Não
sou nem ateniense nem grego, mas, sim, um cidadão do mundo.
Homem
Vitruviano2
Sou
uma criatura do mundo ('kosmopolite'), e não de um estado ou uma
cidade ('polis') particular.
Um
pensamento original vale mil citações insignificantes.
Procuro
um verdadeiro homem.
Diógenes
procurando um homem honesto.
Johann Heinrich Wilhelm Tischbein (1751 – 1829), 1780
A
sabedoria serve de freio à juventude, de consolação
à velhice, de riqueza aos pobres e de ornamento aos ricos.
O amor é o emprego dos ociosos.
Na
casa de um rico não há lugar para se cuspir, a não
ser em sua cara.
Discurse
sobre a virtude, e eles passarão como rebanho. Assobie e cante, e
terás uma platéia.
Para
que serve um filósofo, se não para machucar os sentimentos
de alguém?
Os
piores escravos são aqueles que estão servindo constantemente
às suas paixões.
Se
o corpo chamasse a alma perante a justiça, ele a convenceria facilmente
de má administração.
Qual
o melhor momento para o jantar? Se alguém é rico, quando quiser;
se é pobre, quando puder.
Alexandre,
o Grande: —
Não sabes quem sou? Sou Alexandre, o Grande. Pede-me, agora, o que
quiseres.
Diógenes: —
Devolve o meu Sol.
Alexandre,
o Grande: —
Se eu não fosse Alexandre, queria ser Diógenes.
Em
outra ocasião, Alexandre, o Grande, encontrou Diógenes olhando
atentamente para uma pilha de ossos humanos. Perguntado
por Alexandre o que fazia, Diógenes disse: — Eu
estou olhando para os ossos de seu pai, mas não consigo distinguir
dos de um escravo.
Alexandre,
o Grande: —
Sou Alexandre, o Grande. Você não tem medo de mim?
Diógenes: —
E você é
uma coisa boa ou ruim?
Alexandre,
o Grande: —
Uma coisa boa.
Diógenes: —
Quem, então,
tem medo do bem?
O
insulto desonra a quem injuria, não a quem o recebe.
Entre os ricos e os pobres de espírito
há pouco espaço.
A
modéstia é a cor da virtude.
Em
cada arrogância espreita a sombra da nossa vergonha.
A
calúnia é apenas o ruído de loucos.
Temos
duas orelhas e uma língua. Deveríamos ouvir mais e falar menos.
Os
líderes sábios têm, geralmente, conselheiros sábios.
Não
sei se há deuses, mas deveria haver.
Eu não sei nada, exceto o
fato da minha ignorância.
A
arte de ser um escravo é governar um mestre.
Um amigo é uma alma habitando
dois corpos.
Por que não chicotear o professor
quando o aluno se comporta mal?
Há
apenas um dedo de diferença entre um sábio e um tolo.
Ninguém
é ferido, a não ser por si mesmo.
Diógenes
entrou em seu barril, e, vigorosamente, rolou na calçada. Quando
perguntado por que ele havia feito aquilo, ele respondeu: — Apenas
para me fazer parecer tão ativo quanto o resto de vocês.
A
vida não é uma mal; mas viver mal, sim, isto é um mal.
Por que, então, você
vive, se você não se importa em viver bem?
Vendo
um jovem vestido com apuro, Diógenes disse: — Se
é para os homens, você é um idiota; se é para
as mulheres, você é um patife.
Perguntado
por que as pessoas dão esmolas para os mendigos, mas não para
os filósofos, Diógenes respondeu:
— Porque eles pensam que, um dia, poderão
ficar coxos ou cegos, mas nunca esperam ter qualquer interesse pela Filosofia.
Certa
vez, quando Anaxímenes
discursava publicamente, Diógenes levantou e balançou um pedaço
de peixe, desviando a atenção de seus ouvintes. Vendo a indignação
de Anaxímenes, Diógenes disse: —
Veja, um simples pedaço peixe salgado pôs um fim ao discurso
de Anaxímenes.
Eu
lhe darei algum dinheiro, se você puder me persuadir por que eu deveria.
Eu
lhe
perguntei se ele sabia os meios para manter o corpo e
a alma juntos, de tal forma a não os separar nunca.
Em
uma viagem para Egina, Diógenes foi capturado por piratas, levado
para Creta e exposto para venda como escravo. Quando lhe perguntaram o que
ele sabia fazer, respondeu: — Sei governar
homens.
Ao
ser perguntado como alguém poderia se tornar famoso,
Diógenes respondeu: — Preocupando-se
o mínimo possível com a fama.
Os cães e os filósofos
fazem o maior bem e obtêm o menor número de recompensas.
O
Sol também brilha nas fossas e não é poluído.
A
maioria dos homens está à distância de um dedo de se
tornarem loucos.
Eu
joguei minha caneca fora quando vi uma criança beber com suas mãos
na gamela.
Era
uma expressão favorita de Theophrastus que o tempo era a coisa mais
valiosa que um homem poderia passar.
Quando
olho para os marinheiros, para
os homens de ciência e para
os filósofos, penso: o homem é o mais sábio
de todos os seres. Quando olho para os sacerdotes e para
os profetas, penso:
nada é tão desprezível como o homem.
O
homem é o mais inteligente dos animais – e o mais bobo.
Eu
ainda tenho a minha lanterna.
Por
uma questão de autopreservação, o homem precisa de
bons amigos e de inimigos fervorosos; os primeiros, para instruí-lo,
e os segundos, para estimulá-lo a cumprir suas tarefas.
Em
certa ocasião, Diógenes vendo uma mulher prostrada em oração
com a cabeça no nível do chão, chegou-se a ela, interrompeu-a
em seu ato religioso, e lhe disse: —Não
tens medo de que possa estar atrás de ti um desses tantos deuses
que dizem haver por aí?
De
outra vez, ao ver o filho de uma cortesã atirando pedras contra uma
multidão, lhe disse: — Cuidado, não
vás acertar teu pai.
Todos
os prazeres são efêmeros,
exceto aqueles que possam ser atingidos através de uma vida modesta
e virtuosa.
Um
dia, perguntaram a Diógenes
em que lugar da Grécia
havia visto homens bons. Ele respondeu: —
Homens bons não vi em parte nenhuma; mas vi crianças na Lacedemônia.
Em
uma ocasião, Diógenes clamava: —
Homens! Homens! Acudiram
vários, mas ele os dispersou à pauladas, proferindo: —
Pedi homens, não excrementos!
Quando
lhe disseram 'os
sinopenses condenaram-te ao desterro',
Diógenes respondeu:
— E eu os condenei a lá ficarem.
A
um homem que lhe disse que toda a gente se ria dele, Diógenes
respondeu: —
E, se calhar, também os burros se riem dessa gente toda, mas nem
eles prestam atenção aos burros nem eu a eles.
Perguntaram
a Diógenes o que havia feito para ser chamado de cão. A resposta
foi: — Balanço
a cauda alegremente para quem me dá qualquer coisa, ladro para os
que recusam e mordo os patifes.
Seria
ótimo se pudéssemos aplacar a fome esfregando o estômago.
Grandes
ladrões afastam os pequenos.
Os
deuses concederam aos homens fáceis meios de vida, mas os esconderam
da vista humana.
Quando
eu morrer, me joguem aos cães. Eu já estou acostumado.