Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

O mundo inteiro está aberto ao homem sábio, pois a pátria de um espírito universal é o Universo.

O homem só é infeliz quando é injusto.

O homem bem disposto – que está ansioso por atos justos e legítimos – exulta acordado ou a dormir e é forte e livre de cuidados. Mas aquele que não se importa com a justiça e que não faz as coisas que são justas acha todas as coisas tristes...

Se sofrer uma injustiça, console-se; a verdadeira infelicidade é cometê-la.

A ignorância do bem é a causa do mal.

O animal é tão ou mais sábio do que o homem, pois conhece a medida da sua necessidade, enquanto o homem a ignora.

O trabalho no estrangeiro ensina a auto-suficiência; pão de cevada e um colchão de palha são os remédios mais agradáveis para a fome e a fadiga.

Falsos e hipócritas são aqueles que tudo fazem com palavras, mas, na realidade, nada fazem.

Por convenção, existem o doce e o amargo; por convenção, existem o quente e o frio; por convenção, existe a cor. Mas, na verdade, são os átomos e o vazio... Na realidade, não aprendemos nada exatamente; mas, só quando muda segundo a condição do nosso corpo e das coisas que chocam com ele ou lhe oferecem resistência.

Só há uma espécie de movimento – o devido à vibração.

Aristóteles afirma, em vários passos, que, para os atomistas, os átomos-alma e os átomos-fogo eram esféricos, porque tinham de ser móveis e penetrantes. Nesse sentido, Demócrito dizia que a esférica é a mais notável das formas; e assim é o espírito e o fogo.

Ocupe-se de pouco para ser feliz.

A felicidade não reside no gado ou no ouro; a alma é a mansão do gênio bom ou do do gênio mau de cada um.

 

Demócrito de Abdera (460 a.C. – 370 a.C.)


 

 

 

Atomos1

 

 

 

Algumas vezes, somos injustos

quando deveríamos ser sempre justos.

Às vezes, cometemos uma injustiça,

por indiferença ou por pura preguiça.

 

 

Algumas vezes, somos infelizes;

mas gostaríamos de ser sempre felizes.

Às vezes, queremos aflitamente querer;

ao invés de sermos, optamos pelo não-ser.2

 

 

E a vida acaba se tornando um desalinho.

A pátria de um espírito universal é o Universo;

a sina de um boçal é viver submerso.

 

 

 

Boçalidade Submersa

 

 

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Notas:

1. Quando perguntavam ao Senhor Buddha como havia sido criado o Universo, Ele respondia: — O átomo não pode compreender o Cosmos.

2. O estado de não-ser é a negação da atualidade cósmica ou da existência em termos universais. Em Parmênides (544 a.C. – 450 a.C.), o não-ser é a ausência absoluta de um ser como um existente ser. Já em Platão (428 a.C.-348 a.C.), o não-ser é a negação de um ser determinado. Exemplos: o não-ser do movimento é a imobilidade; o não-ser da justiça é a injustiça; o não-ser do Summum Bonum é o abjectus maleficìum.

 

Bibliografia:

KIRK, G. S. & RAVEN, J. E. Os filósofos pré-socráticos. Tradução de Carlos Alberto Louro Fonseca, Beatriz Rodrigues Barbosa e Maria Adelaide Pegado. 2ª edição. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1982.

 

Página da Internet consultada:

http://pt.wikiquote.org/
wiki/Dem%C3%B3crito_de_Abdera

 

Observação:

A animação em flash Atomos foi produzida a partir de dois GIFs animados disponibilizados nos Websites Mr. Macaitis Biology e Radioproteção e Segurança Nuclear. Portanto, os direitos autorais desta animação permanecem sob a posse dos artistas que produziram os GIFs animados originais. Os endereços dos dois Websites são:

http://smacaitis.googlepages.com/

http://www.atomo.com.br/

 

Música de fundo:

Love Is A Many Splendored Thing (Paul Francis Webster & Sammy Fain)

Fonte:

http://www.membres.lycos.fr/danak/page2.html