Rodolfo Domenico
Pizzinga
Os
verbos proibir, desautorizar, interditar, embargar, censurar e reprimir
deveriam ser banidos das relações humanas e dos dicionários
de todos os povos. Liberdade de imprensa? Sim. Liberdade de expressão?
Sim. A cada instante. Sem exceção. Integral. Sem restrições.
Mas, sempre respeitosamente, responsavelmente e com dignidade. A liberdade
de imprensa e a liberdade de expressão não podem tudo,
não podem atropelar as convicções alheias. Então,
sem exceção, integral e sem restrições
são conceitos relativos. Informar é uma coisa; cizaniar
é outra totalmente distinta. Um jornalista, por exemplo, não
tem o direito de espicaçar e de não dispensar o devido
respeito à fé do outro. Seja como for, é inteiramente
inaceitável, totalmente abominável e completamente execrável
o intolerante atentado ao Charlie Hebdo, na última quarta-feira,
7 de janeiro de 2.015 – um dos dias mais doloridos da história
recente da França, país-símbolo da Democracia
mundial – no qual doze pessoas foram brutalmente assassinadas,
entre elas o editor e cartunista Stéphane Charbonnier, conhecido
como Charb, e onze ficaram feridas, quatro em estado grave. L'amour
est plus fort que la haine. O amor é mais forte
do que o ódio. Mas, para haver amor, é necessário
que haja deferência, consideração, simpatia e
ternura. A islamofobia e outras fobias injustificáveis só
aprofundarão o abismo hoje existente entre o Oriente e o Ocidente.
A solução
duradoura para o problema do radicalismo religioso virá de
dentro do Islã e não de fora, como afirma
André Lajst, citado por Guga Chacra. Tentativas de soluções
islamofóbicas retaliativas, brutais e ferozes só causarão
mais terror, mais sangueira e mais mortes. Afinal, o que mais poderei
dizer? Que somos todos Um? Ora, isto eu já disse mais de 1.000.000
vezes! Será que precisaremos morrer para comprovar este fato
inelutável?
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desrespeito é outra
pra-lá-de
diferente.
Liberdade de expressão
é uma coisa;
aviltamento é outra
pra-cá-de afligente.
odemos tudo e mais um pouquinho,
todavia, não podemos
desconsiderar.
Seja um áyatolláh,
seja um capuchinho,
a ambos todos precisamos
respeitar.
or que humorizar a crença
alheia?
Isto, no mínimo,
é uma puerilidade.
Por que enxovalhar a
religião alheia?
Isto só fermenta
a desconformidade.
uem desejar divergir, que divirja;
mas, sempre, argumentativamente.
Quem quiser convergir,
que convirja;
ora, isto é um
livre-alvedrio do ente.
que é inexato? O que é verídico?
Quem sabe o que de fato
acontece?
O que é lídimo?
O que é extrajurídico?
Quem pode assegurar que
conhece?
m dos maiores problemas do ente
é a minguada ou
nenhuma humildade.
Sem perceber, sua existência
é dolente
– entre a dúvida
e a conjecturabilidade.
, nesse tango, com jeitão de bolero,
dorme, acorda, sonha e
se desespera
– sobe-e-desce,
vai-e-vem, lero-lero –
eterno dilema de uma fumada
espera!
—
Fumando espero...