Uma
das coisas mais terríveis que se pode dizer é: "Vou pensar
a respeito disso; vou considerar se é ou não é possível
me libertar da violência. Vou tentar ser livre". Ora, não
há tentar; não há se esforçar. Com relação
a tudo, ou agimos ou não agimos. Enfim, qual é a melhor ideologia
para extinguir o fogo? Quando a casa está em chamas, certamente,
discutir sobre a cor dos cabelos do homem que traz a água não
é a melhor ideologia.
De
maneira geral, as relações entre os seres-humanos-aí-no-mundo
se baseiam no mecanismo defensivo, formador de imagens. Em todas as relações,
cada um de nós forma uma imagem a respeito de outrem, e as duas imagens
ficam em relação e não os próprios entes humanos.
A esposa tem uma imagem do marido –
talvez, inconsciente, contudo, existente –
e o marido tem uma imagem da esposa. Temos uma imagem a respeito de
nosso país e a respeito de nós mesmos, e estamos constantemente
a fortalecer essas imagens, acrescentando-lhes sempre alguma coisa. A relação
existente é entre essas imagens. A verdadeira relação
entre dois ou vários seres humanos cessa completamente, quando há
a formação de imagens. Logo, a relação baseada
em tais imagens jamais produzirá a paz, porquanto as imagens são
fictícias, e não se pode viver abstratamente. Entretanto,
é isto o que todos nós fazemos: vivemos entre idéias,
teorias, símbolos, imagens que criamos a respeito de nós mesmos
e de outros, e que, em absoluto, não são realidades. Todas
as nossas relações, sejam com a propriedade, sejam com idéias
ou pessoas, se baseiam essencialmente nessa formação de imagens
e, por esta razão, existe sempre conflito. [In:
Liberte-se do Passado (título do original: Freedom
From The Known), de autoria de Jiddu Krishnamurti.]
—
Vi, julguei, acusei, culpei e não
perdoei.
Achei
que pau que dá em Zé tem que dar em José,
e,
então, pela vida afora, egocentrado, irroguei.
—
Vi um politiqueiro na televisão
enrolando.
Achei
que ele era um corruptaço,
e,
então, eu o esculhambei pelo WhatsApp.
—
Vi um padre perto de um garoto.
Achei
que ele era um pedófilo,
e, então,
tomei horror dele.
—
Vi o Sr. Kim Jong-un perguntando a um
espelho:
— Espelho, espelho meu, há ditador mais bonito
do que eu?
Achei
que ele havia ficado lelé,
e, então,
fui lá, e quebrei o espelho.
—
Vi o Sr. Trump perguntando a um espelho:
—
Espelho, espelho meu, há
cabelo mais bonito do que o meu?
Achei
que ele também havia ficado lelé,
e, então,
fui lá, e afanei o pente.
Jimmy
Fallon Despenteando Donald Trump
—
Vi que o dia estava ficando nublado.
Achei
que iria chover três dias sem parar,
(afinal, eu preciso me lavar,)
e, então,
não saí de casa.
—
Vi um ceguinho na rua.
Achei
que ele não era ceguinho,
e, então,
não o ajudei.
—
Vi um pepé se esborrachar.
Achei
que ele deveria usar muletas,
e, então,
também não o ajudei.
—
Vi um pajé abençoando.
Achei
que ele estava embromando,
e, então,
pensei: tudo grupo.
—
Vi um oitentão comprando .
Achei
que ele havia ficado brocha,
e, então,
pensei: isso não vai dar certo.
—
Vi um balzaquiano saçaricando
na porta da Colombo.
Achei
que ele era meio sem-vergonha,
e, então,
mentalmente, o critiquei.
O
Balzaquiano
Sir Ney
—
Vi Dona Flor com sete maridos.
Achei
que havia marido por demais,
e,
então, fui lá, e entreguei pro Teodoro.
—
Vi uma puta saracoteando na rua.
Achei
que ela era uma pecadora,
e, então,
torci pra ela ir pro inferno.
—
Vi um gay zanzando em Copacabana.
Achei
que ele era um pecador,
e, então,
dei um chega-pra-lá nele.
—
Vi uma velhinha ser assaltada.
Achei
que este era o seu karma,
e, então,
pensei: dane-se essa velha.
—
Vi um cantor desafinar.
Achei
que ele era horrível,
e, então,
pensei: nem em Maracangalha.
—
Vi o meu país afundar.
Achei
que não havia mais jeito,
e,
então, fui morar na República Bolivariana da Venezuela.
—
Vi a perereca de um freira voar longe.
Achei
que essa freira era uma porcalhona,
e, então,
pensei: se ela escovasse os dentes...
—
Vi o Papa pedir perdão.
Achei
que Papa não pede perdão,
e, então,
pensei: eu não pediria.
—
Vi a Economia desmoronar.
Achei
que viria uma bancarrota,
e,
então, saí comprando dólares e euros.
—
Vi um cachorro morder um gato.
Achei
que o gato iria morrer,
e, então,
dei um chute no cachorro.
—
Vi um mendigo esmolando.
Achei
que o problema era dele,
e,
então, fingi que não vi e 'deixeipralá'.
—
Vi uma esposa traindo descaradamente.
Achei
que o marido era um corno,
e, então,
ri a mais não poder.
—
Vi um banco ser assaltado.
Achei
que todo banqueiro é aproveitador,
e, então,
pensei: tomara que levem tudo.
—
Vi o Sr. Cabral ser processado.
Achei
que eram poucos processos,
e,
então, pensei: faltam muitos...
—
Vi o Sr. Palocci cagüetar.
Achei
que ele se encagaçou todinho,
e,
então, pensei: esse cara tá acabado.
—
Vi o Sr. Luiz dizer: —
Não é meu!
Achei
que há mesmo uma chance de não ser,
e,
então, pensei: meu é que não é.
—
Vi a Srª. Dilma dizer: —
Foi golpe!
Achei
que até é possível que tenha sido,
e,
então, pensei: bobeou, dançou.
—
Vi o Sr. Dirceu entrar mudo e sair calado!
Achei
que revolucionário não fala mesmo,
e,
então, pensei: isto irá doer muito.
—
Vi o Sr. Buscetta virar 'arrependido'!
Achei
que ele se arrependeu tarde demais,
e,
então, pensei: agora é tarde, Inês é cadáver.
Tommaso
Buscetta
(Agrigento, 13 de julho de 1928 – Nova Iorque, 4 de
abril de 2000)
—
Vi o grande Juiz Moro ser escolhido.
Achei
que o Sr. Jair escolheu bem,
e,
então, pensei: a corrupção é um câncer.
—
Vi um tira matar um bandido.
Achei
que é assim que tem que ser,
e,
então, pensei: bandido-bom =
bandido-presunto.
—
Vi o Charles Manson morrer enjaulado.
Achei
que não poderia ser diferente,
e,
então, pensei: life imprisonment without parole
é um barato.
Charles
Milles Manson
(Cincinnati, 12 de novembro de 1934 – Bakersfield,
19 de novembro de 2017)
—
Vi um serial killer ser eletrocutado.
Achei
que semper dura lex, semper sed lex,
e, então,
pensei: no
cabelo só .
—
Vi uma fazenda ser invadida.
Achei
que latifúndio tem que acabar,
e,
então, pensei: nota 10 pros sem-terra.
—
Vi um agiota ser estrangulado.
Achei
que uma justiça havia sido feita,
e,
então, pensei: menos um Shylock 'pelaí'.
—
Vi um senador não se reeleger.
Achei
que, habitualmente, o povão está sempre certo,
e,
então, pensei: suffragium
populi, suffragium Dei.
—
Vi um estuprador ser linchado.
Achei
que o Levítico XXIV: 20 está certo,
e,
então, pensei: oculum pro oculo, dentem pro
dente.
—
Vi um cruel perder a personalidade-alma.
Achei
que tem que ser assim mesmo,
e, então,
pensei: quem mandou ser sacana?
—
Vi um Mago Negro aprontando.
Achei
que o destinatário merecia,
e, então,
quietinho, fiquei na minha.
—
Vi que
não poderiam prosseguir.
Achei
que a Consciência Cósmica era justa,
e,
então, pensei: ainda bem que não é comigo.
Todos
nós podemos mudar;
só não muda quem não quer.
Música
de fundo:
Tomara
Que Chova
Composição: Paquito & Romeu Gentil
Interpretação: Emilinha Borba
Fonte:
https://ycapi.org/button/?v=Gdqyh-gM5u8
Páginas
da Internet consultadas:
https://zalarieunique.ru/
http://www.imagensanimadas.com/
https://videoloss.com/
https://readytricks.com/
https://www.lanueva.com/
https://ocp.news/
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