DEMOCRATISMO1

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Democratismo

 

 

 

Com Democracia se vive melhor2.

.

Só aquele que passou pela ditadura

é que sabe quanto a cana foi dura.

 

 

Dia 3 escolheremos nosso presidente.

Que o preferido não minore; acrescente.

Mas, cada um de nós será responsável

por um futuro democratista ou respeitável.

 

 

Sei que não voltaremos à ditadura,

mas ela pouco difere da falta de lisura.

 

 

Oh!, cabe tão-somente a cada um de nós!

A nós e à nossa consciência! Silentes! A sós!

 

 

 

Sagrada Liberdade

 

 

 

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Notas:

1. Carlos Alberto de Barros Santos pergunta, e ele mesmo responde: Qual a denominação que se daria a um sistema político, dito democrático, que pretendesse superar a si próprio em termos ideológicos? Democratismo? Sim, acho que seria este o termo. Os dicionários não dizem, mas eu o interpreto como um excesso de aplicação do sistema democrático, na verdade uma falsa exacerbação do termo que perverte um regime classificado milenarmente como do povo, pelo povo e para o povo. Marcos Rolim sintetiza: O democratismo é a forma ingênua pela qual o ideal democrático costuma se perverter. E José Carlos Paraguaio conclui: O democratismo corresponde a uma corrente política que, em muitos casos, tem sido confundido com o Liberalismo. A confusão advém do fato de que, no momento em que o democratismo faz sua aparição, durante a Revolução Francesa*, a experiência liberal estava circunscrita à Inglaterra e não tinha propósitos democratizantes. A Revolução Francesa foi um marco característico do democratismo, tendo como fundamento o Liberalismo e se dizendo um sistema democrático, mas, constituindo-se em um sistema totalitário. Em suma: no que concerne à Revolução Francesa, aqueles que não participassem do processo democratista (presumidamente virtuoso) estabelecido, aqueles que desobedecessem, eram sumariamente guilhotinados. Ainda que não seja uma característica exclusivamente brasileira, por aqui, no Brasil, o democratismo-sem-guilhotina impregna culturalmente o nosso povo, no sentido de que o cidadão que elege os seus representantes se sente partidária e moralmente compromissado a não se opor aos descaminhos morais e legais perpetrados por aqueles que auxiliou a eleger. Decide-se pelo silêncio devorador, e, às vezes, até gosta! Isto precisa acabar ou continuaremos submissos e dependentes de uma tecnoburocracia manipuladora e auto-alimentadora, estabelecida por um insincero processo falaz e vampiresco de democratismo travestido de Democracia. Como adverte o autor que se assina pmizraji, o processo de democratização política, na tentativa de abarcar outros setores sociais do Estado, coloca em cheque a estrutura básica da própria Democracia, a qual se fundamenta por princípios éticos e em geral vista sob uma idéia monolítica. Dada à hegemonia do modelo da representatividade alicerçada pelos aparatos de poder econômico e financeiro, o 'véu de ignorância da política profissional' é transplantado para a nova ordem do democratismo. Isto precisa acabar de uma vez por todas!

* Revolução Francesa era o nome dado ao conjunto de acontecimentos que, entre 5 de maio de 1789 e 9 de novembro de 1799, alteraram o quadro político e social da França. Ela começa com a convocação dos Estados Gerais e a Queda da Bastilha, e se encerra com o golpe de estado do 18 Brumário de Napoleão Bonaparte. Em causa estavam o Antigo Regime (Ancien Régime) e os privilégios do clero e da nobreza. Foi influenciada pelos ideais do Iluminismo e da Independência Americana (1776). Está entre as maiores revoluções da história da Humanidade. A Revolução Francesa é considerada como o acontecimento que deu início à Idade Contemporânea. Aboliu a servidão e os direitos feudais e proclamou os princípios universais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade (Liberté, Egalité, Fraternité), frase de autoria de Jean-Jacques Rousseau (Genebra, 28 de junho de 1712 – Ermenonville, 2 de julho de 1778). Para a França, abriu-se em 1789 o longo período de convulsões políticas do século XIX, fazendo-a passar por várias repúblicas, uma ditadura, uma monarquia constitucional e dois impérios.

Nota editada das fontes:

http://pmizraji.wordpress.com/2010/07/01/
democratizacao-e-democratismos/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%
C3%A7%C3%A3o_Francesa

http://rolim.com.br/2006/index.php?option=
com_content&task=view&id=380&Itemid=3

http://massote.pro.br/2009/07/
democratismo-carols-alberto-de-barros-santos/

http://www.mastereducacional.com/

2. Platão. In: Político.

3. O autoritarismo descreve uma forma de Governo caracterizada pela ênfase na autoridade do Estado em uma república ou união. É um sistema político controlado por legisladores não eleitos que usualmente permitem algum grau de liberdade individual. Totalitarismo (ou regime totalitário) é um sistema político onde o Estado, normalmente sob o controle de uma única pessoa, político, facção ou classe, não reconhece limites à sua autoridade e se esforça para regulamentar todos os aspectos da vida pública e privada, sempre que possível. O totalitarismo é caracterizado pela coincidência do autoritarismo (onde os cidadãos comuns não têm participação significativa na tomada de decisão do Estado) e da ideologia (um esquema generalizado de valores promulgado por meios institucionais para orientar a maioria, senão todos os aspectos da vida pública e privada). A distinção entre regime autoritário e totalitário é que no primeiro, o Governo não procura controlar a vida privada de seus cidadãos a ponto de torná-los, compulsoriamente, "reeducados" para passar o resto de suas vidas sob o regime. No totalitarismo, o Governo tende a endeusar-se, implantando uma verdadeira ditadura de partido único, confundindo o Partido com o Estado.

Nota editada das fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Autoritarismo

http://pt.wikipedia.org/wiki/Totalitarismo

 

Página da Internet consultada:

http://www.matosrestaurante.com.br/
historia%20da%20pizza.htm

 

Música de fundo:

Chão de Estrelas

Música: Sílvio Caldas
Letra: Orestes Barbosa
Interpretação: Elizeth Cardoso

Fonte:

http://www.placidohomes.com.br/mid_nac6.php

 

Observação:

Em uma visita ao poeta Guilherme de Almeida, em 1935, Sílvio Caldas mostrou-lhe uma canção inédita, intitulada Foste a Sonoridade Que Acabou. Terminada a apresentação, a canção recebeu um novo nome: Chão de Estrelas. A mudança aconteceu por sugestão de Guilherme, tomado de súbito entusiasmo pelos versos, que eram de Orestes Barbosa. Em 1956, em uma crônica em louvor a Orestes, Manuel Bandeira terminava assim: Se se fizesse aqui um concurso para apurar qual o verso mais bonito de nossa língua, talvez eu votasse naquele de Orestes: 'tu pisavas os astros distraída...'