Rodolfo Domenico Pizzinga


 

 

Enquanto vivermos tão-só na base do Dó, Ré, Mi1

— ou igualmente apenas chilreando Fá, Sol, Lá, Si —

acabaremos todos, infelizmente, como a cigarra.

 

Não há nada de errado com a alegria de viver

nem com o cantar para alegrar ou enriquecer.

Mas, para Nascer é necessário constância e garra.

 

Quem já teve a ventura de ouvir a Música das Esferas,2

sabe que poderão transcorrer eras e mais eras,

mas, no Final3, não poderá prevalecer qualquer fanfarra.

 

 

Com a poluição, as cigarras
quase desapareceram!
Para recordar o seu canto,
aponte o mouse para a bichinha
aí em cima. Ela canta!

 

 

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Notas:

1. Este verso e o seguinte são meramente simbólicos. O segundo terceto deste poema justifica a intenção metafórica utilizada anteriormente. Esta explicação foi necessária porque poderia dar a impressão de que sou contra a música. Ora, não sou contra nada, principalmente contra a música. Mas quem gosta do Frank Sinatra, como eu, tem lá suas preferências. Só isso.

2. Há muitos anos, involuntariamente, em uma meditação, tive a ventura de – por ter entrado em um estado vibratório específico e muito elevado – ouvir esse Som Cósmico. Como não o esqueci, em uma palavra posso defini-lo como: indefinível! Infelizmente, se eu puder usar esse vocábulo, isso só aconteceu excepcionalmente uma vez. Aliás, comigo é mais ou menos assim. Com raríssimas exceções, as coisas não se repetem; só acontecem uma vez. Paciência!

3. Esse Final se dará quando ocorrer a definitiva Grande Iniciação. Isso não significa o fim da Peregrinação, mas o início de uma Nova Jornada em... Disse Confúcio: O que o homem inferior procura está nos outros. O que o homem superior procura está em si mesmo.

Música de fundo:

Do Re Mi (The Sound of Music) – (Oscar Hammerstein II & Richard Rodgers)

Fonte:

http://www.afcsat.com/mid/