Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

Desatento, nunca ouvi

o canto de um bem-te-vi.

Um aturado subtraendo,

desleixado, fui morrendo.

 

Quando ventava quente,

caía de cama doente;

se o vento rosnasse frio,

medo, abalo, arrepio.

 

Quando não estava mudo

rezingava de quase tudo.

Teimava por quase nada;

vivia uma vida entravada.

 

Fosse noite, fosse dia,

mastigava melancolia;

tal era meu abatimento,

que tudo era tormento.

 

O tempo foi passando

e continuei casmurrando.

Hoje, vivo a me queixar;

a vida não pode voltar.

 

Desvairado, me perdi

entre o aqui e o logo ali.

Negligente, não fiz a hora;

posso querer o quê, agora?

 

Afinal, chegou o dia;

trovarão uma elegia.

Tudo em que acreditava

de quimera não passava.

 

Caí em um rodamoinho

e me senti pequenininho.

Chorei, rangi, lamentei;

tempo que malbaratei!

 

Ó dor que me atravessa,

faço agora uma promessa:

Se viver uma nova vida...

 

 

 

 

 

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.ancestral.com/
art/north_america/mimbres.html

http://asiaingalls.com/

 

Música de fundo:

Hold me, Thrill me, Kiss me, Kill me (U2)

Fonte:

http://freeweb.supereva.com/
rigelkaos/Midi.htm?p