OS ADULTOS QUE NOS TORNAMOS

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

A criança que fomos, muitas vezes, sente pena e vergonha do adulto que nos tornamos! [In: Asas Para Viver (Running from Safety: An Adventure of the Spirit), de autoria de Richard Bach.]

 

 

 

 

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do delirioso furioso que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do péssimo exemplo que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do negacionista chulé que eu me tornei!

 

 

E daí?

 

 

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do anticientificista trombudo que eu me tornei!

 

 

 

 

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do terraplanista esquizofrênico que eu me tornei!

 

 

 

 

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do contrariador mau-caráter que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do antivacinista irresponsável
1 que eu me tornei!

 

 

Até hoje, segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023, no Brasil,
já morreram mais de 698.000 seres humanos de COVID-19!
Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 298 novos casos.

 

 

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do chupa-sangue que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
da múmia paralítica que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do jacaré de terno que eu me tornei!

 

 

 

 

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do deserto árido que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
da caverna escura que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do buraco negro que eu me tornei!

 

 

 

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do abismo sem-termo que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
da Boceta de Pandora que eu me tornei!

 

 

Pandora com a sua Mimosa Bocetinha
(por George Hitchcock)

 

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do conspirador boçal que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do traidor ordinário que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do abandonador medíocre que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do golpista vulgar que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do prejudicador cruel que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do separacionista desfraterno que eu me tornei!

 

 

 

 

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do antidemocrata que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do anti-republicano que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do vândalo despatriota que eu me tornei!

 

 

 

 

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do imitador que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do papagaio de pirata que eu me tornei!

 

 

Eu sou... Eu sou...
Papagaio eu sou... Eu sou...
Eu sou... Eu sou...
De pirata eu sou... Eu sou...

Eu amo... Eu amo...
Ser Papagaio eu amo sim...
Eu amo... Eu amo...
Ser de pirata eu amo sim...

 

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do crendeiro que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do babaquara que eu me tornei!

 

 

 

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do escravo-de-mim-mesmo que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do torturador hediondo que eu me tornei!

 

 

 

 

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do estuprador que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do pedófilo que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do mentiroso contumacíssimo que eu me tornei!

 

 

 

 

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do falsificador que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do traficante de drogas que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do traficante de armas que eu me tornei!

 

 

Viktor Anatolyevich Bout2

 

 

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do traficante de influências que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do traficante de órgãos que eu me tornei!

 

 

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do traficante de animais que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do traficante de pessoas que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do traficante de crianças que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do traficante de mulheres que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do traficante de sangue humano que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do traficante de dores que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do contrabandista que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do serial killer que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do carnífice que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do autocrata que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do ecocida que eu me tornei!

 

 

 

 

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do holocausticida que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do hiroshimacida que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do nagasakicida que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do yanomamicida que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do ucranianocida que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do esperançacida que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do cocô-do-cavalo-do-bandido que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do canalhocrata que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do vantagista traiçoeiro que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do corrupto(r) que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do subornador que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do sem-vergonha que eu me tornei!

 

 

 

 

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do forjicador de miragens que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do forjicador de ilusões que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do forjicador de salvações que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do forjicador de milagres que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do forjicador de curas que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do forjicador de glossolalias que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do embromador que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do enganador de bem-intencionados que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do três com goma que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do mago negro que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
do acionista do inferno que eu me tornei!

A criança que eu fui,
um dia – de pena, vergonha e mal-estar – chorou
da
não-entidade absoluta que eu me tornei!3

 

 


Não-entidade Absoluta
[Interior Simbólico]

 

 

______

Notas:

1. Quem pode dizer que não pegará a COVID-19? Quem pode dizer, se não estiver vacinado (esquema vacinal completo), que, se pegar a COVID-19, não irá para o beleléu antes da hora? Quem pode dizer, se pegar a COVID-19, que não será um doente assintomático ou com sintomas mínimos? Portanto, não se vacinar é sinônimo de suicídio/assassinato! Todo antivacinista, potencialmente, é um suicida e um assassino ao mesmo tempo, porque poderá morrer ou transmitir o vírus, e matar uma ou mais pessoas. Na atualidade, a maior irresponsabilidade individual é não se vacinar contra a PanCOVIDmia-19.

2. Viktor Anatolyevich Bout (nascido em 13 de janeiro de 1967, em Duxambé, a capital e maior cidade do Tajiquistão) é um comerciante de armas russo. Ele usou suas várias empresas de transporte aéreo para contrabandear armas da Europa Oriental, desde o colapso da União Soviética, para a África e o Oriente Médio, durante a década de 1990 e início dos anos 2000. Bout ganhou vários apelidos ao longo da vida, como Mercador da Morte e Destruidor de Sanções. Em uma operação orquestrada por autoridades dos Estados Unidos, Bout foi preso em 6 de março de 2008, na Tailândia, sob acusações de terrorismo pela polícia tailandesa, em cooperação com oficiais americanos e da Interpol. O embaixador dos Estados Unidos na Tailândia, Eric G. John, pediu, então, sua extradição, que foi autorizada pela Suprema Corte Tailandesa, em agosto de 2010. Bout foi acusado de tráfico de armas com intento de vender para um informante do DEA, que se passava por representante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), para usar contra norte-americanos na Colômbia, mas, negou as acusações e previu uma absolvição. Em 2 de novembro de 2011, Bout foi condenado por um tribunal em Manhattan por acusações federais de conspiração para matar cidadãos e autoridades americanos, entrega de mísseis terra-ar e por fornecer ajuda para organizações terroristas, sendo sentenciado a uma pena de 25 anos de prisão. De junho de 2012 a dezembro de 2022, Bout foi mantido na penitenciária USP Marion, no Estado de Illinois, antes de ser libertado em uma troca de prisioneiros com a jogadora do basquete americana Brittney Griner, que foi presa em fevereiro de 2022 em um aeroporto de Moscou por possuir óleo de maconha. No excelente filme O Senhor das Armas (2005), dirigido por Andrew Niccol, o ator Nicolas Cage interpreta Yuri Orlov, um traficante e contrabandista internacional de armas ilegais, nascido na extinta União Soviética. No filme, Yuri Orlov vende armas de fogo e demais equipamentos bélicos desviados das forças armadas da extinta União Soviética, após o seu colapso durante a década de 1990, para líderes de nações na África, Ásia e Oriente Médio e grupos fundamentalistas, e, também, para narcotraficantes no continente americano. A história de Viktor Bout possui diversas semelhanças com o personagem fictício Yuri Orlov, que serviu de inspiração para a criação do filme.

 

 

 

 

3. Mais uma vez, pois, não perco o bom cacoete de continuar a ser professor, reproduzo este ensinamento importantíssimo do Mestre Ascensionado Kut Hu Mi: Na Oitava Esfera, caem somente as não-entidades absolutas. Esses 'fracassos da Natureza' serão completamente remodelados. Suas Mônadas Divinas se separaram dos Cinco Princípios durante suas vidas terrestres (tenha isso acontecido no nascimento anterior ou em vários nascimentos anteriores, pois tais casos existem nos nossos registros), posto que viveram como seres-humanos-sem-alma. Essas pessoas foram abandonadas pelo seu Sexto Princípio, enquanto o Sétimo por ter perdido o seu 'vahan' (ou veículo) não pode existir independentemente por mais tempo; seu Quinto Princípio ou alma animal, naturalmente, desce 'ao poço sem fundo'. (Grifos meus).

 

 

 

Música de fundo:

Happy and Joyful Children

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=zXnuDrEN9Xo

 

Páginas da Internet consultadas:

https://www.previbayer.com.br/

https://ar.europeanwriterstour.com/

https://gfycat.com/stickers/search/vaporents

https://pt.wikipedia.org/wiki/Viktor_Bout

https://benjweinberg.medium.com/

https://www.newyorker.com/

https://br.freepik.com/

https://creazilla.com/nodes/67614-bandit-mask-clipart

https://gfycat.com/gifs/tag/organ

https://pt.dreamstime.com/

https://gfycat.com/gifs/search/human+body+systems+for+children

https://www.deviantart.com/

https://www.tiktok.com/discover/spongebob-technique

https://www.facebook.com/chatoechata/

https://br.freepik.com/fotos-vetores-gratis/pinocchio

https://www.reddit.com/r/Mordhau/comments/bprdiq/we_need_executioner_cowls/

https://www.furaffinity.net/view/39116570/

https://br.pinterest.com/pin/93801604715659956/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Caixa_de_Pandora

https://cilab.gsfc.nasa.gov/14132

https://omori.fandom.com/wiki/OMORI_WIKI

https://gfycat.com/gifs/search/skull+spin

https://giphy.com/explore/diverse-children

 

Direitos autorais:

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