Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

 

Fraternalmente, a Cruz convidou,

mas a Rosa recusou.

A Cruz, solidariamente, insistiu,

mas a Rosa repeliu.

 

 

A Rosa padeceu e desmantelou.

Caiu... Murchou... Chorou...

Então, a Cruz, antes contestada,

foi aceita e bem-amada.

 

 

Parte escolhida, parte incancelável1,

a crucifixão é desejável.

Só por ela nos tornaremos curados

e seremos alquimiados.

 

 

Tentar abolir ou escapar da crucifixão

é uma bertolda ilusão.

Bendito tridimensional crucificamento.

 

 

 

 

 

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Nota:

1. As necessárias compensações não podem ser canceladas; podem, entretanto, ser temporariamente adiadas ou concertadamente permutadas, tudo acorde e dependente do nível ou grau de entendimento de quem deve compensar, já que a finalidade das compensações é educar e libertar e não punir ou talionar. Por outro lado, o que adianta compensar o que já foi efetivamente aprendido? É mais útil servir do que se arrastar sobre o ventre. Mas, o mais dramático de tudo é nem sequer poder compensar! Respeitando todas as opiniões e sem entrar no mérito religioso da matéria, pergunto: geralmente, que providência clínica é tomada em casos de gravidezes de fetos anencéfalos? Ora bem, sem hipoteticidades negociáveis, precisamos meditar muito em tudo isto e arrumar um jeito sincero de tomar vergonha na cara.

 

Observação:

Escrevi este poema emocionado e inspirado no belíssimo trabalho A Rosa e a Cruz, de autoria do Rev. Illuminatus Frater Velado, 7 PhD., Irmão Leigo da Ordem Rosacruz, que pode ser lido no endereço abaixo:

http://svmmvmbonvm.org/arosaeacruz.pdf

 

Música de fundo:

My Way (Paul Anka, Jacques Revaux & Claude François)

Fonte:

http://www.artemotore.com/midi/midi26501.htm