Este
poema não é original. Eu já o havia escrito e divulgado
como uma espécie de despretensioso remate a título de conclusão
de um trabalho que publiquei sobre o pensamento e as reflexões de
Miguel Torga. Simbolicamente – o que não expliquei lá
no texto do Miguel, mas que explico agora – o poema trata do desespero
de um ser-no-mundo que, apesar de ele saber há um Deus em
seu Coração, ou melhor, que ele pode edificar um Deus em seu
Coração, de duas uma ou as duas: ou não está
se empenhando com afinco nesta tarefa ou o concreto que está utilizando
nesta construção mística é magro, isto é,
tem menos cimento. Por tudo isto, ele reclama, requesta e pede para que
este Deus não ouça calado seus rogos e suas aflições.