Drosophila melanogaster

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

Outro dia, meio sem querer,

eu matei uma drosófila.1

Doeu muito no meu imo ser;

reclamou minh'alma zoófila.

 

 

Não há dois no Todo-um,

Não há quem não dê pum:

drosófila, rei, papa ou ladrão.

 

 

E assim, cometi assassinato;

mas me arrependo muitérrimo.

Sei que vice-versarei por este ato

– abobado multiplicado por érrimo!

 

 

 

 

 

 

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Nota:

1. A Drosophila melanogaster é um inseto díptero, isto é, com dois pares de asas. Durante muito tempo as drosófilas foram conhecidas como mosquinhas-das-frutas, entretanto esta nomenclatura já não é mais utilizada por se referir mais apropriadamente às moscas da família Tephritidæ – que causam prejuízo aos fruticultores. As drosófilas se alimentam de leveduras em frutos já caídos em início de decomposição, e, assim, não causam prejuízo. Esta espécie é um dos animais mais utilizados em experiências genéticas, sendo um dos mais importantes organismos modelos em Biologia, pois, ao longo da história da ciência, se tornou uma ferramenta de estudo importante (ainda que eu não concorde com isto). É utilizada em inúmeros estudos genéticos por apresentar cromossomos gigantes, formados por várias multiplicações dos filamentos da eucromatina (porção dos cromossomos que se cora fracamente e permanece descondensada e geneticamente ativa, exceto durante a divisão celular), facilitando sua observação ao microscópio. A Drosophila possui estruturas chamadas pufes, que são prolongamentos da eucromatina que permitem um maior contato da mesma com o hialoplasma nuclear, ativando uma área maior do ADN. Possui 1000 olhos.

 

 

Nota editada da fonte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Drosophila_melanogaster

 

Fundo musical:

Swinging on a Star
Música: Jimmy Van Heusen
Letra: Johnny Burke

Fonte:

http://www.busyhands.co.za/midis_frank_sinatra.htm