COMO CONHECEREMOS CRISTO QUANDO ELE VOLTAR?

Este estudo tem por objetivo apresentar para reflexão alguns fragmentos da palestra proferida no Centro de Estudos da Fraternidade Rosacruz em Los Angeles, Califórnia, em 18 de maio de 1913, Como Conheceremos Cristo Quando Ele Voltar? de autoria de Max Heindel.

Fragmentos da Palestra

Max Heindel
(Quadro do Frater Velado)

Eu virei novamente!

Nem os anjos, no céu, sabem o Dia que Ele retornará nem mesmo o Filho, mas, somente o Pai.

Cristo é um Hierarca Divino, não de nossa evolução, mas, que, por nós, seres-humanos-aí-no-mundo, veio, e que, tendo uma vez deixado o corpo denso, Ele jamais aparecerá em um veículo físico. [Na atualidade, Cristo é o Mestre mais elevado da Grande Loja Branca (G.'. L.'. B.'.) – o presidente, por assim dizer – e o Mestre Djwhal Khul a Ele costuma se referir como o Mestre dos Mestres e Instrutor dos anjos e dos homens. O Mestre Adjunto da G.'. L.'. B.'. é Kut Hu Mi.]

O homem passou por um período de involução compreendendo os Períodos de Saturno, Solar e Lunar, como também metade do Período Terrestre. Nesta peregrinação através da matéria, ele adquiriu os veículos que hoje possui.

Durante o Período de Saturno, o mais elevado Iniciado daquela evolução, no Esoterismo, é chamado Pai.

Durante o Período Solar, no Esoterismo, o mais elevado Iniciado é chamado o Filho, ou seja, Cristo.

Durante o Período Solar, no Esoterismo, o mais elevado Iniciado é chamado Espírito Santo.

Nenhum ser pode criar um veículo que não aprendeu a construir durante sua evolução. Portanto, era impossível para o Espírito Cristo nascer em um Corpo Físico. Ele não poderia formar tal veículo. Nem poderia formar o Corpo Vital, feito de Éter. Faltava-Lhe também a habilidade de funcionar na última substância, pois, Ele nunca a havia adquirido em Sua evolução. Para fornecer os veículos necessários para Cristo, Jesus, um homem de nossa evolução – um homem nascido de um pai e de uma mãe, ambos Altos Iniciados [Essênios], que fizeram do ato criador um sacrifício e chagaram à concepção imaculada sem paixão – entregou seus Corpos Denso e Vital, no Batismo, para o Espírito Sol, Cristo, que, então, entrou no mundo material e se tornou mediador, possuindo todos os veículos necessários para funcionar entre Deus e o homem. [Neste sentido, mais uma vez repito: Cristo, uma entidade; Jesus, outra entidade. Na verdade, na G.'. L.'. B.'., Jesus era-é Discípulo do Cristo.]

No Gólgota, o Espírito de Cristo penetrou na Terra. Até aquele momento, a Terra vinha sendo governada de fora. Do mesmo modo que os espíritos-grupo guiam os animais de fora, também a Terra foi guiada em sua órbita e a Humanidade também o foi, no caminho de evolução, praticamente, por Jeová, mas, desde aquele momento, o Cristo se tornou o Espírito Interno da Terra. Desde então, Cristo guia nosso planeta em sua órbita, e está procurando substituir o regime de guerra, inaugurado por Jeová de um lado e pelos marciais Espíritos Lucíferos de outro, por um regime de altruísmo, um reino de Fraternidade Universal.

Lúcifer – o Portador da Luz – está disposto a dar honras mundanas àqueles que lhe prestam culto. Lúcifer favorece todos os apetites sem restrições ou reservas.

Cristo – a Verdadeira LLuz – a Meta da [personalidade-]alma que busca. [Esta Meta, não está ali, lá ou acolá; está em nosso Coração. In Potentia, todos nós somos Cristos-Deuses.]]

O monge e escritor místico alemão Thomas A. Kempis (Kempen, Renânia, 1379 ou 1380 – Zwolle, 24 de julho de 1471) menciona o desejo de a maioria querer viver uma longa vida e como poucos se preocupam em viver uma boa vida. Parafraseando Kempis: Oh, quantos desejam alcançar poderes espirituais, mas, como são poucos os que se esforçam para cultivar a espiritualização!

Thomas A. Kempis

A única proteção para entrarmos nos Mundos Invisíveis Superiores é nos esforçarmos para sermos dignos de entrar conscientemente naqueles Reinos. [Talvez, o maior problema que o ser-humano-aí-no-mundo ainda enfrente em sua peregrinação rumo à Illuminação seja a inconsciência, o que é equivalente e é sinônimo de ignorância consentida. Mas, por que ignorância consentida? Porque, de maneira geral, o ser-humano-aí-no-mundo prefere imitar, ajoelhar, beijar a mão e ser um inocente útil e um maria-vai-com-as-outras do que se esforçar e descobrir as coisas por si mesmo. Tudo isto, simplesmente, significa jogar a sua encarnação no lixo!]

Por onde entrarmos, por aí deveremos sair.

A Estrela de Cinco Pontas é o emblema do homem com seus membros separados e braços estendidos; uma ponta está no topo, representando a cabeça que é a porta natural do Espírito. Por aí ele entra em seu futuro corpo cerca de 18 dias depois da concepção, daí saindo quando o corpo dorme, retornando pela mesma passagem pela manhã,. Para os Auxiliares Invisíveis esta é, também, a saída e a entrada. Finalmente, quando a morte chega, [o Dia da Grande Aventura], o Espírito se retira por meio da cabeça.

A Estrela de Cinco Pontas, com uma ponta para cima, como está representada no emblema da Fraternidade Rosacruz, é o símbolo de Magia Branca, que trabalha por meios naturais, em harmonia com a Lei de Evolução.

O estudante de uma Escola de Mistérios aprende a dirigir a Força Criadora para cima, para o cérebro, [para a Glândula Pineal], e transmutá-La em Poder Anímico através de uma vida de [Serviço], de castidade e de auto-sacrifício. Este Poder Anímico ele o usa para se projetar nas Esferas Superiores, por meio da cabeça. O seguidor da magia negra, incapaz de auto-sacrifício, obtém o poder através do uso pervertido da força de vida de suas vítimas, que o projetam para baixo, por meio dos pés, e ele deve retornar pelo mesmo caminho. O cordão prateado, então, se projeta através do órgão inferior. Portanto, a estrela de cinco pontas, com duas pontas apontando para cima e uma para baixo, é o símbolo da magia negra.

De acordo com a opinião comum, Cristo completou Seu Sacrifício no Gólgota, mas, na verdade, aquilo foi só o início. Ele ainda está confinado à Terra, como nós estamos em nossos Corpos de Morte. Ele sofre como nós sofremos, mas, com uma intensidade que não podemos avaliar. Ele ainda está gemendo e labutando esperando pela manifestação dos Filhos de Deus, que somos nós mesmos. Quando um número suficiente de pessoas sentir e realizar o nascimento do Cristo Interno, de modo que possam suportar a carga de seus irmãos e dar suas vidas como Cristo está agora dando a Sua, então, a hora da libertação soar, e Cristo poderá retornar permanentemente para o Sol. Mas, da mesma forma que Ele entrou na periferia da Terra quando veio, assim também, sob a Lei, Ele deve voltar para a superfície da Terra, e isto, em si, é o que constitui a Segunda Vinda.

O corpo-alma é o veículo a que Paulo se refere e no qual encontraremos Cristo. É composto de Éter e, portanto, é capaz de levitação e de passar por paredes, uma vez que toda matéria densa é permeada com Éter. Os Auxiliares Invisíveis o usam hoje, como Cristo o fez.

O Caminho da Evolução sempre foi de dentro para fora.

Quanto mais elevada for a evolução das raças, mais elas quererão subir em direção ao ar e, gradualmente, vão deixando as terras baixas.

Gradualmente, estamos nos tornando mais semelhantes a Cristo, e este Soma Psuchicon ou Corpo-Alma está adquirindo forma, está sendo preparada como nosso traje nupcial. Um número crescente de pessoas está se tornando capaz de funcionar neste veículo, e muitos estão se preparando para o dia da vinda de Cristo. Esta mudança não é realizada por processo físico, mas, pelo Serviço, pelo Amor, pelo que conhecemos no Mundo Ocidental como Altruísmo, que está se difundindo cada vez mais na sociedade. Estamos ficando mais humanos, cada vez mais iguais a Cristo, embora longe de sermos perfeitos.

Descemos até o vale da matéria e, por nossa causa, foi necessário que Cristo entrasse na Terra, para nos ajudar de dentro. Por nossa causa, Ele está, agora, sofrendo e labutando lá, esperando pela manifestação dos filhos de Deus e depende de nós apressarmos ou retardarmos este Dia. Cada ato nosso tem algum efeito neste sentido – cada um de nós tem seu trabalho neste mundo e quanto mais cedo aprendermos a fazê-lo, melhor será para nós. Não deveríamos procurar o Cristo fora – Ele não se encontra lá. Ele mesmo disse: Não vás para o deserto. [Não vás para as montanhas. Não vá para as igrejas.] Não O procuremos nestes lugares: o Cristo é formado de dentro. O corpo-alma [Soma Psuchicon] que está, gradualmente, se tornando capaz de se elevar sobre as montanhas, é o resultado do esforço de cada aspirante que se esforça para ser admitido à Vida Superior.

Em cada um de nós há uma luta sendo travada entre a Natureza Superior e a natureza inferior.

Não é o que damos, mas, é o que compartilhamos que realmente tem valor. Aqueles que dão somente quando têm em abundância, quando dão coisas que não necessitam – coisas que são realmente um peso para eles, coisas de que não sentem falta – não sabem o que é dar a vida por um amigo. Enquanto não se derem, suas dádivas serão estéreis. Eu estava com fome e tu me deste de comer. Eu estava com sede e tu me deste de beber. Eu estava doente e tu me visitaste.

Nem todos podem ser uma estrela, nem podem brilhar, nem ser um líder, mas, cada um pode fazer algo, acender sua própria velinha e deixar que ela dissipe um pouco a escuridão ao redor. Isto é o que temos que fazer, e, se fizermos somente este tanto, descobriremos que aquela vela será como uma estrela ardente para nos guiar para o Cristo, na Sua próxima vinda. Então, teremos certeza de O reconhecer, pois, encontraremos a resposta dentro de nós. Diz-se que O conheceremos porque seremos como Ele e, como Ele não tem Corpo Físico para vir, temos que desenvolver aquele veículo da [personalidade-]alma, o Soma Psuchicon, para que, quando Ele aparecer, nós possamos encontrá-Lo. Mas deveremos estar trajados com o Dourado Manto Nupcial!