CRISTIANISMO ROSACRUZ
(Parte II)

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo Deste Trabalho

 

 

Max Heindel

 

 

O objetivo deste longo trabalho foi estudar as vinte conferências proferidas por Max Heindel (Aarhus, Dinamarca, 23 de julho de 1865 – Oceanside, Califórnia, 6 de janeiro de 1919) – um dos mensageiros escolhidos pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosa+Cruz para, entre outras tarefas, explicar e transmitir à Humanidade os Mistérios Ocultos nas chamadas Sagradas Escrituras – em Columbus, Ohio, durante o mês de novembro de 1908. Posteriormente, Max Heindel, entre 1909 e 1911, fundou a Fraternidade Rosacruz, em Mount Ecclesia, Oceanside, Califórnia. O que fiz foi escolher algumas passagens destas conferências e republicá-las sob a forma de fragmentos, comentando-os, quando considerei importante.

 

 

Ensinamentos Heindelianos
(Onde Estão os Mortos?)

 

 

Vivemos em um mundo de efeitos, os quais resultam de causas invisíveis. Podemos ver a Matéria e a Forma, mas, a Força [Energia] que modela e anima a matéria está invisível para nós. Por outro lado, a Vida não pode ser conhecida diretamente através dos sentidos, pois, é invisível e existe por si mesma, independentemente da variedade de formas que vemos como manifestações suas.

 

 

No Unimultiverso, tudo é energia

 

 

As Forças da Natureza não são nem cegas nem destituídas de inteligência, como erradamente cremos. Há várias classes delas, e operam ao longo de diversas Correntes de Vida.

 

Há uma Causa Invisível na raiz de todos os fenômenos visíveis, a qual, quando conhecida, proporciona compreensão dos fatos da vida mais completamente do que um simples conceito mecânico. Esta compreensão é obtida por meio do estudo do fenômeno, relativo ao mundo visível, e do Númeno1, a Causa Subjacente existente no Mundo Invisível. A Ciência Oculta [os Antigos Mistérios], portanto, investiga os Mundos Invisíveis, e oferece uma solução mais completa e razoável aos problemas da vida, do que simples fatos científicos derivados apenas da observação dos fenômenos físicos.

 

 

 

 

Lamentavelmente, quando a Ciência Oculta declara a existência do Espírito, sua imortalidade, sua preexistência ao nascimento e continuação após a morte, sua independência do corpo etc., a Ciência Física escarnece e fala incoerentemente de superstição e de ignorância. [Mas, ao longo desta Era de Aquarius, tudo isto será harmonizado e fundido em uma coisa só.]

 

 

Era de Aquarius

 

 

Ora, ninguém pode demonstrar a indiscutibilidade de uma proposição geométrica a uma pessoa não familiarizada com os princípios matemáticos. Por análogas razões, os fatos dos Mundos Internos não podem ser provados aos cientistas materialistas. Para uma pessoa que ignora a Matemática, se estudá-la, será fácil para ela alcançar a solução do problema. Da mesma forma, se o cientista físico se preparar para a compreensão dos fatos suprafísicos, ele terá a prova e ver-se-á compelido a defender as mesmas teorias que, agora, combate como superstição. [Eu penso que a série televisiva Alienígenas do Passado (em inglês: Ancient Aliens), que estreou em 20 de abril de 2010 no The History Channel, ainda que contenha algumas imperfeições e apresente alguns conceitos equivocados, o que, de forma alguma, a desmerece nem a invalida, esteja contribuindo e ajudando sobremodo a desvendar e a desvelar muitos segredos enterrados no tempo e a desmantelar muitos tabus e muitas sobrenaturalidades delirantes e aprisionadoras. Só que a coisa não se resume tão-somente a ETs, como os teóricos dos antigos alienígenas, de maneira geral, admitem. ETs, sim; apenas ETs, não. Mas, por que ETs, sim? Porque o Unimultiverso fervilha de vida. O Unimultiverso é vida. No Unimultiverso não existe morte.]

 

 

Lá longe também se dança!

 

 

Precisamos parar de, indevidamente, chamar os Reinos Suprafísicos de sobrenaturais. [No Unimultiverso, não existem sobrenaturalidades nem inaturalidades deambuladoras ou fantasmagóricas; tudo é absolutamente natural. Denominamos certas coisas de sobrenaturais ou de inaturais porque somos ignorantes e desconhecemos como operam e como funcionam. Na verdade, não sabemos xongas de lhufas nem necas de bulhufas.]

 

 

Isto não tem nada de sobrenatural ou de inatural!

 

 

As palavras de Cristo buscai e achareis se referem particularmente a qualidades espirituais, e são endereçadas a “todos os que queiram”. Tudo depende do indivíduo. Não há ninguém para impedir, mas, existem muitos dispostos a ajudar o aspirante sincero que busca o Conhecimento. [E esta ajuda pode acontecer de duas maneiras: objetiva e psíquica. Mas, ninguém será auxiliado, se o propósito por trás da busca for egoísta ou personalista. Todavia, se o objetivo for Servir a Humanidade, a assistência será de montão.]

 

Só o conhecimento do estado post-mortem afastará de nós o medo de morrer.

 

Não podemos executar qualquer ação que não esteja de algum modo ligada aos nossos atos anteriores, limitados e cercados por nossas antigas condições. E, por certo, deve parecer razoável supor que, qualquer que possa ser o modo de expressão de Vida no Mundo Invisível, isto será, de alguma forma, determinado pela nossa atual maneira de viver. [Nossa atual maneira de viver = Lei da Causa e do Efeito.]

 

 

 

 

Um Argumento Incontestável: Se existe uma informação segura sobre o Mundo Invisível, seria prudente nos interessarmos por ela, do mesmo modo que quando desejamos viajar para um país estrangeiro, procuremos conhecer sua geografia, suas leis, seus costumes, sua língua e outras informações necessárias. Fazemos isto porque sabemos que quanto mais preparados estivermos, mais aproveitaremos nossa viagem e menos aborrecimentos teremos pelas mudanças de condições. Logicamente, o mesmo deve ser dito com relação ao estado post-mortem.

 

É o cúmulo da arrogância tentar julgar a capacidade mental dos demais através da nossa própria estreitíssima capacidade mental. [Ora, o nosso próprio e particular ponto de vista não é baliza para nada.]

 

Nunca deveremos desconsiderar o fato de que, ainda que algumas coisas, presentemente, estejam além de nosso poder de raciocínio, isto não prova que as mesmas sejam irrazoáveis. O fato de que uma criança não possa entender raiz quadrada não constitui argumento válido contra a Matemática. Por conseguinte, nenhum argumento dos que são cegos para o Mundo Invisível pode convencer o clarividente da não existência daquilo que ele vê. Se o sentido apropriado é despertado em tais pessoas, elas também poderão perceber um mundo para o qual haviam sido insensíveis até ali, ainda que tal mundo já existisse em sua volta, da mesma forma que a luz e a cor interpenetram todo o mundo dos sentidos, quer sejam percebidos ou não.

 

Durante a vida no corpo denso, lidamos com o Mundo Invisível a cada momento de nossa existência, e a vida que nele vivemos é a mais importante para o nosso ser, pois, é a base de nossa vida no mundo físico.

 

O mundo visível é a cristalização dos mundos invisíveis.

 

Os corpos vegetais, animais e humanos são emanações inertes do Espírito Invisível, sendo conservados apenas enquanto servem aos propósitos do Espírito. Quando este os abandona, já não há nada que possa manter a forma agregada, e, portanto, ela se decompõe.

 

Uma idéia jamais se perde ou é destruída.

 

É no mundo invisível, que habitam aqueles a quem chamamos mortos, que ali vivem na posse plena de suas faculdades mentais e emocionais, sob condições tais que suas vidas se tornam tão verdadeiras e proveitosas quanto as nossas, talvez, até mais. É possível demonstrar que pelo menos alguns deles alimentam considerável interesse pelos assuntos do mundo físico. Bastam para isso dois exemplos dos mais conhecidos no mundo inteiro. Primeiramente, o testemunho de Joana D'Arc, a Donzela de Orleans (cerca de 1412, em Domrémy-la-Pucelle, Lorena, Reino da França 30 de maio de 1431, em Ruão, Alta Normandia Reino da França), que ouvia vozes que lhe falavam e guiavam. Nem a morte na fogueira pôde fazê-la abjurar a verdade que conhecia. E até hoje seu testemunho sobre as vozes orientadoras do mundo invisível permanece inabalável, selado com seu sangue. Esta mártir da verdade acabou sendo canonizada pela mesma Igreja que a condenou à morte. Em segundo lugar, há o caso de Sócrates (cerca de 470 a.C., em Atenas 399 a.C., em Atenas), que foi a perfeita antítese de Joana D'Arc, porque foi a mais penetrante inteligência, a maior mentalidade que já conhecemos, inexcedível até os dias de hoje. Sócrates também selou com seu sangue seu testemunho sobre uma voz-guia do Mundo Invisível.

 

 

                        

 

 

É a nossa cegueira que nos impede de perceber os reinos suprafísicos. Mas, para todo aquele que se der ao trabalho de despertar suas faculdades latentes, o desenvolvimento do sentido apropriado à dita percepção não é senão uma questão de tempo, podendo ele, então, ver que os chamados “mortos” se encontram todos ao seu redor, e que de fato a morte não existe, conforme
disse John Mc Creery em seu formoso poema:

 

A morte não existe. As estrelas descem
e em outras plagas irão se levantar,
radiantes, adornando a coroa celeste,
para sempre irão brilhar.
A morte não existe. As folhas da floresta
e o ar invisível em vida transformam;
as rochas se desintegram para alimentar
o musgo faminto que nelas se agarram.
A morte não existe. O pó que pisamos
irá se transformar, pelas chuvas de verão,
em flores com as cores do arco-íris,
em frutos saborosos ou em dourado grão.
A morte não existe. As folhas podem cair,
as flores podem murchar e sumir,
esperam apenas nas horas hibernais
pelo alento quente da Primavera que há de vir.
A morte não existe, embora lamentemos
quando as belas formas familiares
que aprendemos a amar são arrancadas
de nossos amorosos braços tutelares.
Embora com roupas de luto e em silencioso passo,
com o coração partido e tão contritos,
levemos seus restos para o descanso
dizendo que eles estão mortos.
Eles não estão mortos. Passaram apenas
para além das névoas que aqui nos cegam,
para que, em esferas mais serenas,
uma nova e maior vida tenham.
Apenas se despojaram de seus mantos de barro
e vestiram trajes mais brilhantes;
não foram para longe, nem nos deixaram,
não estão “perdidos” ou “distantes”.
Embora invisíveis aos olhos mortais,
ainda estão aqui e continuam amando
os entes queridos que para trás deixaram,
jamais os olvidando.
Por vezes, sobre nossa fronte febril,
sentimos um afago, um balsâmico alento;
nosso espírito os vê e nossos corações
se sentem confortados e calmos, no momento.
Sim, sempre perto de nós, embora invisíveis,
esses queridos e imortais espíritos caminham forte
pois, tudo, neste Universo infinito de Deus,
é vida. NÃO EXISTE A MORTE.

 

Glorioso será o dia em que a fé for absorvida pelo Conhecimento. [Sabedoria, ShOPhIa.]

 

 

 

 

 

 

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Nota:

1. Númeno ou noúmeno (do grego ) é um objeto ou evento postulado que é conhecido sem a ajuda dos sentidos. Na Filosofia Antiga, a esfera do númeno é a realidade superior conhecida pela mente filosófica. Também pode ser entendido como a essência de algo, aquilo que faz algo ser o que é. O termo é geralmente usado em contraste ou em relação com fenômeno, que em Filosofia se refere ao que aparece aos sentidos, isto é, é um objeto dos sentidos. Platão utilizou esse conceito para se referir ao seu Mundo das Idéias. No entanto, este termo é melhor conhecido da Filosofia de Immanuel Kant (Königsberg, 22 de abril de 1724 – Königsberg, 12 de fevereiro de 1804). No kantismo, o númeno é o real tal como existe em si mesmo, de forma independente da perspectiva necessariamente subjetiva em que se dá todo o conhecimento humano – Coisa-em-si (Ding an sich) – que, embora possa ser conceituado, por definição é um objeto incognoscível. Portanto, númeno não depende do sujeito para existir, e, por isso, o conceito de númeno se opõe ao conceito de fenômeno, ou seja, aquilo que é percebido de forma subjetiva. Equivale ao real absoluto independente da percepção humana, ou realidade objetiva, à qual nossos sentidos e razão fazem apenas uma representação. Arthur Schopenhauer (Danzig, 22 de fevereiro de 1788 – Frankfurt, 21 de setembro de 1860) criticou a visão kantiana, acusando-o de ter se apropriado do termo, que se referia, para os antigos gregos, ao conhecimento abstrato. Kant utilizou a palavra para descrever as coisas-em-si-mesmas, além de seus fenômenos, o que dá à palavra um significado diferente do original, pois, ao invés de conceitos abstratos, passam a descrever o mundo exterior.

 

Música de fundo:

DNA
Composição: Pdogg – "Hitman" Bang – KASS –Supreme Boi – Suga – RM

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=BxtV5UzG8AA

Observação:

DNA é uma música gravada pelo grupo sul-coreano BTS do seu quinto EP Love Yourself: Her e seu terceiro álbum compilado na língua coreana, Love Yourself: Answer (2018). A música foi lançada primeiramente pela Big Hit Entertainment em 18 de setembro de 2017 na Coréia do Sul. Em 6 de dezembro de 2017, foi lançada como um single A-side, junto com MIC Drop e Crystal Snow no Japão. Em março de 2019, o videoclipe já tinha mais de 700 milhões de visualizações. Dee Lockett, da Vulture, afirmou: DNA é um dos melhores singles do ano.

 

Páginas da Internet consultadas:

https://www.pensador.com/autor/socrates/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Sócrates

https://pt.wikipedia.org/wiki/Joana_d%27Arc

https://www.vecteezy.com/png/1193611-skull

https://dribbble.com

https://emojitool.com

https://pt.pngtree.com

https://clipartart.com

www.deviantart.com/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Númeno

https://phoneky.com/gif-animations/?id=s2s93842

https://www.pinterest.com/pin/803822233467395687/

https://www.freepik.com

https://www.florca.com/en/red-roses

https://www.shutterstock.com/nb/

https://gifer.com/en/EeKH

 

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