrina Secreta

 

 

 

Helena Petrovna Blavatsky

 

 

 

Pensamento

 

 

 

Cada Elemento é dual em natureza.

 

Aquele que for o primeiro a aparecer na Renovação será o último a vir antes da Reabsorção (Prâlâya).

 

É um absurdo ver em Budh (o Illuminado, o Desperto, a Sabedoria, a Illuminação, o Novo Despertar) um símbolo fálico. [Aliás, o que mais os especialistas costumavam e costumam ver são símbolos fálicos onde não existe qualquer tipo de falicismo. Um simples exemplo disto é o Shiva Linga ou Lingam, que mais parece uma usina nuclear contemporânea do que outra coisa.]

 

 

Shiva Linga

Shiva Linga

 

 

Usina Nuclear

Usina Nuclear

 

 

Com o intuito de que a expressão de alguns Mistérios nunca fosse totalmente compreendida pelo profano, os antigos, sabendo que nada poderia ser preservado na memória humana sem algum símbolo externo, escolheram as imagens, que muitas vezes parecem ridículas, para lembrar o ser-humano-aí-no-mundo sua origem e sua natureza interna.

 

 

Alguns Símbolos Antigos

Alguns Símbolos Antigos

 

 

Jamais poderá haver conflito possível entre os ensinamentos da Ciência Oculta e os da chamada Ciência Exata, quando as conclusões desta última estiverem embasadas em fatos irrefutáveis, [o que não são, por exemplo, os casos do Darwinismo, da Economia de Mercado e do Big Bang]. Os ocultistas somente reivindicam o direito de discutir e de examinar as teorias científicas quando seus mais ardentes defensores, indo além dos limites dos fenômenos observados, para penetrar nos arcanos do Ser, tentam arrancar do Espírito a formação do Kosmos e de suas Forças Vivas, e atribuir tudo à matéria cega. Seja como for, o fato indiscutível é que, para sondar os segredos mais ocultos da Natureza, o cientista precisa ir além dos estreitos limites dos sentidos, e transportar sua consciência para a região dos Númenos e para a esfera das Causas Primeiras.

 

 

Ciência

 

 

Esotericamente interpretada, a frase alegórica Fiat Lux significa: Sejam os Filhos da Luz ou o Númeno de todos os fenômenos.

 

A luz, o calor, o magnetismo, a eletricidade, a gravidade etc. não são as causas finais dos fenômenos visíveis, incluindo o movimento planetário, mas, os efeitos secundários de outra Causa.

 

O Átomo é o objeto mais metafísico da criação.

 

O autor da Natureza é a própria Natureza.

 

No passado, os grandes Alquimistas, como Paracelso, admitiam uma grande diferença entre um fenômeno e sua causa ou Númeno.

 

Fohat = Inteligência que anima e dirige o Fluido Elétrico e Vital Universal.

 

Todos os ocultistas vêem na manifestação de cada força em a Natureza a ação da qualidade ou característica especial de seu Númeno, que é uma Individualidade separada e inteligente do outro lado do Universo mecânico manifestado.

 

 

 

 

Os Ocultistas negam o Deus antropomórfico dos monoteístas, mas, nunca o Princípio Divino na Natureza.

 

O mistério da rotação é o Leito de Procusto1 da ciência física.

 

Se houver algo como progresso na Terra, a Ciência, um dia, terá que renunciar, 'nolens volens', a idéias tão monstruosas como as de suas leis físicas autogovernadas, desprovidas de Alma e de Espírito, e, então, terá que se voltar para as Doutrinas Ocultas. O fato inconteste é que todos os conceitos que surgem na ciência contemporânea derivam de noções antigas, todas baseadas em Idéias Arcaicas.

 

O erro mais crasso e a falsidade mais importante e fatal que a ciência cometeu, na opinião dos ocultistas, reside na idéia da possibilidade de que exista algo em a Natureza que seja matéria morta ou inorgânica. Ora, existe algo sob o Sol que permaneça imutável ou constante? Um bloco de madeira ou de pedra é imóvel e impenetrável para todos os objetos e propósitos. Entretanto, e de fato, suas partículas estão em uma vibração eterna incessante, que é tão rápida para que o nosso olho físico perceba, parecendo não possuírem movimento algum; e a distância entre estas partículas em movimento vibratório é – considerada de outro plano de existência e de percepção – tão grande quanto aquela que separa os flocos de neve ou as gotas de chuva.

 

Em termos metafísicos, Substância não é matéria. A Substância-Força é o Éter positivo fenomenal sempre ativo, ou seja, Prakrit. Já o Æther onipresente é o Númeno da Substância-Força a base de tudo ou Âkâsha.

 

Segundo o Ocultismo, o Æther é a Fonte e a Causa de todas as forças coesivas químicas, térmicas, elétricas e magnéticas.

 

O Æther, no Esoterismo, é a própria Quintessência de toda energia possível, e é, certamente, a este Agente Universal (composto de muitos agentes) que se devem todas as manifestações de energia nos mundos material, psíquico e espiritual.

 

Um dos maiores erros que podemos cometer é confundir efeito com causa e causa com efeito. [O exemplo mais marcante da contemporaneidade é: causas –› desejos + cobiças + paixões + egoísmos + malfeitos + intolerâncias + tiranias + despotismos + preconceitos + crueldades + violências + separatividades + mais-valia + escravizações + corrupção + poluição ambiental + desrespeito às Hierarquias Inferiores + injustiças + vantagismos + ... = efeito educativo –› karma- coletiva-PanCOVIDmia.]

 

Segundo Newton, a inércia é uma força, e, para o estudante das Ciências Esotéricas, é a maior das forças ocultas.

 

Conceber um corpo divorciado de suas relações com outros corpos é uma ilusão. [Tudo está associado. Tudo está interconectado. Tudo está unificado.]

 

Os Antigos Iniciados nunca reconheceram nenhuma 'criação milagrosa', mas, sim, ensinavam a evolução dos átomos em nosso plano físico.

 

Antes do início da Evolução, a homogeneidade era absoluta, pois, a matéria existe em duas condições: 1ª) na condição Sûkshma ou latente e indiferenciada; e 2ª) na condição de Sthûla ou diferenciada.

 

Cada partícula ou átomo de Prakriti contém Jiva (Vida Divina).

 

O pensamento antigo estava empapado de Ocultismo Arcaico.

 

Os fluidos ou emanações do Sol, regidos e regulados por leis imutáveis, imprimem todos os movimentos e despertam toda a vida no Sistema Solar.

 

 

Movimento

(Simbolicamente)

 

 

Continua...

 

 

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Nota:

1. Darly Viganó explica: Um dos mais emblemáticos personagens da Mitologia Grega é Procusto, impiedoso bandido que possuía uma cama de ferro de seu exato tamanho. Divertia-se obrigando os viajantes que capturava a se deitarem nessa tal cama; se maiores, cortava-lhes as pernas, se menores, esticava-os até caberem exatamente no leito. Em outras palavras, matava-os qualquer que fosse sua altura, até que o herói Teseu logrou prendê-lo, aplicando contra ele o mesmo suplício: cortou-lhe a cabeça e os pés. A idéia subjacente ao Mito de Procusto, conforme admite a maioria dos estudiosos, é a da intolerância, razão pela qual eliminava maldosamente todos os que não fossem de seu tamanho. Há, igualmente, quem veja, no aludido Mito, uma metáfora de crítica às tentativas de imposição de comportamentos prévios em todas as áreas do conhecimento humano. Com efeito, só para citar um exemplo, não se estigmatiza com o apodo de 'herege', cujo sentido é inegavelmente negativo, qualquer pessoa que negue algum dogma religioso? Bem, quanto a isto, na contemporeneidade, eu sou um dos maiores hereges que anda por aí.

 

Música de fundo:

O Sole Mio
Composição: Giovanni Capurro (letra) & Eduardo di Capua (música)

Fonte:

https://www.8notes.com/scores/23411.asp?ftype=midi

 

Páginas da Internet consultadas:

https://www.iconsdb.com/

https://www.picgifs.com/graphics/walking

https://www.apmp.com.br/wp-content/
uploads/2018/03/LEITO-DE-PROCUSTO.pdf

https://gfycat.com/

https://www.featurepics.com/

https://pt.depositphotos.com/

https://pt.depositphotos.com/

http://www.energyenhancement.org/

http://paxprofundis.org/livros/aphpb/aphpb.htm

https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Doutrina_Secreta

 

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