Este
trabalho é uma continuação de Confusão e
Angústia disponibilizado em:
http://paxprofundis.org/livros/confusao/confusao.html
Por
que muitos seres humanos são violentos?
Terão
eles alguma razão em suas desavenças?
Não
importa. Mas, a origem de todos os tormentos
É
exatamente cada uma de nossas malquerenças.
Há
pessoas que se desentendem por tudo;
E
há aqueles que se desavêm por nada.
Interpessoalmente
é preciso entender, sobretudo,
Que
é melhor calar do que dar uma aguilhoada.
Ora,
temos origens distintas e somos diferentes.
Como
poderemos ter o mesmo pensamento?
Conclusão:
n
seres —› n personalidades-entes.
Um
simples e corriqueiro mal-entendido
Possivelmente
catalisará um enegrecimento,
Que
poderá vir a provocar um grande sofrimento.
Macete
Místico: É realmente (quase) impossível viver
sem, eventualmente, acontecer um contratempo, um aborrecimento ou um
desgosto em nossas vidas. E, lamentavelmente, isso acontece também
entre irmãos de uma mesma fraternidade mística —
as pessoas tendem mais para não se entender do que para conviver
fraternalmente. Como está dito no soneto acima, temos origens
distintas e somos diferentes. Talvez seja essa a origem dos desencontros.
Especulando: se todos nós tivéssemos a mesma origem cósmica
e se fôssemos criados pelo mesmo Deus (ou por um Deus específico),
provavelmente não haveria desavenças nem conflitos, porque
simplesmente teríamos as mesmas qualidades e as mesmas carências
e, assim, não perceberíamos quaisquer diferenças
em nossos semelhantes. Mutatis mutandis, não é
(mais ou menos) isso que sucede na .'.G.'.L.'.B, onde todos são
um e cada um é cada um? Reparamos, por exemplo, que uma pessoa
tem olhos azuis porque existem olhos castanhos, olhos verdes, olhos
negros... Reparamos se um membro deambulou erradamente no interior de
uma Loja... Reparamos se ele ou ela emagreceram, se engordaram, se estão
de sapato novo, se estão com um vestido démodé,
se... Se... Se... Reparamos... Reparamos... Reparamos... Parece que
vivemos para reparar e para criticar, para ofender e para demandar...
Mas... Como poderemos nos candidatar a um noviciado místico se
julgamos, acusamos e somos intolerantes com nossos irmãos? Interessante!
Quando vamos à praia, não reparamos que os grãos
de areia são iguais! Ou, pelo menos, parecem ser todos iguais,
e, por isso, não notamos essa semelhança (ou uma dessemelhança
sensível)! E também, quando bebemos um pouco de água,
não percebemos qualquer distinção nas moléculas
de água que ingerimos! Já quando fazemos uma viagem observamos
as várias tonalidades de verde e as diversas cores das árvores
e das plantas que margeiam a estrada. Ficamos, mesmo, encantados, e,
nesse caso, reparar é muito bom! Então, reparar pode ser
útil ou inútil, melhor: pode ser benéfico ou detrimentoso.
Enfim,
o que faz o místico sensato – que sabe essas coisas –
quando enfrenta um incidente inesperado (ou mesmo esperado)? O mais
depressa que pode se recolhe e desfaz espiritualmente o mal-entendido.
No mínimo, uma oração ele fará pelo seu
ofensor. Se esta Lei for seguida, não haverá enegrecimento
nem advirá do desencontro fortuito (ou previsto) um grande
sofrimento. O fato é que em uma disputa não há
vencedores; só há vencidos. Dê uma olhadinha novamente
na animação que abre este ensaio. Acho que não
me enganei muito nas ponderações que apresentei.
Observação:
A animação Fight recebi em um e-mail.