INTRODUÇÃO
Uma das coisas
que mais preocupam os místicos e as fraternidades místicas
em geral é a delação/traição. Pelos
mais diversos motivos, muitas pessoas, em um dado momento de suas vidas,
buscam uma fraternidade mística para se afiliar. A imensa maioria
dessas pessoas é sincera. Elas acreditam que chegaram a uma encruzilhada
na vida no âmbito daquilo que se costuma denominar de espiritualidade,
e querem, legitimamente, saber mais e ascensionar. No geral, é
isso que acontece. Quando são religiosas, e isso também
representa a maioria, suas religiões não mais as satisfazem.
Incoerências, dogmas inexplicáveis, autoritarismos de toda
ordem, informações desconexas e/ou classificadas, mentiras,
comportamentos inaceitáveis dos dirigentes dessas religiões,
incompatibilidades com o desenvolvimento científico etc. acabam
desiludindo os membros dessas confrarias e os empurrando para fora.
Não é incomum que antes de procurarem os portais de uma
fraternidade mística mudem de religião algumas vezes.
E assim, no final de tanta desilusão, acabam batendo nas portas
de alguma irmandade mística ou esotérica. Mas, há
alguns abençoados que parecem ter reencontrado o caminho de Casa.
E há, por último, aqueles miseráveis que entram
para as fraternidades para tumultuar e tentar liquidá-las ou
destruí-las usando os mais diversos e negros expedientes, sendo
o mais comum a traição. Este texto abordará brevemente
a ação deste último (pequeno) grupo, mas que pode
causar estragos gigantescos.
TRAIÇÃO
O que é
uma traição? Qualquer dicionário explica que uma
traição é a quebra da fidelidade prometida e empenhada
por meio de um ato pérfido. Um traidor, assim, é aquele
que atraiçoa, que divulga algo secreto. Nesse sentido, traidor
e delator são a mesma coisa.
Mas, por que
as pessoas traem? Aqui é que está o cerne da questão.
Os motivos são diversos, mas se resumem a um só. Eu o
consubstanciarei da forma mais elegante dizendo que um delator/traidor
é um inadequado para a Iniciação. Pelo menos é
inadequado para a Iniciação na faixa vibratória
da fraternidade em acabou cometendo a traição. Sei que
esta definição é simplória, mas, mesmo assim,
ficarei com ela. Meu intuito com este texto não é ofender
ninguém; apenas alertar e transmitir uma informação
que claramente veio à minha mente enquanto eu estava tomando
banho ontem à tarde. Eu não estava pensando nesse assunto,
quando esse relâmpago passou pela minha cabeça. Achei,
assim, que seria útil dividi-lo com todos.
Com o advento
da Internet, trair, hoje, parece ter tomado contornos catastróficos.
Trai-se por tudo e por nada. E o misticismo não está imune
a issso. É muito fácil colocar na Web textos difamatórios
contra os oficiais de instituições místicas e contra
as próprias instituições. Poucos, contudo, têm
a coragem de se identificar. São covardes, e por isso usam nicknames
para esconder suas identidades. Geralmente essas matérias
sórdidas são eivadas de ódio e de mentiras, e,
não raro, tentam semear a dúvida e a discórdia
entre os membros da irmandade atacada. O lamentável é
que alguns se deixam influenciar por essa sopa de intrigas e acabam
se desfiliando de suas fraternidades. Bem, entendo que essa situação
– a desfiliação – é também uma
experiência para aqueles que não souberam separar o trigo
do joio. E volto a insistir que existem três formas básicas
de aprendizado: pela dor, pelo amor e pela compreensão. Logo,
se tiver que doer, doerá.
A traição,
assim, envolve múltiplos aspectos. Mas, neste texto, tenho como
objetivo abordar apenas um: a divulgação via Web de palavras
de passe e de palavras místicas que possam envolver algum tipo
de poder. O que é uma palavra de passe? Todos os místicos
sabem que, resumidamente, uma palavra de passe é uma forma de
identificar se um membro está apto ou qualificado para participar
de um determinado colegiado. Divulgar palavras de passe pela Internet
é uma alta traição, mas não causa estragos
maiores nas fraternidades porque simplesmente podem ser trocadas. E
não é apenas por alguém saber uma palavra de passe
que será admitido a um Templo ou a uma Loja. Há outras
formas de identificação complementares, e é muito
difícil que um não-membro de uma fraternidade possa ter
acesso a um ritual apenas por saber uma palavra de passe.
Quanto às
palavras místicas a coisa é diferente. Primeiro é
preciso que se compreenda que há mantras e palavras místicas
que são universais. E há, por outro lado, aquelas palavras
que são específicas e amalgamadas à egrégora
de uma e somente uma irmandade.
AUM MANI
PADME HUM, equivalente a OM MANI PADME HUM, misticamente
pode significar: Oh! Meu Deus que estás em mim! Eu sou o
que sou! Eu estou em Ti e Tu estás em mim! Esta frase indica
a indissolúvel união homem-Universo. Este conjunto de
palavras mântricas sagradas tem, segundo Helena Petrovna Blavatsky,
um poder quase infinito nos lábios de um Adepto. Quando
esta frase é pronunciada por um homem comum efeitos especiais
protetivos são postos em movimento para o vocalizador e para
as pessoas que estiverem a seu lado. Há, por assim dizer, outras
aplicações para esta sagrada frase, mas não abordarei
essa questão agora, senão o texto ficaria muito longo.
Mas, quem desejar poderá encontrar explicações
completas no volume VI de A Doutrina Secreta de Madame Blavatsky.
Mas, infeliz daquele que utilizar esta sagrada frase para tentar praticar
o mal. Não conseguirá e acabará pagando um preço
altíssimo. Aliás, não é necessário
pronunciar nada; basta a intencionalidade. Agora intencionalidade malévola
+ vocalização de um sagrado mantra não é
igual a 1 + 1. A sinergia é de tal ordem que poderá desagregar
o indivíduo por dentro em pouco tempo.
Um outro exemplo
de mantra universal é o próprio OM (ou AUM).
Às letras que compõem o sagrado mantra OM estão
associados os números 6 e 40, cuja soma é 46, e cuja redução
conduz ao número 1 — a unidade do Cósmico. Este
mantra deve ser pronunciado prolongando-se a vogal M com os lábios
cerrados. OOOMMMM...
Quanto aos sons
vocálicos ou palavras místicas que estejam vinculados
a uma determinada egrégora, sua divulgação é
grave e coloca o delator em uma posição extremamente delicada
perante as Potências que regulam e regem a fraternidade traída.
Aqui é preciso observar que há dois tipos básicos
de traidores: os que são excomungados e os que se auto-excomungam.
Em um certo sentido, a auto-excomunhão é menos grave do
que a excomunhão propriamente dita, ainda que o ato de trair
seja igual nos dois casos. Segundo Vicente
Velado, 7
PhD, FRC
e Abade Especial da Ordo
Svmmvm Bonvm para o Terceiro
Mundo, a Excomunhão Rosacruz é um rito automático
pelo qual as excrescências são extirpadas do Todo Rosacruciano.
Ainda que
o processo de excomunhão transcorra automaticamente exercido
por esferas superiores, este anátema, segundo Velado, era, até
o século passado, imposto apenas pelo Imperator. Com uma
das mãos o Imperator fazia um gesto anatemático com os
dedos, o qual projetava uma sombra cabalística reversa na
aura do excomungado. Essa sombra acompanhava o traidor aonde quer que
ele fosse, e ele não podia se livrar dela enquanto estivesse
na assunção conscientemente assumida de seu crime místico.
Isso realmente
é um horror. Mas, vou analisar agora o efeito da divulgação
traidora das palavras sagradas. Por hipótese, pensemos em duas
irmandades A e B. A, tanto quanto B, tem seus ritos, suas palavras sagradas
ou de poder etc. Imagine-se que uma das palavras sagradas de A seja
XY, que B tenha como uma de suas palavras santas WZ. Ora, em princípio,
XY só tem efeito para os membros da irmandadade A, assim como
WZ só se efetiva para os membros da irmandade B. Por outro lado,
e isso é muito importante, o possível poder de um mantra
vinculado a uma egrégora só funciona se o membro estiver
ativamente vinculado àquela egrégora. Isto é: em
princípio, XY não atuará na esfera de B, e WZ não
atuará na esfera de A. E mais: o membro que se desliga ou é
afastado de uma irmandade, particularmente pela excomunhão, perde
o privilégio de poder utilizar tais palavras ou mantras sagrados.
Se usar, não surtirá o efeito esperado. Isso tem uma equivalência
para os não-membros de uma específica irmandade e para
aqueles são de fora. Portanto, sob um aspecto profundamente esotérico
duas coisas não são possíveis: usar palavras ou
mantras sagrados para praticar o mal, e pretender ter algum tipo presumido
de poder sem pertencer à egrégora de uma fraternidade
específica. Simplesmente não funciona. Mas, não
posso deixar de acrescentar que o poder pelo poder é nada. Poder
destituído de um alto compromisso espiritual é um mero
desenvolvimento psíquico que pode levar o arrogante e presumido
poderoso à loucura. Ou à coisa pior.
Contudo, no
limite, uma palavra sagrada poderá deixar de ter o poder que
possuía, passando a ser um mero signo destituído de qualquer
poder. A verdade concreta é que os traidores não têm,
nunca tiveram e jamais terão acesso ao Svmmvm Bonvm.
Não estão qualificados sequer para compreender o que seja
o Svmmvm Bonvm. Nesse Plano, Poder e LLuz
são uma só e a mesma coisa. Como um traidor poderia acessá-Lo?
De qualquer forma, não posso e não quero deixar de pronunciar:
paz aos traidores.
Logo, aos canalhas
devo avisar: Não destruirão com delações
e denúncias nenhuma fraternidade autêntica. Podem fazer
todo tipo de magia e pronunciar todos os mantras do mundo que nada abalará
os alicerces das autênticas irmandades. Poderão, quando
muito, conforme já aludi um pouco mais acima, arrastar para a
lama alguns desavisados. Mas, estou convicto de que esses mesmos desavisados,
ainda que tolos, se são sinceros, retornarão ao antigo
lar, e serão bem recebidos. E mais uma advertência: comparar
é julgar, e quem se dispõe a fazer juízo de valor
geralmente erra. E erra sempre para o lado pior do julgamento.
CONCLUSÃO
Mesmo que a
divulgação de segredos pelos traidores de sempre não
afete substantivamente uma fraternidade mística verdadeira e
autêntica, o preço pela traição deverá
ser pago até a última gota. Portanto, aqui cabem duas
advertências: antes de trair recolha-se ao seu santuário
e meça as conseqüências; o maria-vai-com-as-outras
poderá acabar em um buraco sem fundo no qual aquele que lá
o meteu nada fará para ajudá-lo a sair.
Discordar, pode:
trair, não deve. Opinar, pode; revoltar-se, não deve.
Sugerir, pode; conspirar, não deve.
Websites
Consultados
http://sprott.physics.wisc.edu/fractals/collect/1995/
http://svmmvmbonvm.org/corrupt.htm
http://svmmvmbonvm.org/aum_muh.html
http://www.shaktis-hexenkessel.de/