Este
estudo se constitui da oitava e última parte de um pequeno conjunto
de fragmentos retirados da obra Dogma
e Ritual da Alta Magia, de autoria do escritor, ocultista e
Mago Cerimonialista francês Éliphas Lèvy.
Dizem
que conselho, se fosse bom, não seria dado, seria vendido. Bem, eu
não vou aconselhar nada nem ninguém, mas, antes, devo recomendar
que ninguém se meta a fogueteiro, e saia por aí a fazer coisas
de magia ou de Magia: o cano poderá ser escuro, longo, doloroso e
não reversível, e o pândego poderá acabar ficando
birutinha da silva. Com Magia, não se bole e não se brinca:
nem à vera nem à brinca. A Alta Magia tem uma e apenas uma
finalidade: libertar da ilusão. Todavia, pagará um preço
caríssimo aquele que penetrar em seus meandros sem a devida expertise
e sem uma bússola adequada. Isto dito, se você não conhece
o Dogma
de Éliphas, leia (estude) os fragmentos que selecionei, mas, principalmente,
se não for um Iniciado, evite pôr em execução
os ensinamentos (Leis Mágicas). Conhecer as coisas é um dever;
pô-las em prática sem saber é uma irresponsabilidade.
Nota
Biográfica
Éliphas
Lèvy
Éliphas
Lèvi Zahed, nome de batismo Alphonse Louis Constant, (8 de fevereiro
de 1810 – 31 de maio de 1875) foi um escritor, ocultista e Mago Cerimonialista
francês.
O
seu pseudônimo "Éliphas Lèvi," sob o qual
publicava seus livros, resultou de pretender ter um nome adotado de origem
hebraica, associando-o mais facilmente a outros KaBaListas
famosos.
O
maior ocultista do século XIX, como muitos o consideram, Éliphas
era filho de um modesto sapateiro, Jean Joseph Constant, e de Jeanne-Agnès
Beaupurt, de afazeres domésticos. Tinha uma irmã, Paulina-Louise,
que era quatro anos mais velha. Desde sua infância, demonstrou um
grande talento para o desenho. Todavia, seus pais escolheram para ele o
caminho religioso.
Aos
dez anos de idade, ingressou na comunidade do presbitério da Igreja
de Saint-Louis, em Lille, uma cidade no norte da França, onde aprendeu
o catecismo com o seu primeiro mestre, o abade Hubault, que fazia seleções
dos garotos mais inteligentes. Éliphas foi encaminhado por Hubault
ao seminário de Saint-Nicolas Du Chardonnet, para concluir seus estudos
preparatórios. A vida familiar, para ele, havia acabado neste momento.
No seminário, teve a oportunidade de se aprofundar nos estudos de
Filologia, e, quando completara dezoito anos, já estava apto para
ler a Bíblia no seu contexto original.
Em
1830, foi transferido para o seminário de Issy, para estudar Filosofia.
Dois anos depois, ingressou em Saint-Sulpice para estudar Teologia. Foi
nesse tempo que esteve em Issy que escreveu seu primeiro drama bíblico,
Nemrod.
No Seminário de Saint-Sulpice, criou seus primeiros poemas religiosos,
considerados de demasiada beleza.
Éliphas
Lèvi foi ordenado diácono em 19 de dezembro de 1835. Em maio
de 1836, teria sido ordenado sacerdote, se não tivesse confessado
ao seu superior o amor por Adelle Allenbach, que havia realizado a primeira
comunhão com ele. Suas convicções causaram um choque
tão grande, que Éliphas sentiu que deveria abandonar a carreira
eclesiástica.
Como
resultado da publicação da sua Bíblia
da Liberdade, foi posto preso durante oito meses, tendo que
pagar, inclusive, 300 francos de multa, acusado de profanar o santuário
da religião, de atentar contras as bases que sustentam a sociedade,
de espalhar ódio e a insubordinação. Mais ou menos
foi acusado da mesma impiedade que levou Sócrates (469 a.C. –
399 a.C.) a ser condenado e a ter que tomar a cicuta.
Depois
de tanto constrangimento e de tantos parênteses na sua vida, enquanto
esteve preso, teve contato com os estudos do polímata e espiritualista
sueco Emanuel Swedenborg (29 de janeiro de 16881 – 29 de março
de 17721). Segundo Éliphas, os escritos de Swedenborg não
contêm toda a verdade, mas, conduzem os neófitos com segurança
em uma suposta senda esotérica.
Muitos
estudiosos e a maioria dos leitores não compreendem as obras de Éliphas
Lèvy. O que estas pessoas não sabem, é que para compreender
a Sabedoria veiculada nos seus livros, é fundamental e indispensável
possuir os ensinamentos Gnósticos. Somente a Sabedoria Gnóstica
oferece as chaves para decifrar a Alta Magia revelada por Éliphas.
Cumprida
a sua missão, Éliphas transcende tranqüilamente aos Planos
Superiores no dia 31 de maio de 1875, em sua residência.
Fragmentos
da Obra
A
Matéria-prima da Grande Obra, no Mundo Superior, é o entusiasmo
e a atividade; no mundo intermediário, é a inteligência
e a indústria; no mundo inferior, é o trabalho; e na Ciência,
é o Enxofre (forma elementar do Fogo), o Mercúrio (forma elementar
do Ar e da Água) e o Sal (forma elementar da Terra), que, alternativamente
volatizados e fixados, compõem o Azoth dos sábios.
Para
os Mestres da Alquimia, o Ouro e a Prata são o Rei e a Rainha ou
a Lua e o Sol; o Enxofre é a Águia Voadora; o Mercúrio
é o Andrógino Alado e Barbado, montado em um cubo e coroado
de chamas; a Matéria (ou o Sal) é o Dragão Alado; os
metais em ebulição são leões de diversas cores.
Enfim, a Obra inteira tem por símbolo o Pelicano e a Fênix.
Fogo
Secreto Esperma Universal.
A
Grande Obra é uma verdadeira criação do Verbo Humano,
Iniciado ao Poder do próprio Deus.
A
criação do Ouro na Grande Obra se faz por transmutação
e multiplicação.
Uma
única Porta leva ao Santuário da Grande Obra.
Pentagrama:
o mais elevado Mistério Dogmático e Prático da Magia
Tradicional.
Há
Luz no Ouro, Ouro na Luz e LLuz em todas as coisas.
Tudo
é vivo em a Natureza, e é porque tudo é vivo que tudo
se move e muda incessantemente de forma.
A
morte não é nem o fim de vida nem o começo da imortalidade;
é a continuação e a transformação da
vida. A morte é sempre um progresso reintegrador.
A
ressurreição de um morto é a obra-prima do magnetismo,
porque é preciso, para realizá-la, exercer uma espécie
de onipotência simpática. É possível no caso
de morte por congestão, afogamento, languidez e histerismo.
A
Alta Ciência não admite nem dúvidas nem puerilidades.
Para
qualquer evocação (seja de amor, seja de ciência, seja
de inteligência), é preciso observar uma castidade rigorosa,
viver no retiro e só fazer uma refeição vegetariana
modesta por dia.
Os
processos da Magia Negra têm por fim perturbar a razão e produzir
todas as exaltações febris que dão a coragem para os
grandes crimes.
Opinião
Rainha do Mundo.
A
vida de todos os seres é uma transformação progressiva
da qual se pode determinar, renovar, conservar por maior tempo ou destruir
mais depressa as formas.
É um
erro comum tomar por uma história real as Alegorias Mágicas.
Para
se fazer invisível é necessária uma das três
coisas: interpor um meio opaco qualquer entre a luz e o nosso corpo, ou
entre o nosso corpo e os olhos dos assistentes, ou fascinar os olhos dos
assistentes de tal modo que não possam fazer uso da sua vista. Ora,
destes três modos de se fazer invisível, só o terceiro
é Mágico. O segredo da invisibilidade está, pois, inteiramente,
em um poder que poderíamos definir: o de desviar ou paralisar a atenção,
de modo que a luz chegue ao órgão visual, sem excitar o olhar
da alma.
O
Tetragrama – palavra suprema da Magia – significa: É
o que será. E, se o aplicarmos a qualquer transformação
e o fizermos com uma completa inteligência, ele renovará e
modificará todas as coisas, até a despeito da evidência
e do senso comum.
Só
poderá haver acordo entre a misericórdia e a justiça
se houver misericórdia e justiça.
A
afirmação absoluta do Bem implica a negação
absoluta do mal; por isto, na LLuz, a própria sombra é Luminosa.
A
demência logo se comuta em frenesi, e dos sacrifícios humanos
à antropofagia há somente um passo.
Na
Antigüidade, beijar respeitosamente o traseiro do Bode KaBaLístico
de Mendes era um sinal de humildade e de confiança nos Iniciadores.
O
Hermafrodita hermético é casto.
Na
Idade Média, depois de ter atribuído existência real
à negação absoluta do Bem, depois de ter entronizado
o absurdo e de ter criado o deus da mentira, restava à loucura humana
invocar este ídolo impossível: o diabo – pondo
sua assinatura ao lado da de Deus!
Axioma
Mágico: No círculo da sua ação, todo Verbum
cria o que afirma. Conseqüência: Aquele que afirma o diabo cria
ou faz o diabo.1
Círculo
Goético das Evocações Negras e dos Pactos:
Giovanni
Pico della Mirandola afirma que, na Magia Negra, as palavras mais bárbaras
e absolutamente ininteligíveis são as mais eficazes e melhores.
A
Igreja, nos seus exorcismos, consagrou a sua crença em
todas estas coisas (demônios e feiticeiros), e pode-se dizer
que a Magia Negra e o seu Príncipe Tenebroso são
criações, reais, vivas e terríveis do Catolicismo
Romano, e que são, até, a sua obra especial e característica,
porque os padres não inventaram Deus.
|
A
Magia criadora do demônio, esta Magia que ditou o Grimório
do Papa Honório, o Enchiridion de Leão III, os exorcismos
do Ritual, as sentenças dos inquisidores... é alguma coisa
verdadeiramente condenável e infinitamente deplorável.
—
Queimai tudo! Deus reconhecerá
os seus! — pareciam dizer os inquisidores.
O
que agita todos os crudelíssimos moribundos já não
é mais o remorso, mas, sim, um terror sem esperança e a visão
de um inferno antecipado.2
Os
feiticeiros, geralmente, se expõem a ser os primeiros a ser mortos
pelas suas máquinas infernais.
Um
exemplo de Magia Negra abominável poderá ser praticado assim:
toma-se um sapo dos maiores e administra-se-lhe o batismo, dando-lhe o nome
e o sobrenome da pessoa que se quer amaldiçoar. Faz-se-lhe, depois,
engolir uma hóstia consagrada, sobre a qual se tenha pronunciado
fórmulas de execração. Em seguida, envolve-se o sapo
nos objetos magnetizados, liga-se-o com os cabelos da vítima sobre
os quais o operador terá escarrado, e enterra-se tudo, quer embaixo
da soleira da porta do maleficiado, quer em um lugar em que ele seja obrigado
a passar todos os dias. O espírito elementar deste sapo tornar-se-á,
para os seus sonhos, um pesadelo e um vampiro, a menos que o maleficiado
saiba enviá-lo de novo ao Mago Negro.
Na
Idade Média, aqui e ali, sempre havia padres apóstatas e sacrílegos
dispostos a dar os tesouros da Igreja aos necromantes e feiticeiros, que
consideravam como seus senhores.
O enfeitiçamento
será mais efetivo se o Mago Negro puder obter cabelos, sangue e,
principalmente, um dente da pessoa enfeitiçada. Isto deu lugar a
este modo de falar proverbial: “Tendes um dente contra mim”.
Uma
ameaça é um enfeitiçamento real, porque age vivamente
sobre a imaginação, principalmente se esta imaginação
aceita facilmente a crença de um poder oculto e ilimitado. A terrível
ameaça do inferno – este enfeitiçamento da Humanidade
durante vários séculos – criou mais pesadelos, mais
doenças sem nome e mais loucuras furiosas do que todos os vícios
e excessos reunidos.
Um
presumido enfeitiçamento não terá qualquer poder sobre
aquele que está fortemente ligado às correntes magnéticas
do Bem e da Virtude.
O
enfeitiçamento age à maneira das doenças contagiosas.
Um grande meio de resistir ao enfeitiçamento é não
o temer.
Pessoas
nervosas, fracas, crédulas, histéricas, supersticiosas, devotas,
tolas, sem energia e sem vontade nunca deverão abrir um livro de
Magia e não deverão escutar os que falam de Ciências
Ocultas.
Satã
Ignorância +
Irracionalidade +
Fanatismo cego +
Inquisição e seu inferno.
Profissão
de fé: Creio na Vida Eterna!
Uma
longa contemplação do céu exalta a imaginação;
as estrelas, então, respondem aos nossos pensamentos. O céu
é, assim, o espelho da alma humana; e quando julgamos ler nos astros
é em nós mesmos que lemos.
Quadro
dos Caracteres Mágicos traçados pelos antigos astrólogos,
conforme as constelações zodiacais:
O
Sábio que quiser ler no céu deverá observar também
os dias da Lua, cuja influência é muito grande na Astrologia.
A Lua atrai e repele sucessivamente o fluido magnético da Terra,
e é assim que produz o fluxo e o refluxo do mar. É preciso,
pois, conhecer bem as suas fases e saber discernir os seus dias e as suas
horas. A Lua Nova é favorável ao começo de todas as
Obras Mágicas, e, desde o Quarto Crescente até a Lua Cheia,
a sua influência é quente; da Lua Cheia até o Quatro
Minguante, é seca; do Quarto Minguante até o fim, é
fria.
As
ameaças dos profetas aos diversos impérios do mundo eram fundadas
nos caracteres das estrelas que se achavam verticalmente em cima deles,
na relação habitual da esfera celeste para a esfera terrestre.
Só
a intuição magnética dará valor e realidade
a todos os cálculos KaBaLísticos e Astrológicos, pueris,
talvez, e completamente arbitrários, se a pessoa os fizer sem inspiração,
por curiosidade fria e sem uma poderosa Vontade.
Diminuir
a ação da inteligência é aumentar, igualmente,
as forças de uma paixão insensata.
A
absorção de uma vontade por outra muda, muitas vezes, uma
série inteira de destinos...
Na+Cl–
Os
filtros mais terríveis são as exaltações [pseudo]místicas
de uma devoção mal entendida.
O
temor excessivo de uma coisa quase sempre a torna inevitável.
Seguindo
as duas curvas de um círculo, chega-se ao mesmo ponto.
Todos
os exaltados são mais ou menos loucos. Para se preservar das más
influências, a primeira condição seria, pois, evitar
que a imaginação se exalte.
A
Eterna Razão é o Verbo Divino – a Luz Verdadeira.
A
Divina Pedra Filosofal – a Medicina por excelência de toda a
Natureza – é uma e múltipla. É decomposta pela
análise e recomposta pela síntese. Na análise, é
um pó, o Pó de Projeção dos Alquimistas; antes
da análise e na síntese é uma pedra. Em todas as doenças
da alma ou do corpo, um só grão do Divino Pó é
mais do que suficiente para curar.
Do
nada, nada se faz. Raimundo Lúlio, um dos grandes e sublimes Mestres
da Ciência, disse que, para fazer ouro, é preciso primeiramente
possuir ouro.
Nenhuma
substância é estranha à Grande Obra. É possível
mudar em ouro as matérias mais desprezíveis e, em aparência,
as mais vis.3
Milagre
Efeito NaturaL derivado de
uma Causa Excepcional. Relativamente aos milagres, o erro comum é
considerá-los como efeitos sem causas, como contradições
da Natureza, como resoluções repentinas da imaginação
divina. O curioso é que ninguém pensa que um único
milagre desta sorte romperia a harmonia universal e mergulharia o Universo
no caos.
No
céu das concepções humanas, é a Humanidade que
cria Deus, e os homens pensam que Deus os fez à sua imagem, porque
O fazem à sua.
Quando
o Sábio diz “Eu quero”, é o próprio Deus
que quer, e tudo o que ordena se realiza.
A
insuflação [sopro]
quente e prolongada restabelece a circulação do
sangue, cura as dores reumáticas e gotosas, restabelece o equilíbrio
nos humores e dissipa a fraqueza. Da parte de uma pessoa simpática
e boa, é um calmante geral. A insuflação fria apazigua
as dores que têm por princípio as congestões e acumulações
fluídicas. É preciso, pois, alternar estes dois sopros, observando
a polaridade do organismo humano e agindo de um modo oposto sobre os pólos,
que devem ser submetidos, um depois do outro, a um magnetismo contrário.
O sopro quente deve ser feito transversalmente ou de baixo para cima; o
sopro frio tem mais força se for dirigido de cima para baixo.
A
maior parte das doenças tem a sua fonte em desordens morais: é
preciso começar por curar a alma, e o corpo será, depois,
facilmente curado.4
Adivinhação
Sacerdócio do Mago.
O
Iniciado Perfeito vê a Verdade na Luz, pressente uma impressão
e atravessa os Corações com seu olhar.
Ó
perseguidores! Ó incendiários! Ó zombadores! Quando
tereis terminado as vossas obras de trevas e destruição?
O
Pentagrama é a solução de todas as questões
mágicas, e todas as antinomias se explicam pela harmoniosa Unidade.
Só
pela Ciência se libertarão do absurdo as imaginações
desviadas.
A
fé não passa de uma superstição e de uma loucura,
se não tiver a razão para base, e só é possível
supor o que se ignora por analogia com o que se sabe. Definir o que não
se sabe é uma ignorância presunçosa; afirmar positivamente
o que se ignora é mentir.
O
que ignoramos não existe ainda para nós. Viver intelectualmente
é aprender.
O
Verdadeiro Filósofo crê no que existe, e só admitirá
a posteriori o que for razoável.5
Não
é permitido ao homem violentar o destino, e, ainda menos, impor obstáculos
ao legítimo emprego da liberdade.
Não
se deve acusar a Alta Magia de desregramentos que ela nunca autorizou.
'Uma
coisa não é justa porque Deus a quer; mas, Deus a quer porque
ela é justa.' (Tomás
de Aquino, apud Éliphas Lèvy).
O
homem que chegou a nada desejar e a nada temer é o senhor de tudo.
Alerta
aos Neófitos
om
Magia,
não
se bole nem se brinca:
nem
à vera nem à brinca.
Em Magia,
poderá
suceder o inesperado,
e comprometer
o Quadrado!
Com Magia,
não
se mexe nem se remexe:
Em Magia,
para
o que se quiser realizar,
deve-se
Saber como operar.
Com Magia,
só
aquele que for Iniciado,
e, mesmo
assim: Cuidado!
Em Magia,
o medo
sempre devastará;
a dúvida
sempre malucará!
Com Magia,
Em Magia,
ou seremos
diabos-homens,
ou seremos
Deuses-homens!
Prática
Benigna de Magia Cerimonial
Agora,
que você concluiu este incompleto e apocopado estudo do Dogma
e Ritual da Alta Magia, de autoria de Éliphas Lèvy,
eu o convido a fazer um experimento benigno de Magia Cerimonial, em prol
de todos os seres da Terra. Em primeiro lugar, tome um banho ou lave o rosto
e as mãos, em sinal de pureza e de intenção categórica.
Beba um copo com água. Confortavelmente, sente-se voltado para o
leste geográfico. Entre no Santo Silêncio. Diga: Domine,
non sum dignus ut intres sub tectum meum; sed tantum dic Verbo, et sanabitur
anima mea. Vocalize o Mantra
OM (ou um outro Mantra de sua preferência) três
vezes. Então, tente visualizar as misérias e as desgraças,
a carência e a fome, as doenças e as dores, as perseguições
e as hostilidades, os equívocos e as más escolhas, as guerras
e as mortes, enfim, as desarmonias que têm assolado e vêm assolando
a Humanidade e todos os seres da Terra. Isto feito, em sua tela mental,
transmute tudo em uma Rosa Branca. Depois de algum tempo, transforme mentalmente
a Rosa Branca em Bem, Beleza, Amor, Paz, Justiça, Compreensão
e Luz.
Lance estas idéias no Cósmico com a firme convicção
de que alcançarão todos os seres da Terra. No final, reverentemente,
vocalize três vezes o Mantra
OM (ou o Mantra de sua preferência), e mentalize:
Eu e o Deus do meu Coração determinamos e dizemos em uníssono:
Está Selado. Hoje, sempre e para sempre.
Se
desejar reforçar o experimento, escreva em uma folha de papel: Domine,
non sum dignus ut intres sub tectum meum; sed tantum dic Verbo, et sanabitur
anima mea. OM.
Que as misérias e as desgraças, a carência e a fome,
as doenças e as dores, as perseguições e as hostilidades,
os equívocos e as más escolhas e as guerras e as mortes que
têm assolado e vêm assolando a Humanidade e todos os seres da
Terra se transmutem em uma Rosa Branca, e que esta Rosa Branca se transforme
em Bem, Beleza, Amor, Paz, Justiça, Compreensão e
Luz. OM.
Leia em voz alta, em forma de comando, o que escreveu. Em seguida queime
o papel em um pires. Sobre as cinzas, queime um pequeno bloco de incenso
de rosas. Quando o incenso tiver acabado de queimar, espere o pires e as
cinzas esfriar, e, com o dedo polegar da mão direita, misture tudo,
e leve a mistura a pó impalpável. Dirija-se a uma janela da
sua casa, e sopre as cinzas no ar, imaginando que cada ser-aí-no-mundo
e todos os seres da Terra receberão um gão daquelas cinzas
e serão protegidos e abençoados pela Santa
LLuz Eterna. No final, mentalize: Eu e o Deus do meu Coração
determinamos e dizemos em uníssono: Está Selado. Hoje, sempre
e para sempre.
Com
esta Prática simples de Magia Cerimonial, você acabou de fomentar
algo de muito bom para todos os seres da Terra (minerais, vegetais, microorganismos,
insetos, animais e seres-aí-no-mundo).
Por
último, para fechar este estudo, eu gostaria de confessar a todos
a minha mais firme e inabalável convicção: a maior
Magia de todas – a Fonte-nascente de todas as Magias – é
a Magia do Amor Universal, que tem o Poder de tudo estimular e tudo transmutar.
Sua Origem está localizada em um ponto no centro do Universo, portanto,
está em toda parte, pois, a circunferência universal ilimitada
não está em parte alguma. Se o ponto central está em
toda parte, em nós, está em nosso Coração. No
princípio, foi o Amor Universal; hoje, é o Amor Universal;
sempre e para sempre será o Amor Universal. OM!
OM
______
Notas:
1. Isto
significa, como tenho dito, que somos os criadores tanto do nosso Céu
Interior quanto do nosso inferno interior. Será preciso dizer mais
alguma coisa?
2. Terror
sem esperança e visão de um inferno antecipado
que, de duas uma: poderão demorar milênios para serem mitigados
e dissipados ou levar à entropia irreversível da personalidade-alma.
Só o arrependimento, ancorado no superlativo absoluto sintético
de sincero, poderá lentamente reverter esta situação.
E aí, deixo a seguinte pergunta para você meditar: será
que inquisidores, como Tomás de Torquemada, e os serial
killers do
Grande Reich Alemão se arrependeram? Todos? Alguns? Nenhum?
3. É
por isto que qualquer situação poderá ser revertida,
conforme está explicado na nota anterior.
4. Desordens
Morais = Desejos + Cobiças + Paixões.
5. Por
isto, acreditar em uma extranaturalidade (divina ou não-divina) é
equivalente a crer que o Dumbo possa existir.
Dumbo