NÃO HÁ O QUE CONTRADIZER

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Universo Multivibracional

 

 

Não há o que contradizer,

não há o que repreender:

 

O Universo é monocelular,

e para todos é o mesmo lar;

por isto, é multidimensional,

multivibracional e primordial.

 

Dele, não pode[re]mos sair,

nem nos retrair, nem escapulir.

Remanesce uma coisa a fazer:

batalhar por coerência e Viver.

 

O contrário disto é temerário

– um afligimento desnecessário.

Ou Compreensão ou inacesso;

ou Manumissão ou desregresso.

 

 

 

 

 

Você tem lido o que tenho escrito?

Então, se for preciso, se dê um pito.

Tente fazer como eu: a meu modo,

 

Pode luzir o Sol ou chover chuva!

Estando ou não com dor-de-viúva,

eu só tenho uma coisa em mente:

gaivotar,1 rente como pão quente.

 

Mas, não nutro ser arrebatado,

e dos pecados não serei perdoado.2

Não peço nada; não quero nada.

Entretanto, persistirei na Estrada.

 

Logo, Caifás do meu Coração:

não me ofereças o sim ou o não.

Eu os recuso peremptoriamente.

 

 

 

O Anacoreta Gemebundo

 

 

 

______

Notas:

1. Fernão Capelo Gaivota é uma linda especulação sobre liberdade, aprendizagem e amor de autoria o escritor estadunidense Richard Bach (Oak Park, Illinois, 23 de junho de 1936), publicado em 1970. Uma gaivota, de nome Fernão, decide que voar não deve ser apenas uma forma para a ave se movimentar. Voar deve ser mais. Uma gaivota é uma ilimitada idéia de liberdade; uma imagem da Grande Gaivota. A Grande Gaivota interior. Mas, esta idéia de liberdade só se transformará em Liberdade Verdadeira, ainda que relativa, se e quando trabalharmos para amar e compartilharmos nossas idéias e nossas descobertas. A idéia de que os mais fortes podem atingir mais por deixar para trás os mais fracos é inadequada e errônea, e deve ser totalmente rejeitada. Gaivotar, sim, ad æternum e cada vez mais alto; mas, o ser-no-mundo deve sempre ensinar e auxiliar o outro a gaivotar também ([ultra]passagem gradativa do senso comum, enquanto simplória e egoísta visão de mundo, e explicação da realidade no conhecimento filosófico, que é racional, sistemático e organizado, e que busca respostas não na casualidade, mas na inexorável causalidade, ou seja ligação entre causas e efeitos, contemporizações e compensações), ainda que até possa vir a ser morto por isto, como, por exemplo, Sócrates (469 – 399 a.C.) que acabou se deixando cicutar pelos cidadãos(!?) de Atenas. Somos todos Um! O pecado como simples pecado e a morte como simples morte não existem.

Nota editada das fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Mito_da_caverna

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Fern%C3%A3o_Capelo_Gaivota

2. Já disse isto, mas, com prazer, vou redizer: não existe pecado; existe, isto sim, ignorância (consentida ou não) das coisas. É mais ou menos como a bestice do bestalhão que, na noite de domingo, em 27 de fevereiro de 2.011, em Bandeira do Sul, cidade a 440 km de Belo Horizonte, em Minas Gerais, acertou um fio de alta tensão com uma serpentina laminada, e o fio caiu e atingiu o trio elétrico, que passou a ser condutor de energia elétrica, matando quinze pessoas e ferindo outras cinqüenta. Pecado? Não; ignorância. Quem gosta que se enrosca que pecado exista são aqueles sacanocratas de sempre – que eu e você sabemos muito bem quem são – pois, se as pessoas bem-intencionadas não acreditassem que pecado existe, como esses sacanocratas poderiam faturar para ter adiposas contas em paraísos fiscais e para comprar seus iatões, seus carrões, suas mansões, suas redes de televisão et cetera e tal, e mais o que a gente não sabe e nunca irá saber? Você já reparou, particularmente na telinha, como esses caras-de-pau desavergonhadamente manipulam as desgraças e as fragilidades alheias? É o Inferno alighieriano ao vivo e colorido! Por isto, dos meus pecados não serei perdoado, como você, dos seus, também não, pois não pode existir perdão para o que não existe. Aliás, essa coisa de perdão... Ou compreender ou retroceder... até, em definitivo, morrer por entropia. O que nós dois te[re]mos que fazer? Primeiro e já, dar um jeitinho de arrumar uma vergonhinha na caraça; depois e rapidinho, com dignidade e honestidade, com trabalho e meditação, com humildade e pertinácia, transmutar, conscientemente e ajuizadamente, primeiro, pecadinho por pecadinho, e, depois, pecadão por pecadão. É difícil? É; mas não é impossível. Bolas! Iremos esperar até quando? Ad græcas calendas? Até que os dinossauros virem bodes? Até que as melancias criem bigodes?

 

 

 

 

Música de fundo:

Come Rain Or Come Shine
Música: Harold Arlen
Letra: Johnny Mercer
Interpretação: Frank Sinatra

Fonte:

http://www.dilandau.eu/download_music/
jenn-cuneta-come-rain-come-shine-1.html

 

Páginas da Internet consultadas:

http://en.wikipedia.org/wiki/
File:Drum_vibration_mode12.gif

http://portuguesbrasileiro.istockphoto.com/
stock-illustration-9433363-teenage-shark.php

http://www.cartoonstock.com/
directory/a/argments.asp