Rodolfo Domenico Pizzinga
O denominado Domínio da vida
não quer dizer controlar a Vida.
É um Privilégio conquistado
por aquele que foi Iniciado.
Esse Santo Privilégio obriga
– ao que aos outros desobriga1 –
primeiro, partilhar e ensinar;
depois, continuar a Peregrinar.
E esse mal entendido Domínio
se refere a uma dada Dimensão
e a uma específica compreensão.
Mas só poderá haver Domínio
e Ascensão na Sagrada Espiral
se for transmudado todo o mal.
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Nota:
1. Pode parecer contraditório, mas ninguém é ou está obrigado a nada; nem propriamente a Peregrinar. Se quiser, poderá escolher simplesmente morrer. Somos livres para tudo, como igualmente somos responsáveis por tudo. A obrigação (mística) aparece naturalmente na Consciência do Iniciado quando ele percebe (porque realizou) em seu Coração o sentido da Unidade Cósmica e o verdadeiro significado do que é Fraternidade. Por isso, em recente e-mail enviado ao meu Irmão Vicente Velado escrevi: Eu sei que você sabe que o explorador, geógrafo e pacificador Marechal Cândido Rondon tinha por lema: 'Morrer se preciso for, matar nunca'. Então, como justificar ditadores como Saddam e Stalin? De qualquer maneira, repilo com todas as minhas forças a forma como Saddam foi executado. A cena que assisti foi horrenda; pior do que aquilo só a Inquisição católica... Que ele [Saddam Hussein] é meu irmão, sei muito bem e aceito de Coração. Mas não apóio e jamais apoiarei violência e truculência a troco de nada. Para mim, se todos somos um, quem mata é um suicida, e quem se suicida é um assassino. Em minha cabeça só consigo tolerar a legítima defesa, coisa que, hoje, no meu caso, também não funciona. Se eu tiver que morrer, morrerei, mas não matarei para continuar vivo. No passado eu não pensava lá bem assim. De qualquer forma, não julgo os motivos de ninguém. Mas não julgar é uma coisa; apoiar ou não apoiar são coisas inteiramente diferentes, ainda que em ambas haja algum tipo de julgamento de valor. Esse entendimento e o recente trabalho divulgado pela Illuminates of Kemet, Brasil (IOK-BR), voltado para a Nova Era Mental, Saddam – A Carta Oculta do Tarot do Kaos, de autoria do Frater Velado, 7Ph.D., me levaram a escrever este soneto, soneto que se refere ao tão incompreendido Domínio da vida. Há (ou poderá haver) Domínio da vida? Certamente que sim; mas só se Domina (ou se poderá chegar a Dominar) aquilo que está circunscrito a um Plano ou a uma Dimensão específica – a Dimensão à qual estamos vinculados e na qual estamos atuando. Se houvesse Domínio definitivo de tudo e do Todo, o ser-no-mundo cairia em uma espécie de inexistente estado de impossível mais nada aprender ou conquistar, misturado com uma impossível imobilidade no movente Kosmos que nunca dorme (pois nem no Prâlâya se pode admitir que Ele fique completamente imóvel), o que é antitético ao permanente movimento e à permanente mudança que basicamente caracterizam a própria existência e (im)permanência do(s) Universo(s). A Peregrinação nunca teve começo e jamais poderá ter fim. Quem espera um paraíso eterno de felicidade eterna depois da morte, haverá sofrer uma enorme decepção. Se assim fosse, seria realmente muito chato, porque só pela bagunça da existência é que temos a possibilidade de ascendermos e de nos tornarmos progressivamente melhores. Então, bendita bagunça! Mas que se entenda: é preciso organizar essa bagunça.
Para ler ou baixar o trabalho Saddam, A Carta Oculta do Tarot do Kaos, de autoria do Frater Velado – no qual o autor faz uma minuciosa análise metafísica do affaire Saddam, contrapondo o carma dos ditadores à aspiração ao Estado de Buda – o endereço eletrônico é:
http://svmmvmbonvm.org/saddam.pdf
Observação:
Este trabalho já estava no ar quando recebi um e-mail do Frater Vicente Velado, em 11 de fevereiro de 2007, tratando de um determinado assunto. O último parágrafo deste e-mail é altamente educativo, por isso resolvi reproduzi-lo a seguir: O domínio da vida é exercido em nível individual e consiste em existir tendo a existência pessoal sob controle – e não vivendo ao sabor de determinantes randômicas, unicamente. Somente a Força tem o Domínio da Vida (Vida como fenômeno global do Existir). Entretanto, há Seres Superiores que podem influir no decurso da Vida, por interação direta com Ela. Tais Seres criam Universos inteiros mentalmente e os destroem também, e são confundidos com "Deus". Exemplo: Brahma (versão hinduísta).
Fundo musical:
Praise The Saviour
Fonte:
