Só
a mente livre e lúcida é capaz de ver o verdadeiro e de afastar
o falso. [In: A Suprema
Realização, de autoria de Jiddu Krishnamurti.]
Sentir
é a capacidade de apreciar a curva de um ramo de árvore, de
apreciar as coisas sórdidas, a lama da estrada, de ser sensível
ao sofrimento de outrem, de assistir com enlevo ao crepúsculo. Sentir
não é sentimento nem mera emoção. Emoção
e sentimento (ou sentimentalidade) podem se converter em crueldade, e ser
explorados pela sociedade, e o indivíduo sentimental, impressionável,
se torna escravo da sociedade. Mas, necessitamos da capacidade de sentir
intensamente; de sentir
a beleza, de sentir
a palavra e o silêncio entre duas palavras. Necessitamos desta capacidade
de sentir,
porque é ela que torna a mente altamente sensível. A sensibilidade
no mais alto grau é inteligência, o que significa que perder
sensibilidade é perder inteligência. [Ibidem.]
Uma
coisa que precisamos entender é que nenhum dos nossos problemas (dor
física, perturbação psicológica, problema econômico,
contradição social etc.) existe separadamente; todo problema
está em relação com outros problemas. E, assim, a mente
que tenta resolver um problema isoladamente nunca o resolverá, porquanto
ele se relaciona com outros problemas, tanto conscientes como inconscientes.
Só a ação correta –
a ação religiosa –
poderá solucionar completamente todos os problemas. [Ibidem.]
Acima,
absolutamente, a palavra religião não foi empregada nem deve
ser entendida no sentido religioso-fideísta comumente a ela aplicado.
As religiões organizadas e as crenças organizadas são
coisas sem qualquer valia; não conduzem a parte alguma nem nos trazem
compreensão e clareza, nem, tampouco, conduzem o homem à Verdade.
Essas crenças e religiões organizadas representam, com efeito,
essencialmente, a incapacidade de o ser-humano-aí-no-mundo resolver
os seus problemas diários, e, por conseguinte, ele se vê obrigado
a apelar para uma certa forma de misticismo, de ritualismo, de crença
etc. Dou à palavra religião um sentido totalmente diferente.
Por ela entendo a capacidade de ver e de compreender um determinado problema
integral e imediatamente, e de atuar com a mesma instantaneidade. E importa
também compreender isto: para podermos ver uma coisa com toda a clareza,
intelectual ou verbalmente, deveremos compreender a palavra e o som da palavra
– o som
que evoca o símbolo, a imagem, a significação, a lembrança,
a reação imediata. Porque, se não compreendermos a
palavra e não percebermos até que ponto somos escravos da
palavra, não teremos possibilidade de descobrir o verdadeiro significado
da religião. Isto porque a palavra se torna significativa quando
não constitui um obstáculo, quando nos abre a porta –
não em conformidade com nossas idiossincrasias,
nosso caráter ou inclinações ou em conformidade com
algo a que estamos vinculados. Uma palavra, afinal de contas, é um
som, e, se recebermos este som como um mero conceito, como uma simples idéia
ou como uma fórmula intelectual trivial, perderemos a sensibilidade
ao som. E a palavra acaba se tornando mais importante do que o fato, quando
toma o lugar deste. [Ibidem.]
Comunhão
é um estado mental de sensibilidade, de vigilância e de observação,
um estado em que a mente nem aceita nem rejeita, porém, se acha em
extraordinária atividade, e é, portanto, capaz de afastar
o falso e de seguir o verdadeiro. Afinal, é também isto o
que significa participar —›
compartilhar. [Ibidem.]
A
compreensão de qualquer problema requer vigilância, atenção
e equilíbrio extraordinários. [Ibidem.]
Quando
pomos em movimento a nossa energia, geralmente, surgem conflitos, aflições,
confusões, dores e sofrimentos. Então, apelamos para extravagâncias
religiosas, para a bebida, para as mulheres, para os entretenimentos. De
dezenas de maneiras desejamos fugir, e o fazemos; mas, os problemas continuam
existentes –
os problemas do esforço, do conflito e da contradição.
[Ibidem.]
Vida
Religiosa = Vida
Sem Atrito. Mente Religiosa =
Mente Sem Conflito. [Ibidem.]
Só
há esforço porque estamos em contradição. Se
não houvesse contradição, não haveria esforço.
Devemos compreender que a mente que faz esforço é destrutiva,
e, portanto, é incapaz de aprender. [Ibidem.]
Aprender
é um movimento não-acumulador de relações, um
perene fluir, sem jamais acumular. Só se aprende quando há
movimento –
um movimento constante de investigação-exploração-compreensão,
sem nenhuma atividade de acumulação. E só aprenderemos
quando a mente estiver de todo quieta. [Ibidem.]
Só
aprenderemos escutando.
Escutar
é um ato silencioso, e só a mente que estiver em Silêncio,
mas, ao mesmo tempo, em plena atividade, poderá aprender. [Ibidem.]
—
Siempre
me preguntan, pero,
yo
siempre respondo: cuándo? Cómo? Dónde?
Dicen
que estoy perdiendo tiempo,
pero...
¿Hasta
cuándo? ¿Hasta cuándo?
Eu
queria Apre(e)nder os Mistérios, mas,
era
velhaco, indolente e preconceituoso.
Eu
queria ouvir a Voz do Silêncio, mas,
não
sabia ficar em Silêncio.
Eu
queria que o meu Sol Interior nascesse, mas,
minha
vida era toda eclipsada.
Eu
queria que chegasse ao fim a Noite Negra, mas,
não
saía da Meia-noite.
Eu
queria voar, como o Fernão Capelo Gaivota, mas,
nunca
tive asas.
Eu
queria subir o Chomolungma, mas,
nunca
aprendi a escalar.
Eu
queria ver a Grande Barreira de Coral Australiana, mas,
tinha
pavor mergulhar.
Eu
queria saber contar piadas, mas,
era
uma cara muito sem graça.
Eu
queria saber conquistar as garotas, mas,
era
falto de desembaraço.
Eu
tinha horror de pegar ,
mas,
nunca
gostei de usar camisinha.
—
Todo mês, eu comprava um pente, mas,
era
carequinha da silva.
Eu
queria ser o rei do pedaço, mas,
era
bicancudo e feio como a necessidade.
—
Eu acoimava os LGBTQIAP+s, mas,
tinha
dúvidas sobre a minha própria sexualidade.
Gay
Pride
—
Eu queria ser humilde, mas,
fazia
tudo de tudo para ser célebre.
Eu
queria ter curso superior, mas,
nunca
estudei nem fiz faculdade.
Eu
jamais votaria no Sr. Donald, mas,
era
a favor do seu muro.
Eu
desprezava o Sr. Bashar, mas,
era
a favor da guerra.
Eu
desqualificava o Sr. Kim, mas,
apoiava
a sua foguetaria.
Nunca
admirei o Sr. Fidel, mas,
adorava
o paredón cubano.
Eu
tinha horror do Sr. Adolf, mas,
sempre
fui a favor do Holocausto.
Eu
abominava o Sr. João de Deus, mas,
se
bobeasse, eu também enfiava o bonitão.
Eu
detestava cartomantes e adivinhonas, mas,
de
vez em quando, eu fazia uma consultinha.
Eu
sentia aversão pelo Sr. Cosentino, mas,
queria
ter a grana dele.
Eu
pensava uma coisa, mas,
fazia
outra diferente.
Eu
queria emagrecer, mas,
comia
como se fosse a minha última refeição.
Eu
queria ouvir, mas,
não
sabia escutar.
Eu
queria falar e ser ouvido, mas,
não
nunca tinha nada para dizer.
Eu
aspirava à não-violência, mas,
sempre
fui truculento e violento.
Eu
queria me santificar, mas,
'pecava'
pra caramba.
Eu
queria me libertar, mas,
era
escravo das minhas miralusões.1
Eu
advogava a unimultiplicidade, mas,
era
xenófobo, patriota e nacionalista.
Eu
nunca fui religioso, mas,
se
o bicho pegasse, eu orava um pouquinho.
Eu
queria me tornar vegetariano, mas,
não
abria mão de um sarapatelzinho.
Eu
queria parar de cheirar, mas,
quem
resiste a uma carreirinha?
—
Eu queria tanto progredir, mas,
só
queria saber de dormir, roncar e peidar.
Eu
queria seguir em frente, mas,
morria
de cagaço das coisas.
Eu
criticava os ratos do petrolão, mas,
também
era corrupto e corruptor.
Eu
condenava a mais-valia, mas,
não
dava os direitos trabalhistas à minha empregada.
Eu
era contra a GTMO,2
mas,
queria
ver todos os terroristas mortos.
Eu
era contra a pena capital, mas,
achava
que os serial killers
tinham que ser apagados.
Eu
achava que o Sr. Maduro não havia amadurecido, mas,
sempre
gostei de tudo que fosse verde.
Eu
sabia que o PT não se comportara bem, mas,
eu
sempre fui um lulista-petista fanático.
Eu
nunca concordei com a homofobia do Sr. ,
mas,
acabei
votando nele.3
(E estou torcendo para que ele seja um bom Presidente.)
Sei
que a é
irresponsável, mas,
eu
só compro ações desta Companhia.
Sei
que a é
uma organização criminosa, mas,
eu
sempre quis muito ser um Don .
Eu
sempre tive muita pena de quem é pobre, mas,
também
sempre quis que o pobre se explodisse.
Chico
Justo Veríssimo
Anysio
Eu
queria Viver, mas,
não
sabia como Morrer.
Eu
queria sair das trevas, mas,
não
sabia como achar a LLuz.
Eu
queria descobrir a Verdade, mas,
minha
vida era uma total falsidade.
Eu
queria Ascensionar, mas,
não
me livrava do movimento horário.
—
Eu queria me tornar um Discípulo,
mas,
nunca
me esforcei para sê-Lo.
E
queria conhecer a Estrela Sirius, mas,
nunca
tive mérito para isso.
Eu
queria mudançar, mas,
sempre
fiquei na mesma e na mesma fiquei.
Eu
queria... Queria... Queria... Mas,
Nunca...
Jamais... Em tempo algum...
E,
cheio de incoerências, fui para o andar de cima,
pregadinho
na mesma Cruz na qual encarnei!
______
Notas:
1. Miralusões
= Miragens + Ilusões.
2. GTMO
= Base Naval da Baía de Guantânamo (em inglês, Guantanamo
Bay Naval Base, ocupando cerca de 117 km² da costa da República
de Cuba (na província de Guantânamo).
3. Sou
homofóbico sim, com muito orgulho, declaração
antiga do Ex.mo Sr. Presidente
da República Jair Messias Bolsonaro.
Fonte:
https://www.youtube.com/watch?v=w8bDq7jP5KU
Música
de fundo:
Quizás,
Quizás, Quizás
Composição: Osvaldo Farrés
Interpretação: Ibrahim Ferrer & Omara Portuondo
Fonte:
https://musicaq.mobi/descargar-musica/
9231f-omara-portuondo.html
Páginas
da Internet consultadas:
https://en.wikipedia.org/wiki/Rigatoni
https://yourstory.com/2018/08/despite-ebay-
failing-make-mark-india-ebay-mafia-prospering/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vale_S.A.
https://dribbble.com/shots/3573001-Happy-Father-s-Day
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%
ADndrome_da_imunodefici%C3%AAncia_adquirida
http://bestanimations.com/
https://www.vectorstock.com/
https://www.pnggif.com/animation/laughing-gif-210332
https://tenor.com/search/never-again-gifs
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