Se
um determinado condicionamento nos satisfaz, como, por exemplo, a nacionalidade,
e nada fazemos a respeito dela, porque nos sentimos satisfeitos ao nos tornarmos
cônscios dela, percebendo que nunca fazemos coisa alguma sem ela,
estamos sempre vivendo no passado, com os mortos. [In:
Liberte-se do Passado (Freedom
From the Known), de autoria de Jiddu Krishnamurti.]
Se
tudo ao nosso redor decorre de maneira perfeitamente feliz, como poderemos
estar cônscios dos nossos condicionamentos? O fato é que só
quando surge uma perturbação é que percebemos e sabemos
que estamos condicionados. Mas, o mais grave de tudo é que nos acostumamos
com a perturbação, o que significa que nossa mente se embotou
de tal forma, que nem mais a notamos. Mas, quando não nos acostumamos
com a perturbação, o que fazemos? Tratamos de fugir, recorrendo
a uma certa droga, ingressando num partido político, bradando, escrevendo,
assistindo a uma partida de futebol, indo a uma igreja ou a um templo, procurando
um tipo qualquer de divertimento, o que, definitivamente, não resolverá
o problema. E, talvez, a maior de todas as perturbações seja
o medo da morte. E, para ele, inventamos teorias, esperanças e crenças
de toda espécie, para disfarçarmos o fato da morte, mas, esse
fato continua existente. Seja como for, para tudo, sem exceção,
se desejarmos compreender um fato, qualquer que seja o fato, cumpre olhá-lo
e não fugir dele. [Ibidem.]
—
Meu
perdeu o campeonato,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
entrei
num boteco e tomei umas e outras
(com uns tira-gostos, que eu não sou de ferro).
—
Meu
voltou a perder
o campeonato,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
entrei
noutro boteco e tomei outras e umas
(sem tira-gostos, para ver se regulava).
—
Meu miau entregou a alma ao
Criador,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
rapidinho,
comprei outro miauzinho.
—
Meu candidato perdeu a eleição,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
ouvi
a Quinta Sinfonia de Beethoven.
—
A violência evidencia
números alarmantes no Rio,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
decidi
comprar uma
e não sair mais de casa.
—
Minha supergatona me deu o fora,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
cheirei
três carreirinhas. (E depois, outra).
—
Fui demitido do meu emprego,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
chupei
cinco grandes e sumarentas mangas-rosa.
—
Alheado e absorto, passei
embaixo duma escada,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
voltei
lá e quebrei a escada.
—
Distraído,
deixei o guarda-chuva aberto dentro de casa,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
joguei
o guarda-chuva no lixo.
—
Desprevenido, comi carne na
Sexta-feira Santa,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
fiz
jejum total durante um ano e meio.
—
Chamei um padre de comunista,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
fiz
uma peregrinação ao Vaticano.
—
Bifei a
de um neném,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
comprei
para ele um saco de jujubas.
—
Minha cuca ficou carequinha
da silva,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
claro,
comprei uma dúzia de perucas.
—
Com o tempo, minha bundinha
foi chochando,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
comprei um andaime de filó para ela.
—
Meu clássico Vacheron
Constantin pifou,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
comprei logo um belíssimo Patek Philippe.
—
De repente, ganhei uma denúncia
vazia,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
fui tirar umas férias lá em Pasárgada.
—
Anteontem, vi uma baita assombração,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
rezei um Pai-nosso, uma Ave-maria e uma Salve-rainha.
—
Afanei umas moedas de um ceguinho,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
depois,
dei o meu salário todinho pra ele.
—
Agadanhei a
de um pepezinho,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
depois,
o levei pra viajar à Europa.
—
Arremedei um pobre quiquiquizinho,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
depois,
fiquei mudo, sem dizer um ai, seis meses.
—
Olhei para a bunda maravilhosa
da minha vizinha,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
passei
a usar óculos escuros.
—
Pequei, pequei e pequei até
não poder mais,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
me
tornei eremita e me enfiei numa caverna.
—
Fiquei sabendo do terrível
ataque em Suzano,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
fui
ver o Homem-Aranha: no Aranhaverso.
—
Disseram-me que o Sol iria apagar,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
comprei
cinco dúzias de lanternas.
—
Meu médico disse: —
Nem tango argentino resolve.
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
fui
paquerar na Praia de Icaraí.
—
Disseram-me que iria estourar
uma guerra,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
me
mandei pro Alasca e me enfiei num iglu.
—
O João de Deus foi em
cana,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
tomei
um Lexotan®
e dormi uma semana.
—
A minha perereca fugiu da gaiola,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
adquiri
um Amblyrhynchus cristatus.
—
Sabidamente, o Nicolás
não larga o osso,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
perguntei
a Dom Murilo Krieger o que fazer.
Nicolás
Maduro Moros
—
Outro que também não
larga o osso é o Bashar,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
perguntei
de novo a Dom Murilo o que fazer.
Bashar
Hafez al-Assad
—
Perdi toda a minha grana na
,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
peguei
um baralho e fui jogar paciência.
—
O Liceu de Madame Claude foi
leiloado,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
entrei
numa igreja e rezei um rosário.
—
Notei que estava ficando meio
brocha,
e,
para não sofrer nem um tiquinho,
comprei
uma linda boneca inflável,
(e – depois... – furei a dita-cuja com um alfinete!)
Música
de fundo:
Symphony
nº 5 (Allegro con brio)
Compositor: Ludwig van Beethoven
Fonte:
https://z1.fm/song/4070818
Páginas
da Internet consultadas:
https://sremy.wordpress.com/2012/12/31/cheeky-monkey/
https://photobucket.com/gallery/user/drdoolittle/
media/bWVkaWFJZDoyODM2MjA0/?ref=
https://latuffcartoons.wordpress.com/
https://www.tumblr.com/
https://istoe.com.br/
https://pt.pngtree.com/
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