CONVERSANDO COM
DEUS
Rodolfo Domenico
Pizzinga
edincha: — Oh!,
Deus, errei, sim;
e
agora, eu faço o quê?
eus: — É
o tal do assim como assim;
para
tudo há um porquê.
edincha: — Oh!,
Deus, me perdoa;
eu
sou tão ignorante!
eus: — Agora,
que emborcou a canoa,
dialetize
por um instante.
edincha: — Oh!,
Deus, me ajude;
sinto-me
desamparado!
eus: — Não
há Corão ou Talmude
que
mute seu Quadrado.
edincha: — Oh!,
Deus, minha Luz;
ilumine
minha caverna!
eus: — Aprenda
a carregar sua Cruz
e
a ouvir a Voz Interna.
edincha: — Oh!,
Deus, eu sou surdo;
o
que eu poderei fazer?
eus: — Então,
de absurdo em absurdo,
sua
dor continuará a doer.
edincha: — Oh!,
Deus, isto é cruel!
Não
tenho parte com ateus.
eus: — Não
posso trocar o papel,
senão
eu não seria Deus.
edincha: — Mas,
você é onipotente!
É
só dar um jeitinho.
eus: — Todavia,
não sou conivente;
em
você está o Caminho.
edincha: — Então,
trocarei de religião;
cansei
de não ser atendido.
eus: — Isto
não impedirá a correção;
tudo
deverá ser retribuído.