Dharma

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

O Dharma

 

 

Quando contemplamos a história das nações, podemos ouvir a Palavra Especial do Eterno da boca coletiva do povo pronunciada como ação, como a contribuição daquela nação à Humanidade perfeita e ideal. A Palavra dada ao antigo Egito foi Religião; para a Pérsia a Palavra foi Pureza; para a Caldéia, a Palavra foi Ciência; para a Grécia, Beleza; para Roma, Lei; e para a Índia, a Palavra é 'Dharma', que resume todas em uma. Esta é a Palavra da Índia para o mundo.

 

Não há nada de absoluto em um Universo condicionado (a imagem da Palavra de 'Ishvara' refletida em 'Mâyâ'). O certo e o errado são relativos, e devem ser julgados em relação ao indivíduo e aos seus deveres. 'Melhor cumprir o próprio 'Dharma', ainda que destituído de mérito, do que cumprir com perfeição o 'Dharma' alheio. Aquele que cumpre o 'Dharma' estabelecido por sua própria natureza não incorre em pecado'. (Bhagavad Gita). Isto pode ser resumido da seguinte forma: em um Universo condicionado, não se pode encontrar certo e errado absolutos, mas, apenas, certos e errados relativos. O Absoluto só existe em Ishvara, e só lá, para sempre, Ele há de ser encontrado.

 

O 'Dharma' às vezes é traduzido como Dever, às vezes como Lei, outras como Retidão, e outras como Religião, mas, na verdade, Ele significa tudo isso, e mais do que tudo isso junto. Então, 'Dharma' é a natureza interna que atingiu em cada homem um certo estágio de desenvolvimento e de expressão. A primeira idéia a compreendermos é que o 'Dharma' não é uma coisa externa, como a Lei, a Retidão, a Religião ou a Justiça. É a Lei da Vida em desdobramento que modela tudo em seu redor para a expressão de Si-mesma. E também é a natureza interna de uma coisa em qualquer estágio dado da evolução, e a lei do próximo estágio de seu desenvolvimento – a natureza no ponto em que atingiu de desenvolvimento, e, então, a lei que rege o seu estágio seguinte de desdobramento. Assim, a perfeição deve ser atingida cumprindo cada um o seu próprio 'Dharma'. Em resumo: 'Dharma' é o estágio de evolução que uma natureza atingiu ao desenvolver a semente de Vida Divina, que é ela-mesma, mais a Lei da Vida de acordo com a qual a próxima etapa deve ser seguida por essa mesma natureza. Logo, o objetivo imediato não é aquilo que é melhor em si-mesmo, mas aquilo que é melhor para essa natureza em seu estágio atual, e que leva um passo à frente. Mas é preciso considerar a época própria para que a Lei da Vida em evolução não seja violada.

 

A perfeição do Universo é a perfeição na variedade e na harmonia das partes inter-relacionadas. A imagem de 'Ishvara' em a Natureza jamais será perfeita antes que cada parte seja completa em si-mesma e em suas relações com as outras.

 

Assim, as diferenças são necessárias para nossa consciência condicionada. Pensamos através das diferenças, sentimos através das diferenças e conhecemos através das diferenças. Somente através delas é que sabemos que somos pessoas vivas e pensantes. A Unidade não causa impressão alguma na consciência. As diferenças e as diversidades são as coisas que tornam possível o crescimento da consciência. A Consciência Não-condicionada está além do alcance de nosso pensamento. Só podemos pensar dentro dos limites do separado e do condicionado.

 

 

 

 

 

 

Observação:

Este excerto foi editado do texto Dharma de autoria de Annie Besant que está disponibilizado no endereço:

http://www.levir.com.br/libris.php?msg=36

 

 

 

 

 

 

 

Mas, o que importa o Karma?

Qual a influência do Dharma?

Nihil, se a visão for hipotética;

tudo, se a visão for categórica.

 

 

É infrutífero alterar para apressar

ou para, dubiamente, by-passar.

Mas nada vale ser for contrafeito.

 

 

Depois do décimo, o undécimo;

depois do duodécimo, o tredécimo.

Sem excepcionalidade, tudo a tempo...

No tempo que é e que não é tempo!

 

 

 

 

 

 

 

Fundo musical:

Time After Time

Fonte:

http://wtv-zone.com/caseman/midi13.html