O CÚMULO DA DESFAÇATEZ

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Eu minto... Tu crês... Ele se ferra...
Nós enganamos... Vós dançais... Eles emborcam...

 

 

 

São Domingos de Gusmão (Caleruega, Reino de Castela, 24 de junho de 1170 Bolonha, 6 de agosto de 1221), fundador da célebre Ordem que leva o seu nome [Ordem dos Pregadores, também conhecida por Ordem de São Domingos ou Ordem Dominicana], é um dos santos mais poderosos do calendário católico. Sua Ordem foi a primeira a receber uma confirmação solene do Papa, e ele é bastante conhecido na História como assistente e conselheiro do infame Simon de Montfort, o general papal, a quem ajudou a massacrar os infelizes albigenses, em Toulouse e nas suas imediações. Conta-se que esse santo e a Igreja depois dele pretenderam ter recebido da Virgem, 'in propria persona', um rosário, cujas virtudes produziam milagres tão estupendos, que os apóstolos, e mesmo Jesus, seriam relegados à sombra. Um homem, diz seu biógrafo, um pecador inveterado, foi suficientemente corajoso para duvidar das virtudes do rosário dominicano, e, por esta blasfêmia sem igual, foi punido incontinente com sua possessão por 15.000 diabos. Ao ver o grande sofrimento do demoníaco torturado, São Domingos esqueceu o insulto, e exigiu uma explicação dos diabos. Eis o colóquio mantido entre o 'exorcista bendito' e os demônios:

Pergunta de São Domingos: Como tomastes posse deste homem e quantos sois vós?
Resposta dos diabos:
Entramos nele porque falou desrespeitosamente do rosário. Somos 15.000.
Pergunta de São Domingos:
Por que 15.000 entraram nele?
Resposta dos diabos:
Porque há quinze décadas no rosário do qual ele zombou...
Pergunta de São Domingos:
É verdade tudo o que eu disse sobre as virtudes do rosário?
Resposta dos diabos:
Sim! Sim! (lançando chamas pelas narinas do endemoninhado). Que vós, cristãos, saibais que Domingos nunca disse uma única palavra a respeito do rosário que não seja verdadeira; e que saibais, além disso, que, se não acreditardes nele, grandes calamidades se abaterão sobre vós.
Pergunta de São Domingos:
Quem é o homem que o diabo mais odeia no mundo?
Resposta dos diabos:
(Em coro) Vós sois esse homem. (Seguem-se cumprimentos loquazes).
Pergunta de São Domingos:
A que classe de cristãos pertence o maior número de condenados?
Resposta dos diabos:
No inferno, temos comerciantes, agiotas, banqueiros fraudulentos, merceeiros de especiarias, judeus, farmacêuticos etc.
Pergunta de São Domingos:
Há padres ou monges no inferno?
Resposta dos diabos:
Há um grande número de padres, mas, não há monges, com exceção de aqueles que transgrediram a Regra de sua Ordem.
Pergunta de São Domingos:
Há dominicanos?
Resposta dos diabos:
Ai! Ai! Não os temos ainda, mas, esperamos um grande número deles, quando tiverem esfriado a sua devoção.
[In: Isis Unveiled: A Master-Key to the Mysteries of Ancient and Modern Science and Theology (em português, Ísis sem Véu: Uma Chave-Mestra para os Mistérios da Antiga e Moderna Ciência e Teologia), Helena Petrovna Blavatsky.]

 

 

 

Eu aterro... Tu medras... Ele se borra...
Nós enxoframos... Vós respirais... Eles se venenam...

 

 

 

O cúmulo da desfaçatez aconteceu em 1534, quando uma carta foi recebida da 'Mediadora' [Maria, Mãe de Jesus], uma carta que mais se parece a um relatório de um político a um confrade. Foi escrita em excelente latim e encontrada na Catedral de Messina, com a imagem a que ela alude. Eis o seu conteúdo:

 

A Virgem Maria, Mãe do Redentor do mundo, ao Bispo, ao Clero e a outros fiéis de Messina, envia a saúde e a bênção em Seu Nome e no de seu Filho:

Tendo em vista que vos dedicastes a estabelecer o culto a mim, remeto-vos esta para vos fazer saber que, ao fazê-lo, encontrastes graça aos meus olhos. Durante um longo tempo, refleti com pena sobre a vossa Cidade, que está exposta a grandes perigos por causa da sua proximidade do fogo do Etna, e tenho conversado freqüentemente com Meu Filho sobre esse assunto, pois, Ele estava aborrecido convosco porque estáveis negligenciando o Meu Culto, de maneira que se preocupavam muito pouco com a minha intercessão. Agora, todavia, como readquiristes os vossos sentidos e felizmente recomeçastes a Me adorar, Ele me conferiu o direito de me tornar vossa protetora eterna. Mas, ao mesmo tempo, eu vos advirto de que deveis prestar atenção ao que fazeis e não deveis dar motivo algum para que eu me arrependa da minha benevolência para convosco. As preces e as festas instituídas em Minha honra agradam-me extraordinariamente, e, se vos, sinceramente, perseverardes nestas coisas e se vos opuserdes, no máximo de vossas forças, aos hereges que se espalham atualmente por todo o mundo, acarretando um grande perigo à Minha adoração e à de outros santos, masculinos e femininos, vós desfrutareis de minha proteção perpétua. Como sinal deste pacto, envio-vos do Céu esta imagem de mim mesma, feita por mãos celestiais, se a honrardes como ela merece, isto será uma prova da vossa obediência e da vossa fé. Adeus. No Céu, sentada perto do Trono de Meu Filho, no mês de dezembro do ano 1534 da sua encarnação. Virgem Maria. [Ibidem.]

 

 

 

Eu fantasio... Tu adoras... Ele se compromete...
Nós quimerizamos... Vós imaginais... Eles se perdem...

 

 

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) as fraudulências

que se arquitetaram pela troncha fé.

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) as desrazões

que transformaram urubu-jereba em filé.

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) as adulterações

que produziram falsificação na contrafé.

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) os tapa-olhos

que entupiram os olhinhos do pepé.

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) as manobras

que alteraram até o sobe-e-desce da maré.

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) as tesouras

que cortaram a basta cabeleira do Zezé.

 

 

 

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) as proibições

que entristeceram até a alegria do xexé.

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) os 'beija-anéis'

que sempre 'influenzaram'1a o perequeté.

 

 

Anel do Pescador

Imagem do Anel do Pescador do Papa Leão XII1b

 

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) os éditos e as bulas

que deixaram as nossas madeixas em pé.

 

 

Beijinho, beijinho, pau, pau!
Nem vem de mingau,
que hoje é dia de sarau!

 

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) os pombos

que federam mais que chulé.

 

 

Pedofilia? Não sei o que isso é!

 

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) as crenças

que constrangeram e agrilhoaram o mané.

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) os dogmas

que foram urdidos lá na Santa Sé.

 

 

 

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) os demônios

que meteram e ainda metem medo até em pajé.

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) as bocetas

que desembocetaram pelaí só por causa do rapé.

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) os exorcismos

que exorcizaram e exorcizam até quem é lelé.

 

 

The Exorcist (O Exorcista)
Linda Blair (Regan MacNeil)

 

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) as confissões

que perdoaram e perdoam até bicho-de-pé.

 

 

Bicho-de-pé

 

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) os milagres

que engordaram e engordam até pangaré.

 

 

 

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) as magias

que desidrataram até o xereré.

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) as sanguinolências

que 'sanguinolaram' até quem é bereberé.

 

 

Cruzadas
(Uma das explicações para o terrorismo contemporâneo
)

Sou cruzado do Senhor.
Mato, esfolo e causo dor.
Vou conquistar Jerusalém,
e, também, aquém e além!

 

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) os ultramontanismos

que fizeram ajoelhar até caboré.

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) os pecados,

que, inventados pelas caladas, encagaçaram até jacaré.

 

 

Tick-Tock, the Crocodile 'Desencagaçado'

Eu vou... Eu vou...
Jantar o Captain Hook ou...
Eu vou, sim, eu vou...
Ou
Tick-Tock não sou...

 

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) as miragens

que subjugaram e amamentaram o bebé.

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) os hipnotizantes,

que, sorrateiramente, enfiaram no narguilé.

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) as bolações

que pariram os horrendos autos-de-fé.

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) os 'fudelhufas',
os 'cagalhufas', os 'fudehouses' e os 'cagahouses'

que pegaram os ingênuos no contrapé.

 

 

Opa! Opa! Peraí!
Ao menos, deixa eu fazer xixi!

 

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) as tramóias

que repolharam aterrorizadoras da má-fé.

 

 

The Godfather, Part III (O Poderoso Chefão, Parte III)

 

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) as insensatezes

que fizeram os alienados derrapar no rodapé.

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) os ocultamentos

que transfizeram o ser-aí no que ele (não) é.

 

 

Ptokhoi em Busca do Pneumati!2

 

 

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) os encantos

que produziram o obnubilante dégradé.

 

 

Obnubilante Dégradé

 

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) as prisões

que alguns chamam de jejé.

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) os atravancos,

que, se bobear, dão em cangolé.

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) as matanças

que se perpetraram contra a ralé.

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) as medonhices

que ainda continuam de pé.

 

É mesmo de assustar, de pasmar e de chorar!

Mas, zilhões foram-são-(não serão) as pedofilias

que se ocultaram na base do parangolé.

 

 

Pedofilia Eclesial

Pedofilia Eclesial

 

 

E, contra tudo isto é de felicitar! –

lutaram, lutam e lutarão as Helenas,
as Alices, as Márcias, os Jiddus, os Harveys, os Maxs, os Henrichs etc.,

para, nestas coisas medonhas, darem um cambapé.

 

E, de fato e 'ipso facto' – é de aguardar! –

certamente, nesta Luminosa Era de Aquarius,

todos os magos negros chorarão até o até...

 

 

 

 

E, portanto é de 'certezar! –

mas, haverá de ser mesmo assim:

Lé com lé... Cré com cré...
Irá mudar e dará pé,
pro cheiroso e pro bodoso!
'Piscis' foi! Já não é!
Hoje, 'Aquarius'! Razão é!
Terá fim o horroroso!

 

 

 

Lé com lé, cré com cré,
pra Deus, eu faço de tudo,
e até exorcizo um beiçudo!
Só uma coisinha num faço,
pois, dá o maió embaraço:
eu não abro mão de muié!

 

 

 

______

Notas:

1a e 1b. O Anel do Pescador, também conhecido como Anulus Piscatoris (em latim), é um símbolo oficial do Papa, o sucessor de São Pedro, que dizem que era um pescador. Digo dizem porque nunca vi Pedro pescando, e se eu não vi, não posso afirmar o que não vi, pois, seria uma irresponsabilidade. Seja como for, o anel de ouro papal (que o Papa Francisco optou por usar um anel de prata dourada) apresenta um baixo-relevo de Pedro pescando em um barco, símbolo que deriva da tradição de os Apóstolos terem sido pescadores de homens (Marcos, I: 17). Através dos séculos, foi demonstração de respeito ao Papa se ajoelhar e beijar o Anel do Pescador, tradição que continua até a atualidade. Bem, essa tradição eu nunca cumpri, até porque nunca estive pessoalmente com um papa, mas, mesmo que estivesse, eu não me ajoelharia nem beijaria anel nenhum. De ninguém. Ora, todo mundo beija aquele anel, e eu não me submeto a esse tipo de porcaria medieval. Além do mais, essa multibeijação pode terminar em Influenza A, subtipo H1N1, ou coisa pior. Beijinho? Beijinho? Não! Não!

 

H1N1
(Beijou, dançou!)

 

2. Makarioi hoi Ptokhoi tô Pneumati! Bem-aventurados são os Mendigos (Ptokhoi) do Espírito (Pneumati). Benditos os que procuram por si a elevação intelectual e moral – o Conhecimento Superior que levará, de vida em vida, à Imanência Divina. Já para o redator latino da Vulgata, os bem-aventurados são os pobres de espírito, são os que não sabem nem querem saber, são os que entregam sua salvação à vontade dos guias, dos imperantes e dos dominadores, submetendo-se resignadamente, por espírito de humildade e de renúncia, a todos os dogmas, ordens, doutrinas, leis e impositividades absurdas. O Gnóstico não se conforma nem com a ignorância, nem com a submissão, nem com a pobreza de conhecimento, e, como Mendigo (Ptokhoi), busca o Espírito (Pneumati), procurando-O até encontrá-Lo.

 

Música de fundo:

Lé com Lé, Cré com Cré (SDRUWS)
Composição e interpretação: Juca Chaves

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=uXIyYQFtgvY

 

Páginas da Internet consultadas:

https://supernoticiasss.blogspot.com/

https://www.tuasaude.com/bicho-de-pe/

https://www.pestalert.com.au/

http://sastha-knowyourledge.blogspot.com/

https://www.youtube.com/watch?v=p-Vca7Q5Aas

https://www.pinterest.es/pin/549650329507610705/

https://www.shutterstock.com/

https://fr.pngtree.com/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Anel_do_Pescador

http://jmdosreis.blogspot.com/

https://news.umary.edu/

https://vespeiro.com/

http://ensaiosalternativos.blogspot.com/

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https://nathaly-macabre.skyrock.com/

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http://lecomcre.com.br/

https://edoc.site/queue/isis-sem-veuvoliiihpblavatsky-pdf-free.html

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