DE QUEM É A CULPA?

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

Às vezes, culpamos o macaco;

de vez em quando, um abelônio.

Sempre culparemos o austríaco;1

de quando em vez, é o demônio.

 

Mas, são nossas as inscícias:

somos acediosos e acetosos.

E nos pertencem as malícias:

 

Os Períodos2 estão passando

e maisqueremos viver dormitando.

Quousque tandem somnolentìa?

 

Devagar – mais para parando –

preferimos nos deixar ir levando.

Quousque tandem negligentìa?3

 

 

 

Geometria Sagrada

 

 

______

Notas:

1. Querendo ou não, gostando ou não, tendo consciência do fato ou não, toda a Humanidade, sem exceção, foi responsável pelas atrocidades do Großdeutsches Reich (Grande Reich Alemão), cometidas pelo austríaco e por seus sequazes, como é responsável, hoje, por comodismo e/ou conivência, pelo que está acontecendo, por exemplo, com os nossos irmãos na Palestina (particularmente, na Faixa de Gaza), na Síria e na Somália. O pior é que, quando a Primavera Árabe estiver concluída, os problemas continuarão, talvez, até, em uma escala mais degradante. Tão cedo a fome e a miséria não conhecerão o verão. Enfim, só para cutucar: você conhece algum país do dito Primeiro Mundo que esteja interessado ou preocupado com a Somália? O pensamento dos poderosos é simples: o que a Somália tem para nos oferecer que possa nos interessar? Nada. Então, que se danem e morram de fome. Ajudar a libertar a Líbia, sim, valeu a pena. Agora, vamos mamar aquele petróleo. Eu só quero saber como haverá de ser quando o petróleo mundial se esgotar. E isto não passará do final deste século. O sonho do petróleo do pré-sal brasileiro acabará se tornando pesadelo. A verdade é que, de maneira geral, as pessoas vivem pensando apenas no hoje. Quando muito, pensam no amanhã. Mas, o depois de amanhã está muito longe.

 

 

 

 

2. De acordo com a Fraternidade Rosacruz Max Heindel, resumidamente, pois já tratei deste tema inúmeras vezes em outros textos, o esquema evolutivo do homem é composto por sete Períodos evolutivos, a saber:

Período de Saturno —› o homem atravessou a existência em um estado equivalente ao mineral. Iniciou-se a formação do Corpo Denso. A Consciência era semelhante à condição de transe profundo.

Período Solar —› o homem atravessou a existência em um estado equivalente ao vegetal. Iniciou-se a formação do Corpo Vital. A Consciência era análoga à do sono sem sonhos.

Período Lunar —› o homem atravessou a existência em um estado equivalente ao animal. Iniciou-se a formação do Corpo de Desejos. A Consciência era pictórica (interna) das coisas externas, análoga à do sono com sonhos. A mudança da consciência pictórica interna para a consciência objetiva e do Eu foi efetuada muito lentamente, em gradação proporcional à sua magnitude, desde a permanência no Globo C, na Terceira Revolução do Período Lunar, até a última parte da Época Atlante.

Período Terrestre —› ao final do Período Lunar, houve, de novo, um intervalo de repouso – mais uma necessária Noite Cósmica. As partes divididas foram dissolvidas e submergidas no [necessário] Caos geral que precedeu a reorganização do Globo para o Período Terrestre e o desenvolvimento da individualidade e da autoconsciência. No Período Terrestre, a parte material da Evolução está em seu grau mais elevado ou mais pronunciado. Em contrapartida, o Espírito está mais abandonado e coibido.

Período de Júpiter —› o homem adquirirá um estado de consciência espiritual.

Período de Vênus —› o homem adquirirá um estado de consciência criadora.

Período de Vulcano —› o último, em que o homem atingirá a mais elevada consciência cósmica.

Cada um destes Períodos é composto por sete revoluções, e em cada Período ocorrem recapitulações dos estágios anteriores. Assim, o verdadeiro trabalho do Período Terrestre teve início apenas na atual quarta revolução, sendo que a primeira, a segunda e a terceira foram, respectivamente, recapitulações dos períodos de Saturno, Solar e Lunar. Outros períodos de evolução existiram antes do período de Saturno, e outros mais existirão depois deste, porém, não dizem respeito ao esquema evolutivo do homem como homem.

3. Negligência, por definição, é falta de interesse, falta de motivação, indiferença, preguiça, incúria, desleixo, desmazelo, inobservância, inércia. Então, penso que também haja uma negligência perversa quando não fazemos valer nossa liberdade de escolher e de agir, quando não determinamos, quando preferirmos rastejar a voar, mais ou menos como um maria-vai-com-as-outras. Todas as nossas dificuldades e todos os nossos atrasamentos derivam, em parte, da negligência, em parte, do medo? Quanto ao medo, medo de quê? Ora, razoavelmente, só há uma razão para ter medo: medo de nós mesmos, medo de, [in]conscientemente, invertermos a mão de direção. Por isto, a advertência de Jesus, o Cristo: Vigiai e orai, para que não entreis em tentação. O Espírito, na verdade, está pronto; mas a carne é fraca. (Evangelho de Mateus, XXVI: 41). Enfim, a coisa só pode ser mesmo como cantou Nat King Cole: To the ends of the Earth, I'll follow my Star... Até os confins da Terra, eu seguirei minha Estrela...

 

 


 

Música de fundo:

To the Ends of the Earth
Composição: Joe Sherman & Noel Sherman
Interpretação: Nat King Cole

Fonte:

http://www.mp3ye.eu/1070104_nat-king-cole
-to-the-ends-of-the-earth-mp3-download.html

 

Páginas da Internet consultadas:

http://clednews.blogspot.com/
2011/02/de-partir-coracao-fome.html

http://humanityhealing.net/2010/10/
sacred-geometry-and-the-stellar-codes/