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Nota:
1. Domingos Fernandes
Calabar (Porto Calvo, 1609 – Porto Calvo, 1635) foi um senhor de engenho,
mameluco, nascido na então Capitania de Pernambuco, em área
que corresponde ao atual Estado de Alagoas. Aliou-se aos holandeses que
invadiram o Nordeste do Brasil. Calabar, a exemplo de Benedict Arnold, para
os estadunidenses, é tido como o maior traidor da História
Brasileira. Será que foi mesmo? Calabar acabou sendo capturado, garroteado,
esquartejado e as suas partes expostas, para demonstrar, assim, a quem mudasse
de lado o destino que lhe estava reservado. Já Benedict Arnold (14
de janeiro de 1741 – 14 de junho de 1801) foi um general durante a
Guerra de Independência dos Estados Unidos, que, inicialmente, lutou
pelo Exército Continental, mas, acabou desertando para o Exército
Britânico. Mas, por que, neste poema, eu trouxe à baila, como
uma espécie de mote, o Senhor Domingos Fernandes Calabar? Simplesmente,
porque, independente do fato de se Calabar foi ou não foi um perjuro,
o pior traidor é quem trai a si mesmo. Bem, seja como for, quanto
a isto, Romeu de Avelar, nome literário do autor, jornalista e historiador
alagoano Luís de Araújo Morais (São Miguel dos Campos,
Alagoas 23 de março de 1893 – Leopoldina, 20 de dezembro de
1972), contestou a idéia de que Calabar teria sido, de fato, um perjuro.
O autor argumentou que Calabar, por ter sido brasileiro e não português,
tinha todo o direito de escolher de que lado lutar. Ele admitiu que Calabar
era não apenas corajoso, mas, também, um patriota. Segundo
o autor, Domingos
Fernandes Calabar foi um insurreto e um clarividente que se antecipou à
revolução histórica e liberal do Brasil.
Já Calabar: o Elogio da Traição foi uma peça
de teatro musicada, escrita entre os anos de 1972 e 1973, no auge da ditadura
militar brasileira, por Chico Buarque (Rio de Janeiro, 19 de junho de 1944),
e Ruy Alexandre Guerra Coelho Pereira (Lourenço Marques, atual Maputo,
22 de agosto de 1931), que, na verdade, é uma alegoria histórica,
na qual é questionada a chamada versão oficial, sendo Calabar
apresentado como herói, que não tinha por objetivo o ganho
pessoal, mas, o melhor para o povo brasileiro. A intenção
dos autores, porém, não foi denunciar um erro histórico
nem teve a pretensão de promover uma revisão: o alvo, na época,
foi, justamente, o próprio regime militar, a censura e os veículos
de comunicação que, engessados pelas versões dos fatos
sempre acordes com o sistema, passavam ao povo imagens e informações
que precisavam ser questionadas em sua veracidade. A grande questão
é: onde está, de fato, a traição? Nos
mantenedores de uma ordem hipotética ou na rebeldia dos heróis,
que arriscam a vida pelo dever ou em benefício de outrem? Enfim,
na vida, precisamos ultrapassar nossos pontos de interrogação,
nossas coisificações (miragens + ilusões), nossas dúvidas
e nossas perplexidades, e, definitivamente, deixar de ser traidores de nós
mesmos e do Deus de nossos Corações.
E
se vocês rirem de mim,
Se eu for alvo de chacotas e chalaças,
Se for ridículo na jaqueta de veludo
Ou nas ceroulas de brim,
Ou porque falo tanto de caganeira e bacalhau,
É bom pensarem duas vezes, porque, ainda mesmo assim,
Com lombrigas dançando dentro da barriga,
Com a Holanda, a Espanha e toda a intriga,
Eu sou aquele que, custe o que custar,
Acerta o laço e tece o fio
Que enforca Calabar.
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Domingos
Fernandes Calabar |
Benedict
Arnold |
Música
de fundo:
A Noite do Meu Bem
Composição e interpretação: Dolores Duran
Fonte:
http://musicpleer.audio/#!3ce4139c5ca904b37e8e657a7d2a7861
Páginas
da Internet consultadas:
https://giphy.com/gifs/business-122xvcGTKEHSFi
http://www.passeiweb.com/estudos/livros/calabar
https://pt.wikipedia.org/wiki/Calabar:
_o_Elogio_da_Trai%C3%A7%C3%A3o
http://www.cultura.al.gov.br/politicas-e-acoes/
mapeamento-cultural/alagoanos-ilustres/calabar
https://pt.wikipedia.org/wiki/Domingos_Fernandes_Calabar
https://pt.wikipedia.org/wiki/Benedict_Arnold
http://www.efecade.com.br/amigo-da-onca/
http://necaonline.com/
https://giphy.com/search/fartman-farting
https://techcrunch.com/
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