DRAUZIO VARELLA
(Ensinamentos)

 

 

 

Dr. Drauzio Varella

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

 

Dr. Drauzio Varella

 

 

 

Este estudo teve por objetivo apresentar um pequena coleção de ensinamentos do médico oncologista, cientista e escritor brasileiro Antônio Drauzio Varella.

 

 

 

Breve Biografia

 

 

 

Dr. Drauzio Varella

 

 

 

Antônio Drauzio Varella (nascido em São Paulo em 3 de maio de 1943) é um médico oncologista, cientista e escritor brasileiro. Formado pela Universidade de São Paulo (USP), na qual foi aprovado em 2° lugar, é conhecido por popularizar a informação médica no Brasil, através de aparições em programas de rádio, TV e pela Internet, com um site e canal no Youtube. Foi também um dos fundadores da Universidade Paulista e da Rede Objetivo, onde lecionou Física e Química durante muitos anos. Drauzio também é um crítico da Medicina Alternativa (coisa com a qual não concordo).

 

 

 

Ensinamentos Drauzianos

 

 

 

Dr. Drauzio Varella (Oba!)

 

 

 

O [Corona]vírus vai chegar aqui e muitos brasileiros serão infectados. E aí você vai me perguntar: você vai continuar andando na rua? Claro, claro que vou. Não acho que se justifique qualquer mudança nos hábitos. De cada cem pessoas que pegarem o vírus, oitenta, noventa pessoas terão um resfriadinho de nada.

 

 

 

 

A perda da liberdade e a restrição do espaço físico, ao contrário do que muitos pensam, não conduzem à barbárie. Em cativeiro, os homens, como os demais primatas (orangotangos, gorilas, chimpanzés e bonobos), criam novas regras de comportamento, com o objetivo de preservar a integridade do grupo. Este processo adaptativo é regido por um código penal não escrito, como na tradição anglo-saxônica, cujas leis são aplicadas com extremo rigor.

 

A Igreja considera que o espermatozóide entra no óvulo dentro do tubo de ensaio, e a partir daí começou uma vida. Então, a masturbação masculina é um genocídio.

 

Se não quiser adoecer, fale de seus sentimentos. Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como gastrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna. Com o tempo, a repressão dos sentimentos degenera até em câncer. Então, vamos desabafar, confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos segredos, nossos pecados. O diálogo, a fala, a palavra, é um poderoso remédio e excelente terapia.

 

Se não quiser adoecer, tome decisão. A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. A história humana é feita de decisões. Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder vantagens e valores para poder ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.

 

Se não quiser adoecer, busque soluções. Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os seus problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor é acender o fósforo do que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas, produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa, que se transforma em doença.

 

Se não quiser adoecer, não viva de aparências. Quem esconde a realidade finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem, quer se mostrar perfeito, bonzinho etc., está acumulando toneladas de peso... uma estátua de bronze, mas, com pés de barro. Nada é pior para a saúde do que viver de aparências e de fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor.

 

 

 

 

Se não quiser adoecer, aceite-se. A rejeição de si próprio e a ausência de auto-estima fazem com que sejamos algozes de nós mesmos. Sermos nós mesmos é o núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.

 

Se não quiser adoecer, confie. Quem não confia, não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança, não há relacionamento. A desconfiança é falta de fé em si, nos outros e em Deus – [no nosso Deus Interior].

 

Se não quiser adoecer, não viva (sempre) triste. O bom humor, a risada, o lazer e a alegria recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. O bom humor nos salva das mãos do doutor. Alegria é saúde e terapia.

 

 

Triângulo da Boa Saúde

 

A gente tem um nível de exigência absurdo em relação à vida, e queremos que absolutamente tudo dê certo, e, às vezes, por aborrecimentos mínimos, somos capazes de passar um dia inteiro de cara amarrada.

 

 

 

 

O que não falta neste mundo é gente que se acha o último biscoito do pacote. Que audácia contrariá-los!

 

Não é função do Estado proteger o cidadão do mal que causa a si mesmo, mas, é dever do Estado defendê-lo do que possam fazer contra ele.

 

Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com outra pessoa; à vontade para concordar com ela e discordar dela, para ter sexo sem não-me-toques ou para cair no sono logo após o jantar, pregado.

 

Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de mãos dadas, para ter alguém que instale o som novo enquanto você prepara uma omelete, para ter alguém com quem viajar para um país distante, para ter alguém com quem ficar em silêncio sem que nenhum dos dois se incomode com isso.

 

Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se produzir, e, quase sempre, estimular você a ser do jeito que é, de cara lavada e bonita a seu modo.

 

Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas suas inquietações, para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem demais, mesmo em casa, principalmente em casa.

 

Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num momento de aperto, e cobrir as dores um do outro num momento de melancolia, e cobrir o corpo um do outro quando o cobertor cair.

 

Uma relação tem que servir para um acompanhar o outro no médico, para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa de vinho e para o outro abrir o jogo, e para os dois se abrirem para o mundo, cientes de que o mundo não se resume aos dois.

 

Não sou religioso. Respeito todas as crenças, mas, os religiosos não têm nenhum respeito pelas pessoas sem fé. [Acho que não é bem sem fé. Uma pessoa pode não ser religiosa, como eu, e ter fé ou confiança em um monte de coisas. Confiança em si mesmo. Confiança no Deus de nossos Corações. Confiança no outro. Confiança na Humanidade. Confiança na Vida Eterna. Confiança na Justiça Cósmica. Confiança na LLuz Eterna. Confiança de que nunca a confiança será perdida.]

 

Não há descrição de civilização alguma, de qualquer época, que não faça referência a mulheres e a homens homossexuais. Apesar de tal constatação, esse comportamento ainda é chamado de antinatural. Que diferença faz para você e para a sua vida pessoal, se o seu vizinho dorme com outro homem, se a sua vizinha é apaixonada pela secretária de escritório? Se faz diferença, procura um psiquiatra. Você não está legal.

 

O papel da Igreja nessa história da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida foi criminoso.

 

 

 

 

A vida moderna se transformou numa engrenagem impiedosa que nos afasta dos valores essenciais à condição humana.

 

A saúde como direito de todos e dever do Estado é uma demagogia, e ainda tira a responsabilidade dos cidadãos sobre o próprio bem-estar: se Estado é quem cuida, não sou eu.

 

Toda vez que o médico pede um exame ou o paciente o pressiona para isso, há um gasto que, no fim das contas, vai pesar no bolso da sociedade inteira.

 

Quando você ouvir alguém dizendo que pula da cama louco de disposição para fazer exercício, pode ter certeza: é mentira.

 

Em 30 anos de cancerologia, perdi a conta de quantos vi morrer porque fumavam.

 

 

 

 

Se você está à espera de disposição para sair da vagabundagem, esqueça: ela não virá.

 

Diante da picanha com fritas e do prato de salada, nossos genes babam pela carne e desprezam o resto. Depois, nos empurram com força para o sofá macio, que ninguém é de ferro!

 

Se os homens parissem, o aborto seria legalizado há muito tempo e no mundo todo.

 

O corpo humano é uma máquina desenhada para o movimento. [O Unimultiverso inteiro está em movimento.]

 

É tão difícil abandonar a vida sedentária, porque malbaratar energia vai contra a natureza humana. Os planos para andar, correr ou ir à academia naufragam no dia seguinte sob o peso dos seis milhões de anos de evolução, que desaba sobre nossos ombros.

 

Homofobia é coisa de imbecil.

 

 

 

 

A questão da discriminação racial é uma estupidez. Somos todos idênticos uns aos outros. A diferença entre brancos e negros é só a concentração de melanina na pele.

 

 

Melanina
(Por causa desta moleculinha de merda,
zilhões de vidas negras foram ceifadas!)

 

 

Todos nós somos descendentes de negros.

 

 

 

 

Se friagem fizesse mal, não haveria suecos, noruegueses, canadenses, esquimós e outros povos que vivem em lugares gelados.

 

Em um mundo cada vez mais dominado pela tecnologia, o ensino de ciências deve começar na pré-escola.

 

Os pastores de almas que se opõem ao casamento entre homossexuais têm o direito de recomendar a seus rebanhos que não o façam, mas, não podem ser nazistas a ponto de pretender impor sua vontade aos mais esclarecidos.

 

No mundo atual, está se investindo cinco vezes mais em remédios para virilidade masculina e silicone para mulheres do que na cura do Mal de Alzheimer. Daqui a alguns anos, teremos velhas de seios grandes e velhos de pinto duro, mas, que não se lembrarão para que servem.

 

 

 

 

Negar direitos a casais do mesmo sexo é imposição que vai contra princípios elementares de justiça.

 

Esses movimentos contra as vacinas têm de ser processados legalmente. Você não pode deixar que falem como se fossem autoridades. É como induzir a população ao suicídio.

 

Acho que o sofrimento é uma pressão para o aprendizado. Todos nós vamos perder amigos, muitos vão perder pessoas da família, e esta Pandemia vai nos ensinar que não é possível viver como nós vivíamos até aqui.

 

Eu acho que, nesta Pandemia, nós vamos ter um número muito grande de mortes, vamos ter um impacto enorme na Economia, pois, a duração será prolongada. Agora é que nós vamos pagar o preço por essa desigualdade social com a qual nós convivemos por décadas e décadas, aceitando como uma coisa praticamente natural. Agora vem a conta a pagar. Porque é a primeira vez que nós vamos ter a Pandemia se disseminando em larga escala em um país de dimensões continentais e com tanta desigualdade.

 

A principal peculiaridade brasileira é a imensa desigualdade social, que impõe condições de vidas muito distintas para ricos e pobres, limitando o acesso de grande parte da população às práticas que previnem o contágio, como lavar as mãos, comprar álcool gel e praticar o isolamento social.

 

Todas as vacinas protegem você contra uma doença grave, todas impedem que você vá parar em uma UTI. Já imaginou se cada um ficar escolhendo as suas vacinas, a confusão que vão ficar os postos de vacinação? Nós vamos atrasar mais a vacinação, que já caminha em passo de tartaruga no Brasil. Posto de vacinação não é restaurante self-service.

 

Essa Pandemia vai passar. Se cada um fizer a sua parte, vai passar mais depressa. Egoísmo, nesta hora, não vai dar certo.

 

Eu acho que o Presidente Bolsonaro é o principal responsável pela disseminação da Pandemia no Brasil, mas não é o único. Há muita gente responsável, inclusive esses meninos de classe média que se metem nos bares, que organizam festas clandestinas e outras autoridades que também negaram as medidas de proteção da sociedade. Mas ele é o maior responsável por uma razão muito simples: é o Presidente da República, autoridade máxima do País, que detém o controle do Ministério da Saúde. Quem é que tinha que coordenar todo o esforço de combate à Pandemia? Era o Ministério da Saúde. Quem nomeou os ministros da Saúde? Foi ele. Então, ele é o maior responsável, não há como fugir dessa responsabilidade.

 

Quando veio esta Pandemia de COVID-19, o Ministério da Saúde estava completamente degradado. Não porque não tenha gente boa. Os quadros do Ministério da Saúde do Brasil sempre foram gente preparada e competente. Mas, as alterações que o Ministério sofreu para colocar lá militares que eu não tenho nada contra, lógico, mas, são pessoas que não tinham nenhum preparo na área da saúde deu no que deu. E tivemos um Presidente da República que, pessoalmente, adotou medidas para dar exemplos do que nós deveríamos fazer se quiséssemos disseminar a Pandemia mais depressa: sair por aí sem máscara, provocando aglomerações. Também houve o erro crasso de não pensar nas vacinas quando elas estavam disponíveis. Qualquer pessoa diria, ‘bom, os Estados Unidos, a Europa, a Ásia estão indo atrás, nós temos que ir atrás também’. Era arriscado, claro, mas, a troco de quê os países estavam investindo bilhões de dólares na compra de vacinas? São idiotas? Eles estavam a fim de jogar dinheiro fora? Quando todos os países estavam correndo em busca das vacinas, não havia por que o Brasil não fazer o mesmo, né? E nós falhamos. Por sorte nossa, nós tínhamos o Instituto Butantan, em São Paulo, e a FIOCRUZ, no Rio de Janeiro, que se empenharam para a obtenção da vacina. Mas, isso foi uma iniciativa dos dois Institutos, não foi uma iniciativa do Governo Federal, que disse, ‘olha, vamos organizar, vamos ver se nós dispomos da tecnologia, vamos apoiar o Butantã’. Ao contrário, o Presidente, pessoalmente, declarou guerra ao Butantã, dizendo que era uma vacina chinesa, que o Ministério da Saúde não ia comprar. São coisas completamente sem sentido.

 

Como é que um médico sai defendendo uma droga inútil [Cloroquina e Ivermectina, por exemplo], com nenhuma eficácia demonstrada, para que continue sendo receitada? A Medicina não pode ser assim A Medicina tem que ser baseada nas evidências científicas. Isso é o que diferencia a Medicina atual daquela que era praticada há 100 anos, quando os médicos faziam sangria e aplicavam sanguessugas. Isso foi feito durante milênios, quando a Medicina não era baseada nas evidências.  O que mudou da metade do século passado para agora foi a necessidade de você comprovar que determinado tratamento tem ação contra uma doença. Todos os estudos que foram feitos até aqui não permitiram identificar uma única droga com a ação contra o Novo Coronavírus. Quem não gostaria de ter uma droga barata, com toxicidade conhecida, que pudesse ser administrada nas fases iniciais da doença e que impedisse que a doença se tornasse grave ou que curasse a doença? Por que nós somos contra? Porque não há nenhuma evidência. Não é que não há evidências de que a droga seja útil. As evidências todas são de que elas são inúteis. E que ainda podem acrescentar efeitos colaterais [graves e até morte].

 

Eu só consigo ver duas razões que levam tantos médicos a aderir a esses tratamentos que não funcionam. A primeira é a ignorância e a segunda é uma decisão política. 

 

O médico tem que se basear na melhor informação científica disponível para adaptá-la para um determinado paciente.

 

As mortes por Coronavírus contam a história da Pandemia no passado, não no presente.

 

Nós vamos ter que aprender a conviver com oCoronavírus. Ele vai continuar sendo transmitido enquanto nós não vacinarmos todos os brasileiros, até as crianças. E mesmo assim, conseguir 100% de cobertura vacinal da população inteira é muito complicado. Mesmo para o Brasil, que tem um dos melhores programas de imunização do mundo, mesmo a gente contando com essa infraestrutura de 38 mil salas de vacinação espalhadas pelo País, não será fácil a gente vacinar um número suficiente de brasileiros para fazer o vírus desaparecer. 

 

Aqui, no Brasil, nós temos muita dificuldade de combater o Coronavírus, porque temos um cinturão de pobreza e de miséria nas periferias das cidades brasileiras que não permite que as pessoas que não têm recursos sobrevivam sem sair pra rua para trabalhar todos os dias. O cara que vende objetos nas ruas, o que vende sanduíche, o que vende cafezinho, como é que essas pessoas vão sobreviver? Eles saem, ganham aquele dinheirinho, correm pro supermercado, e chegam em casa com a compra do dia seguinte. Eles não têm poupança, aplicação em CDB, para poder escapar da fome. E agora nós estamos vendo como é grande essa população [invisível] de brasileiros que não dispõe de recurso nenhum. Esta é a população que tem mais chance de se infectar.

 

Nós partimos de um erro, que eu espero que nunca mais seja cometido em nenhuma nova epidemia no país, que é o conceito do grupo de risco. Quem é o grupo de risco? Quem tem mais de 60 anos, pressão alta, diabetes, obesidade. Aí o cara tem 35 anos, vai à academia três vezes por semana, não tem pressão alta nem diabetes, não tem nada disso. Ele acha que está tudo bem com ele. E olha o que está acontecendo agora: nas UTIs brasileiras, mais da metade são jovens com menos de 40 anos. Por quê? Porque acreditaram nessa história dos grupos de risco.  Espero que nunca mais seja feito isto no Brasil. Não temos grupos de risco; nós temos comportamentos de risco. E aí, infelizmente, isso irmana aqueles que saem pra trabalhar, porque não têm alternativa, e os outros que saem pra passear, para fazer festas em ambientes fechados.

 

O que foi feito de errado no Brasil, já foi feito. Daqui pra frente, como nós temos que pensar? Bom, nós vamos conviver com esse Coronavírus por muito tempo. Então, nós temos que ensinar as criancinhas, os jovenzinhos, a usar máscara o tempo todo. A máscara tem que fazer parte do nosso vestuário, assim como eu não saio de casa sem camisa, nós não podemos mais sair sem máscara. A ciência é que tem que dizer para população o que pode e o que não pode ser feito. 

 

Lckdown por decreto não funciona. Eu não vejo condição prática de nós fazermos isso no Brasil. Você pode fazer uma redução e conseguir um certo grau de lockdown num estado, uma certa diminuição da mobilidade da população. Começa a reduzir o número de casos na UTI, começa a haver uma certa folga de leitos para evitar o colapso integral, abre um pouco e aí aumenta o número de casos. Nós vamos levar isso por cada vez mais tempo, porque a gente não consegue manter o distanciamento social. 

 

Eu acho que, neste momento, nós temos que investir pesadamente na máscara. Máscara custa barato. Colocar máscara em todos os lugares, distribuir para a população, orientar como se usa, propagandas na televisão, no rádio, lideranças da sociedade toda insistindo no uso da máscara, porque isso tem um impacto. E eu acho que é um fim atingível. Você pode convencer a população de que vai ter que usar máscara ainda por muitos meses.

 

 

 

 

Nós temos que investir na ciência, que é a única forma de você lidar com problemas como o desta Pandemaia.

 

Com argumentos você consegue convencer pessoas que são racionais. As pessoas que se negam a enxergar, que tomam uma atitude irracional, não é com argumentos que você vai convencê-los, é com medidas coercitivas.

 

Eu tenho um desprezo tão profundo por essa gente que espalha desinformação. Gente desclassificada é o pior tipo de brasileiro que pode existir. É uma coisa tão baixa. E é destinada a fazer o quê? A confundir a população. A justificar os absurdos que o Presidente da República fala até agora. Passou um ano inteiro confundindo a população. Dando exemplo pessoal de como facilitar a disseminação do vírus. Isto é um crime que não pode ficar sem punição, eu acho. Nem sei qual a punição, isso nem cabe a mim, isso é coisa dos juristas.

 

Cansei de ouvir pessoas reclamando que têm um amigo que come à vontade e não engorda. Pois é: a Natureza é injusta.

 

Sabe aquele seu tio que agora toma remédio todo dia contra hipertensão ou diabete? Olhe bem pra ele. A não ser que faça algo, você será assim no futuro.

 

Após terminar o prato, vá embora do restaurante ou da mesa. Você não está mais com fome, nem que ache que está. Tome um café e escove os dentes que essa sensação passa.

 

Deitado na cama, todo mundo é mau-caráter. A gente se engana, trapaceia, faz de tudo para não levantar e ir se exercitar. Eu só me dou o direito de optar por não correr depois que já levantei, vesti meus shorts e calcei meus tênis;

 

Quando alguém me conta a história de vida dele para justificar que não tem tempo para fazer exercício, meu coração fica uma pedra de gelo. O problema é seu! Se um dia você acorda mais cedo para antecipar uma tarefa no trabalho, pode fazer a mesma coisa em nome da saúde.

 

No primeiro quilômetro de todo treino de corrida que faço, eu só tenho um pensamento: não há o que justifique passar por isso. Exercício físico é bom quando acaba.

 

Nas limitações ao funcionamento do corpo, as expectativas em relação ao que nos cerca podem mudar radicalmente o essencial se torna supérfluo, e vice-versa, numa fração de segundo. Um doente que não consegue se alimentar há uma semana é capaz de chorar de emoção ao engolir três colheradas de sopa de mandioquinha; outro comemora a proeza de andar até o banheiro com a alegria de quem ganhou a maratona de Nova York. Só quem padece de dores contínuas conhece o prazer de passar duas horas sem elas.

 

Ao fechar os olhos diante da perda da integridade física do outro, procuramos afastar de nós o desconforto da lembrança de nossa própria efemeridade.

 

O choro é uma reação exclusiva do cérebro humano, fundamental para descarregar tensões emocionais, acalmar e trazer sabedoria ao espírito para aceitar a realidade. [Aceitar a realidade, nunca; não se revoltar contra ela, sempre; tentar modificá-la, continuamente.]

 

Vejo a ignorância,
e choro e tento transmutá-la!
Vejo a separatividade,
e choro e tento transmutá-la!
Vejo a desfraternidade,
e choro e tento transmutá-la!
Vejo a adição 1 + 1 = 2,
e choro e tento transmutá-la em 1 + 1 = 1!
Vejo a subtração 1 – 1 = 0,
e choro e tento transmutá-la em 1 – 1 = 1!
Vejo os ,
e choro e tento transmutá-los em !
Vejo a ,
e choro e tento transmutá-la em !
Vejo o ,
e choro e tento transmutá-lo em !
Vejo a imisericórdia,
e choro e tento transmutá-la!
Vejo a impiedade,
e choro e tento transmutá-la!
Vejo a a barbárie,
e choro e tento transmutá-la!
Vejo a crueldade,
e choro e tento transmutá-la!
Vejo os demônios,
e choro e tento transmutá-los em Deuses!
Vejo o egoísmo,
e choro e tento transmutá-lo!
Vejo o negacionismo,
e choro e tento transmutá-lo!
Vejo o antivacinismo,
e choro e tento transmutá-lo!
Vejo a submissão,
e choro e tento transmutá-la!
Vejo a imitação,
e choro e tento transmutá-la!
Vejo o ,
e choro e tento transmutá-lo!
Vejo o ,
e choro e tento transmutá-lo em !
Vejo a escravização,
e choro e tento transmutá-la!
Vejo o abuso,
e choro e tento transmutá-lo!
Vejo o deixa-pra-lá,
e choro e tento transmutá-lo!
Vejo a corrupção,
e choro e tento transmutá-la!
Vejo a ganhuça ilícita,
e choro e tento transmutá-la!
Vejo o sofrimento,
e choro e tento transmutá-lo!
Vejo a mentira,
e choro e tento transmutá-la!
Vejo as 'fake news',
e choro e tento transmutá-las!
Vejo a deformidade,
e choro e tento transmutá-la!
Vejo a fealdade,
e choro e tento transmutá-la!
Vejo a antidemocracia,
e choro e tento transmutá-la!
Vejo o anti-republicanismo,
e choro e tento transmutá-lo!
Vejo o beco sem saída,
e choro e tento transmutá-lo!
Vejo o abismo sem-fim,
e choro e tento transmutá-lo!
Vejo o buraco negro,
e choro e tento transmutá-lo!
Vejo a crendeirice,
e choro e tento transmutá-la!
Vejo a Noite Negra,
e choro e tento transmutá-la!
Vejo a Magia Negra,
e choro e tento transmutá-la!
Vejo o ,
e choro e tento transmutá-lo em !
Vejo o movimento horário,
e choro e tento transmutá-lo em movimento anti-horário!
Vejo o suicídio,
e choro e tento transmutá-lo!
Vejo o homicídio,
e choro e tento transmutá-lo!
Vejo a guerra,
e choro e tento transmutá-la!
Vejo o 'karma' inevitável,
e choro e tento transmutá-lo!
Vejo a marcha a ré,
e choro e tento transmutá-la!
Mas, como transmutar tudo isto?
Só há um Caminho: a Compreensão.
Por isto, digitando com dois dedos,
divulgo tudo o que sei e tudo o que posso.

 

 

 

 

Na Medicina, curar é o objetivo secundário, se tanto. A finalidade primordial da nossa profissão é aliviar o sofrimento humano. [Mas, todo e qualquer sofrimento, sem exceção, só poderá ser mitigado e, um dia, desaparecer pela Compreensão. Enquanto não Compreendermos seremos escravos e feitores de nós mesmos.]

 

 

 

 

Quanta diferença haveria entre nascer num lugar sem gente pobre, como Estocolmo, e num bairro operário de São Paulo? Se eu tivesse recebido a mesma educação e fosse tão bonito quanto aquele rapaz, minha vida teria sido mais fácil? Mais feliz?

 

Como não existíamos (portanto, não fomos consultados para vir ao mundo), consideramos a vida uma dádiva da Natureza, e nosso corpo, uma entidade construída à imagem e semelhança de Deus, exclusivamente para nos trazer felicidade, atender aos nossos caprichos e nos proporcionar prazer. [Pois é. Enquanto pensarmos assim, continuaremos escravos da nossa ignorância.]

 

Quando alguma coisa me desagrada, procuro avaliar que importância ela tem no Uni[multi]verso. Descobri que é possível ser feliz até quando estou triste.

 

 

 

 

Não agüento mais fazer sala para visitantes que só falam banalidades! Fraco deste jeito, que interesse posso ter nos gols do centroavante do Palmeiras, no carro novo que o sogro do meu vizinho comprou ou nas gracinhas do gato angorá da minha cunhada?

 

Mesmo a intenção do médico, em princípio elogiável, de procurar transmitir otimismo a seus pacientes pode servir paradoxalmente ao propósito de evitar contato com as questões mais graves que os afligem. Todos nós, de alguma forma, em determinados momentos, agimos desta maneira: desqualificamos queixas, tergiversamos, acenamos com esperanças vãs, lançamos mão da explicação mais imediata para nos livrar de perguntas incômodas e encurtamos ao máximo a duração das visitas aos que estão deprimidos ou excessivamente pessimistas. Muitas vezes, tomamos tais atitudes sem nos dar conta, para nos defender de desgastes emocionais; outras vezes, em conseqüência do excesso de trabalho, por falta de empatia ou por não termos energia suficiente para manifestar ao outro a solidariedade que ele esperaria de nós.

 

Quando o tempo é curto, o que interessa é estar atento aos pequenos prazeres, como ouvir o sabiá que me acordou essa manhã, e aproveitar em toda a sua intensidade a companhia das pessoas queridas.

 

Custei a aceitar a constatação de que muitos dos meus pacientes encontravam novos significados para a existência ao senti-la se esvair, a ponto de adquirirem mais sabedoria e viverem mais felizes que antes. Mas, essa descoberta transformou minha vida pessoal: será que com esforço não consigo aprender a pensar e a agir como eles enquanto tenho saúde?

 

Com o tempo, percebi a ingenuidade de supor que, por imitação ou aprendizado, seja possível encarar com serenidade a contradição entre a vida e a morte.

 

Aa médico moderno não cabe o papel de dar ordens ou impor condutas prescritas em letra ilegível, mas, apresentar à pessoa doente o leque de alternativas disponíveis e as prováveis conseqüências de cada escolha, para ajudá-la a selecionar a que melhor atenda a seus interesses.

 

Hipócrates ensinava a seus alunos que um médico adquire fama graças à capacidade de fazer prognósticos, muito mais do que fazer diagnósticos. Tinha razão: o que interessa para o comum dos mortais simplesmente receber o diagnóstico de, por exemplo, Doença de Alzheimer? O que ele mais deseja saber é seu prognóstico: quantos anos ainda poderá trabalhar? Perderá a memória? Chegará a ficar impossibilitado de reconhecer os filhos?

 

As vacinas foram o maior avanço da história da Medicina. [Ser antivacinista é ser antivida.]

 

Quando surgiram as vacinas, houve uma queda abrupta não só das doenças, mas, da mortalidade infantil. A mortalidade infantil caiu muito. No Brasil, lá pelos anos 1950, chegava a mais de 100 crianças mortas para cada mil habitantes. Praticamente, 10% das crianças morriam até os primeiros cinco anos de vida.

 

A grande responsável pelo aumento da expectativa de vida foi a vacinação.

 

Eu não conheço nenhum médico que deixe de vacinar os seus filhos.

 

Devemos defender o Sistema Único de Saúde (SUS) e nos orgulhar da existência dele.

 

É difícil pensar em uma doença que não tenha relação com o sedentarismo. As principais são os problemas cardiovasculares, a exemplo do infarto. No Brasil, anualmente, 300 mil pessoas morrem em decorrência disso. Vários tipos de câncer, de acordo com a literatura, são mais freqüentes em pessoas inativas.

 

Apesar de termos questões como malária, as duas maiores epidemias brasileiras são hipertensão e diabetes. O Brasil não tem política pública de saúde. Nos últimos cinco anos, o ministro dessa pasta foi trocado seis vezes. É um absurdo!

 

É muito raro a pessoa ter uma condição que a impeça de caminhar. Aí, aos poucos, vai acelerando e, se não tiver uma falta de ar grave ou dor no peito, tenta correr um pouco. Assim vai tocando a vida.

 

Praticar uma atividade não significa viver mais, mas, viver melhor.

 

Antigamente, se dizia “sexagenário”. Hoje, se fala em “centenário”.

 

 

Dr. Drauzio Varella

 

 

O pior desperdício do SUS é o desperdício de informação.

 

Algumas pessoas se decepcionam comigo quando descobrem que sou ateu. É um resquício da Idade Média, quando ateu era considerado um inimigo público. Mas, em alguns ambientes recebo total respeito. Em outros, onde as pessoas são mais fanáticas, eu sinto esse preconceito com total clareza. [O Drauzio não sabe, mas, ele não é ateu; como eu, ele é .]

 

Os medicamentos atuais, os principais contra câncer e doenças cardiovasculares, são obtidos com tecnologias sofisticadas. Observa-se que a doença tem certo mecanismo molecular para se instalar ali e progredir; são identificadas as moléculas envolvidas nessa reação, e se descobre que ativando determinada molécula a reação é impedida. Isto se chama design molecular. Então, é construída em laboratório uma outra molécula para desativar aquela que é fundamental para a cascata de reações que levam à patologia. Têm surgido várias drogas assim. Só que elas entram no mercado a um preço inacreditável. Hoje, recebi propaganda de uma droga que vem dos EUA e que é dirigida a 5% dos casos de câncer do pulmão que apresentam determinada condição genética. Com a droga, esses pacientes vivem mais tempo do que aqueles tratados com quimioterapia. É para ser administrada a cada três semanas, ao custo de R$ 26 mil cada vez. E o tratamento dura enquanto o cara estiver vivo. [Quem pode pagar um tratamento destes? Bem, se eu precisasse, não poderia. O fato é que o lucro dos laboratórios é um buraco negro. Os acionistas querem ter lucro. Usam tecnologia máxima como uma máquina de lucro sem preocupação com as pessoas que poderiam se beneficiar dela. Isto é mesmo de doer! A tecnologia produz avanços maravilhosos, mas, chegam ao mercado a preços proibitivos.]

 

Deu no que deu essa irresponsabilidade toda, festas clandestinas, gente sem máscara em lugares fechados. A vacinação em conta-gotas. O ministério da Saúde mais perdido do que cego em tiroteio.

 

Enquanto tanta gente egoísta insistir em andar por aí sem máscara nas festas e no meio das aglomerações a Pandemia não acaba.

 

Apesar das recomendações de cientistas sobre a necessidade de isolamento para conter a disseminação do vírus, houve contradição nas orientações dadas à população pelos Governos Estaduais e o Federal. Todo o pessoal de ciência dizendo 'o isolamento é fundamental', e o Governo Federal apontando na direção oposta.

 

Você não vai encontrar um epidemiologista digno desse nome que te diga que está na hora de abrir. Não vai pegar um país que está tendo mil mortes por dia e achar que está tudo bem, que as pessoas podem ir para a rua.

 

Nós não temos uma consciência de que, se eu vou para a rua e pego o vírus, eu estou fazendo mal para a sociedade, porque eu vou manter esse vírus por mais tempo em circulação e vou espalhar também.

 

Com toda essa disseminação que temos no País, não é só colocar a criança na escola. A criança não é transportada por telepatia. Alguém vai ter que levar ou ela vai ter que freqüentar um transporte coletivo, e voltar para casa depois.

 

O Coronavírus é um vírus altamente contagioso. É isto o que as pessoas esquecem. Se você se expõe, você se infecta com o vírus. Quanto mais gente se expõe, mais gente se infecta e mais tempo dura a Pandemia.

 

Agora é hora de evitar aglomeração, de usar máscara. Eu acho que não usar máscara na rua é um absurdo tão grande que eu fico olhando essas pessoas. O que leva um cidadão a andar sem máscara? Que estupidez do comportamento humano é esse? Uma pessoa no auge de uma Pandemia, morrendo gente, se negar a pôr a máscara?

 

É injusto considerarmos o Presidente [Bolsonaro] apenas um negacionista. Não vamos minimizar seu papel nesta Pandemia: ele é um ativista empenhado de corpo e alma em disseminar o Novo Coronavírus. Desde o início da Pandemia, justiça seja feita, ele faz tudo o que está a seu alcance para que o vírus infecte o maior número possível de brasileiros: condena o uso de máscara, promove aglomerações, recomenda medicamentos sem atividade antiviral e retardou o quanto pôde a aquisição de vacinas.

 

Havemos de reconhecer o esforço do nosso dirigente máximo [Presidente Bolsonaro] para realizar o sonho de atingir a inatingível imunidade coletiva [imunidade de rebanho] não importa que ao preço de tantas mortes. Envolveu tirar máscara de criancinha em público, recrutar médicos para defender remédios inúteis, estimular redes sociais para espalhar falsidades, arregimentar parlamentares para repeti-las, desacreditar os profissionais que ousaram defender evidências científicas e, entre outras medidas, nomear e demitir três ministros da Saúde, até chegar ao atual [Marcelo Queiroga].

 

 

Charge de João Montanaro Sobre Ato Obsceno
de Marcelo Queiroga em Nova Iorque

 

O que teria levado um Ministro da Saúde [Marcelo Queiroga] a mentir e a levantar suspeitas infundadas sobre uma vacina testada e aprovada em estudos internacionais, administrada com segurança em adolescentes nos Estados Unidos, na Europa, na Ásia e na América Latina? A resposta é simples: um manda, o outro obedece, como ficou claro na live do cordato Ministro sentado ao lado do Presidente, apresentada no mesmo dia. A justificativa foi a de atender a um “sentimento” do chefe, muito “preocupado com os jovens que são o futuro deste País”. Na verdade, o senhor Ministro se prestou ao papel desprezível de desacreditar uma vacina importante, apenas para esconder a falta dela em quantidade suficiente para imunizar os adolescentes e, ao mesmo tempo, administrar a terceira dose para os mais velhos, vacinados há mais de seis meses com a CoronaVac ou a AstraZeneca. O que faria um ministro honesto diante da situação atual? Viria a público para dizer que a falta de disponibilidade da vacina da Pfizer, para administrá-la aos adolescentes e oferecê-la como reforço aos mais velhos, só nos deixava uma saída: dar preferência aos que correm mais risco de morrer. Todos estaríamos de acordo. Preferiu, no entanto, lançar dúvidas sobre a segurança de uma vacina aprovada pela ANVISA, apenas para atender a um apelo político de seu chefe. Assim agindo, assegurou fidelidade irrestrita e se perfilou ao lado dele na luta pela disseminação da Pandemia.

 

 

 

 

O Brasil tem menos de 3% da população mundial. No momento atual, de cada quatro pessoas que morrem de COVID-19 no mundo, uma é brasileira. É uma mortalidade absurda.

 

Eu não previ que haveria uma desorganização do Ministério da Saúde, a ponto de o Ministério perder completamente a relevância no País. E ter um Presidente da República que dá exemplo pessoal do que fazer para disseminar a Pandemia. Porque se você acordar amanhã e disser: o que vou fazer para disseminar a Pandemia no Brasil, o que você faria? Você sairia sem máscara e faria aglomerações. É a única coisa que você poderia fazer para disseminar a Pandemia. E foi o que ele [o Presidente Bolsonaro] fez, e é o que ele [o Presidente Bolsonaro] tem feito. Eu não previ que isso pudesse ter um impacto tão grande. E a Pandemia foi ficando cada vez pior.

 

Na verdade, quem conduziu o combate à Pandemia foi o Presidente da República. Um ex-ministro [Eduardo Pazuello] disse claramente: "um manda, outro obedece". O que está acontecendo agora? A mesma coisa. O que você pode cobrar do atual Ministro da Saúde [Marcelo Queiroga], se ele não pode falar a favor do isolamento social e tem que manter essa enganação que é o tratamento precoce? Ele não pode dizer para parar com essa história de Hidroxicloroquina, Ivermectina... Ele simplesmente não pode fazer isso. Ele tem que dizer que os médicos possuem o direito de prescrever. Quer dizer, ele está numa situação em que foi escolhido para obedecer o Presidente da República e esse é o problema todo.

 

Quando o Presidente [Bolsonaro] teve COVID-19, ele deu exemplo disso [tratamento precoce]. Ele pegou um copo d'água e disse: "Já tomei um comprimido de Cloroquina, estou me sentindo melhor. Vou tomar o segundo agora". O que ele estava querendo? Enganar as pessoas. Enganar. Em outras palavras, a mensagem era: se você pegar o vírus, é só tomar isso aí que você vai ficar bom e está acabado. Não precisa se preocupar... O Donald Trump fez a mesma coisa nos Estados Unidos. Só que a legislação americana pune os médicos que prescrevem medicações que não são indicadas para o tratamento daquela enfermidade. O médico americano que receitar Cloroquina no tratamento da COVID-19 pode ser punido legalmente. Não pelo conselho de medicina ou seu equivalente, mas, pela justiça comum. E aí o Trump fez o quê? Desovou no Brasil toda a Cloroquina que estava encalhada nos Estados Unidos. Porque os médicos americanos não vão prescrever um medicamento que não tem indicação e eficácia numa doença, porque podem ser processados criminalmente e pagar indenizações milionárias. Com isso, a Cloroquina sobrou por lá. Ela foi encaminhada pra cá, para ser distribuída e enganar as pessoas, como se aquilo tivesse alguma capacidade de proteger da doença.

 

Essa coisa de dizer que o médico tem autonomia para fazer o que ele acha melhor não é bem assim. Como autonomia? Eu tenho autonomia de receitar um medicamento ou um procedimento inútil para tratar a doença de um paciente? E o paciente? Ele não tem o direito de receber apenas tratamentos que sejam ativos contra a doença dele? Quer dizer, o médico diz e escolhe o que fazer? E diz para o paciente que determinado remédio tem eficácia quando isso é mentira? É isso, ele propõe uma mentira para seu paciente? Isso é antiético.

 

Muitos médicos prescrevem o tratamento precoce. Olha, os médicos que prescrevem fazem-no por duas razões. Primeiro, por ignorância. Por não estudarem, por não acompanharem a literatura. Faltam para eles os fundamentos de formação científica. São até pessoas bem-intencionadas, mas, despreparadas. E o segundo grupo são médicos políticos. São pessoas que defendem as posições do Presidente da República e acham que eles têm que fazer isso por razões políticas. As duas situações não falam a favor dessas pessoas.

 

O atual ritmo da vacinação contra a COVID-19 no Brasil é ridículo, em relação ao que poderia ter sido. Nós temos um dos melhores programas de imunização do mundo. Não sou eu que estou dizendo isso: é a Organização Mundial da Saúde e muitas outras instituições. O Brasil tem 38 mil salas de vacinação pelo país inteiro. No Brasil, ninguém precisa viajar para ser vacinado. As pessoas vão para as unidades básicas de saúde e recebem a vacina lá. O que nós fizemos foi desorganizar o Programa Nacional de Imunizações (PNI). Foi colocar nos quadros de chefia pessoas que não tinham noção, que nunca participaram de uma campanha nacional.

 

As vacinas do Butantan são responsáveis por 80% das vacinas administradas no Brasil.

 

Se tivéssemos começado a vacinar em dezembro ou janeiro, não estaríamos com mais de três mil mortes diárias, como acontece atualmente, [nem teríamos chegado à tenebrosa marca de quase 600.000 mortos por COVID-19 no Brasil.]

 

Se não tivéssemos o Sistema Único de Saúde (SUS), seria a barbárie. As pessoas estariam morrendo nas ruas. Para dizer a verdade, eu acho que o SUS me surpreendeu. Ele reagiu muito melhor do que as possibilidades que tinha. Com a criação de leitos de UTI, de leitos hospitalares, de programas de atendimento... Eu, sinceramente, acho que o SUS teve uma atuação impecável. Eu não consigo dizer que vi algum desleixo. Teve essas coisas de desvios de dinheiro, claro. Mas, não são coisas que o SUS fez, mas, bandidos que se aproximaram do serviço público.

 

Obrigado ao Butantan.
Obrigado à FIOCRUZ.
Obrigado ao Governador João Doria.
Obrigado ao Dr. Luiz Henrique Mandetta.
Obrigado ao Dr. Drauzio Varella.
Obrigado à Dra. Margareth Maria Pretti Dalcolmo.
Obrigado à Dra. Natalia Pasternak Taschner.
Obrigado à Medicina.
Obrigado a todos os profissionais da saúde.
Obrigado a todos os pesquisadores.
Obrigado a todos os vacinadores.
Obrigado ao Sistema Único de Saúde.
Obrigado aos laboratórios que produzem vacinas.
Obrigado à imprensa brasileira.
Obrigado ao Senador Omar José Abdel Aziz.
Obrigado a todos os brasileiros responsáveis.

 

 

 

 

No combate à Pandemia, houve um mal-entendido desde o início. Se dizia que as pessoas precisavam trabalhar para preservar a Economia. Mas, o que provoca a crise econômica e financeira é a existência da Pandemia. Não é o fato de as pessoas ficarem em casa, não é o combate à Pandemia. É justamente o contrário. Quanto mais rápido a Pandemia desaparecer, mais depressa a gente retoma a Economia. Isso é um clássico da história das epidemias e das pandemias.

 

A única coisa que vai recuperar a Economia é a vacina. Ou você vacina e recupera a Economia ou a Economia vai ficar patinando nessa situação grave. E quanto mais tempo levar, pior. Mais tempo durará a crise.

 

Quem cometeu erros graves na Pandemia precisa ser punido. Que tipo de punição? Não tenho idéia, não sou jurista. Isso vai ficar para os advogados, para o Supremo Tribunal Federal, para o sistema jurídico brasileiro. São eles que irão estabelecer quais são as responsabilidades.

 

Se eu receito para o meu paciente um remédio que não tem ação para tratar a doença dele e tem efeitos colaterais, eu posso ser punido eticamente pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. E também posso ser punido pela justiça comum. E isso quando prejudico uma única pessoa. Agora, imagina se eu prejudiquei centenas de milhares de pessoas. Eu acho que isso tem que ser apurado e não pode ficar sem um processo jurídico.

 

O que eu acho é que esse Coronavírus vai ficar por aí mesmo. E isso por várias razões. Primeiro, as vacinas que nós temos protegem contra a doença. Todos os estudos foram feitos assim. Vamos dar a vacina para um grupo e para outro não. Depois, nós vamos ver quantos morreram, quantos foram parar na UTI e comparar com o outro grupo. Mas, até agora, nós não fizemos nenhuma comparação de quantos vacinados vão adquirir o vírus e ficaram assintomáticos. Se eu pego o vírus e fico assintomático, está ótimo. Só que aí eu vou para uma festa, vou visitar meus filhos, minha netas... Eu vou transmitir o vírus, apesar de ter sido vacinado. Nenhuma vacina provou até agora que é capaz de inibir a transmissão do vírus.

 

Nós vamos conseguir vacinar grande parte da população brasileira. Mas inteirinha, não vai dar. Porque tem gente que se nega a tomar vacina, que toma a primeira dose e não vai tomar a segunda... Enfim, é muito difícil você vacinar 100% das pessoas.

 

Podem aparecer variantes [mutações] que não respondam às vacinas que nós desenvolvemos. E isto obrigará a gente a criar novas vacinas e ficar vacinando periodicamente. Então, é muito pouco provável que a gente elimine o Coronavírus definitivamente. Agora, quanto mais gente vacinada, mais cairá o número de casos e o número de mortes. Mas vamos ter o Coronavírus presente por aí por bastante tempo ainda.

 

Isso quer dizer que as medidas que nós temos que tomar hoje, especialmente o uso de máscaras, precisarão ser mantidas. No ano que vem, nós vamos usar máscaras ainda. Porque, veja, você tem a COVID-19. Passam seis, sete meses, e tem outra vez a mesma doença. Quer dizer, provavelmente não há imunidade permanente. Com isso, é possível, ou pelo menos existe uma grande probabilidade, de que as vacinas também não o façam, o que vai obrigar a novos ciclos de vacinação. É o que a gente faz com a gripe hoje. Mas, não conseguimos ficar livres dos vírus da gripe. E não vamos conseguir ficar livres desse Coronavírus.

 

Recomendações básicas para proteger a si e a todos aos redor do Novo Coronavírus: 1ª) usar máscara; 2ª) evitar aglomeração: nada de balada nem de pancadão; 3ª) deixar ventilar o máximo possível o ambiente em que você está; 4ª) Vacinar-se; e 5ª) manter a higiene das mãos. Numa fase como esta, todo cuidado é pouco.

 

Lé com lé... Cré com cré...
Eu não sou tapirapé!

Lé com lé... Cré com cré...
Estou imune, tenho fé!

Lé com lé... Cré com cré...
Vacinar? Pra virar jacaré?

Lé com lé... Cré com cré...
Ele mandou, eu obedeço. Né?

Lé com lé... Cré com cré...
No meu pé não dá chulé!

 

 

Hands do more than wave,
'cause hands can kill
and they can save.
You, you are the key!
Life's in your hands!

 

 

Eu acho um absurdo. Os médicos não podem entrar nessa de ficar prescrevendo medicações sem conhecer a literatura. Eu, sinceramente, acho isso uma irresponsabilidade. A Cloroquina e a Hidroxicloroquina, que é um derivado, provocam arritmias cardíacas. Dar na mão de uma população, algumas pessoas vão morrer de arritmia cardíaca. Será que você não vai matar mais gente, fazendo um tratamento, e provocando um efeito colateral indesejável, do que essa pessoa pegando o Coronavírus, e tendo uma infecção. Na maioria dos casos é uma infecção que corre sem complicações maiores. As pessoas tem que entender que essa questão da Cloroquina foi politizada.

 

Em uma entrevista do Donald Trump, logo no começo da Pandemia que ele dizia: ' It's a great drug ' [É um ótimo remédio]. E se criou uma história em cima de um medicamento, baseada em um trabalho desenvolvido na França, que quando você olha, quem tem o mínimo de formação científica diz: 'isso aqui não vale nada'.

 

 

 

 

Eu acho que as pessoas que não acreditam em vírus é porque é uma coisa muito pequenininha e eles falam: 'Ah, isso aí é besteira, não tô vendo nada'.

 

As pessoas se acostumam com os números. Em três meses, morrem 75 mil pessoas. E dizem: 'Não, mas agora está estabilizado'. Estar estabilizado é morrer mil pessoas por dia? Isto é absolutamente inaceitável.

 

Uma pode ter uma infecção assintomática, e, com essa infecção assintomática, ela vai continuar andando, vai ao supermercado, encontra os amigos, vai para o bar. É um transmissor. Se você analisar isso do ponto de vista social, isso é um crime.

 

Eu acho que uma das seqüelas da Pandemia será o transtorno psiquiátrico. Principalmente depressão e os transtornos de ansiedade. Nós temos que ficar atentos aos sintomas desses transtornos. Há uma resistência de ficar deprimido, chateado e de procurar ajuda porque 'ah, eu não tô louco'. Não se trata disso. Quando você faz um diagnóstico precoce desses transtornos, você resolve isso, na maioria das vezes, com Psicoterapia. Se você deixa os sintomas se agravarem, aí vai haver necessidade de tratamento psiquiátrico.

 

O racismo está arraigado nas profundezas do passado evolutivo e é um dos grandes responsáveis pela violência no mundo. E assim enxergamos o mundo sob essa perspectiva: “nós” e “eles”. Temos ímpetos inatos para levantar fronteiras intergrupais que separam raças, línguas, comportamentos sexuais, religiões ou times de futebol. Uma vez que a linha fronteiriça esteja demarcada, discriminamos automaticamente os que estão do lado de lá. Embora o preconceito esteja alojado em áreas arcaicas do sistema nervoso central, sua expressão não é inevitável. Nosso córtex cerebral já evoluiu o suficiente para reprimi-lo, de modo a abandonarmos a bestialidade do passado e adotarmos condutas racionais centradas na tolerância e na aceitação da diversidade humana.

 

 

 

 

É humilhante a sensação de que a vida se esvai em conseqüência de um descaso pessoal.

 

Nós temos que resistir. Nós temos que agüentar. Nós temos que lutar para sobreviver.

 

 

Nós temos que resistir, agüentar e lutar.
Nunca jamais nós podemos cagar mole!

 

 

 

 

 

 

Música de fundo:

It’s in Your Hands – the Official Song for the World Hand Hygiene Day (5th of May)
Composição: : Patrick Vuillaume
Performances Vocais: Egilda, Virgile & Didier Pittet

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=ABzRdMw26E0

 

Páginas da Internet consultadas:

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https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/racismo-artigo/

http://simoesfilho.ba.gov.br

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https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2021/09/leitore
s-comentam-artigo-de-drauzio-varella-sobre-queiroga.shtml

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drauzio-varella-pra-pensarmos-sobre-nossa-saude/

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