Este
estudo se constitui da 6ª e última parte de um conjunto de
fragmentos garimpados na obra A Cultura e o Problema Humano (título
do original: This
Matter of Culture), de autoria de Jiddu Krishnamurti. Tomando
por tema básico a educação, a cultura e o conceito
de verdadeira vida, Krishnamurti aborda neste livro problemas palpitantes,
que dizem respeito a algumas das preocupações fundamentais
do homem moderno. Entre outros: Qual o papel da disciplina em nossa vida?
Como pode a mente ultrapassar os obstáculos em si própria
existentes? Que é o autoconhecimento, e como alcançá-lo?
Que é o destino? Como poderemos nos livrar das nossas preocupações
de espírito, se não podemos evitar as situações
que as causam? Poderá uma pessoa se abster de fazer o que lhe apraz,
e, ao mesmo tempo, encontrar o caminho da liberdade?
Breve
Biografia
Jiddu
Krishnamurti
Jiddu
Krishnamurti (Madanapalle, 11 de maio de 1895 – Ojai, 17 de fevereiro
de 1986) foi um filósofo, escritor, orador e educador indiano.
Proferiu discursos que envolveram temas como revolução psicológica,
meditação, conhecimento, liberdade, relações
humanas, a natureza da mente, a origem do pensamento e a realização
de mudanças positivas na sociedade global. Constantemente, ressaltou
a necessidade de uma revolução na psique de cada ser humano,
e enfatizou que tal revolução não poderia ser levada
a cabo por nenhuma entidade externa seja religiosa, seja política,
seja social. Uma revolução que só poderia ocorrer
através do autoconhecimento, bem como da prática correta
da meditação do ser-humano-aí-no-mundo liberto
de toda e qualquer forma de autoridade psicológica.
O
cerne dos seus ensinamentos consiste na afirmação de que
a necessária e urgente mudança fundamental da sociedade
só poderá acontecer através da transformação
da consciência individual. A necessidade do autoconhecimento e da
compreensão das influências restritivas e separativas das
religiões organizadas, dos nacionalismos e de outros condicionamentos
foram por ele constantemente realçadas.
Fragmentos
Krishnamurtianos
Preste
muita atenção nisto: Quando é operada
uma divisão no pensamento, nascem o observador e a coisa observada,
o percipiente e o objeto da percepção ou a coisa percebida.
Todavia, quando a mente está muito quieta, perfeitamente serena,
quando não há nenhum movimento de pensamento e, por conseguinte,
nenhum experimentador, nenhum observador, descobre-se que esta mesma serenidade
tem sua própria compreensão criadora. Nesta serenidade,
a mente se transforma em outra coisa. Mas, a mente não pode encontrar
esta serenidade por nenhum meio, por nenhuma disciplina, por nenhuma prática;
ela não se verificará se nos sentarmos em um canto para
nos concentrarmos. Esta serenidade só virá quando compreendermos
os movimentos mentais. Foi a mente que criou a imagem de pedra que os
homens adoram. Foi a mente que criou o Gita, as religiões organizadas,
as incontáveis crenças. E, para descobrirmos o Real, deveremos
ultrapassar as criações agrilhoantes da mente.
Se
meramente crermos [por
medo] e admitirmos e aceitarmos [por
veneração] o que disseram Sankara, Buddha, Jesus,
o Profeta Muhammad ou outro, não estaremos, então, de fato,
investigando, não estaremos procurando descobrir o que efetivamente
é Verdadeiro. Como uma mente limitada poderá perceber o
Ilimitado? Só a mente inocente, a mente que muito experimentou,
mas, que já está livre do conhecimento adquirido e da experiência
acumulada poderá descobrir Aquilo que é mais do que a própria
mente. Do contrário, tudo o que descobrirmos terá o colorido
do que antes já foi experimentado, e nossas experiências
serão o resultado dos nossos condicionamentos, [das
nossas dependências, das nossas prisões e dos nossos medos.]
Condicionamentos
Por
causa da avidez, da ambição, do apego, do apetite, da cobiça,
da cupidez, do desejo, do egoísmo, da ganância, da inveja,
da sofreguidão, a mente se serve dos objetos de necessidade como
meios de promoção própria [autopromoção].
A
mente não quer olhar com muita atenção para as coisas;
é como se ela tivesse "direitos adquiridos”, e, assim,
se recusa a admitir que a ambição, a avidez, o apego, o
apetite, a cobiça, a cupidez, o desejo, o egoísmo, a ganância,
a inveja, a sofreguidão, a inveja, a luxúria etc. sejam
coisas corruptoras, venenosas e destrutivas.
Precisamos
ser uma coisa ou outra, quentes ou frios.
Em
todos nós, há o constante desejo de nos divertirmos, de
nos entretermos, de fugirmos de nós mesmos, [de
nos anestesiarmos]. Temos medo de estar sós, desacompanhados,
privados de distrações. De fato, vivemos tolhidos por uma
estúpida rotina. No fundo, temos medo de estar sós –
nós conosco. Eis a razão da existência desta enorme
estrutura de diversão comercializada, de distração
automatizada, que se tornou parte tão relevante desta coisa que
chamamos civilização. Tudo isto porque, interiormente, somos
vazios, embotados, medíocres, e nos servimos das nossas relações
e das reformas sociais como meios de fugir de nós mesmos. E, para
fugirmos à solidão, corremos para os templos, para as igrejas,
para as mesquitas, [para
os smartphones], vestimo-nos a rigor para assistir
a solenidades sociais, vemos televisão, ouvimos rádio, lemos
etc. E a nossa vida acaba se tornando uma interminável busca de
distrações [anestesiadoras].
Mas, é preciso transcender o medo da solidão, porque é
além que se encontra o Verdadeiro Tesouro. Então, há
uma enorme diferença entre solidão e "estar só".
"Estar só" é um estado de liberdade, de não
depender psicologicamente de ninguém
[nem de nada], que
surgirá depois de termos passado pela solidão e de a termos
compreendido. Apenas a mente que está completamente só é
criadora. Enfim, se fugirmos da solidão, jamais a compreenderemos,
e ela estará sempre à nossa espera, em cada curva do caminho.
Mas, os que estão interiormente sós, aqueles cuja mente
e cujo Coração estão livres da dor da solidão,
é que são os indivíduos reais, porque são
capazes de descobrir, por si próprios, o que é a Realidade
e de conhecer o Atemporal.
Ensinar,
em qualquer nível que seja, não é profissão,
não é mero emprego; é um ato de dedicação.
[O mesmo vale para curar
e para o médico que cura.] Dedicar-se
a uma coisa é se votar para ela, de corpo e alma, sem exigir retribuição.
[Portanto, por exemplo,
todas essas páginas da Internet que tentam ensinar alguma coisa
e cobram seja lá quanto for,
mesmo que seja só um cocozinho, estão transformando ajuda
em comércio, e quem faz isto, no mínimo, não tem
vergonha na cara.] Ensinar
é o mais importante mister da vida, é a mais sublime e a
mais nobre das vocações.
Uma
sociedade baseada na avidez e na aquisição traz sempre em
seu seio o espectro da guerra, do conflito e do sofrimento.
Não
importa que os outros se riam abertamente ou à socapa; devemos
manter nossa seriedade.
Sejamos
revolucionários! Mas, revolucionários não são
os que lançam bombas, não são os terroristas, não
são os homicidas. Estes não são revolucionários;
são assassinos. O Verdadeiro Revolucionário é aquele
que está livre de toda e qualquer influência, livre das ideologias
e das complicações da sociedade –
que são expressões da vontade coletiva da maioria.
Devemos
e podemos fazer uso das comodidades da vida contemporânea, não
para nos absorvermos nelas, mas, sim, para termos um pouco mais de tempo
disponível e a mente livre para tarefas totalmente diferentes.
Nossa
mente é moldada de acordo com o padrão da cultura na qual
estamos inseridos, e, desta maneira, sua energia, a pouco e pouco, acaba
sendo dissipada. A mente humana, que é capaz de gerar tão
espantosa energia, mas, que não está em busca da Realidade
ou de Deus [o nosso Deus
Interior, o Deus de nossos Corações] transforma
todas as expressões desta energia em meios de destruição
e de aflição.
Na
busca da Realidade, de Deus ou da Verdade, a energia cria sua disciplina
própria. O ser-humano-aí-no-mundo que, espontaneamente,
busca a Realidade ou Deus ou a Verdade [ainda
que relativa] se torna um cidadão idôneo [auto-iluminado],
o que não significa se ajustar ao padrão
de uma dada sociedade, de uma dada cultura, de uma dada religião,
de um dado Governo ou de o que quer que seja.
O
que ainda não foi percebido-compreendido de maneira geral pela
Humanidade é que o ser-humano-aí-no-mundo existe com a finalidade
única e insubstituível de descobrir a Realidade, seu Deus
Interior e a Verdade, [que
são uma coisa só e a mesma coisa.]
Lamentavelmente,
as pessoas estão a morrer lentamente, mesmo que seus corpos ainda
não estejam envelhecidos. E por quê? Porque foram disciplinadas
pela sociedade para a submissão. Se não compreendemos a
fundamental finalidade dessa coisa que se chama "a mente”,
que é achar a Realidade ou Deus ou a Verdade, sua energia se tornará
destrutiva. Assim como o rio, que cria as margens que o contêm,
assim também a energia que busca a Realidade, Deus ou a Verdade
cria sua disciplina própria, sem imposição de espécie
alguma. E, assim como o rio se encontra com o mar, assim também
essa energia encontrará sua própria Liberdade.
O
ser-humano-aí-no-mundo que busca a Realidade ou Deus ou a Verdade
é livre de todas as sociedades, de todas as culturas e de todas
as religiões.
Meditação
é o processo de compreensão da própria mente. Se
não compreendermos o nosso próprio pensar –
e isto é autoconhecimento –
tudo o que pensarmos será muito pouco significativo.
Quando
examinamos atentamente cada pensamento e verdadeiramente percebemos o
seu conteúdo, nossos pensamentos se tornam mais lentos, o que permite
que os podemos observar. Este processo de tornar mais lento o pensar e
de examinar cada pensamento é meditação.
A
felicidade não se tornará existente apenas pelo fato de
a buscarmos; ela é um derivado, um acessório, que vem à
existência quando existe a bondade, quando existe o amor, quando
não há ambição, quando o espírito,
tranqüilo, busca o Verdadeiro.
O
Ser de
uma coisa é a Bondade desta coisa.
Enquanto
a mente não compreender a si própria, sua ação
será, invariavelmente, destrutiva. Enquanto a mente não
tiver autoconhecimento, fomentará a inimizade, a guerra, a separatividade,
a crítica, o domínio, a dor.
Quando
a mente se vê no espelho das relações, deste percebimento
resulta autoconhecimento. Só pelo autoconhecimento teremos a possibilidade
de acabar com a imensa confusão e com a terrível angústia
que criamos no mundo.
Espelho
das Relações
Por
que tantos de nós, ao alcançarmos a chamada maturidade,
nos tornamos embotados, insensíveis à alegria, à
beleza, ao céu sereno e às maravilhas da Terra? Se observarmos
as pessoas idosas, de maneira geral, veremos rostos tristes que são,
em maioria, devido a seres humanos gastos, adoentados, reservados, alheados,
não raro neuróticos, sem um sorriso.1
O
importante não é o objeto da luta na qual estamos empenhados,
porém, sim, compreender a própria luta.
Aprender
não é, de fato, um mero processo de acumular conhecimentos,
porém, de descobrimento de extraordinárias riquezas existentes
além do alcance da mente.2
A
mente desperta está cheia de alegria.
O
descontentamento é a luta pela consecução
de mais, e o contentamento é a cessação desta luta.
Mas, não se chegará ao contentamento, se não compreendermos
todo o processo relativo ao mais (tão encarecido pela sociedade
respeitável), e o porquê da razão de a mente o exigir.
Estamos
sempre lutando por alguma coisa, e nunca nos detivemos para investigar
se esta coisa é digna de lutarmos por ela. Nunca perguntamos a
nós mesmos se ela merece nossos esforços. Só quando
tivermos compreendido concertada e inteiramente o significado do mais
[e do menos] deixaremos
de pensar em termos de êxito e de fracasso.
Se
amarmos uma coisa e a fizermos com todo o nosso ser, então, não
nos importará o êxito nem o fracasso. Nenhum homem inteligente
se importa com isso. Enfim, só quando não amamos o que fazemos,
pensamos em termos de êxito e de fracasso.
—
Amei... Amei... Amei...
Fracassei... Fracassei... Fracassei...
Amei... Amei... Amei...
Perseverei... Perseverei... Perseverei...
Amei... Amei... Amei...
Conquistei... Conquistei... Conquistei...
Amei... Amo... Amarei...
Devemos
nos esforçar para ficar livres do hábito de associar certos
sentimentos a certas palavras. As palavras sempre provocam uma reação
nervosa ou emocional. Se pudermos olhar os fatos sem sentimentos de condenação
ou de aprovação, veremos que neste próprio processo
de observar ocorrerá a dissolução de todas as barreiras
que a mente havia erguido entre si e os fatos.
Enquanto
a mente procurar se preencher permanecerá sempre vazia. Quando
a mente já não se preocupa em preencher seu próprio
vazio, só então este vazio deixa de existir.
Onde
quer que vivamos, somos entes humanos, e, como seres-humanos-aí-no-mundo,
criamos nossos próprios problemas humanos. Muito importa compreender
que, quando pensamos em nós mesmos como hindus, americanos ou ingleses,
como brancos, morenos, negros ou amarelos, estamos levantando desnecessárias
barreiras entre nós próprios.
Barreiras
de Pedra
Um
dos óbices mais sérios é que a moderna educação,
em todo o mundo, está principalmente interessada em nos tornar
meros técnicos, não levando em conta que, acima de tudo,
somos entes humanos, de tal sorte que nossas vidas estão se tornando
cada vez mais vazias, feias e pouco significativas. E o mundo está
se tornando medonho. Só há beleza e significação
na vida quando o Coração está purificado das coisas
da mente.
Um
país poderá se tornar muito rico, mas, sua riqueza será
um veneno, enquanto houver outro país a padecer fome. Somos uma
só Humanidade. A Terra é de todos nós.
A
Realidade, Deus e a Verdade se encontram em todas as coisas; não
podemos achá-los nas igrejas, nos templos, nas mesquitas e em nenhum
ritual. [De fato, a
Realidade, Deus e a Verdade sempre
estiveram, continuam a estar e sempre estarão em nós, em
nosso Coração.]
—
Pesquisei a Realidade lá,
porém, não A encontrei.
Busquei a Divindade lá,
porém, não A encontrei.
Investiguei a Verdade lá,
porém, não A encontrei.
Limpei a poeira milenar,
mergulhei em meu Coração,
e achei o que sempre procurei.
A
Verdadeira Educação deve começar pela Religião.
Mas Religião nada tem que ver com sacerdotes, igrejas, dogmas,
crenças organizadas, rituais e conveniências sociais. Religião
é amar sem motivo, ser generoso, ser bom, porque, só assim
seremos entes humanos reais. Mas, a Bondade, a Generosidade e o Amor só
podem se tornar existentes na busca da Realidade-Deus-Verdade. A Verdadeira
Educação-Religião deve ser investigada-amada-compreendida-vivida.
Religião
Religar (Religare)
O
descobrimento-em-si é algo original, insólito,
que "explode” de súbito na mente, independentemente
do conhecimento, da tradição e da opinião.
O
simples conhecimento é destrutivo, como os acontecimentos mundiais
estão mostrando. O simples conhecimento produz guerras, destruição,
angústia, doenças, fome, morte e pandemias. Poderemos possuir
uma grande acumulação de conhecimentos, mas, se faltar aquela
"Outra Coisa”, que faz o ser-humano-aí-no-mundo Viver
e lhe dá Alegria, Bem-aventurança e Êxtase, estaremos
caminhando para a autodestruição.
Todos
nós somos sufocados pela educação, pela tradição,
pela religião, pela cultura [e
por sei lá quantas coisas mais.]
Quando
abandonamos uma religião organizada para seguir outra, isto significa
apenas que estamos nos mudando de uma prisão para outra prisão,
pois, estamos trocando um sistema de dogmas por outro.
A
compreensão não virá jamais da comparação.
Só poderá vir quando examinarmos a coisa em si mesma.
A
mais novinha das religiões é o Comunismo.
Só
o ser-humano-aí-no-mundo livre de qualquer crença poderá
descobrir Aquilo
que excede todas as crenças, Aquilo
que é imensurável.
Matar
é sempre mau, quer se mate para comer, quer se mate por ódio,
quer se mate por patriotismo. [Assassinato,
seja lá do que for, é sinônimo de suicídio.
Quem mata uma pulga está se suicidando. Quem deixa uma pulga viver
deixa a Humanidade inteira viver. Mais:
deixa o Universo inteiro viver.]
Inocente
é a mente capaz de experimentar sem acumular o resíduo da
experiência. A mente deve ser capaz de "responder” sem
ficar na dependência da experiência. Sem inocência,
não importa se temos seis anos ou sessenta anos, não encontraremos
Deus.
Os
seres-humanos-aí-no-mundo estão aprisionados em um vicioso
círculo de reformas, que tornam sempre necessárias outras
reformas, e, se este círculo não for quebrado, nossos problemas
continuarão sem solução. [Mas,
não é exatamente isto o que todos nós estamos assistindo,
hoje, acontecer no nosso Brasil? Só que há algo de muito
tenebroso nisto: delirando, querem reformar de marcha a ré, com
a reencarnação da ditadura, da censura e do AI-5, e com
o fechamento do Congresso e do STF! Mas, eu não me canso de dizer,
pois, água pura em cabeça dura tanto limpa até que
desgrimpa: a Primeira de todas as Categorias é a LIBERDADE.
Sem LIBERDADE, nada; com LIBERDADE,
tudo.]
Só
a busca do Verdadeiro transformará a sociedade. Só na busca
do Imensurável é que está a correta ação
social, e não na chamada reforma de uma dada sociedade. Só
o descobrimento do Verdadeiro, de momento a momento, é que criará
uma nova cultura. Todas as reformas sociais consistem meramente em decorar
os muros da mesma prisão. [Pior
é quando esses muros já estiveram manchados de sangue e
fedem a sangue!]
—
Eu quis reformar
meus amigos;
só piorei as coisas,
e não adiantou nada.
Eu quis reformar
minha cidade;
só piorei as coisas,
e não adiantou nada.
Eu quis reformar
meu país;
só piorei as coisas,
e não adiantou nada.
Eu quis reformar
o mundo;
só piorei as coisas,
e não adiantou nada.
Tratei de reformar
a mim mesmo;
aí, melhorei as coisas,
e adiantou tudo!
Se,
de fato, somos entes Verdadeiramente Religiosos, se já não
somos ambiciosos, se já não aspiramos ao êxito e se
a nossa virtude não nos estiver conduzindo à respeitabilidade,
então, nossa própria vida concorrerá para a total
transformação da sociedade.
Poderemos
dar todo o nosso dinheiro ou persuadir outros a contribuírem com
o seu, e promover maravilhosas reformas, porém, enquanto tivermos
o Coração vazio e a mente cheia de teorias, nossa vida será
monótona, cansativa e sem alegria. Em primeiro lugar, pois, devemos
tratar de compreender a nós mesmos, porque deste autoconhecimento
virá a ação correta.
Autoconhecimento —›
Ação Correta
Tudo,
absolutamente tudo, sem exceção, é destruído
quando temos medo. E pior: o medo nos torna insensíveis.
Ideais
de pureza, de castidade, de não-desejo, de fraternidade, de não-violência
etc. nada significam. Todos os ideais são absurdos filosóficos,
uma vez que são meros adiamentos, e, por isto, não têm
nenhuma validade. O importante, pois, não é sufocar ou estrangular
os desejos, as cobiças e as paixões, porém, compreender
a energia [mecanismo] que
os geram, e utilizá-la na direção correta.
A Energia
que Destrói é a Mesma que Reconstrói
Precisamos
compreender e nos libertar o mais cedo possível e não aos
sessenta anos. Nesta idade, não poderemos descobrir quase mais
nada, porque a maioria de nós já está "gasta”,
liquidada, meio gagá [e
mais pra lá do que pra cá].
—
Aos 20 anos,
eu nem pensava em mudar.
Aos 30 anos,
eu comecei a pensar em mudar.
Aos 40 anos,
eu me abstive de mudar.
Aos 50 anos,
eu voltei a pensar em mudar.
Aos 60 anos,
eu tentei, mas, não consegui mudar.
Aos 70 anos,
eu desisti de mudar.
Aos 80 anos,
eu morri sem mudar,
e me arrependi de não ter mudado.
______
Notas:
1.
Aqui, me lembrei do filme O Nome da Rosa, de 1986, dirigido por
Jean-Jacques Annaud, e baseado no romance homônimo Il
Nome Della Rosa do escritor, filósofo, semiólogo,
lingüista e bibliófilo italiano Umberto Eco (Alexandria, 5
de janeiro de 1932 – Milão, 19 de fevereiro de 2016), que,
entre outras coisas, mostra como a ignorância e o fanatismo religioso
não deixam o ser-humano-aí-no-mundo ver a pureza
da vida, a beleza de um sorriso e o poder que a Verdade tem sobre qualquer
dogma.
2.
Aqui, me lembrei do físico teórico alemão Albert
Einstein (Ulm, 14 de março de 1879 – Princeton, 18 de abril
de 1955), que disse: A
imaginação é mais importante do que o conhecimento,
porque o conhecimento é limitado. O verdadeiro sinal de inteligência
não é o conhecimento, e sim a imaginação.
Mas, não devemos confundir imaginação com devaneio,
utopia, sonho, quimera, falta de tino, desvario ou delírio.
Música
de fundo:
Symphony
Nº 6 (Pastorale), em Fá Maior, opus 68
Compositor: Ludwig van Beethoven
Fonte:
http://www.kunstderfuge.com/beethoven/variae.htm#Symphonies
Observação:
A Sinfonia nº
6 em Fá Maior, opus 68, de Ludwig van Beethoven, também
chamada Sinfonia Pastoral, é uma obra musical precursora da música
programática. Esta Sinfonia foi completada em 1808, e teve a sua
primeira apresentação no Theater an der Wien, em 22 de dezembro
de 18081. Dividida em cinco andamentos, tem por propósito descrever
a sensação experimentada nos ambientes rurais. Beethoven
insistia que essas obras não deveriam ser interpretadas como um
quadro sonoro, mas, como uma expressão de sentimentos. É
uma das mais conhecidas obras da fase romântica de Beethoven.
Páginas
da Internet consultadas:
https://gifer.com/en/EeKH
https://dribbble.com/
https://tenor.com/
https://pixabay.com/
https://socialanxietyinstitute.org/
http://www.folhadooeste.com.br/
https://platofootnote.wordpress.com/
https://www.freepik.com/
https://i.chzbgr.com/full/7895156992/hFDB8D40C/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Albert_Einstein
https://www.recantodasletras.com.br/
resenhasdefilmes/4701936
https://revistagalileu.globo.com/
https://www.vecteezy.com/
https://creativemarket.com/
https://stock.adobe.com/br/
https://blog.bluelinesims.com/
https://www.animestudiotutor.com/
http://jornaldeontemhojeesempre.blogspot.com/
http://intothefirejewelry.com/
https://www.ciadopedal.com.br/
https://krishnamurtibox.wordpress.com/downloads/livros/
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empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de
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