DEGRAUS
DA VIDA
(A
todos que se esforçaram e conseguiram)
Rodolfo
Domenico Pizzinga
Empilhei
e enfurnei chorume
em
meio à pobreza de lume.
Hoje
não sou mais cobiçoso!
De
degrau em degrau,
mais
um degrau subindo,
devagar
vou progredindo.
Bebi
e muito me fartei.
Oh! Como me empanzinei!
Hoje
não sinto mais fome!
De
degrau em degrau,
mais
um degrau subindo,
devagar
vou progredindo.
Corvejei
e lancei mau-olhado
para
quem morava ao lado.
Hoje
não sou mais invejoso!
De
degrau em degrau,
mais
um degrau subindo,
devagar
vou progredindo.
Mastiguei
um tanto de ódio
por
não ter subido ao pódio.
Hoje
não sou mais rancoroso!
De
degrau em degrau,
mais
um degrau subindo,
devagar
vou progredindo.
Também
me entreguei à luxúria
e
delirei em meio à fúria.
Hoje
não sou mais lascivo.
De
degrau em degrau,
mais
um degrau subindo,
devagar
vou progredindo.
Algumas
vezes fui arrogante;
outras
fui intolerante.
Hoje
não sou mais inflexível!
De
degrau em degrau,
mais
um degrau subindo,
devagar
vou progredindo.
Como
poderia um seixo
arredondar
pelo desleixo?
Hoje
não sou mais indolente!
E,
de degrau em degrau...
Mais
um degrau subindo...
Devagar
vou progredindo.