O DESPERTAR DOS MÁGICOS
(Parte VII)

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Texto

 

 

 

Este texto tem por objetivo apresentar para reflexão a sétima e última parte de alguns fragmentos da obra O Despertar dos Mágicos (no original em francês, Le Matin des Magiciens), escrito em 1960 por Louis Pauwels e Jacques Bergier, e que, segundo os autores, é uma introdução ao realismo fantástico – um resumo de cinco anos de pesquisas em todos os setores do conhecimento, nas fronteiras da ciência e da tradição. Agora, não confunda com o realismo mágico, gênero literário criado por escritores modernos sul-americanos como Jorge Luis Borges e Gabriel García Márquez, embora não deixe de haver alguma conexão. O realismo fantástico, segundo os autores do livro, é a disposição de investigar o mundo sem as superstições e os preconceitos ditados pelo cientificismo e pelo intelectualismo da era moderna. Nas palavras de Louis Pauwels: Há superstições antigas e modernas. Para certas pessoas, nenhum fenômeno de civilização é compreensível se não admitirmos, nas origens, a existência da Atlântida. Para outros, o Marxismo chega para explicar Hitler. Em O Despertar dos Mágicos, a Alquimia é levada a sério, e os resultados dos Alquimistas, como transformar chumbo em ouro, podiam ser antecipações ainda mais sofisticadas das transformações nucleares da Física Moderna. A História é revista, podendo ser o produto de uma guerra entre sociedades secretas (entra a Senda Direita e a Senda Esquerda), regidas pelos Superiores Desconhecidos. Esta introdução contraria um pouco o que eu penso sobre estes temas, mas... Enfim, devo dizer que, devido à inabitualidade e à especificidade dos temas abordados na obra, sem exageração, fiz algumas interpolações em alguns fragmentos, mas, creio que os autores, se estivessem vivos, não me censurariam. Afinal, para educar, instruir e alforriar, se não houver má-fé, deslealdade, fraude ou perfídia, penso que tudo seja válido, desde que o propósito esteja estruturado em um máximo de honestidade e em um mínimo de ingenuidade. Ou não? Bem, seja como for, quanto a mim, eu apenas posso garantir o máximo de honestidade, porque, reconheço que, até certo ponto, eu sou mesmo meio ingênuo. Fazer o quê?

 

 

Fragmentos da Obra

 

 

 

Se se estabelecerem conexões ultra-rápidas no domínio silencioso do cérebro humano, e se, em certas circunstâncias, o resultado deste trabalho for captado pela consciência, determinadas práticas desta magia imitativa, determinadas revelações proféticas, determinadas iluminações poéticas ou místicas, determinadas divinações, que levamos à conta do delírio ou acaso, serão de considerar como aquisições reais do espírito em estado de vigília.

 

Pergunto a mim próprio se a Natureza joga sempre o mesmo jogo. [Albert Einstein (Ulm, 14 de março de 1879 – Princeton, 18 de abril de 1955.]

 

 

 

 

Os rituais, talvez, não sejam mais do que conjuntos complexos de disposições rítmicas susceptíveis de provocar uma atividade das funções superiores da inteligência. Uma espécie de voltas de manivela, mais ou menos eficazes...

 

Tudo leva a crer que o homem, para estabelecer comunicação com os seus poderes mais elevados, deve pôr em jogo uma série de impulsos pelo menos tão complexos, tão tênues e tão estranhos àquilo que habitualmente determina os seus atos intelectuais.

 

O recurso à consciência desperta, quer dizer, a um estado diferente do estado de vigília lúcida, é o leitmotiv de todas as antigas filosofias. É também o leitmotiv dos maiores físicos e matemáticos modernos, para quem qualquer coisa deve se passar na consciência humana, para que ela passe do saber ordinário à SABEDORIA.

 

O Uni[multi]verso seria controlável e manejável se o homem pudesse combinar tão intimamente quanto possível o estado de vigília e o estado de SUPERVIGÍLIA.

 

A existência de um Uni[multi]verso que escapa à consciência normalmente lúcida é a única em atividade em constante progresso. [Para mim, propriamente, não há progresso no Unimultiverso. Progresso para onde? Progresso por quê? O Unimultiverso simplesmente é o Unimultiverso. Ele vive, muda e se movimenta Nele mesmo, segundo Suas próprias, cíclicas e imutáveis Leis. Por outro lado, se houvesse progresso no Unimultiverso, haveria uma meta, e o Unimultiverso não tem uma meta. Nós, sim, temos (ou deveríamos ter) uma meta: Compreender o Unimultiverso e com Ele nos reintegrarmos.]

 

Libertemo-nos das fidelidades inúteis ao passado!

 

Sou fiel ao passado
e me ajoelho.
Eu me ajoelho,
oro e rogo.
Nada acontece!
Mas, eu continuo
fiel ao passado,
de joelhos, orando e rogando!

 

A catedral da Idade Média era o Livro dos Mistérios dado aos homens do passado. O Livro dos Mistérios, hoje, são os físicos- matemáticos que o escrevem. Eis a verdadeira continuidade; eis o verdadeiro fio da tradição.

 

As Mensagens Herméticas da Antigüidade escritas na pedra continuarão incompreensíveis para os homens nos quais a consciência não passar por uma profunda transformação e o cérebro não sofrer aquela aceleração formidável, pela qual o inconcebível se torna real, sensível e manejável. Mas, as mensagens dos antigos não eram secretas por amor ao secreto. Eram secretas, simplesmente, porque as suas descobertas das Leis da Energia, da Matéria e do Espírito s tinham se efetuado em outro estado de consciência, incomunicáveis diretamente. [Hoje, não compreendemos os significados dos crop circles (círculos nas plantações).]

 

 

Petróglifos

 

 

A Resposta de Arecibo
(Círculo em uma plantação que apareceu em Chilbolton,
Hampshire, no Reino Unido, em 21 de agosto de 2001)

 

 

As possibilidades do cérebro humano são ilimitadas. O homem pode conhecer os Segredos e os Mistérios, ver a Luz, ver a Eternidade, apreender as Leis da Energia, adaptar a sua marcha interior ao ritmo do Destino Uni[multi]versal, ter um conhecimento sensível da última convergência das forças e, como Teilhard de Chardin, viver na incompreensível vida do Ponto Ômega, onde toda a criação se encontrará, no final do tempo terrestre, a um tempo terminada, consumida e exaltada. O homem tudo pode. A sua inteligência, equipada provavelmente, desde a origem, para um conhecimento ilimitado, pode, em certas condições, apreender o conjunto dos Mecanismos da Vida. O poder da inteligência humana inteiramente manifestada, provavelmente, pode atingir a totalidade do Uni[multi]verso, [ou, pelo menos, a quase totalidade]. Mas, esse poder cessa onde essa inteligência, chegada ao termo da sua missão, pressente que ainda há qualquer coisa para além do Uni[multi]verso. [Aqui, devo acrescentar o que eu já disse milhares de vezes: não há um Ponto Ômega; não há um Ponto Final. Preste atenção: se houvesse um Ponto Ômega, depois Dele seria ou haveria o nada, e o nada não existe. A nossa Peregrinação, como o próprio Unimultiverso, é ilimitada. Não há uma Última Porta! Para cada Porta aberta há outra Porta por ser aberta. Ad Infinitum.]

 

 

De Inexistente Ômega em Inexistente Ômega

 

 

Nenhuma revelação especial será possível, se a própria existência não for um instrumento de revelação. [William Temple (15 de outubro de 1881 - 26 de outubro de 1944).]

 

A presença dos símbolos e dos signos enigmáticos e de expressão misteriosa nas tradições religiosas, nas obras de arte, nos contos e nos costumes do folclore provam a existência de uma linguagem universalmente espalhada tanto no Oriente como no Ocidente, e cuja significação trans-histórica parece se situar na própria raiz da nossa existência, dos nossos conhecimentos e dos nossos valores.

 

 

Símbolos Antigos

 

 

Os símbolos, talvez, sejam os modelos abstratos, estabelecidos desde as origens da Humanidade pensante, a partir dos quais as estruturas profundas do Uni[multi]verso nos poderiam ser sensíveis.

 

Talvez, a espiral seja o modelo da estrutura profunda de toda a evolução (da energia, da vida e da consciência). [Eric Temple Bell (Peterhead, 7 de fevereiro de 1883 – Watsonville, 21 de dezembro de 1960).]

 

 

Simbolicamente

 

 

Para que a consciência que busca, no fim de contas, possa se transformar ela própria no sonhado Ponto Ômega [inexistente como Ponto Final, porém, existente com Ponto de Compreensão Relativa Ilimitada alcançado] e apreenda tudo o que for relativamente apreensível neste Ponto o sentido último da vida da Terra, o destino cósmico do Espírito realizado, para além do final dos tempos no nosso prpoprio globo para que, enfim, esta passagem da idéia ao Conhecimento [Sabedoria] se faça, será necessário que surja uma outra forma de Inteligência. [Seja como for, uma coisa é certa: só avançaremos através da Iniciação. Não há outro Caminho. A Iniciação é a Inteligência em ação. Louis Pauwels e Jacques Bergier denominam isto de inspiração mística ou o estado de contemplação absoluta.]

 

A idéia de Eternidade, a idéia de Transfinito e a idéia de Deus são, talvez, modelos estabelecidos por nós e destinados, noutro domínio da nossa inteligência, um domínio habitualmente adormecido (na zona secreta do cérebro), a dar as respostas em vista das quais nós as elaboramos.

 

Tudo é símbolo, tudo é signo, tudo é evocação de outra realidade. Isto nos abre as portas sobre o possível e ilimitado poder do homem. Mas, isto não nos dá a chave de todas as coisas, contrariamente ao que crêem os simbologistas. [Todas as coisas não conheceremos jamais. Mas, pode(re)mos conhecer coisas, que abrirão as portas para outras coisas.]

 

 

 

 

O mistério insondável não existe. [O que existe é o mistério ainda não compreendido.]

 

O Renascimento é uma espécie de panela de água a ferver, onde mergulham, misturados, os métodos dos teólogos, dos sábios, dos mágicos e das crianças. [Uma frigideira também serve para simbolizar esta idéia.]

 

 

 

 

Não devemos nos posicionar acima de qualquer debate. Não existe acima nem abaixo. Por exemplo: os espiritualistas acreditam na possibilidade de um estado superior de consciência; vêem nisso um atributo da [personalidade-]alma imortal. Já os materialistas protestam, mal se lhes oferece ocasião, e agitam o nome de Descartes. Ora, nem uns nem outros poderão analisar de perto este assunto, com espírito isento de preconceitos.

 

Precisamos aprender a ultrapassar o estado de consciência vulgar, onde tudo é apenas miragem + ilusão.

 

Na atualidade, de maneira geral, o homem não utiliza, habitualmente, mesmo para as operações intelectuais mais complexas, senão um décimo do seu cérebro. Portanto, a maior parte dos nossos poderes continuam por explorar.

 

 

Simbolicamente

 

 

Provavelmente, não existe nenhum limite para as possibilidades do cérebro humano, e o nosso pensamento explorará, um dia, o tempo, como agora explora o espaço. [William Grey Walter (19 de fevereiro de 1910 – 6 de maio de 1977.)]

 

O matemático e físico suíço Leonhard Paul Euler (Basiléia, 15 de abril de 1707 São Petersburgo, 18 de setembro de 1783) considerava o expoente máximo do pensamento matemático a relação xn + 1 = 0.

 

Se o nosso cérebro possui as máquinas necessárias [os equipamentos necessários], se tudo isso não é apenas do domínio religioso ou mítico, se tudo isso não é apenas resultante de uma graça divina, de uma iniciação mágica, mas, de determinadas técnicas, de determinadas atitudes interiores e exteriores susceptíveis de pôr em funcionamento essas máquinas, então, atingir o Estado de Hipervigília, de Hiperlucidez, a Capacidade de Voar pelas Estrelas, deveria ser a nossa única [ou, pelo menos, a principal] ambição, o nosso trabalho essencial. [Mas, preferimos dormir! Por enquanto, a maioria de nós maisquer rastejar e viver apenas do pão nosso de cada dia.]

 

A próxima revolução da Humanidade será psicológica.

 

Pode-se pensar que as diversas tradições iniciáticas provêm do contato com entidades de outras dimensões. Pode-se imaginar que, para um homem desperto, o espaço-tempo deixa de ser uma barreira, e que a comunicação passa a ser possível com inteligências dos outros mundos habitados.

 

Pode-se sonhar, sob a condição de não esquecermos que os sonhos são, provavelmente, sempre menos fantásticos do que a realidade. [John Burdon Sanderson Haldane (Oxford, 5 de novembro de 1892 – Bhubaneswar, Orissa, Índia, 1º de dezembro de 1964).]

 

O matemático indiano Srinivasa Aiyangar Ramanujan (Erode, 22 de dezembro de 1887 Kumbakonam, 26 de abril de 1920) estava hospitalizado em Londres. Foi visitado pelo matemático inglês Godfrey Harold Hardy (Cranleigh, 7 de fevereiro de 1877 Cambridge, 1º de dezembro de 1947), que viera de táxi, e que comentou que o número deste era 1729. Ramanujan disse que era um belo número, pois, se tratava do menor número natural representado, de duas formas diferentes, pela soma de dois cubos: 1729 = 103 + 93 = 13 + 123.

 

 

Srinivasa Aiyangar Ramanujan

 

 

Edgar Evans Cayce (Hopkinsville, 18 de Março de 1877 Virginia Beach, 3 de Janeiro de 1945), quando era garoto, adoeceu, e ficou em estado de coma. O médico de província estava à sua cabeceira. Não havia nada que ele pudesse fazer para salvar o garoto. Mas, bruscamente, a voz de Edgar se elevou, clara e tranqüila. E, no entanto, ele dormia. De repente, falou: Vou dizer-lhes o que tenho. Levei uma bolada de baseball na coluna vertebral. É necessário fazer um cataplasma especial e aplicá-lo na base do meu pescoço. Com a mesma voz, o garoto ditou a lista das plantas que era necessário misturar e preparar, e acrescentou: Despachem-se, senão o meu cérebro poderá ser atingido. Por desencargo de consciência, obedeceram-lhe. À noite, a febre descera. No dia seguinte, Edgar deixava o leito, fresco como uma alface. Não se lembrava de nada. Desconhecia a maior parte das plantas que ditara. Assim principiou uma das histórias mais espantosas da Medicina. Cayce, camponês do Kentucky, completamente ignorante, pouco disposto a fazer uso do seu dom, lamentando constantemente não ser como todas as pessoas, no futuro, tratará e curará, em estado de sono hipnótico, mais de quinze mil doentes, devidamente homologados, porém, representando de má vontade o seu papel de taumaturgo. Chegou a dizer: Não é por falar enquanto durmo que vou me dispor a tratar as pessoas. Enfim, Cayce, atingido por uma doença incurável, que só ele conhecia, morreu no dia e na hora que previra. Tudo o que se sabe, realmente, sobre Edgar Cayce é que foi um fotógrafo de aldeia, sem curiosidade nem cultura, que podia, quando queria, se pôr em um estado em que o seu Eu Interior funcionava como o de um médico de gênio, ou antes, como todos os espíritos de todos os médicos ao mesmo tempo.

 

 

Edgar Evans Cayce

 

 

Será o homem capaz de pensar em quatro dimensões? [Será o homem capaz de pensar em n dimensões?] Se sim, serão necessárias outras estruturas mentais. E estas estruturas estarão reservadas para o Homem-a-seguir-ao-homem, o Ser-da-próxima-mutação? E esse Homem-a-seguir-ao-homem estará já entre nós? Romancistas do fantástico afirmaram que sim. [Não esqueçamos das Crianças-violeta, Crianças-índigo, Crianças-cristal, Crianças-arco-íris, Crianças-estelares e Crianças-???, que estão aqui para nos ajudar a atravessar a Ponte!]

 

Ruder Josip Boškovic (Dubrovnique, 18 de maio de 1711 Milão, 13 de fevereiro de 1787) foi um espírito do século XX forçado a viver e trabalhar no século XVIII. Propôs uma Teoria Unitária do Uni[multi]verso, uma equação geral e única, que comandaria a Mecânica, a Física, a Química, a Biologia e mesmo a Psicologia. Nesta Teoria, a matéria, o espaço e o tempo não são divisíveis até o infinito, mas, compostos por pontos, por grãos. Nos seus trabalhos, se encontram os Quanta, a Mecânica Ondulatória e o átomo constituído por núcleos, ultrapassando, pelo menos, em duzentos anos a sua época. Para Boškovic, por exemplo, os Quatro Elementos Alquímicos Terra, Água, Fogo e Ar [de acordo com Helena Petrovna Blavatsky, a ordem correta do desenvolvimento paulatino dos Elementos Alquímicos, segundo os Ensinamentos Secretos, é: Fogo, Ar, Água e Terra ] apenas se distinguem por coordenações especiais das partículas, sem massa nem peso que os constituem. [A Unicidade do Unimultiverso sempre foi do conhecimento dos Iniciados.]

 

 

Ruder Josip Boškovic

 

 

Infelizmente, o homem, para poder acreditar nas ilimitadas possibilidades do Espírito Desperto, espera que a parte infantil da sua inteligência que dá crédito a imagens e a lendas, a miragens e a ilusões, a milagres e a burla das das Leis da Natureza tenha encontrado desculpa e satisfação. [Talvez, mais satisfação do que desculpa.]

 

O fato é que a crença na existência, em qualquer parte no Uni[multi]verso, de uma espécie de armazém anexo da Medicina, das Matemáticas, da Poesia e da Física, no qual se encerrem algumas inteligências campeãs de altitude, é uma visão absurda, mas, é tranqüilizante. [Isto é, mutatis mutandis, como uma criança que, ao sentir medo, se esconde embaixo da cama.]

 

Srinivasa Ramanujan, Edgar Cayce, Ruder Boscovitch e tantos outros são espíritos que se mantiveram entre nós, mas, que funcionaram [muitas vezes, inconscientemente] em uma velocidade [aceleração] tão extraordinária quanto inconcebível. Não é uma questão de diferença de nível ou de posição, mas, de velocidade [aceleração]. Neste sentido, os ditos milagres [que não existem como simples milagres religiosos] estão e se explicam, portanto, pela aceleração, tanto quanto se explicam e estão tanto na Física Nuclear como na Psicologia. É a partir desta noção que, urgentemente, é necessário pesquisar e estudar o Estado Acelerado de Hipervigília (ou Estado Acelerado de Hiperlucidez), que não é um dom vindo do céu, uma espécie de graça de Deus, mas, sim, algo que está contido no equipamento do nosso cérebro e do nosso corpo, ou seja, do nosso DNA. [De todos nós, sem exceção.] Se o Estado Acelerado de Hipervigília é uma propriedade de qualquer sistema nervoso superior, sua ativação deve poder lhe dar estranhos poderes. Todas as Tradições Antigas ligam o Estado Acelerado de Hipervigília à existência de poderes superiores, como, por exemplo, a imortalidade, o dom da ubiqüidade, a levitação, a ação à distância sobre os objetos etc.

 

 

Simbolicamente

 

 

O Milagre da Fissão Nuclear

 

 

O que precisamos compreender é que o homem isolado não tem o dom da ubiqüidade, não levita, não possui a visão à distância etc. De fato, é a sociedade humana, e não o indivíduo, que possui esses poderes. Mas, a noção de indivíduo, talvez, seja uma noção pueril, e a Tradição da Antigüidade, com as suas lendas [lendas???], talvez, se exprimisse em nome do conjunto humano, em nome do fenômeno humano...

 

Não esqueçamos de que o espírito humano [ou, preferencialmente, personalidade-alma] em ação utiliza uma máquina complexa elaborada em ± três bilhões de anos de evolução: o corpo humano. E este corpo humano nunca esteve, não está, nem jamais estará só, não existiu, não existe e não existirá só: está ligado a todos os outros corpos [seres humanos], à todas as Hierarquias Terrestres e Celestes, ao Sistema Solar e ao Kosmos inteiro, por zilhões de laços materiais, energéticos e espirituais.

 

 

Simbolicamente

 

 

De maneira geral, vivemos em um mundo feito daquilo que julgamos gostar ou não gostar, desejar ou não desejar. Não vemos o mundo real, [a eterna atualidade cósmica]. O mundo real nos está vedado pelo muro criado pela nossa própria imaginação! Vivemos acordados no sono. E aquilo a que chamamos a nossa consciência lúcida não é mais do que sono e, em certo sentido, um sono muito mais perigoso do que o nosso sono da noite, na cama. [Foi mergulhado neste sono delirante infernal que o autocrata desumano Vladimir Vladimirovitch Putin invadiu a Ucrânia na madrugada da quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022. Como explicaram Louis Pauwels e Jacques Bergier, isto significa que vários milhares de adormecidos se esforçam por destruir vários milhares de outros adormecidos. Recusar-se-iam a isto, evidentemente, se despertassem. Tudo o que atualmente se passa é devido a esse sono. Não sei se isto é propriamente sono ou um delírio sonambúlico infernal, que é muito, muito pior do que peido podre de Varanus komodoensis bêbado. Bem, como todo mundo sabe, quem adorou essa Guerra da Ucrânia foram os fabricantes de armas.]

 

 

 

 

Tudo o que as pessoas dizem e tudo o que as pessoas fazem no estado de vigília vulgar, dizem-no e fazem-no adormecidas. Nada disto, portanto, pode ter qualquer valor. Apenas o despertar e o que leva ao despertar pode ter um real valor.

 

As guerras só terminarão quando a Humanidade inteira despertar. Mas, para que isto possa acontecer, ela deverá se convencer da veracidade do seu sono.

 

Todas as teorias e todos os livros escritos ou fabricados por adormecidos terão simplesmente como resultado arrastar outros homens para o sono. E assim, indefinidamente. [Basta recordarmos, por exemplo, o que disse e o que publicou, ao longo da vida, o ensaísta, polemista, influenciador digital e ideólogo brasileiro Olavo Luiz Pimentel de Carvalho (Campinas, 29 de abril de 1947 – Richmond, 24 de janeiro de 2022), que, inclusive, chegou a afirmar: Vacinas matam ou endoidam. Nunca dê uma a um filho seu.]

 

Quase desde a criação do mundo, foi dito aos homens que eles estavam adormecidos, e que deveriam despertar. Quantas vezes lemos, por exemplo, nos Evangelhos: Despertai, velai, não fiqueis a dormir! Os discípulos do Cristo, mesmo no Jardim de Getsêmani, enquanto o seu Mestre rezava pela última vez, dormiam. Isto diz tudo.

 

Para certas pessoas, por enquanto, nada é mais difícil do que Compreender. Este, talvez, seja o maior de todos os problemas humanos: a dificuldade de Compreender o que é preciso ser Compreendido, para que possa haver Libertação. [Por isto, ainda é mais fácil acreditar no impossível, ajoelhar, rezar, fazer negócios com deus e rogar por um milagre. Toma um dizimozinho aí; me dá um milagrinho aqui.]

 

 

Simbolicamente

 

 

Não basta pensar que existimos; temos que ter deste fato um conhecimento absoluto. Para isto, precisamos fazer parar o nosso pequeno cinema interior e eliminar o mundo exterior.

 

Precisamos admitir que nós quase nunca estamos conscientes de nós próprios, e que quase nunca temos consciência da dificuldade de sermos conscientes. De fato, a nossa verdadeira consciência pode estar e está quase sempre completamente ausente de tudo o que fazemos, pensamos, queremos e imaginamos. Neste sentido, há muito pouca diferença entre o estado em que estamos durante o sono e aquele em que nos encontramos no estado de vigília vulgar. Isto é não-consciência. E assim, toda a nossa vida se desenrola em uma espécie de sono desperto.

 

Na atitude transcendental é a nossa própria percepção que é percebida. Mas, esta percepção da percepção altera radicalmente o estado primitivo. O estado vivido, ingênuo a princípio, perde a sua espontaneidade, precisamente pelo fato de a nova reflexão tornar como objeto o que a princípio era estado, e não objeto, e de, entre os elementos da nova percepção, figurarem não apenas os do estado primitivo, como, ainda, os da própria percepção como fluxo vivido. E o que importa essencialmente nesta alteração, é que a visão concomitante que nós temos, neste estado birreflexivo, ou antes, reflexo-reflexivo, do estado primitivo, que foi o nosso motivo original, longe de estar perdida, afastada ou embrulhada por esta interposição da nossa segunda percepção perante a percepção primária, se encontra paradoxalmente intensificada, mais nítida, mais presente, mais carregada de realidade objetiva do que antes. Achamo-nos aqui perante um fato injustificável para a pura análise especulativa: o da transfiguração da coisa como fato de consciência, da sua transformação, como dizemos depois, em sobre-coisa, da sua passagem do estado de ciência ao estado de Conhecimento [Sabedoria]. Este fato é geralmente desconhecido, embora seja o mais impressionante de toda a experimentação fenomenológica real.

 

Nada poderá tornar evidente qualquer transfiguração, exceto a experiência direta e pessoal do próprio Fenomenologista (Illuminado). [Isto significa que nenhuma experiência pode ser transferida. Ou passamos pela transfiguração conscientemente ou continuaremos na mesma e na mesma continuaremos. Por isto, a necessidade da encarnação (Lei do Renascimento) é insubstituível, pois, a encarnação (Renascimento), digamos assim, é o Cadinho da Transmutação da nossa consciência.] Mesmo o dialético mais sutil, o logístico mais hábil, aquele que não viveu conscientemente a transfiguração, e que, portanto, não viu Outras Coisas sob a aparência das coisas, só pode fazer discursos sobre a fenomenologia, mas, não assumir uma atividade ou atitude realmente fenomenológica. [É neste sentido que a fé religiosa é absolutamente inútil. Este é o sentido Iniciático da resposta de Jesus a Nicodemos: — Ninguém poderá entrar no Reino de Deus, se não [Re]nascer da Água e do Espírito.]

 

Uma bela paisagem nada é sem nós: somos nós que a vemos, que nos vemos a vê-la, e que, ao nos vermos, realizamos a paisagem como paisagem.

 

Não devemos tentar suspender o antigo mundo, mas, interiormente, projetar um novo. De certa forma, isto é uma recriação interior.

 

O Mundo da Transfiguração não é um outro mundo misterioso, mas, o Verdadeiro Mundo aquele do qual a nossa ignorância nos conserva exilados.

 

O não-vazio é tão-só uma suficiência eventual e insatisfatória; não é a Plenitude. De certa maneira, o não-vazio é uma forma de noctambulação.

 

Aqueles que estão adormecidos são os que caminham através da vida como rebanhos de animais levados para o matadouro, indiferentes e sem pensamentos. Velar é tudo.

 

Aquele que tem o espírito falsificado esqueceu como se caminha, e se mantém paralisado sobre os seus dois pés, pois, não quer se privar das muletas que herdou dos seus antecessores. Velar é tudo.

 

Precisamos velar, até que chegue o Dia e obtenhamos a Vitória. Precisamos despertar e vencer a morte.

 

Precisamos deixar de ser humildes escravos [de nós mesmos], e ficar a esperar que um cruel e falso deus seja suficientemente amável para nos cumular de presentes ou nos cortar a cabeça.

 

Matéria e força são a mesma coisa.

 

Eis a pergunta que todos nós devemos nos fazer: até quando continuaremos a ser prisioneiros na jaula do nosso corpo, esperando que o Carrasco Morte nos conduza ao cadafalso?

 

Não há uma mão invisível que retire do pântano aqueles que nele se atolam. [O que isto quer dizer? Quer dizer que o esforço deve ser nosso, somente nosso. Ninguém lutará o Bom Combate por nós.]

 

Não existe o bom e o mau, mas, apenas, o exato e o falso.

 

Não existe pecado. O corpo é o instrumento da nossa Obra, e encarnamos na Terra para Transmutar o nosso corpo em Espírito.

 

É mais salutar colher segundo a nossa própria decisão um fruto amargo sobre uma árvore, do que tentar colher um fruto doce aconselhado por outrem.

 

Precisamos examinar tudo e só conservar o melhor.

 

Existe um certo ponto do Espírito de onde a vida e a morte, o real e o imaginário, o passado e o futuro, o comunicável e o incomunicável e o alto e o baixo cessam de ser vislumbrados contraditoriamente.

 

O mundo de baixo é o espelho e o mapa do Mundo de Cima.

 

As únicas imagens capazes de transportar a uma Idéia Superior são aquelas que criam um estado de surpresa na consciência, de expatriação, próprias para elevar essa consciência até o nível onde vive a idéia em questão, onde é possível captá-la na sua frescura na sua força.

 

 

Tesseract

 

Todo o Uni[multi]verso está contido em um grão de areia. [William Blake (Londres, 28 de novembro de 1757 – Londres, 12 de agosto de 1827).]

 

O homem novo vive entre nós! Ele está aqui! Isto basta-lhe? Vou lhe dizer um segredo: eu vi o homem novo. É intrépido e cruel! Tive medo diante dele! [Adolf Hitler.]

 

Se o Homem Transformado existe, o que estamos tentados a acreditar, ele dispõe de um poder muito superior a tudo o que a imaginação pode sonhar. Se o Homem Transformado existe, provavelmente, ele é esse ser que fisicamente parece um humano, mas, que dele difere radicalmente, pelo simples fato de que ele controla a sua inteligência e a emprega sem um segundo de descanso. Se existem Homens Transformados, sua química está mais adaptada do que a nossa à vida neste mundo em transformação. São esses Homens Superiores, cujas glândulas segregariam espontaneamente tranqüilizantes e substâncias susceptíveis de desenvolver a atividade cerebral, que seriam os anunciadores da espécie destinada a substituir o homem.

 

A vida nunca está perfeitamente adaptada, mas, tende para a adaptação perfeita.

 

Os Homens Transformados inteligentes e racionais são munidos de uma memória absoluta e de uma inteligência constantemente lúcida.

 

Nenhum ser humano vive só. O ser humano só se pode realizar no seio de uma sociedade. [A sociedade é o cadinho que nos transmuta em Deuses.]

 

Quem sabe, romances de terceira ordem, uma obra técnica e um livro de filosofia aparentemente sem valor transmitam secretamente complexos estudos, mensagens dirigidas a inteligências superiores, tão diferentes da nossa, como esta é da de um grande macaco. Quem sabe?

 

A Física poderá, dentro de alguns séculos, ser tão diferente da nossa, como esta é da Física de Aristóteles.

 

O Segredo da Vida pode ser encontrado.

 

A idéia de mutação favorável está, evidentemente, ligada à idéia de progresso.

 

 

 

 

O futuro das sociedades parece estar orientado em direção a uma coletivização cada vez maior. A existência não é contradição, mas, complementaridade e síntese transcendental.

 

Em uma carta ao seu amigo Laborit, o biologista Morand escreveu: O homem tornado perfeitamente lógico, tendo abandonado toda a paixão assim como toda a ilusão, transformar-se-á numa célula do continuum vital que constitui uma sociedade chegada ao mais alto termo da sua evolução: é evidente que ainda lá não chegamos, mas, não creio que possa haver evolução sem isso. Então, e só então, emergirá essa consciência universal do ser coletivo, em direção à qual nos encaminhamos.

 

Com certeza, o eu psicológico, aquilo a que chamamos personalidade – [ego] – está em vias de desaparecer. O ego, certamente, não é a última riqueza do homem. O ego não passa de um dos instrumentos que foi dado ao homem para passar ao Estado de Hipervigília. Concluída a Obra, o instrumento desaparecerá. Se tivéssemos espelhos capazes de nos mostrar este ego ao qual damos tanta importância, não lhe suportaríamos a vista, tantos são os monstros e as larvas que por lá formigam. Só o Homem Realmente Desperto ali poderia se debruçar sem se arriscar a morrer de pavor, pois, então, o espelho não refletiria mais nada. Seria puro. Este é o verdadeiro rosto que, no espelho da verdade, não é refletido. Neste sentido, nós ainda não temos Rosto. E os Deuses não nos falarão frente a frente, senão quando nós próprios tivermos um Rosto.

 

O poeta francês Jean-Nicolas Arthur Rimbaud (Charleville, 20 de outubro de 1854 Marselha, 10 de novembro de 1891) escreveu: O Eu [Interior] é um outro. É o Eu imóvel, transparente e puro, cujo entendimento é ilimitado. Todas as Tradições incitam o homem a abandonar tudo para lá chegar.

 

A consciência individual realmente Desperta vive no universal. A vida pessoal, concebida e utilizada toda como instrumento de Vigília, funde-se sem perigo na vida coletiva.

 

O homem não é para ser salvo; ele deve mudar. Mas, só poderá haver mudança pelo Amor e em Amor, pela Alegria e em Alegria, pela Liberdade e em Liberdade.

 

Precisamos ter a vontade de manter o nosso Espírito em estado de surpresa e de confiança perante todas as formas de vida e perante todos os vestígios de inteligência no que é vivo, pois, surpresa e confiança são inseparáveis.

 

Para uma inteligência que sente absoluta necessidade de uma Transmutação, o nosso tempo não deve suscitar o desprezo, mas, sim, o Amor.

 

Precisamos aprender a passar do estado de vigília vulgar para o estado de Vigília Superior. O Estado Desperto.

 

A vida de um homem só se justifica pelo esforço [o Bom Combate] – mesmo desafortunado, de melhor Compreender. E melhor Compreender é melhor aderir. Quanto mais Compreendemos, mais Amamos, pois, tudo o que se Compreende está Certo.

 

 

 

 

 

 

Música de fundo:

Alchemy of Life

Fonte:

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Páginas da Internet consultadas:

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