A DOUTRINA TEOSÓFICA

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo Deste Estudo

 

 

 

Este estudo tem por objetivo divulgar alguns ensinamentos teosóficos garimpados na obra A Doutrina Teosófica, de autoria de Helena Petrovna Blavatsky (30/31 de julho de 1831 – 8 de maio de 1891), prolífica escritora, filósofa e mística russa, responsável pela sistematização da moderna Teosofia e co-fundadora da Sociedade Teosófica. A Teosofia, que se firma no preceito do não-egoísmo, considera o Buddhismo como o repositório da Teosofia de todos os tempos. O buddhista – diferentemente do egípcio, que se prepara para enfrentar o mal e a destruição de sua morada depois da morte para a manutenção de sua individualidade – através do Bardo Todol, intenta uma neutralidade dos afetos, e os princípios da não-ação se afirmam como única arma para enfrentar as constantes ciladas de seu carma. Helena Petrovna Blavatsky deixou à posteridade o grande legado de alguns pensamentos dos mais sublimes que o mundo já conheceu. Ela abriu as portas, há tanto tempo cerradas, dos Mistérios; revelou, uma vez mais, a verdade sobre o homem e a Natureza; deu testemunho da presença, na Terra, da Hierarquia Oculta, que vela e guia o mundo. Ela é reverenciada por muitos milhares de pessoas porque foi e é um farol que ilumina o caminho para as alturas a que todos devem ascender. (Josephine Ransom).

 

Bem, advirto que neste texto aparecem algumas palavras que não são de domínio comum. Não importa; o que importa é o que elas significam, e é nisto que você deverá fixar sua atenção.

 

 

 

Ensinamentos Teosóficos

 

 

 

O nome Teosofia data do século III de nossa era, e os primeiros que o empregaram foram Ammonio Saccas1 e seus discípulos, que fundaram o sistema Teosófico Eclético.

A ignorância voluntária – falta, durante vários séculos, de verdadeiro conhecimento espiritual e até de interesse por ele, motivados por uma inclinação exagerada para as coisas sensuais – proporcionou uma sujeição muito grande à letra morta do dogma e do literalismo.2

Ao ser-aí-no-mundo vulgar e egoísta, que tende sempre a satisfazer seus desejos pessoais em detrimento do seu próximo, jamais serão confiados os Segredos Divinos.

 

 

 

 

A incapacidade do ser-aí-no-mundo para conservar conhecimentos sagrados e divinos limpos de toda degradação foi a causa da perversão das verdades e dos símbolos mais sublimes e da transformação gradual das coisas espirituais em formas antropomórficas e comuns. Em outras palavras: rebaixamento da idéia divina e surgimento da idolatria.

Só pela purificação da alma será aliviado o Corpo Físico, cujos transtornos, excetuando-se casos acidentais, são hereditários.3

A Doutrina Secreta foi a Religião Iniciática universalmente difundida nos mundos pré-histórico e antigo. Os ensinamentos dos Grandes Adeptos existem em todos os países, mas, de maneira geral, todos estão fora do alcance de mãos profanas, estando, todavia, à disposição dos Iniciados.

 

 

Com a mão direita, desenhe este
Símbolo Sagrado em sua testa, e
profira o seu mantra preferencial.

 

 

Os "mlechchhas" – proscritos selvagens que se encontram fora da civilização – terão que esperar... Comunicar Segredos Iniciáticos de uma importância tão grande à multidão, sem que ela esteja preparada para isto, é equivalente a entregar uma vela acesa a um variado e deixá-lo entrar em um paiol.

Paganismo Antiga Sabedoria Repleta de Divindade.

O Bramanismo pré-védico e o Budismo são a dupla fonte de onde brotaram todas as religiões; o Nirvana – – é o Oceano para o qual tendem todas as religiões.

A verdadeira fé é a encarnação da Caridade Divina; os que exercem o ministério em seus altares são simplesmente humanos. Ao virar as páginas sangrentas da história eclesiástica, observamos que, qualquer que tenha sido o traje usado pelos atores, o plano da tragédia se manteve inalterado.

Todos os cultos antigos demonstram a existência de uma única Teosofia anterior aos mesmos. A Chave que explicar um deles, explicará todos; de outra forma, não poderá ser a Verdadeira Chave... A Religião da Sabedoria sempre foi uma e a mesma, e é a última palavra do conhecimento humano possível.

 

 

Silentium est Aureum

Silentium est Aureum

Cada religião é um fragmento da Verdade Divina que ilumina um vasto panorama da fantasia humana, e pretende representar e substituir a Sabedoria Universal.

Cada culto filosófico antigo compreendia um ensinamento esotérico (secreto) e um ritual exotérico (público).4

Mistérios dos Antigos = Mistérios Maiores (secretos) + Mistérios Menores (públicos). O próprio Buddhismo do Norte tem seus "veículos maiores" e "veículos menores", conhecidos como Mahayana (esotérico) e Himayana (exotérico), que são duas escolas.

Pitágoras denomina sua Gnosis de "hé gnosis ton ontos", o conhecimento das coisas que são, que reservava para os seus discípulos que podiam assimilá-lo e que haviam jurado guardar segredo.

Hierogramatistas Sacerdotes Egípcios Iniciados.

Não há criação.5 Há, sim, aparições periódicas e consecutivas do Universo, desde o plano subjetivo do Ser ao objetivo, em intervalos regulares de tempo, cobrindo períodos de imensa duração (Mahamânvântâras e Mahaprâlâyas). Da mesma forma como o Sol nasce e desaparece em nosso horizonte, o Universo nasce e desaparece em períodos regulares. Os hindus chamam essas alternâncias de Dias e Noites do Brama – Dias e Noites Universais. É a Atualidade Universal e Eterna manifestando (para nós, ilusão passageira) e encobrindo (ocultando) um Reflexo periódico de Si-mesma.

 

 

 

 

Seja por irradiação, seja por emanação, o Universo passa de sua subjetividade homogênea aos diversos planos de manifestação, existindo e se tornando mais material, mais denso e mais heterogêneo em cada plano.

O gérmen da raça humana atual preexistiu no pai dessa raça, do mesmo modo que na semente existe oculta a flor do próximo verão.

Todas as coisas do Universo, tanto no âmbito metafísico como no aspecto físico são setenárias. Daí, a cada corpo sideral, a cada planeta, seja visível ou invisível, sejam atribuídos seis globos companheiros. A evolução da vida procede nestes sete globos ou corpos, desde o primeiro ao sétimo, em sete tempos ou sete ciclos. E assim... As Sete Cidades Santas, as Sete Ilhas Santas, os Sete Mares Santos, as Sete Montanhas Santas, as Sete Árvores Sagradas, os Sete Mundos Superiores, os Sete Mundos Inferiores, as Sete Castas, os Sete Sacramentos, as Sete Igrejas na Ásia Menor, os Sete Pecados Capitais, as Sete Virtudes (quatro cardeais e três teologais), as Sete Cores Prismáticas do Arco-íris, as Sete Práticas da Magia, as Sete Esferas Superiores, as Sete Notas da Escala Musical, os Sete Algarismos de Pitágoras, as sete Maravilhas do Mundo, as Sete Épocas, os Sete Passos da Maçonaria que conduzem ao Santo dos Santos, os Sete Grandes Esquemas de Evolução Planetária, os Sete Períodos, (compreendendo cada um deles uma raça-raiz), os Sete Mânvântâras (um esquema de evolução)...

 

 

 

 

Quando se aproxima a dissolução planetária (prâlâya), cada globo tem que transferir sua vida e sua energia a outro planeta.

Nossa Terra, como o representante visível de seus globos, companheiros invisíveis e superiores – seus "Senhores" ou "Princípios" – tem que viver o mesmo que o vivido pelos demais durante sete tempos. Durante os três primeiros, verifica-se a formação e a consolidação; no quarto, o assentamento e o enrijecimento; nos três últimos, a Terra deverá voltar gradualmente à sua primeira forma, etérea, espiritualizando-se, por assim dizer.6

3 + 4 = 7.

A evolução não é uma ação exclusiva da Terra. O movimento evolutivo, tanto físico quanto anímico, é o resultado de evoluções anteriores. E assim, a evolução na Terra, afetando homens, animais, vegetais e minerais, procede da evolução de outros planetas.

A evolução se repete em cada mundo, e em cada um são efetuadas sete voltas sobre si mesmo, sendo cada um, em separado, um reflexo reduzido da ação e da vida da cadeia planetária. O tempo em que nos encontramos presentemente é o quarto (quinta raça do presente quarto ciclo). Cada ciclo [tempo] se destina preponderantemente ao domínio de cada um dos sete princípios do ser-aí-no-mundo e segundo a ordem de sua gradação ascendente. [7... 72... 73... 7... 49... 343].

No início da evolução de nosso globo, a Lua era maior que agora, e estava mais próxima da Terra. Afastou-se de nós e diminuiu de volume.

Macrocosmos = Três Princípios + Quatro Veículos —› Sete Princípios.

Hoste Operante Exército Unidade na Variedade.

Os milhões de obras imperfeitas que encontramos em a Natureza mostram indiscutivelmente que são produto de seres finitos e condicionados, ou seja: as obras imperfeitas são o resultado incompleto da evolução sob a direção de deuses imperfeitos, que o Cristianismo denomina de Espíritos de Presença (deuses de Deus).

O Deus pessoal ou extra-cósmico e antropomórfico é tão-somente a sombra gigantesca do ser-aí-no-mundo. O Deus da Teologia é um conjunto de contradições e uma impossibilidade lógica – um ajuntamento de sombras passageiras e de imaginárias ilusões.

Quanto mais límpido for o Espelho tanto mais resplandecente será a Imagem Divina.

Os sofismas teológicos só têm um objetivo: subjugar firmemente os fiéis através da superstição popular.

Qualquer investigador nunca estará mais distante da Verdade do que ao acreditar na proximidade da descoberta. O Conhecimento só poderá ser adquirido descendo do Universal ao particular.

A Essência Ilimitada e Desconhecida existe a partir de toda a eternidade, e – alternada e sucessivamente, de forma regular e harmônica – é ativa e passiva.

 

 

 

 

Ao ser inaugurado um período ativo, verifica-se uma expansão da Divina Essência, de dentro para fora, obedecendo à lei eterna é imutável, e o Universo fenomênico ou visível é o resultado da larga cadeia de forças cósmicas, postas, desta maneira, progressivamente, em movimento. Do mesmo modo, quando se cumpre a condição passiva, verifica-se uma contração da Essência Divina, e a obra anterior da Criação se desfaz de uma forma gradual e progressiva. O Universo visível se desintegra, seus materiais se dispersam e as "trevas" solitárias se debruçam sobre o "abismo". Ou metaforizando: uma expiração da "Ciência Desconhecida" dá origem ao mundo, e uma inspiração o faz desaparecer. O Universo presente é simplesmente um entre uma infinidade de séries que não tiveram princípio e não terão fim.

Nada pode afetar uma nação ou um ser-aí-no-mundo sem afetar a todas as outras nações e todos os outros homens.

O ser-aí-no-mundo [atual] é constituído de duas naturezas distintas: o Ser Superior ou Espiritual, composto de três princípios ou aspectos, e o Ser Inferior ou Quaternário Físico, composto de quatro; no total, sete. Isto é: em sentido esotérico, metafísico e filosófico, o ser-aí-no-mundo é constituído por quatro princípios básicos e três aspectos. Os quatro princípios são: Alma (Única Vida), Aura (Substrato que rodeia o ser-aí-no-mundo em sete camadas), Buddhi (Alma Espiritual) e Manas Superior (Eu; Inteligência, por antonomásia). Os três aspectos são: Prana (Alento Vital), Linga Sharira (Forma Astral) e Manas Inferior (Alma Animal).

 

 

Ser Setenário

 

 

O ser-aí-no-mundo é Setenário durante a vida; um Quinário logo após a morte, no Kamaloka; e uma Tríade – Eu Espírito–Alma–Consciência – no Devachan. Entretanto, pelo fato de o ser-aí-no-mundo encarnado ser um 7, em seguida um 5 e depois um 3, não é composto de diversas entidades ou, como diz muito claramente um escritor teosófico, um conjunto de peles ou camadas separáveis como aquelas de uma cebola; 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 perfazem uma unidade, ou seja, são aspectos e estados de consciência.7

A ipseidade [ou hecceidade, no pensamento de Duns Scotus (cerca de 1265 – 1308), é o caráter particular, individual, único de um ente, que o distingue de todos os outros] é ipseidade tão-somente enquanto dura a ipseidade.

Em linguagem budista, quando o espírito entra no Nirvana perde a existência objetiva, porém, conserva o ser subjetivo.

Os Vedanta afirmam que todo aquele que lograr conhecimento completo do seu Deus se converterá em Deus, ainda que permaneça em seu corpo mortal, mas, a partir de então, tendo adquirido poder sobre todas coisas.

Do mesmo modo que existem sete forças fundamentais em a Natureza e sete planos de existência, existem também sete estados de consciência, nos quais o ser-aí-no-mundo pode viver, pensar, recordar e ter sua existência.

Sete Estados de Consciência = Vigília, Sonolência, Sono Natural, Sono Hipnótico, Estado Psíquico, Estado Superpsíquico e Estado Espiritual.

O ser-aí-no-mundo setenário atual é uma neblina de cor violeta-pálida dentro de um círculo ovóide azulado sobre o qual se irradiam incessantes vibrações das cores do espectro, predominando a cor correspondente ao princípio mais ativo de cada personalidade no momento em que se efetua a observação clarividente.

O ser-aí-no-mundo tende a se converter em um deus e, depois, em Deus, da mesma forma que todos os átomos do Universo.8

Evolução: Raça Etérea —› Raça Espiritual.

Os seres humanos de hoje são as imagens daqueles que viveram séculos [milênios] atrás.

No coração (centro da Consciência Espiritual), existe um ponto, centro vital, que é o último a parar de pulsar. Este ponto central se chama "Sede de Brama", e é o primeiro centro vital que funciona no feto e o último que morre no organismo. Por isto, é possível ressuscitar um morto enquanto este último centro ainda contenha vida.9

No ser-aí-no-mundo, há três centros principais: o coração, a cabeça e o umbigo, que podem ser, dois a dois, positivos ou negativos relativamente ao outro, segundo seu respectivo predomínio.

A Imortalidade só poderá ser conquistada através da ascensão rumo à Unidade.

 

 

— Agora, sim; sou imortal!

 

 

No caso de adeptos da Magia Negra ou de criminosos cuja redenção não é possível — aqueles que tenham sido criminosos durante uma grande série de vidas [homens e mulheres sem-alma] — o fio brilhante que une o Espírito à Alma Pessoal desde o momento do nascimento da criatura é violentamente rompido e a entidade desencarnada é divorciada de sua alma pessoal, sendo esta última aniquilada sem deixar o menor rastro ou impressão de si mesma na primeira [entropização].

O Universo objetivo é, em si-mesmo, uma falácia transitória – uma ilusão.

A segunda morte começa quando a tríade Atma-Buddhi-Manas se separa dos seus princípios inferiores, ou seja, do reflexo da personalidade que foi, ao entrar no estado devachânico.

Quando a Razão [Fiat Voluntas Tua] foi desenvolvida até o ponto de adquirir atividade efetiva e discernimento místico concertado não terá mais lugar a reencarnação nesta Terra, porque se conjuntaram umas com as outras as três partes do ser-aí-no-mundo tríplice — unitário — e este, então, se encontra em condições de prosseguir sua marcha em outros planos ou em outras dimensões.10

A memória é física e passageira e depende das condições físicas do cérebro; portanto, é uma fantasia, e é a fantasia mais insegura das coisas em nós. A reminiscência, esta, sim, é a memória da alma. A reencarnação significa que o Eu que reencarna será dotado de um novo corpo, de um novo cérebro e de uma nova memória. Para nos convencermos do fato da reencarnação e das vidas passadas, deveremos interrogar o próprio Eu Real e Permanente, e não a memória, que é transitória. Enfim, o Eu que reencarna é o Eu Imortal, não o ego pessoal.

Samma-sam-buddha ou Samma-sambodhi Conhecimento por um Perfeito das próprias encarnações passadas.

Depois da morte, o espírito fica ofuscado, como que deslumbrado, e rapidamente cai no estado denominado de inconsciência pré-devachânica.

Os Nirmânâkâyas, nome que é dado àqueles que, muito embora tenham adquirido o direito ao Nirvana e ao repouso cíclico, renunciam a tudo por amor à Humanidade e aos que deixaram na Terra. Tais Adeptos, Santos ou seja lá o nome pelo qual desejais chamá-los, considerando o repouso na bem-aventurança como um ato de egoísmo, posto que a Humanidade geme sob o peso dos sofrimentos e da miséria produzidos pela ignorância, renunciam ao Nirvana, e resolvem permanecer invisíveis em espírito na Terra. Os Nirmânâkâyas não possuem corpo material, uma vez que o abandonaram, porém, continuam na posse de todos os seus princípios, até na vida astral de nossa esfera. Podem se comunicar e se comunicam com alguns eleitos, ainda que, seguramente, não com os médiuns vulgares.

O ciclo da vida consciente começou com a separação dos sexos, e terminará com o fim da última geração de homens, no sétimo ciclo da sétima raça da Humanidade.

O que regula a duração e as qualidades especiais das encarnações é o Karma, a Lei Operatória Universal de Justiça Retributiva, cujos efeitos são eqüidade, sabedoria e inteligência – absolutas e infalíveis. O karma não respeita ninguém; é implacável e imutável, mesmo através de oração.11

 

 

 

A causalidade universal não é somente presente, mas passada, presente e futura.

A Lei Universal do Karma de Justiça Retributiva ajusta sábia, equitativa e inteligentemente cada efeito à sua causa.

Um dever não cumprido torna o ser-aí-no-mundo espiritualmente insolvente, cria um estado de quebra moral na próxima encarnação e estabelece um ajuste cármico necessário.

O Ser-aí-no-mundo Interior é o único Deus que pode(re)mos conhecer. Cada ser-aí-no-mundo é o templo do seu Deus Interior – o seu Deus em segredo.

Desgraçados de aqueles que, em lugar de extirpar os desejos de seu ego inferior pessoal ou ser-aí-no-mundo físico, dizem ao seu Eu Espiritual Superior "seja cumprida a tua vontade e não a minha", e usam a força de vontade para fins egoístas ou ímpios. Isto é Magia Negra, abominação e feitiçaria espiritual.

Rezar diante de seres finitos criados – por exemplo, deuses, santos, anjos etc. – é idolatria.

A Magia é tão antiga quanto o ser-aí-no-mundo. É tão impossível citar a época em que apareceu pela primeira vez quanto indicar o dia do nascimento do primeiro ser-aí-no-mundo. O próprio Zoroastro foi tão-somente um reformador da Magia, tal qual praticada pelos caldeus e pelos egípcios.

Duplo é o poder da Magia, e nada é mais fácil, conseqüentemente, do que sua degenerescência em feitiçaria, para o que basta, tão-somente, um mau pensamento. A Magia é realmente um perigo sem a Chave adequada e sem a capacidade para distinguir entre os caminhos direito e esquerdo.

 

 

 

 

Toda energia produz uma perturbação maior ou menor no espaço.

Cada ser-aí-no-mundo – da mesma forma que todos os seres vivos e até objetos inertes – possui uma aura produzida pelas suas próprias emanações, que o circunda e que pode ser deslocada, e por um simples esforço de vontade poderá se transladar para qualquer lugar.

Um vampiro magnético é capaz de absorver e de atrair para si parte da vida de todos aqueles que são suficientemente fortes para lhes ceder parte de sua vitalidade, em forma de sangue volatilizado.

Os Mahatmas são homens de grande instrução aos quais designamos com o nome de Iniciados, e cuja santidade de vida é ainda maior. Não são ascetas no sentido ordinário do termo, ainda que permaneçam apartados da agitação e das lutas do mundo.

Antes que a alma possa ver, a harmonia interior deve ter sido alcançada e os olhos carnais devem estar cegos a toda ilusão. Antes que a alma possa ouvir, é mister que a imagem (homem) se torne tão surda aos rugidos como aos sussurros, aos bramidos dos elefantes furiosos como ao argentino zumbido da dourada mosca de fogo. Antes que a alma seja capaz de compreender e de recordar, deve ser unida ao Falante Silencioso, da mesma forma que a forma que é construída com a argila está inicialmente no espírito do ceramista.

Abandona a tua vida se queres Viver.

Os Sábios jamais se detêm no jardim da recreação dos sentidos. Os Sábios não ouvem as aliciantes vozes da ilusão.

As pessoas que mimam e acariciam os animais domésticos, até certo ponto, lhes infundem alma, e lhes apressam a evolução, porém, em troca, tais pessoas absorvem a vitalidade e o magnetismo de tais animais. Portanto, em última análise, é contra a Natureza e nocivo apressar a evolução animal.

Os espíritos dos mortos não podem voltar à Terra, salvo em casos raros e excepcionais, nem tampouco se comunicam com os homens, exceto por meios completamente subjetivos. O que aparece objetivamente é tão-só o fantasma do homem "ex-físico". Todavia, há um Espiritismo psíquico ou, por assim dizer, "Espiritual". Nas sessões espíritas, o 'deus ex machina' das chamadas "materializações" é geralmente o Corpo Astral ou "duplo" do médium ou de outras pessoas presentes.

Os dogmas e a autoridade sempre foram os açoites do gênero humano e os mais violentos inimigos da Luz e da Verdade.

O Ocultismo triunfará antes que nossa época chegue ao "Triplo Centenário de Saturno" do ciclo ocidental na Europa, ou seja, antes do término do século XXI.

No final do próximo ciclo, a Humanidade voltará a ser andrógina, e, então, cada indivíduo terá duas colunas vertebrais, que, na sétima raça, se fundirão, formando uma.

 

 

 

 

 

E Vou Deixando-pra-lá...

 

 

 

Vou vivendo... Deixando-pra-lá.

Tá muito legal do jeito que está.

Deus é Fiel. Oh!, Ele me salvará!

Na Hora Z, Deus me arrebatará!

 

Assim pensam muitos religiosos;

assim vacilam tolos apostemosos.

Vão indo, papando, traquejando...

Vão pifando famélicos em bando...

 

Temos de fazer; não farão por nós.

Temos que romper os captores nós.

A vida serve exatamente para isto:

transmudar, in Corde, o anticristo.

 

Nigredo precisa se tornar Rubedo!

A Beleza precisa transmutar o fedo!

O Vinho Alforriante deve ser bebido!

O Pão Ázimo necessita ser comido!

 

666 precisa se comutar em 999!

Entretanto, a indolência só amove!

Aquele que esperança não alcança!

Só fazendo oscilar o fiel da balança!

 

 

 

Só fazendo oscilar o fiel da balança!

 

 

 

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Notas:

1. Amônio Sacas, (cerca de 175 – 240/242) foi um filósofo neoplatônico nascido de pais cristãos e mestre de Orígenes. Defendeu com denodo que o Cristianismo e o Paganismo não diferiam em pontos essenciais. De acordo com a tradição, foi Amônio quem produziu o Neoplatonismo em Alexandria. Amônio não publicou nenhuma obra, mas, entre seus discípulos estão Orígenes, o Pagão, Orígenes, o Cristão, Caio Cássio Longino o mais famoso crítico estético e filósofo da época e, obviamente, seu mais fervoroso discípulo Plotino – que dividia o Universo em três hipóstases: O Uno (É em virtude do Uno [Unidade] que todas as coisas são coisas), o Nous (ou mente) e a Alma – e mestre de Porfírio (responsável por organizar e publicar 54 tratados de Plotino na obra As Enéadas, composta por seis livros).

2. Ignorância voluntária, por um lado; por outro, incapacidade espiritual de compreender as Cosas Sagradas. Há tempo para ser escravo e há tempo para se libertar. Ser escravo é mais fácil; não dá trabalho ou, pelo menos, dá menos trabalho. Libertar-se é mais difícil; é preciso empenho, empenho e empenho. E ainda empenho! Por séculos! Talvez, por milênios. É impossível que a libertação aconteça em uma única encarnação. E é por isto que as pessoas vão deixando-pra-lá. Dormir é melhor.

3. Esta hereditariedade é de si-mesmo, individual. É a história cármico-pessoal de cada um de nós.

4. Jesus, o Cristo, por exemplo, só transmitiu sua Doutrina Secreta [que (re)aprendeu nas diversas Iniciações que recebeu, nos dezoito anos em que andou desaparecido do mundo] aos seus Discípulos – os Pequeninos. Aos catecúmenos, os de fora, eram ensinadas coisas mais simples e mais palatáveis, adequadas à cultura da época. Hoje, até estas coisas mais simples e mais palatáveis que Jesus ministrou estão praticamente perdidas. O pouco que sobrou está inteiramente adulterado. Lamentavelmente, a essência original evaporou-se, e, entre outros absurdos, transformaram Deus meu, Deus meu, como me glorificaste em Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste (abandonaste)? Será que esses caras não raciocinam um tiquinho que o Verdadeiro Deus (não o Deus que eles acreditam que seja Dus) não desampara nem abandona ninguém? Porque, se Ele desamparasse ou abandonasse alguém, Ele mesmo desapareceria (seria entropizado) como Deus, o que é inteiramente destituído de sentido e de racionalidade. Em uma palavra: despautério!

5. Criação de onde? Para onde? Por quem? Por quê? Para quê? Ora, o Universo foi, é e será o que sempre foi. E não está nem aí para o que pensemos o que Ele seja ou o que Ele não seja. É mais ou menos como deveríamos agir em relação ao que os outros pensam, comentam ou dizem de nós (e para nós). E também, se assim agíssemos, faríamos mais economia. De tudo.

6. Se o Universo e tudo o que Nele existe se caracterizam pela mudança e pelo movimento, tudo o que existe se caracteriza por uma impermanência relativa.

 

 

 

 

7. Isto significa que não morremos de uma vez, como muitos pensam que morreu, morreu – o Corpo Físico voltando a o pó e a alma indo para não sei onde. Efetivamente, morremos aos pedacinhos; e isto poderá, dependendo de cada qual, demorar mais ou menos. Na morte ou transição, a melhor parte do ser-aí-no-mundo fica sozinha quando é separada, então, depois, como se voltassem ao seu País depois de uma peregrinação aventurosa ou após longo desterro, experimentam uma sensação de alegria, como sentem principalmente aqueles que são Iniciados nos Sagrados Mistérios, mesclada de inquietação e de admiração, e cada qual com suas esperanças peculiares e próprias, como disse o historiador, biógrafo, ensaísta e filósofo eclético platônico grego Lucius Mestrius Plutarchus (46 a.C. – 120 d.C.).

8. Tende a se converter, e Madame Blavatsky sabia perfeitamente bem disto, não quer dizer que inevitável e inexoravelmente se converterá, pois, esta possível e desejada conversão só poderá acontecer pela conjunção de dois fatores: Trabalho + Mérito. O Universo não brinca de roda, tampouco de esconde-esconde, ainda que cante sem parar.

9. O ocultista, astrólogo e místico cristão dinamarquês de origem alemã Max Heindel (1865 – 1919), fundador da The Rosicrucian Fellowship (Fraternidade Rosacruz), denominou este centro de Átomo-semente, que se localiza no ventrículo esquerdo do coração, próximo do ápice. No Átomo-semente ficam impressas as experiências vividas durante a existência (encarnação). O Átomo-semente é libertado após a morte, e despertará somente na aurora de uma outra vida física, para, novamente, servir como núcleo de mais um Corpo Denso, a ser usado pelo mesmo Eu.

10. Mas, por ilimitado amor à Humanidade, alguns abrem mão, digamos assim, de sua evolução (reintegração), para auxiliar seus irmãos humanos em suas respectivas compreensões/libertações. Este é o caso, por exemplo, dos Mahatmas Ascensos Jesus, Kut Hu Mi e Morya. Enfim, como ensinou Madame Blavatsky, as encarnações podem ser divididas em três grupos: 1º) os Avatares ou Encarnações Divinas; 2º) os Nirmânâkâyas ou Adeptos que renunciam ao Nirvana com o objetivo de auxiliar a Humanidade; e 3º) as encarnações naturais da massa em geral sujeita à roda de nascimentos e mortes. No Bhagavad Gita, Krishna diz a Arjuna: Aquele que me segue se salva pela Sabedoria e também pelas obras. Assim que a virtude decai no mundo, eu me manifesto para o salvar.

11. O Karma não é propriamente imutável, primeiro, porque nada é imutável no Universo, nem mesmo o próprio Universo; segundo, porque, não sendo o Karma punitivo, mas, retributivo-educativo, poderemos, pela compreensão, alterar o tipo de retribuição (ajuste ou compensação) estabelecida. Quantas vezes, em nossas vidas, percebemos, por intuição, que deveremos agir assim, assado ou ensopado, ao invés de cozinhado, grelhado ou fritado? O que não acontece é o apagamento ou o abolimento do Karma de araque ou sem mais aquela. E assim, agir/fazer ou não agir/fazer é tão-só uma questão de livre-alvedrio. Tão-só, nem tanto, porque o tão-só envolve, particularmente, a questão cultural, e, principalmente, o desenvolvimento espiritual. Cada um de nós está enfiado na prisão mâyavica que construiu e que continua a construir.

 

Música de fundo:

First Knight
Compositor: Jerry Goldsmith

Fonte:

http://www.mp3raid.com/go/the_first_knight_theme.html

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.levir.com.br/teosofia71.php

http://toons.artie.com/alphabet/
numbers/arg-1-50-trans.html

http://giphy.com/gifs/Jmk3MSvcvqPo4

http://mrdiv.tumblr.com/

http://leicesterstudent.blogspot.com.br/
2006_05_01_archive.html

http://www.desura.com/games/budo/
images/sumo-pummel-animation

http://s400.photobucket.com/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%B4nio_Sacas

http://veterinariosnodiva.com.br/books/
9-Blavatsky-Doutrina-Teosofica.pdf

 

Direitos autorais:

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