CONTRATRUÇÃO1
(O óbvio que precisa ser posto em prática)

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

A Impiedade da Bajulice

 

 

 

Quem contradiz amestra;

quem robora torna inábil.

Quem disputa adestra;

quem elogia torna lábil.

 

 

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Bajular é uma impiedade

que só faz amimar a moleza.

Controverter é uma utilidade

que mune e gera destreza.

 

 

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Contudo, não precisamos

ser descortêses ou cruéis.

Onde quer que estejamos,

devemos ser sempre fiéis.2

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Contratrução = Contradição + instrução.

2. Fiéis ao Sumo Bem e à Suma Beleza.

 

Observação:

Tenhamos em mente o seguinte: em termos objetivos e tão-só em termos objetivos, o passado é o futuro que já aconteceu; o futuro é o passado que irá acontecer; o presente é o futuro que está acontecendo e está a se tornar passado. Tudo está indissolvivelmente interligado, indesligavelmente associado. Quando roboramos ou elogiamos o que não deve ser roborado ou elogiado, estamos comprometendo o futuro com idéias inverossímeis que ficarão registradas no passado em um processo de fermentação educativo-(des)estabilizante. Será que precisaremos survive to a hundred and five para apre(e)nder isto? Ora, o contrário é construtividade, solidaridade e fraternidade. Agora, quando é ou for o caso, os sinônimos dar incentivo, despertar o ânimo e apoiar são coisas inteiramente diferentes. Mas, seja como for, cito Helena Petrovna Blavatsky (1831 – 1891), responsável pela sistematização da moderna Teosofia e uma das fundadoras da Sociedade Teosófica: O espírito humano, sendo parte do Espírito Divino – imortal não aprecia o passado nem o futuro, mas observa todas as coisas como estando no presente. E, para Santo Agostinho de Hipona (354 – 430), o passado e o futuro não existem para a Mente Universal. É um hoje perpétuo, um eterno presente; o hoje, em Deus, é a eternidade. O passado e o futuro são produtos da consciência objetiva do homem; pois se o homem não sobrevivesse, não haveria futuro, e se não tivesse existido, o passado não existiria. O tempo é, na realidade, um todo contínuo, indivisível. A divisibilidade do tempo é operada pela consciência humana, que, por ser limitada, fraciona-o em três partes, de tal sorte que este possa ser melhor compreendido. E Santo Agostinho, referindo-se às três divisões do tempo usualmente procedida pelo homem, rechaça passado e futuro dizendo: O passado ‘já não existe’ e o futuro 'ainda não existe.’ Entretanto, sobre o futuro – compreensão que o Santo diz estar acima de sua inteligência – complementa: ... as coisas futuras ainda não existem; e se ainda não existem, não existem presentemente. De modo algum podem ser vistas, se não existem. Mas podem ser prognosticadas pelas coisas presentes que já existem e se deixam observar. Por tudo o que foi dito sobre o tempo, pode-se, então, a ele aplicar uma terminologia diferente, sendo, por isso, impróprio falar em passado, presente e futuro. Tal terminologia, proposta pelo filósofo, relativa aos tempos é: presente das coisas passadas, presente das coisas presentes e presente das coisas futuras.

 

 

Fracionamento do Tempo

 

 

Página da Internet consultada:

http://thesoldierpage.free.fr/Gif%20soldier/

 

Música de fundo:

Young at Heart
Música: Johnny Richards
Letra: Carolyn Leigh
Intérprete: Frank Sinatra

Fonte:

http://www.pcdon.com/FrankSinatra.html