Vale
mais a pena bater um pouco os dentes do que adorar ídolos! A soledade
de uns é fuga da enfermidade; a de outros é a fuga perante
a enfermidade. Todos terão que subir o seu Monte das Oliveiras e
escarnecer de toda a compaixão. [In:
Also Sprach Zarathustra:
Ein Buch für Alle und Keinen (Assim Falou Zaratustra:
um Livro Para Todos e Para Ninguém), escrito por Friedrich Wilhelm
Nietzsche.]
—
Vale mais a pena sentir um puta frio
do que aceitar um casaco do Totò Riina.
Vale mais a pena ficar durinho da silva
do que beijar a mão do Don Corleone.
Vale
mais a pena morrer na miséria
do que se aliar ao Don Licio Lucchesi.
Vale mais a pena morrer em pecado
do que se confessar com o Arcebispo Gilday.
Vale
mais a pena continuar cheio de encostos
do que receber um passe do João de Deus.
Vale mais a pena perder um velho amigo
do que apoiar barbaria e crueldade.
Vale mais a pena não ir a Nova Iorque
do que ir com bufunfa de maracutaia.
Vale mais a pena esperar, como o Pedro Pedreiro,
do que empurrar a macróbia e furar a fila.
Vale mais a pena encarar a urucubaca
do que esperar compaixão dos outros.
Vale mais a pena andar de elétrico
do que tentar fazer negócio com Deus.
Vale mais a pena procurar e não achar
Vale mais a pena não se matrimoniar
do que ficar enchendo o saco de Santo António.
Vale mais a pena dar com a focinheira na porta
do que ficar fazendo ebó pra Exu.
Vale mais a pena se conformar com a brochura
do que ficar se entupindo com
.
Vale mais a pena aturar um arranca-rabo
do que dar uma de vacilão.
Vale mais a pena ignorar a obra-prima do Picasso
do que arrotar conhecimento escasso.
Vale mais a pena não ter arma de fogo em casa
do que o tiro sair pela culatra.
Vale mais a pena ter a cabeça a prêmio
do que optar pela neutralidade.
Vale
mais a pena curtir sozinho a soledade
do que tentar mitigá-la ficando mal acompanhado.
Vale
mais a pena subir o seu Monte das Oliveiras
do que continuar extraviado no seu inferno pessoal.
Vale
mais a pena aprender e compartilhar
do que conhecer, desatender e se calar.
Vale mais a pena votar desgostoso e contrariado
do que anular o voto ou votar em branco.
(Cidadania não se negocia nem se transfere.)
Vale mais a pena sentir uma certa repugnância
do que esmigalhar uma cucaracha.
Vale mais a pena duvidar das proibições
do que crer em mirabolâncias fabricadas.
Vale mais a pena errar, cair e levantar
do que transigir, adular e imitar.
Vale mais a pena sacudir a poeira e seguir em frente
do que tomar um porre ou dar uma cafungada.
Vale mais a pena apresentar idéias em objeção a idéias
do que selvagemente vandalizar.
Vale mais a pena se insurrecionar
do que agasalhar dogmas fantasiosos.
Vale mais a pena combater e mudar
do que se ajoelhar e pedir soda.
Vale mais a pena se questionar
do que ser uma vaca de presépio.
— Vale mais a pena sentir
um pouco de frio
do que se aquecer em um eremitério.
Vale mais a pena cair e se levantar
do que se aconchegar na cama de um pishacha.
Vale mais a pena cair em desgraça
do que se arrastar ante os poderosos.
Vale mais a pena arrancar um olho
do que acinzentar a aurora.
Vale mais a pena decepar uma perna
do que correr para enricar.
Vale mais a pena emudecer para sempre
do que barulhar o Silêncio.
Vale mais a pena ficar doente e padecer
do que maltratar e vivisseccionar.
Vale mais a pena não ter e nunca conquistar
do que escravizar e mais-valiar.
Vale mais a pena o desgosto de uma perda
do que ganhar em desacordo com a Lei.
Vale mais a pena usar um par de muletas
do que, subserviente, ficar de quatro.
Vale mais a pena zombar do inverno com um banho frio
do que se proteger em uma pousada maldita.
Vale mais a pena passar fome e emagrar
do que comer a necessidade do outro.
Vale mais a pena morrer de sede no deserto
do que ter pesadelo de repetição.
Vale mais a pena desidratar e definhar
do que turvar a Água da Vida.
Vale mais a pena fazer um exame de consciência
do que desalegrar a Alegria.
Vale mais a pena enfrentar os próprios demônios
do que requestar um impossível milagre.
Vale mais a pena assumir a responsabilidade
do que arrumar um nariz de Pinocchio.
Vale mais a pena se entediar com a desventura
do que invejar a ventura do outro.
Vale mais a pena ser inocente como uma criança
do que sabão como um petrolãozeiro.
Vale
mais a pena arrancar fora a coisinha
do que pedofilizar uma criança.
Vale mais a pena sofrer uma damnatio
memoriæ
do que dar apoio a um führer.
Vale
mais a pena Morrer para, então, Viver
do que viver e depois morrer.
Vale mais a pena arrostar o patíbulo
do que delatar para se salvar.
Vale mais a pena a humildade de ainda não ser
do que ser servo do não-ser.
O
Cagüete
_____
Nota:
1. Damnatio
memoriæ é uma locução em língua
latina que quer dizer "condenação da memória".
No Direito Romano, indicava a pena que consistia no apagamento de qualquer
traço da lembrança de uma pessoa, como se ela jamais tivesse
existido. Tratava-se de uma pena particularmente dura e desonrosa, reservada,
sobretudo, aos traidores e aos hostes, ou seja, aos inimigos de Roma e do
Senado Romano, sendo assim considerados aqueles que caíam em desgraça
do poder político. Em uma Cidade vaidosa que dava grande importância
à aparência social, ao respeito e ao orgulho de ser um verdadeiro
Romano como requerimentos fundamentais do cidadão, a damnatio
memoriæ era, talvez, o castigo mais severo. Os antigos
egípcios também davam extrema importância à preservação
do nome de uma pessoa. Aquele que destruísse o nome de uma pessoa
era visto como tendo destruído essa pessoa, e isto, inclusive, era
válido no mundo dos mortos. Por exemplo, os cartuchos do Mestre-Faraó
Iniciador Akhnaton, da 18ª Dinastia, que reinou por dezessete anos
e transicionou em 1336 ou 1334 a.C., foram mutiladas pelos seus sucessores,
por Ele ter abandonado o tradicional politeísmo egípcio e
introduzido uma adoração centrada em um único Deus,
Aton. Os sacerdotes de Amon, nunca perdoaram Akhnaton, mas, os Rosa+Cruzes
– de todas as vertentes – O respeitam e amam profundamente,
pois, acima de tudo, são gratos aos ensinamentos que nos heranciou.
Aqueles que receberam a Iniciação do 7º Grau do Faraó,
derivada de Sâr Validivar, sabem muito bem o que eu estou entrelinhando.
Seja como for, o culto a um único Deus Solar – Aton –
estabelecido por Akhnaton, não teve por finalidade
criar um único ou um novo deus, mas, sim, tentar acabar com a crença
idólatra, escravizadora e infantil em diversos deuses (simbolizados
por crocodilos, gazelas, besouros, escaravelhos, falcões, touros,
abutres, antílopes, escorpiões, serpentes, hipopótamos,
íbis, sapos etc.) que, imposta pelos sacerdotes de Amon, fideística,
acachapante e retrogressivamente, prevalecia no Egito Antigo, até
porque Akhnaton sabia perfeitamente que todos nós, in
potentia, somos Deuses Eternos. Na verdade, Akhnaton, que era
Iniciado nos Mistérios Solares, fez do Disco Solar Alado o símbolo
material do Verbum
Æternum, Dimissum et Inenarrabile. Logo, Ele não
inventaria mais um deus, ainda que monoteisticamente admitido
como único, para substituir os antigos e sei lá
quantos deuses inventados já existentes. Mas, isto só era
sabido e conhecido pelo seu círculo íntimo de Altos Iniciados,
os Illuminados
de Kemet, que, mais tarde, passaria a ser conhecido como o Mestre Multimental
AMORCUS (39 + 1) –
Akhnaton Magister Omnes
Rosæ Circa Universus
Spira – Akhnaton Mestre de Todas
as Rosas em Torno da Espiral, como revelou o Frater Vicente Velado, que
acrescentou: Akhnaton,
ao passar [conscientemente]
pela Grande Metamorfose [Iniciática],
ascendeu a um Plano [Mental]
Superior, não como mero ser isolado, mas, como a resultante da cooperação
de 40 Mentes –
39 Adeptos (39 Rosas Místicas) com o Mestre Akhnaton produzindo [completando]
o Quadrado Metafísico (39 +
1 = 40 —›
4 + 0 =
4), e que é a base na qual se assenta a Pirâmide Esotérica
Rosacruz. AMORCUS é um Mestre Cósmico acessível unicamente
aos Altos Iniciados da Ordem Rosacruz e que nem por Eles pode ser invocado.
Observe que os 12 Apóstolos + Jesus também formam
um Quadrado
Metafísico:
12 + 1 = 13 1 + 3 =
4. Por sua vez, em termos teosóficos, 4
1 + 2 + 3 + 4 = 10
1 + 0 = 1. Se você
pensou na Tetractys Pitagórica, acertou. Enfim, proclamou
Aristóteles (Estagira, 384 a.C. – Atenas, 322 a.C.):
Anthropos physei
politikon zoon, o ser-humano-aí-no-mundo é
um animal político. Mas, mais do que um animal político (politikon),
familiar (oikonomikon)
e senhorial (despotikon),
o ser-humano-aí-no-mundo, fundamentalmente, é um
ente simbólico (simbolikon).
Isto não deve ser esquecido, porque explica todas as nossas prisões.
Bem, esta é a primeira vez que estou abordando este tema, ainda que
resumidamente, de forma tão direta. Talvez, alguns (ou muitos) discordem
destas alegações, mas, se você achar que estes argumentos
fazem algum sentido, por favor, divulgue-os. Para todos nós, esta
Era de Aquarius é um tempo particular de mudança, mas, nós
não nos libertaremos enquanto acreditarmos e dependermos de deuses
impostos pelos outros. Nós não nos libertaremos enquanto formos
religiosos, fideístas e monoteístas. Nós só
nos libertaremos quando nos convencermos de que somos Deuses Unimúltiplos.
Que assim seja. Está feito. Está selado. A.'.
U.'.
M.'.
A.'.
U.'.
M.'.
A.'.
U.'.
M.'.
Akhnaton
Música
de fundo:
Prelude
of Tragedy
Fonte:
https://www.youtube.com/watch?v=9ID4zxz6nDM
Páginas
da Internet consultadas:
https://giphy.com/explore/cow
https://www.laregion.es/
http://www.unariunwisdom.com/
https://pt.dreamstime.com/
https://giphy.com/explore/so-cold
https://www.dicionarioinformal.com.br/cagueta/
https://tribrach.wordpress.com/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Damnatio_memoriae
Direitos
autorais:
As animações,
as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo)
neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar
o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright
são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a
quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las,
se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar
que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei
do ar imediatamente.