CONFUSÃO E ANGÚSTIA I

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

Música de fundo: Star Wars Theme (John Williams)
Fonte: http://olympia.fortunecity.com/white/374/midif.html

 

Este trabalho é uma continuação de Confusão e Angústia disponibilizado em:

http://paxprofundis.org/livros/confusao/confusao.html

 

 

Por que muitos seres humanos são violentos?

Terão eles alguma razão em suas desavenças?

Não importa. Mas, a origem de todos os tormentos

É exatamente cada uma de nossas malquerenças.

 

 

Há pessoas que se desentendem por tudo;

E há aqueles que se desavêm por nada.

Interpessoalmente é preciso entender, sobretudo,

Que é melhor calar do que dar uma aguilhoada.

 

 

Ora, temos origens distintas e somos diferentes.

Como poderemos ter o mesmo pensamento?

Conclusão: n seres —› n personalidades-entes.

 

 

Um simples e corriqueiro mal-entendido

Possivelmente catalisará um enegrecimento,

Que poderá vir a provocar um grande sofrimento.

 

 

Macete Místico: É realmente (quase) impossível viver sem, eventualmente, acontecer um contratempo, um aborrecimento ou um desgosto em nossas vidas. E, lamentavelmente, isso acontece também entre irmãos de uma mesma fraternidade mística — as pessoas tendem mais para não se entender do que para conviver fraternalmente. Como está dito no soneto acima, temos origens distintas e somos diferentes. Talvez seja essa a origem dos desencontros. Especulando: se todos nós tivéssemos a mesma origem cósmica e se fôssemos criados pelo mesmo Deus (ou por um Deus específico), provavelmente não haveria desavenças nem conflitos, porque simplesmente teríamos as mesmas qualidades e as mesmas carências e, assim, não perceberíamos quaisquer diferenças em nossos semelhantes. Mutatis mutandis, não é (mais ou menos) isso que sucede na .'.G.'.L.'.B, onde todos são um e cada um é cada um? Reparamos, por exemplo, que uma pessoa tem olhos azuis porque existem olhos castanhos, olhos verdes, olhos negros... Reparamos se um membro deambulou erradamente no interior de uma Loja... Reparamos se ele ou ela emagreceram, se engordaram, se estão de sapato novo, se estão com um vestido démodé, se... Se... Se... Reparamos... Reparamos... Reparamos... Parece que vivemos para reparar e para criticar, para ofender e para demandar... Mas... Como poderemos nos candidatar a um noviciado místico se julgamos, acusamos e somos intolerantes com nossos irmãos? Interessante! Quando vamos à praia, não reparamos que os grãos de areia são iguais! Ou, pelo menos, parecem ser todos iguais, e, por isso, não notamos essa semelhança (ou uma dessemelhança sensível)! E também, quando bebemos um pouco de água, não percebemos qualquer distinção nas moléculas de água que ingerimos! Já quando fazemos uma viagem observamos as várias tonalidades de verde e as diversas cores das árvores e das plantas que margeiam a estrada. Ficamos, mesmo, encantados, e, nesse caso, reparar é muito bom! Então, reparar pode ser útil ou inútil, melhor: pode ser benéfico ou detrimentoso.

Enfim, o que faz o místico sensato – que sabe essas coisas – quando enfrenta um incidente inesperado (ou mesmo esperado)? O mais depressa que pode se recolhe e desfaz espiritualmente o mal-entendido. No mínimo, uma oração ele fará pelo seu ofensor. Se esta Lei for seguida, não haverá enegrecimento nem advirá do desencontro fortuito (ou previsto) um grande sofrimento. O fato é que em uma disputa não há vencedores; só há vencidos. Dê uma olhadinha novamente na animação que abre este ensaio. Acho que não me enganei muito nas ponderações que apresentei.

 

 

ESCREVE  AS  OFENSAS  NA  AREIA  E  OS  BENEFÍCIOS  NO  MÁRMORE.      Benjamin  Franklin  (1706-1790).

 

 

 

Observação: A animação Fight recebi em um e-mail.