Rodolfo
Domenico Pizzinga
Mata
o desejo; mas, se o matares, acautela-te bem, para que não
ressuscite depois de morto.
A
Voz do Silêncio, Fragmento I, versículo 63.
Helena Petrovna Blavatsky (1831 - 1891)
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O
Borracho
dei um
tempo, mas voltei a cafungar.
Dia, noite,
desacertado, embriagado;
parei,
mas voltei a me embebedar.
Durante
anos, fui um peculatário;
me emendei,
mas voltei a subtrair.
Meu viver
sempre foi voluptário;
E
assim, de fraqueza em vileza,
de baixeza
em sem-vergonheza,
matei
e ressuscitei mil defeitos.
Hoje,
vivo triste e desnorteado
a ver
aonde me levará meu fado.
Não
me orgulho dos meus feitos.
Que
destino ou maldição
Manda em nós, meu coração?
Um do outro assim perdido,
(Somos dois gritos calados,
Dois fados desencontrados,
Dois amantes desunidos.) Bis.
Por
ti sofro e vou morrendo,
Não te encontro, nem te entendo.
A mim o digo sem razão:
(Coração... quando te cansas
Das nossas mortas esperanças,
Quando páras, coração?) Bis.
Nesta
luta, esta agonia,
Canto e choro de alegria,
Sou feliz e desgraçada.
(Que sina a tua, meu peito,
Que nunca estás satisfeito,
Que dás tudo... e não tens nada.) Bis.
Na
gelada solidão,
Que tu me dás, coração,
Não é vida, não é morte...
(É lucidez, desatino,
De ler no próprio destino
sem poder mudar-lhe a sorte...) Bis.