A MERDA DO MAU HUMOR

 

Rodolfo Domenico Pizzinga


 

 

 

 

A virtude se subdivide em quatro aspectos: refrear os desejos, dominar o medo, tomar as decisões adequadas e dar a cada um o que lhe é devido. Concebemos assim as noções de temperança, de coragem, de prudência e de justiça, cada qual comportando os seus deveres específicos. A partir de quê, então, concebemos nós a virtude? A virtude revela a ordem por ela própria estabelecida, o decoro, a firmeza de princípios, a total harmonia de todos os seus atos, a grandeza que a eleva acima de todas as contingências. A partir daqui concebemos o ideal de uma vida feliz, fluindo segundo um curso inalterável, com total domínio sobre si mesma. E como este ideal aparece aos nossos olhos? Vou dizer. O homem perfeito, possuidor da virtude, nunca se queixa da fortuna e nunca aceita os acontecimentos de mau humor. Pelo contrário, convicto de ser um cidadão do Universo, um soldado pronto a tudo, aceita as dificuldades como uma missão que lhe é confiada. Não se revolta ante as desgraças, como se elas fossem um mal originado pelo azar, mas, como uma tarefa de que ele é encarregado. «Suceda o que suceder», — diz ele — «o caso é comigo; por muito áspera e dura que seja a situação, tenho de dar o melhor!» Um homem que nunca se queixa dos seus males nem se lamenta do destino, temos forçosamente de julgá-lo um grande homem! Tal homem dá a conhecer a muitos outros a massa de que é feito. Brilha tal como um archote no meio das trevas, atrai para junto de si todas as almas, dada a sua impassível tranqüilidade e a sua completa equanimidade para com o Divino e o humano. Tal homem possui uma alma perfeita, levada ao máximo das suas potencialidades, tal que, acima dela, nada há senão a Inteligência Divina, uma parte da qual, aliás, transitou até este peito mortal. E nada há de mais Divino para o homem do que meditar na sua mortalidade, conscientizar-se de que o homem nasce para, ao fim de algum tempo, deixar esta vida, perceber que o nosso corpo não é uma morada fixa, mas, uma estalagem onde só se pode permanecer por breve tempo – uma estalagem de que é preciso sair quando percebemos que estamos a ser pesados ao estalajadeiro.

 

Lucius Annæus Seneca
(In: Cartas a Lucílio)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Um certo dia chuvoso, um certo Rodolfo sessentão pegou o elevador do prédio onde mora para fazer umas comprinhas pertinho. Vegetariano, abstinente de bebidas alcoólicas e, geralmente, bem comportado, mas, desgraçadamente, fumante, ao entrar no elevador, puxou um cigarro e o colocou na boca, para acendê-lo somente quando o elevador chegasse à garage (o que também não está lá muito certo).

 

No terceiro andar, o elevador parou, e um certo senhor cinqüentão abriu a porta para entrar. Olhando para o Rodolfo sessentão, perguntou: — Você está fumando no elevador?

 

Rodolfo sessentão respondeu para o senhor cinqüentão: — Não; o cigarro está apagado.

 

E o tal senhor cinqüentão comentou: — Cigarro é coisa do demônio. Fez uma careta, não entrou, fechou rispidamente a porta do elevador e ficou resmungando umas coisas ininteligíveis.

 

Rodolfo sessentão não passou recibo. Sorriu, e, com seus botões, pensou: 'Prefiro dez mil vezes fumar com todos os demônios do que ser aporrinhento e mal-humorado com todos os deuses.'

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Há gente que, no café-da-manhã,

parece que traça sopinha de bosta

+ fel + alho + CH3COOH + tamanhã

+ um punhado de pimenta-da-costa!

 

Acorda acre, dorme mal-humorado

e, durante o dia, se queixa de tudo.

E vai infecionando o seu Quadrado,

 

 

Por favor, valha-me São Frodeberto!

Não me deixe azedar São Valdeberto!

Que eu mantenha meu jeito. Obrigado!

 

Quero borrifar beleza, bem e alegria!

Desejo, sim, que até u'a múmia sorria!

Oh!, quero ver arredondar o Quadrado!

 

 

 

 

 

 

Música de fundo:

O Xote das Meninas
Composição: Luiz Gonzaga & Zé Dantas
Interpretação: Luiz Gonzaga

Fonte:

http://www.4shared.com/mp3/bu3j_wvR/
Luiz_Gonzaga_-_O_xote_das_meni.html

 

Páginas da Internet consultadas:

http://bloggdaro.blogspot.com.br/2008/06/
viva-santo-antonioso-pedroso-paulo-e-so.html

http://www.istoe.com.br/reportagens/
234273_LIVRE+SE+DO+MAU+HUMOR

http://sicoobcredip.wordpress.com/tag/saude/

http://www.citador.pt/textos/
o-homem-perfeito-lucius-annaeus-seneca

http://galeria.colorir.com/festas/halloween/
menino-mumia-pintado-por-muminha-465936.html

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:
Acetic-acid-CRC-GED-3D-balls-A.png

http://zaraalexis.wordpress.com/2012/05/18/

http://www.graphicsfactory.com/

 

Direitos autorais:

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Quando o mau humor vira doença, pode prejudicar o cérebro.
(Táki Athanássios Cordás)