O VELHO TEMPO
DO QUANDO
Rodolfo Domenico
Pizzinga
— Fraquejei
e escorreguei.
Agora, vou me arrastar até pifar!
É
muito sedutor escorregar;
depois, árduo é
levantar.
Adoramos o tal do enviesado
e de dar uma de safado.
Indistinguimos
água de vinho
e alinho de desalinho.
Baralhamos deus com demônio
e temporal com favônio.
É
a balbórdia, é a confusão,
é a negra escuridão.
É vir-e-retornar,
é voltar-e-vir,
é merdar e dessentir.
Pior:
não queremos escutar,
e malogramos sem parar.
Falsamos como chupa-caldos,
e obramos por ser ribaldos.
De
repente, enfim, acontece
de suprimirmos o refece.
É o Som... É
a Voz... É a LLuz...
É o desmantelo
da Cruz.
E
aí, vão avultando vergonhas,
E, devagar, vamos transmutando
o velho tempo do quando.
Mas,
é bom sentir vergonha;
Assim, talvez, nos libertemos,
e Deuses nos tornemos!
— Oh!
Quando nos tornaremos Deuses?