PERFEIÇÃO CÓSMICA
Rodolfo
Domenico Pizzinga
O
Cósmico, desde sempre, é o que é;
é
o Summum Bonum que,
desde sempre,
é.
Pela
inconsistência em O compreender,
o
homem continua claudicando sem ser.
Ainda
que a Lei Cósmica seja a Unicidade,
o
homem O percebe como variedade.
Ainda
que o Cósmico seja inconsciente,1
o
homem o idealiza como conseqüente.
O
Cósmico, desde sempre, é o que é;
é
o Summum Bonum que,
desde sempre,
é.
Pela
incoerência em O compreender,
o
homem continua genuflectindo sem ser.
No
Cósmico, não há bem nem há mal;
não
há Sexta-feira Maior nem há carnaval.
Não
há alto, baixo, direita ou esquerda;
não
há multiplicação, divisão, soma ou perda.
O
Cósmico, desde sempre, é o que é;
é
o Summum Bonum que,
desde sempre,
é.
Pela
inconseqüência em O compreender,
o
homem continua ambicionando sem ser.
Medimos
com a medida que temos,
e
julgamos com a cultura que conhecemos.
Por
isto, ao invés voar, ainda andamos,
e,
ao invés de ascensionar, encarnamos.
O
Cósmico, desde sempre, é o que é;
é
o Summum Bonum que,
desde sempre,
é.
Pela
incongruência em O compreender,
o
homem continua indo e vindo sem ser.
Imagine
o reverso. Imagine o anverso.
Poderão
existir fora do Universo?
Imagine
uma baleia. Imagine uma noz.
Nós
estamos nelas e elas estão em nós!
O
Cósmico, desde sempre, é o que é;
é
o Summum Bonum que,
desde sempre,
é.
Pela
inconveniência em O compreender,
o
homem continua disjungindo sem ser.
Enquanto
o Ideal de Perfeição2 estiver pervertido,
padeceremos
e nada fará sentido.
Enquanto
insistirmos em dormir e em roncar,
será
mesmo impossível aforrar.
O
Cósmico, desde sempre, é o que é;
é
o Summum Bonum que,
desde sempre,
é.
Pela
insipiência em O compreender,
o
homem continua tridimensionando sem ser.