Este
estudo tem por objetivo divulgar alguns ensinamentos teosóficos garimpados
na obra A Doutrina
Teosófica, de autoria de Helena Petrovna Blavatsky (30/31
de julho de 1831 – 8 de maio de 1891), prolífica escritora,
filósofa e mística russa, responsável pela sistematização
da moderna Teosofia e co-fundadora da Sociedade Teosófica. A Teosofia,
que se firma no preceito do não-egoísmo, considera o Buddhismo
como o repositório da Teosofia de todos os tempos. O buddhista –
diferentemente do egípcio, que se prepara para enfrentar o mal e
a destruição de sua morada depois da morte para a manutenção
de sua individualidade – através do Bardo
Todol, intenta uma neutralidade dos afetos, e os princípios
da não-ação se afirmam como única arma para
enfrentar as constantes ciladas de seu carma. Helena
Petrovna Blavatsky deixou à posteridade o grande legado de alguns
pensamentos dos mais sublimes que o mundo já conheceu. Ela abriu
as portas, há tanto tempo cerradas, dos Mistérios; revelou,
uma vez mais, a verdade sobre o homem e a Natureza; deu testemunho da presença,
na Terra, da Hierarquia Oculta, que vela e guia o mundo. Ela é reverenciada
por muitos milhares de pessoas porque foi e é um farol que ilumina
o caminho para as alturas a que todos devem ascender. (Josephine
Ransom).
Bem,
advirto que neste texto aparecem algumas palavras que não são
de domínio comum. Não importa; o que importa é o que
elas significam, e é nisto que você deverá fixar sua
atenção.
Ensinamentos
Teosóficos
O
nome
Teosofia data do século III de nossa era, e os primeiros que o empregaram
foram Ammonio Saccas1
e seus discípulos, que fundaram o sistema Teosófico Eclético.
A ignorância voluntária
– falta, durante vários séculos, de verdadeiro conhecimento
espiritual e até de interesse por ele, motivados por uma inclinação
exagerada para as coisas sensuais – proporcionou uma sujeição
muito grande à letra morta do dogma e do literalismo.2
Ao
ser-aí-no-mundo vulgar e egoísta, que tende sempre a satisfazer
seus desejos pessoais em detrimento do seu próximo, jamais serão
confiados os Segredos Divinos.
A
incapacidade do ser-aí-no-mundo para conservar conhecimentos sagrados
e divinos limpos de toda degradação foi a causa da perversão
das verdades e dos símbolos mais sublimes e da transformação
gradual das coisas espirituais em formas antropomórficas e comuns.
Em outras palavras: rebaixamento da idéia divina e surgimento da
idolatria.
Só
pela purificação da alma será aliviado o Corpo Físico,
cujos transtornos, excetuando-se casos acidentais, são hereditários.3
A
Doutrina Secreta foi a Religião Iniciática universalmente
difundida nos mundos pré-histórico e antigo. Os ensinamentos
dos Grandes Adeptos existem em todos os países, mas, de maneira geral,
todos estão fora do alcance de mãos profanas, estando, todavia,
à disposição dos Iniciados.
Com
a mão direita, desenhe este
Símbolo Sagrado em sua testa, e
profira o seu mantra preferencial.
Os
"mlechchhas" – proscritos selvagens que se encontram fora
da civilização – terão que esperar... Comunicar
Segredos Iniciáticos de uma importância tão grande à
multidão, sem que ela esteja preparada para isto, é equivalente
a entregar uma vela acesa a um variado e deixá-lo entrar em um paiol.
Paganismo
Antiga Sabedoria Repleta de
Divindade.
O
Bramanismo pré-védico e o Budismo são a dupla fonte
de onde brotaram todas as religiões; o Nirvana –
– é o Oceano para o qual tendem todas as religiões.
A
verdadeira fé é a encarnação da Caridade Divina;
os que exercem o ministério em seus altares são simplesmente
humanos. Ao virar as páginas sangrentas da história eclesiástica,
observamos que, qualquer que tenha sido o traje usado pelos atores, o plano
da tragédia se manteve inalterado.
Todos
os cultos antigos demonstram a existência de uma única Teosofia
anterior aos mesmos. A Chave que explicar um deles, explicará todos;
de outra forma, não poderá ser a Verdadeira Chave... A Religião
da Sabedoria sempre foi uma e a mesma, e é a última palavra
do conhecimento humano possível.
Silentium
est Aureum
Cada
religião é um fragmento da Verdade Divina que ilumina um vasto
panorama da fantasia humana, e pretende representar e substituir a Sabedoria
Universal.
Cada
culto filosófico antigo compreendia um ensinamento esotérico
(secreto) e um ritual exotérico (público).4
Mistérios
dos Antigos =
Mistérios Maiores (secretos) +
Mistérios Menores (públicos). O próprio Buddhismo do
Norte tem seus "veículos maiores" e "veículos
menores", conhecidos como Mahayana (esotérico) e Himayana (exotérico),
que são duas escolas.
Pitágoras
denomina sua Gnosis de "hé gnosis ton ontos", o conhecimento
das coisas que são, que reservava para os seus discípulos
que podiam assimilá-lo e que haviam jurado guardar segredo.
Hierogramatistas
Sacerdotes Egípcios
Iniciados.
Não
há criação.5
Há, sim, aparições periódicas e consecutivas
do Universo, desde o plano subjetivo do Ser ao objetivo, em intervalos regulares
de tempo, cobrindo períodos de imensa duração (Mahamânvântâras
e Mahaprâlâyas). Da mesma forma como o Sol nasce e desaparece
em nosso horizonte, o Universo nasce e desaparece em períodos regulares.
Os hindus chamam essas alternâncias de Dias e Noites do Brama –
Dias e Noites Universais. É a Atualidade Universal e Eterna manifestando
(para nós, ilusão passageira) e encobrindo (ocultando) um
Reflexo periódico de Si-mesma.
Seja
por irradiação, seja por emanação, o Universo
passa de sua subjetividade homogênea aos diversos planos de manifestação,
existindo e se tornando mais material, mais denso e mais heterogêneo
em cada plano.
O
gérmen da raça humana atual preexistiu no pai dessa raça,
do mesmo modo que na semente existe oculta a flor do próximo verão.
Todas
as coisas do Universo, tanto no âmbito metafísico como no aspecto
físico são setenárias. Daí, a cada corpo sideral,
a cada planeta, seja visível ou invisível, sejam atribuídos
seis globos companheiros. A evolução da vida procede nestes
sete globos ou corpos, desde o primeiro ao sétimo, em sete tempos
ou sete ciclos. E assim... As Sete Cidades Santas, as Sete Ilhas Santas,
os Sete Mares Santos, as Sete Montanhas Santas, as Sete Árvores Sagradas,
os Sete Mundos Superiores, os Sete Mundos Inferiores, as Sete Castas, os
Sete Sacramentos, as Sete Igrejas na Ásia Menor, os Sete Pecados
Capitais, as Sete Virtudes (quatro cardeais e três teologais), as
Sete Cores Prismáticas do Arco-íris, as Sete Práticas
da Magia, as Sete Esferas Superiores, as Sete Notas da Escala Musical, os
Sete Algarismos de Pitágoras, as sete Maravilhas do Mundo, as Sete
Épocas, os Sete Passos da Maçonaria que conduzem ao Santo
dos Santos, os Sete Grandes Esquemas de Evolução Planetária,
os Sete Períodos, (compreendendo cada um deles uma raça-raiz),
os Sete Mânvântâras (um esquema de evolução)...
Quando
se aproxima a dissolução planetária (prâlâya),
cada globo tem que transferir sua vida e sua energia a outro planeta.
Nossa
Terra, como o representante visível de seus globos, companheiros
invisíveis e superiores – seus "Senhores" ou "Princípios"
– tem que viver o mesmo que o vivido pelos demais durante sete tempos.
Durante os três primeiros, verifica-se a formação e
a consolidação; no quarto, o assentamento e o enrijecimento;
nos três últimos, a Terra deverá voltar gradualmente
à sua primeira forma, etérea, espiritualizando-se, por assim
dizer.6
3
+ 4 = 7.
A
evolução não é uma ação exclusiva
da Terra. O movimento evolutivo, tanto físico quanto anímico,
é o resultado de evoluções anteriores. E assim, a evolução
na Terra, afetando homens, animais, vegetais e minerais, procede da evolução
de outros planetas.
A
evolução se repete em cada mundo, e em cada um são
efetuadas sete voltas sobre si mesmo, sendo cada um, em separado, um reflexo
reduzido da ação e da vida da cadeia planetária. O
tempo em que nos encontramos presentemente é o quarto (quinta raça
do presente quarto ciclo). Cada ciclo [tempo]
se destina preponderantemente ao domínio de cada um dos sete princípios
do ser-aí-no-mundo e segundo a ordem de sua gradação
ascendente. [7... 72...
73...
7... 49... 343].
No
início da evolução de nosso globo, a Lua era maior
que agora, e estava mais próxima da Terra. Afastou-se de nós
e diminuiu de volume.
Macrocosmos
= Três Princípios + Quatro Veículos —›
Sete Princípios.
Hoste
Operante Exército
Unidade na Variedade.
Os
milhões de obras imperfeitas que encontramos em a Natureza mostram
indiscutivelmente que são produto de seres finitos e condicionados,
ou seja: as obras imperfeitas são o resultado incompleto da evolução
sob a direção de deuses imperfeitos, que o Cristianismo denomina
de Espíritos de Presença (deuses de Deus).
O
Deus pessoal ou extra-cósmico e antropomórfico é tão-somente
a sombra gigantesca do ser-aí-no-mundo. O Deus da Teologia é
um conjunto de contradições e uma impossibilidade lógica
– um ajuntamento de sombras passageiras e de imaginárias ilusões.
Quanto
mais límpido for o Espelho tanto mais resplandecente será
a Imagem Divina.
Os
sofismas teológicos só têm um objetivo: subjugar firmemente
os fiéis através da superstição popular.
Qualquer
investigador nunca estará mais distante da Verdade do que ao acreditar
na proximidade da descoberta. O Conhecimento só poderá ser
adquirido descendo do Universal ao particular.
A
Essência Ilimitada e Desconhecida existe a partir de toda a eternidade,
e – alternada e sucessivamente, de forma regular e harmônica
– é ativa e passiva.
Ao
ser inaugurado um período ativo, verifica-se uma expansão
da Divina Essência, de dentro para fora, obedecendo à lei eterna
é imutável, e o Universo fenomênico ou visível
é o resultado da larga cadeia de forças cósmicas, postas,
desta maneira, progressivamente, em movimento. Do mesmo modo, quando se
cumpre a condição passiva, verifica-se uma contração
da Essência Divina, e a obra anterior da Criação se
desfaz de uma forma gradual e progressiva. O Universo visível se
desintegra, seus materiais se dispersam e as "trevas" solitárias
se debruçam sobre o "abismo". Ou metaforizando: uma expiração
da "Ciência Desconhecida" dá origem ao mundo, e uma
inspiração o faz desaparecer. O Universo presente é
simplesmente um entre uma infinidade de séries que não tiveram
princípio e não terão fim.
Nada
pode afetar uma nação ou um ser-aí-no-mundo sem afetar
a todas as outras nações e todos os outros homens.
O
ser-aí-no-mundo [atual]
é constituído de duas naturezas distintas: o Ser Superior
ou Espiritual, composto de três princípios ou aspectos, e o
Ser Inferior ou Quaternário Físico, composto de quatro; no
total, sete. Isto é: em sentido esotérico, metafísico
e filosófico, o ser-aí-no-mundo é constituído
por quatro princípios básicos e três aspectos. Os quatro
princípios são: Alma (Única Vida), Aura (Substrato
que rodeia o ser-aí-no-mundo em sete camadas), Buddhi (Alma Espiritual)
e Manas Superior (Eu; Inteligência, por antonomásia). Os três
aspectos são: Prana (Alento Vital), Linga Sharira (Forma Astral)
e Manas Inferior (Alma Animal).
Ser
Setenário
O
ser-aí-no-mundo é Setenário durante a vida; um Quinário
logo após a morte, no Kamaloka; e uma Tríade – Eu
Espírito–Alma–Consciência – no Devachan.
Entretanto, pelo fato de o ser-aí-no-mundo encarnado ser um 7, em
seguida um 5 e depois um 3, não é composto de diversas entidades
ou, como diz muito claramente um escritor teosófico, um conjunto
de peles ou camadas separáveis como aquelas de uma cebola; 1, 2,
3, 4, 5, 6 e 7 perfazem uma unidade, ou seja, são aspectos e estados
de consciência.7
A
ipseidade [ou hecceidade,
no pensamento de Duns Scotus (cerca de 1265 – 1308), é o caráter
particular, individual, único de um ente, que o distingue de todos
os outros] é ipseidade tão-somente enquanto dura
a ipseidade.
Em
linguagem budista, quando o espírito entra no Nirvana perde a existência
objetiva, porém, conserva o ser subjetivo.
Os
Vedanta afirmam que todo aquele que lograr conhecimento completo do seu
Deus se converterá em Deus, ainda que permaneça em seu corpo
mortal, mas, a partir de então, tendo adquirido poder sobre todas
coisas.
Do
mesmo modo que existem sete forças fundamentais em a Natureza e sete
planos de existência, existem também sete estados de consciência,
nos quais o ser-aí-no-mundo pode viver, pensar, recordar e ter sua
existência.
Sete
Estados de Consciência = Vigília, Sonolência, Sono Natural,
Sono Hipnótico, Estado Psíquico, Estado Superpsíquico
e Estado Espiritual.
O
ser-aí-no-mundo setenário atual é uma neblina de cor
violeta-pálida dentro de um círculo ovóide azulado
sobre o qual se irradiam incessantes vibrações das cores do
espectro, predominando a cor correspondente ao princípio mais ativo
de cada personalidade no momento em que se efetua a observação
clarividente.
O
ser-aí-no-mundo tende a se converter em um deus e, depois, em Deus,
da mesma forma que todos os átomos do Universo.8
Evolução:
Raça Etérea —›
Raça Espiritual.
Os
seres humanos de hoje são as imagens daqueles que viveram séculos
[milênios] atrás.
No
coração (centro da Consciência Espiritual), existe um
ponto, centro vital, que é o último a parar de pulsar. Este
ponto central se chama "Sede de Brama", e é o primeiro
centro vital que funciona no feto e o último que morre no organismo.
Por isto, é possível ressuscitar um morto enquanto este último
centro ainda contenha vida.9
No
ser-aí-no-mundo, há três centros principais: o coração,
a cabeça e o umbigo, que podem ser, dois a dois, positivos ou negativos
relativamente ao outro, segundo seu respectivo predomínio.
A
Imortalidade só poderá ser conquistada através da ascensão
rumo à Unidade.
—
Agora, sim; sou imortal!
No
caso de adeptos da Magia Negra ou de criminosos cuja redenção
não é possível — aqueles que tenham sido criminosos
durante uma grande série de vidas [homens
e mulheres sem-alma] — o fio brilhante que une o Espírito
à Alma Pessoal desde o momento do nascimento da criatura é
violentamente rompido e a entidade desencarnada é divorciada de sua
alma pessoal, sendo esta última aniquilada sem deixar o menor rastro
ou impressão de si mesma na primeira [entropização].
O
Universo objetivo é, em si-mesmo, uma falácia transitória
– uma ilusão.
A
segunda morte começa quando a tríade Atma-Buddhi-Manas se
separa dos seus princípios inferiores, ou seja, do reflexo da personalidade
que foi, ao entrar no estado devachânico.
Quando
a Razão [Fiat
Voluntas Tua] foi desenvolvida até
o ponto de adquirir atividade efetiva e discernimento místico concertado
não terá mais lugar a reencarnação nesta Terra,
porque se conjuntaram umas com as outras as três partes do ser-aí-no-mundo
tríplice — unitário — e este, então, se
encontra em condições de prosseguir sua marcha em outros planos
ou em outras dimensões.10
A
memória é física e passageira e depende das condições
físicas do cérebro; portanto, é uma fantasia, e é
a fantasia mais insegura das coisas em nós. A reminiscência,
esta, sim, é a memória da alma. A reencarnação
significa que o Eu que reencarna será dotado de um novo corpo, de
um novo cérebro e de uma nova memória. Para nos convencermos
do fato da reencarnação e das vidas passadas, deveremos interrogar
o próprio Eu Real e Permanente, e não a memória, que
é transitória. Enfim, o Eu que reencarna é o Eu Imortal,
não o ego pessoal.
Samma-sam-buddha
ou Samma-sambodhi Conhecimento
por um Perfeito das próprias encarnações passadas.
Depois
da morte, o espírito fica ofuscado, como que deslumbrado, e rapidamente
cai no estado denominado de inconsciência pré-devachânica.
Os
Nirmânâkâyas, nome que é dado àqueles que,
muito embora tenham adquirido o direito ao Nirvana e ao repouso cíclico,
renunciam a tudo por amor à Humanidade e aos que deixaram na Terra.
Tais Adeptos, Santos ou seja lá o nome pelo qual desejais chamá-los,
considerando o repouso na bem-aventurança como um ato de egoísmo,
posto que a Humanidade geme sob o peso dos sofrimentos e da miséria
produzidos pela ignorância, renunciam ao Nirvana, e resolvem permanecer
invisíveis em espírito na Terra. Os Nirmânâkâyas
não possuem corpo material, uma vez que o abandonaram, porém,
continuam na posse de todos os seus princípios, até na vida
astral de nossa esfera. Podem se comunicar e se comunicam com alguns eleitos,
ainda que, seguramente, não com os médiuns vulgares.
O
ciclo da vida consciente começou com a separação dos
sexos, e terminará com o fim da última geração
de homens, no sétimo ciclo da sétima raça da Humanidade.
O
que regula a duração e as qualidades especiais das encarnações
é o Karma, a Lei Operatória Universal de Justiça Retributiva,
cujos efeitos são eqüidade, sabedoria e inteligência –
absolutas e infalíveis. O karma não respeita ninguém;
é implacável e imutável, mesmo através de oração.11
A
causalidade universal não é somente presente, mas passada,
presente e futura.
A
Lei Universal do Karma de Justiça Retributiva ajusta sábia,
equitativa e inteligentemente cada efeito à sua causa.
Um
dever não cumprido torna o ser-aí-no-mundo espiritualmente
insolvente, cria um estado de quebra moral na próxima encarnação
e estabelece um ajuste cármico necessário.
O
Ser-aí-no-mundo Interior é o único Deus que pode(re)mos
conhecer. Cada ser-aí-no-mundo é o templo do seu Deus Interior
– o seu Deus em segredo.
Desgraçados
de aqueles que, em lugar de extirpar os desejos de seu ego inferior pessoal
ou ser-aí-no-mundo físico, dizem ao seu Eu Espiritual Superior
"seja cumprida a tua vontade e não a minha", e usam a força
de vontade para fins egoístas ou ímpios. Isto é Magia
Negra, abominação e feitiçaria espiritual.
Rezar
diante de seres finitos criados – por exemplo, deuses, santos, anjos
etc. – é idolatria.
A
Magia é tão antiga quanto o ser-aí-no-mundo. É
tão impossível citar a época em que apareceu pela primeira
vez quanto indicar o dia do nascimento do primeiro ser-aí-no-mundo.
O próprio Zoroastro foi tão-somente um reformador da Magia,
tal qual praticada pelos caldeus e pelos egípcios.
Duplo
é o poder da Magia, e nada é mais fácil, conseqüentemente,
do que sua degenerescência em feitiçaria, para o que basta,
tão-somente, um mau pensamento. A Magia é realmente um perigo
sem a Chave adequada e sem a capacidade para distinguir entre os caminhos
direito e esquerdo.
Toda
energia produz uma perturbação maior ou menor no espaço.
Cada
ser-aí-no-mundo – da mesma forma que todos os seres vivos e
até objetos inertes – possui uma aura produzida pelas suas
próprias emanações, que o circunda e que pode ser deslocada,
e por um simples esforço de vontade poderá se transladar para
qualquer lugar.
Um
vampiro magnético é capaz de absorver e de atrair para si
parte da vida de todos aqueles que são suficientemente fortes para
lhes ceder parte de sua vitalidade, em forma de sangue volatilizado.
Os
Mahatmas são homens de grande instrução aos quais designamos
com o nome de Iniciados, e cuja santidade de vida é ainda maior.
Não são ascetas no sentido ordinário do termo, ainda
que permaneçam apartados da agitação e das lutas do
mundo.
Antes
que a alma possa ver, a harmonia interior deve ter sido alcançada
e os olhos carnais devem estar cegos a toda ilusão. Antes que a alma
possa ouvir, é mister que a imagem (homem) se torne tão surda
aos rugidos como aos sussurros, aos bramidos dos elefantes furiosos como
ao argentino zumbido da dourada mosca de fogo. Antes que a alma seja capaz
de compreender e de recordar, deve ser unida ao Falante Silencioso, da mesma
forma que a forma que é construída com a argila está
inicialmente no espírito do ceramista.
Abandona
a tua vida se queres Viver.
Os
Sábios jamais se detêm no jardim da recreação
dos sentidos. Os Sábios não ouvem as aliciantes vozes da ilusão.
As
pessoas que mimam e acariciam os animais domésticos, até certo
ponto, lhes infundem alma, e lhes apressam a evolução, porém,
em troca, tais pessoas absorvem a vitalidade e o magnetismo de tais animais.
Portanto, em última análise, é contra a Natureza e
nocivo apressar a evolução animal.
Os
espíritos dos mortos não podem voltar à Terra, salvo
em casos raros e excepcionais, nem tampouco se comunicam com os homens,
exceto por meios completamente subjetivos. O que aparece objetivamente é
tão-só o fantasma do homem "ex-físico". Todavia,
há um Espiritismo psíquico ou, por assim dizer, "Espiritual".
Nas sessões espíritas, o 'deus ex machina' das chamadas "materializações"
é geralmente o Corpo Astral ou "duplo" do médium
ou de outras pessoas presentes.
Os
dogmas e a autoridade sempre foram os açoites do gênero humano
e os mais violentos inimigos da Luz e da Verdade.
O
Ocultismo triunfará antes que nossa época chegue ao "Triplo
Centenário de Saturno" do ciclo ocidental na Europa, ou seja,
antes do término do século XXI.
No
final do próximo ciclo, a Humanidade voltará a ser andrógina,
e, então, cada indivíduo terá duas colunas vertebrais,
que, na sétima raça, se fundirão, formando uma.
E
Vou Deixando-pra-lá...
Vou
vivendo... Deixando-pra-lá.
Tá
muito legal do jeito que está.
Deus
é Fiel. Oh!, Ele me salvará!
Na
Hora Z, Deus me arrebatará!
Assim
pensam muitos religiosos;
assim
vacilam tolos apostemosos.
Vão
indo, papando, traquejando...
Vão
pifando famélicos em bando...
Temos
de fazer; não farão por nós.
Temos
que romper os captores nós.
A vida
serve exatamente para isto:
transmudar,
in Corde,
o anticristo.
Nigredo
precisa se tornar Rubedo!
A Beleza
precisa transmutar o fedo!
O Vinho
Alforriante deve ser bebido!
O Pão
Ázimo necessita ser comido!
666
precisa se comutar em 999!
Entretanto,
a indolência só amove!
Aquele
que esperança não alcança!
Só
fazendo oscilar o fiel da balança!
Só
fazendo oscilar o fiel da balança!
______
Notas:
1. Amônio
Sacas, (cerca de 175 – 240/242) foi um filósofo neoplatônico
nascido de pais cristãos e mestre de Orígenes. Defendeu com
denodo que o Cristianismo e o Paganismo não diferiam em pontos essenciais.
De acordo com
a tradição, foi Amônio quem produziu o Neoplatonismo
em Alexandria. Amônio não publicou nenhuma obra, mas, entre
seus discípulos estão Orígenes, o Pagão, Orígenes,
o Cristão, Caio Cássio Longino o mais famoso crítico
estético e filósofo da época e, obviamente, seu mais
fervoroso discípulo Plotino
– que dividia o Universo em três hipóstases: O Uno
(É em virtude
do Uno [Unidade] que
todas as coisas são coisas), o Nous
(ou mente) e a Alma
– e mestre de Porfírio (responsável por organizar e
publicar 54 tratados de Plotino na obra As
Enéadas, composta por seis livros).
2. Ignorância
voluntária, por um lado; por outro, incapacidade espiritual de compreender
as Cosas Sagradas. Há tempo para ser escravo e há tempo para
se libertar. Ser escravo é mais fácil; não dá
trabalho ou, pelo menos, dá menos trabalho. Libertar-se é
mais difícil; é preciso empenho, empenho e empenho. E ainda
empenho! Por séculos! Talvez, por milênios. É impossível
que a libertação aconteça em uma única encarnação.
E é por isto que as pessoas vão deixando-pra-lá.
Dormir é melhor.
3. Esta
hereditariedade é de si-mesmo, individual. É a história
cármico-pessoal de cada um de nós.
4. Jesus,
o Cristo, por exemplo, só transmitiu sua Doutrina Secreta [que (re)aprendeu
nas diversas Iniciações que recebeu, nos dezoito anos em que
andou desaparecido do mundo] aos seus Discípulos – os Pequeninos.
Aos catecúmenos, os de fora, eram ensinadas coisas mais simples e
mais palatáveis, adequadas à cultura da época. Hoje,
até estas coisas mais simples e mais palatáveis que Jesus
ministrou estão praticamente perdidas. O pouco que sobrou está
inteiramente adulterado. Lamentavelmente, a essência original evaporou-se,
e, entre outros absurdos, transformaram Deus
meu, Deus meu, como me glorificaste em Deus meu, Deus meu, por
que me desamparaste (abandonaste)? Será que esses caras não
raciocinam um tiquinho que o Verdadeiro Deus (não o Deus que eles
acreditam que seja Dus) não desampara nem abandona ninguém?
Porque, se Ele desamparasse ou abandonasse alguém, Ele mesmo desapareceria
(seria entropizado) como Deus, o que é inteiramente destituído
de sentido e de racionalidade. Em uma palavra: despautério!
5. Criação
de onde? Para onde? Por quem? Por quê? Para quê? Ora, o Universo
foi, é e será o que sempre foi. E não está nem
aí para o que pensemos o que Ele seja ou o que Ele não seja.
É mais ou menos como deveríamos agir em relação
ao que os outros pensam, comentam ou dizem de nós (e para nós).
E também, se assim agíssemos, faríamos mais economia.
De tudo.
6. Se
o Universo e tudo o que Nele existe se caracterizam pela mudança
e pelo movimento, tudo o que existe se caracteriza por uma impermanência
relativa.
7. Isto
significa que não morremos de uma vez, como muitos pensam que morreu,
morreu – o Corpo Físico voltando a o pó e a alma indo
para não sei onde. Efetivamente, morremos aos pedacinhos; e isto
poderá, dependendo de cada qual, demorar mais ou menos. Na morte
ou transição, a
melhor parte do ser-aí-no-mundo
fica sozinha quando é separada, então,
depois, como se voltassem ao seu País depois de uma peregrinação
aventurosa ou após longo desterro, experimentam uma sensação
de alegria, como sentem principalmente aqueles que são Iniciados
nos Sagrados Mistérios, mesclada de inquietação e de
admiração, e cada qual com suas esperanças peculiares
e próprias, como disse o historiador, biógrafo,
ensaísta e filósofo eclético platônico grego
Lucius Mestrius Plutarchus (46 a.C. – 120 d.C.).
8. Tende
a se converter, e Madame Blavatsky sabia perfeitamente bem disto,
não quer dizer que inevitável e inexoravelmente se converterá,
pois, esta possível e desejada conversão só poderá
acontecer pela conjunção de dois fatores: Trabalho + Mérito.
O Universo não brinca de roda, tampouco de esconde-esconde, ainda
que cante sem parar.
9. O
ocultista, astrólogo e místico cristão dinamarquês
de origem alemã Max Heindel (1865 – 1919), fundador da The
Rosicrucian Fellowship (Fraternidade Rosacruz), denominou este centro
de Átomo-semente, que se localiza no ventrículo esquerdo do
coração, próximo do ápice. No Átomo-semente
ficam impressas as experiências vividas durante a existência
(encarnação). O Átomo-semente é libertado após
a morte, e despertará somente na aurora de uma outra vida física,
para, novamente, servir como núcleo de mais um Corpo Denso, a ser
usado pelo mesmo Eu.
10.
Mas, por ilimitado amor à Humanidade, alguns abrem mão, digamos
assim, de sua evolução (reintegração), para
auxiliar seus irmãos humanos em suas respectivas compreensões/libertações.
Este é o caso, por exemplo, dos Mahatmas Ascensos Jesus, Kut Hu Mi
e Morya. Enfim, como ensinou Madame Blavatsky, as
encarnações podem ser divididas em três grupos: 1º)
os Avatares ou Encarnações Divinas; 2º) os Nirmânâkâyas
ou Adeptos que renunciam ao Nirvana com o objetivo de auxiliar a Humanidade;
e 3º) as encarnações naturais da massa em geral sujeita
à roda de nascimentos e mortes. No Bhagavad Gita,
Krishna diz a Arjuna: Aquele
que me segue se salva pela Sabedoria e também pelas obras. Assim
que a virtude decai no mundo, eu me manifesto para o salvar.
11.
O Karma
não é propriamente imutável, primeiro, porque nada
é imutável no Universo, nem mesmo o próprio Universo;
segundo, porque, não sendo o Karma
punitivo, mas, retributivo-educativo, poderemos, pela compreensão,
alterar o tipo de retribuição (ajuste ou compensação)
estabelecida. Quantas vezes, em nossas vidas, percebemos, por intuição,
que deveremos agir assim, assado ou ensopado, ao invés de cozinhado,
grelhado ou fritado? O que não acontece é o apagamento ou
o abolimento do Karma
de araque ou sem mais aquela. E assim, agir/fazer ou não agir/fazer
é tão-só uma questão de livre-alvedrio. Tão-só,
nem tanto, porque o tão-só envolve, particularmente, a questão
cultural, e, principalmente, o desenvolvimento espiritual. Cada um de nós
está enfiado na prisão mâyavica
que construiu e que continua a construir.
Música
de fundo:
First
Knight
Compositor: Jerry Goldsmith
Fonte:
http://www.mp3raid.com/go/the_first_knight_theme.html
Páginas
da Internet consultadas:
http://www.levir.com.br/teosofia71.php
http://toons.artie.com/alphabet/
numbers/arg-1-50-trans.html
http://giphy.com/gifs/Jmk3MSvcvqPo4
http://mrdiv.tumblr.com/
http://leicesterstudent.blogspot.com.br/
2006_05_01_archive.html
http://www.desura.com/games/budo/
images/sumo-pummel-animation
http://s400.photobucket.com/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%B4nio_Sacas
http://veterinariosnodiva.com.br/books/
9-Blavatsky-Doutrina-Teosofica.pdf
Direitos
autorais:
As animações,
as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo)
neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar
o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright
são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a
quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las,
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do ar imediatamente.