AMOR INCONDICIONAL

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

 

Será que um diáfano cristal

poderá expressar amor?

Será que um simples vegetal

poderá manifestar amor?

 

 

Sim; nos cristais e nos vegetais

o amor é incondicional.1

Mas, no Homo sapiens e nos animais,

em geral, o amor é condicional.

 

 

Tudo bóia e se manifesta

em meio ao irrestrito Amor Universal,2

em O qual é polida cada aresta.

 

 

Enfim, se fizermos uma epoché3,

se entreparentizarmos canal por canal,

talvez compreendamos cada porquê!

 

 

 

 

 

 

 

______

Notas:

1. Nos cristais e nos vegetais o amor é incondicional, pois, independe de qualquer facticidade. Mas, esta incondicionalidade não é imudável, definitiva e inalterável. Reflita um pouco e você descobrirá o porquê e concordará com esta afirmação. A animação abaixo dá uma dica (aponte o mouse para ela).

 

 

 

 

 

2. Se isto é assim, não erraremos se admitirmos que os cristais e os vegetais, nesta ordem, estão, em um certo sentido, mais próximos de Aquilo que é desenhado por nós como Amor Universal.

3. Segundo a Fenomenologia – que propõe a extinção da separação entre sujeito e objeto, pretendendo, assim, descrever, compreender e interpretar os fenômenos que se apresentam à percepção – a epoché (colocar entre parênteses todos os pressupostos relativos à existência de um mundo externo) era entendida pelo médico e filósofo grego Sextus Empiricus (160 – 210 A.D.) como a abstenção do cético ante a constância do espetáculo do mundo... Já uma epoché transcendental, como ensinou Edmund Gustav Albrecht Husserl (1859 – 1938), filósofo alemão e fundador da Fenomenologia, pode, de forma decisiva, ser concebida como uma alteração total da atitude natural da vida... Em relação a cada tese, nós podemos, com inteira liberdade, operar essa 'epoché' original, ou seja, exercer uma certa suspensão do julgamento... A colocação entre parênteses do mundo objetivo, não nos põe ante um 'nada'... Pode ser dito, também, que a 'epoché' é o método universal e radical pelo qual me concebo como eu-puro. A epoché desvela um conhecimento que não é um saber fáctico entre outros, mas, sim, um conhecimento do que efetivamente existe ao introduzir a subjetividade, e ela como que possui o mundo na intimidade de sua metodologia... Em uma epoché efetiva, primeiro, deve-se perder o mundo para reconquistá-lo depois em uma autoconsciência universal.

 

 

 

 

 



Esta nota foi editada do trabalho A Fenomenologia e a Epochê, de autoria de Renato da S. Martini, do Departamento de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. O texto integral pode ser lido em:

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-
31731999000100006&script=sci_arttext#end01

 

Fundo musical:

Texas Tornado

Fonte:

http://www.fortunecity.com/
tinpan/tylerbridge/263/cntrymid.htm