Rodolfo Domenico
Pizzinga
Serve
pra quê um corpo perfeito,
se, por dentro, tudo é
imperfeito?
O que adianta ter beleza
exterior,
se, no âmago, tudo
é um horror?
O
que adianta ter boa aparência,
se, no íntimo,
tudo é inclemência?
Serve pra quê pintar
uma imagem,
se, lá no imo,
tudo é canalhagem?
Um
dia... Terramoto... Cai a escora!
E, súbito, chega
a hora de ir embora.
Nosso Átomo-semente
iremos visitar;
como nós O poderíamos
acarvalhar?
tudinho – até
o que já esquecemos.
Aí, nos sentiremos
um berdamerda,
por termos chafurdado
na esquerda.
Em
termos, o pior é ter que esperar
pra, novamente, podermos
encarnar.
E, se bobear, esqueceremos
de novo
o que é uma penosa
e o que é um ovo!