O CÓDIGO DA BÍBLIA
(Fato ou Ficção?)

 

 

 

Trecho onde consta o assassinato de Yitzhak Rabin

 

 

 

A confirmação de Yeshua HaMashiach
(Jesus, O Cristo) como O prometido do Povo Judeu

 

 

 


Hiroshima e Nagazaki
(holocausto nuclear)

 

 

 

Atentado terrorista de 11 de setembro de 2001

 

 

 

O desastre com o ônibus espacial Columbia

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Introdução e Objetivo

 

 

 

Por definição, o Código da Bíblia é um conjunto codificado de palavras e de frases que supostamente teria um significado especial e futurológico. Alguns crêem que, por inspiração (ou intermediação) divina, o Código foi intencionalmente colocado de forma codificada e oculta nos textos bíblicos. Este código se tornou famoso através do livro The Bible Code, de Michael Drosnin, que sugere que ele oferece avisos sobre o futuro. O matemático israelense Eliyahu Rips (que aplicou a técnica daquilo que é conhecido como Skip Code ou Equidistant Letter Sequence – ELS) e o jornalista americano Michael Drosnin estão convictos de que é possível decifrar o Código da Bíblia por meio de operações matemáticas por computador. Segundo os pesquisadores, no Código estariam previstos o Holocausto, a morte de Yitzhak Rabin (1º de março de 1922 – 4 de novembro de 1995) e a presidência de Bill Clinton, entre outros acontecimentos. Neste meio tempo, porém, também se ouviram vozes discordantes questionando ou rejeitando o Código. Vários especialistas o classificaram simplesmente como uma espécie de acrobacia numerológica. Eu tenho uma outra explicação para o presumido Código, que apresentarei nas conclusões.

 

Neste breve e despretensioso estudo sobre o Código da Bíblia que estou divulgando nada é novo, até porque não sou especialista neste assunto. Talvez, o que seja novo sejam as conclusões especulativas que apresento no final. Mas como elas estão embasadas em anotações que fiz em trabalhos anteriores, é possível que não haja mesmo nada de novo neste estudo. Todavia, não delete já este arquivo; pelo menos, dê uma rápida espiada.

 

 

 

 

O Código

 

 

 

Segundo alguns especialistas, o denominado Código da Bíblia são mensagens codificadas impressas na Torah1 e no restante do Antigo Testamento em forma de matrizes, sendo possível encontrá-las e esquadrinhá-las (horizontal, vertical e diagonalmente) com o auxílio de um software de computador, que foi produzido especificamente para este tipo de investigação. Entretanto, quem desejar se aventurar na decodificação deve estar consciente de que não é fácil encontrar as tais mensagens codificadas, pois, para começar, é necessário possuir conhecimento do hebraico antigo. A técnica está primacialmente baseada no uso das palavras corretas (em hebraico antigo) e na probabilidade de elas aparecerem em uma matriz.

 

No final do século XVIII, um sábio judeu, conhecido como Genius de Vilna, referindo-se à Torah, afirmou: A regra é que tudo o que foi, tudo o que é e tudo o que será, até o fim dos tempos, está incluído na Torah, da primeira à última palavra. E não só em um sentido geral, mas nos pormenores de cada espécie e de cada um individualmente, com pormenores dos pormenores de tudo o que lhe aconteceu desde o dia de seu nascimento até sua morte. Mas como isto pode ser possível, se o texto original do Antigo Testamento contém apenas 304.805 letras? Segundo Eliyahu Rips, em tese, não há limite algum para a quantidade de informações que podem ser codificadas. Se temos um conjunto finito, podemos procurar pelo conjunto de potências e pelo conjunto de todos os seus subconjuntos. E cada elemento de cada conjunto pode estar a intervalos diversos. Mas, se tudo o que foi, tudo o que é e tudo o que será, até o fim dos tempos, está incluído na Torah, o livre-arbítrio serve para quê? Para fazer pastel de vento?

 

A seguir, de milhares de fatos já pesquisados, reproduzo uma pequena lista de alguns encontrados:

• Os nomes de 32 importantes sábios judeus codificados com as suas respectivas datas de nascimento e de morte no Livro do Gênesis. Esta é considerada a maior prova de todas. A probabilidade desta codificação é de 1 em 107!

• Datas e nomes dos envolvidos nas duas primeiras guerras mundiais.

• Datas de terremotos já ocorridos, como o da China em 1976, e de outros que ainda poderão ocorrer na China, no Japão e em Los Angeles.

• Choque do cometa Shoemaker-Levy 9 com Júpiter, em 1994, e de outras possíveis colisões de cometas com a Terra.

• Data dos holocaustos nucleares no Japão, em 1945.

• Data da Revolução Comunista na Rússia em 1917.

• Data do assassinato do presidente egípcio Muhammad Anwar Al Sadat (1918 – 1981) em um desfile militar e o nome do assassino (membro da Jihad Islâmica Egípcia): Khaled Islambouli.

• Data do primeiro ataque de Saddam Hussein (1937 – 2006) contra Israel (Tel Aviv), em 18 de janeiro de 1991.

• Data do assassinato do Primeiro-ministro Israelense Yitzhak Rabin (1922 – 1995) pelo estudante judeu ortodoxo Yigal Amir, em 4 de novembro de 1995.

• Possível epidemia de Varíola em 2005. Talvez seja a recente descoberta da Gripe do Frango.

• Blasfêmia no templo do Monte Moriá, em Jerusalém, em 2008.

• O Presidente da Síria, Bashar Al Assad, está codificado com a Guerra do Armagedon: Armagedon, holocausto de Assad.

• Síria codificada com Guerra Mundial e com Magogue.

• O nome Ariel (Ariel Sharon?) codificado com Guerra Mundial.

• Queda do Governo de Saddam Hussein, em 2003, com detalhes sobre a sua captura.

• Enfim, somente no Antigo Testamento, o nome Arafat aparece 1015 vezes, Blair 758 vezes, Bush 1643 vezes, ebola 21 vezes, Hitler 2 vezes, bomba 1413 vezes e besta 8 vezes.

 

 

 

 

A Bíblia

 

 

 

Resumidamente, a Bíblia (mais particularmente a Torah) pode ser examinada de quatro formas distintas: 1ª) religiosa; 2ª) histórica; 3ª) simbólico-alegórica; e 4ª) arqueométrico-KaBaLística. Hoje, com o advento dos computadores, talvez, se possa incluir uma quinta modalidade, qual seja, a computacional. Para efeito deste estudo, vou recordar três pontos bíblicos interessantes, mas exclusivamente circunscritos ao âmbito KaBaLístico-arqueométrico.

 

1º) A primeira frase do Gênesis é BeREShITh BaRA ELOHIM. BeREShITh – que, simbolicamente, significa começo manvantárico – equivale às cifras 2–200–1–300–10-400. Estas seis cifras simbolizam as Seis Forças Cósmicas que presidiram a Obra, ainda inconclusa, dos seis dias. Este saber também se encontra expresso no Hexagrama de Salomão. BaRA – que significa Criar (no sentido de concepção mental da criação) – possui as cifras 2-200-1. No começo criou Elohim. Sobre a palavra Elohim (ALHIM) duas observações devem ser feitas: sua terminação IM indica caráter plural (AL e ALH) e expressa precisamente Justiça Divina. Tanto BeREShITh quanto BaRA começam com a letra BET, cujo valor aritmológico é 2 (dois), idêntico a duplicar. Dois alcança sua diferenciação máxima em RESh (200), para depois ser reintegrado novamente na Unidade (1) – ALeF. Só para aquele que ainda vive no nível 2-200 essa possibilidade não foi sentida. E assim, o Universo terá que volver à consciência da Uni(ci)dade. Por outro lado, ao se dividir BeREShITh em BeRE e ShITh, BeRE contém as cifras 2-200-1, semelhante a BaRA (ou seja, BRA), que somadas dão 203. A adição teosófica produz 5, valor aritmológico da letra HE, símbolo da Vida Absoluta – primeiro HE de IEVE – (há ainda uma correspondência direta entre a letra HE e o hieróglifo egípcio representado por um pequeno homem de pé com os braços abertos em sinal de plena vida). Já ShITh contém as cifras 300-10-400, que somadas equivalem a 710, que significa repouso. Movimento – repouso. BeREShITh. 710, em outra dimensão, equivale teosoficamente à letra HeT (8), que pretende simbolizar a existência elementar e protoplástica, estando associada ao sentido da visão e à mão direita do corpo humano. Exprime, sob outra ótica, a idéia de equilíbrio (trabalho e ação moral e legislativa). Ainda, por outro ângulo, as cifras 300-10-400 contêm implicitamente as cifras 3 e 4 (homem e mulher), cuja culminação acontecerá em 5 (ou 500). Por isto, quando o tempo se houver cumprido, quinhentos haverá de ser realizado, ou em outros termos, 1-2-1, ou, ainda, ABR.......A. A soma teosófica das cifras de BeREShITh conduz ao número 913, que, por adição, é igual a 13, e, posteriormente, reduz-se a 4. 13 está associado a MeM, décima terceira letra do alfabeto hebreu, e 4 é o Valor Externo da letra DaLeT. Ambas as letras têm um sentido complementar que envolve os conceitos de maternidade, de fecundidade, de passividade, de abundância, de nutrição e de divisão. Tanto MeM quanto DaLeT representam o segundo ponto do triângulo, ou, o segundo cateto do Triângulo Retângulo do Teorema de Pitágoras (3, 4, 5). E assim, a descontinuidade não se perde (ou perderá) em uma progressiva e indefinida divisão, eis que, o limite da expansão diastólica da Consciência sob a forma de Nous são os elétrons (positivos e negativos). Tudo haverá de retornar ao Um. Prâlâya. Depois, novo Mânvântâra. Indefinida e ilimitadamente. A KaBaLa, portanto, primeiramente, ensina que o homem (microcosmo) é a representação exata do Universo (Macrocosmo), e é composto por três elementos essenciais, que se sintetizam na unidade do ser. O Três preside a KaBaLa, a KaBaLa preside o Universo, e o Universo e o(s) ser(es) constituem uma única célula. Tudo é UM.

 

2º) AHIH ASheR AHIH = Eu-sou o que Eu-sou. Esta sentença é equivalente a: Eu-sou 888, o Deus do meu Coração. Isto pode ser entendido assim:

AHIH = (1 + 5 + 10 + 5)

ASheR = (1 + 300 + 200)

AHIH = (1 + 5 + 10 + 5)

AHIH + ASheR + AHIH = (1 + 5 + 10 + 5) + (1 + 300 + 200) + (1 + 5 + 10 + 5)

(21) + (501) + (21) = 543

O reverso de 543 é a face de 345

Logo, 345 + 543 = 888.

 

2º) Ainda que não corresponda ao Nome Iniciático de Jesus, em grego, Jesus é IESOUS (), que tem valor numérico igual a 888.

10 + 8 + 200 + 70 + 400 + 200 = 888

888 = 8 + 8 + 8 = 24

24 = 2 + 4 = 6

6 = Valor Secreto de 3, ou seja:

3 = 1 + 2 + 3 = 6.

 

 

 

 

O que se pode depreender destes três exemplos? Simplesmente que o texto bíblico é, na origem, numérico. Cada letra arqueométrico-KaBaLística gera uma palavra igualmente arqueométrico-KaBaLística. Para complicar, há operações cabalísticas que envolvem a Temurah (troca e analogia que podem ser feitas entre as palavras, cuja relação ou afinidade está indicada por certas trocas na posição das letras ou trocas mediante a substituição de uma letra por outra, ou seja, combinação das letras de uma palavra com outras, que alteram o seu valor e significado), a Gematria (método hermenêutico de análise das palavras bíblicas somente em hebraico, que atribui um valor numérico definido a cada letra) e o Notarikon (sistema cabalístico que considera cada palavra hebraica como um acróstico, do qual se deriva uma nova palavra de cada uma de suas letras; no primeiro tipo de Notarikon, cada letra de uma palavra passa a ser a inicial de outra palavra; no segundo tipo de Notarikon, ocorre exatamente o oposto, ou seja, toma-se a primeira letra das palavras de uma frase e formar uma palavra).

 

E há, ainda, outros sistemas criptológicos como, por exemplo, o AThBaSh, o ALBaM e o ATBaH. O AThBaSh é uma criptografia de simples substituição do alfabeto hebraico. Ele consiste na substituição do ALeF (a primeira letra) pela TaV (a última), de BET (a segunda) pela ShIN (a penúltima), e assim por diante, invertendo o alfabeto usual. Já o ALBaM é uma substituição monoalfabética. Diferencia-se do AThBaSh somente pela forma como a tabela de substituição é montada: cada letra é deslocada em 13 posições. A primeira letra do alfabeto hebreu (ALeF) é trocada por LaMeD e BET é trocada por MeM. Daí a origem do nome da cifra: ALeF-LaMeD-BET-MeM, ou seja: ALBaM. No sistema ATBaH, o deslocamento das letras do alfabeto obedece um critério especial, no qual a primeira letra do alfabeto hebreu (ALeF) é trocada por TeT e a segunda (BET) é trocada por HeT. Como conseqüência, ALeF-TeT-BET-HeT, ou seja: ATBaH.

 

Logo, longe está de ser fácil mergulhar nos meandros e nas sinuosidades da Bíblia. Admitir que o que se lê é o que se lê é uma infantilidade. Mas, daí a afirmar que nela está embutido um certo Código inamovível e imodificável inspirado por Deus é uma crueldade injustificável, meio que uma espécie de esquizofrenia paranóide.

 

 

 

 

O Tempo

 

 

 

Podemos aceitar e consentir que há dois tipos de tempo. Para os diferençar, digitarei tempo e Tempo. O primeiro – tempo – é aquele que percebemos na objetividade do dia-a-dia; o segundo – Tempo – é o Tempo Cósmico, que, em princípio, inexiste como tempo.

 

Em um sentido estrito, tempo é a quantidade do movimento de um corpo ou de um sistema de corpos medido analogicamente pelo movimento de outro corpo. Este é o conceito aplicado na Mecânica, por se aproximar mais precisamente do conceito de tempo percebido pelos sentidos dos animais, isto é, o sentimento do movimento de um corpo em relação a outro. A concepção comum de tempo é indicada por intervalos ou períodos de duração.

 

Por influência da Teoria da Relatividade, idealizada pelo físico Albert Einstein (1879 – 1955), o tempo vem sendo considerado como uma quarta dimensão do Continuum espaço-tempo do Universo, que possui três dimensões espaciais e uma temporal. Em Física, espaço-tempo é o sistema de coordenadas utilizado como base para o estudo da Relatividade Especial e da Relatividade Geral. O tempo e o espaço tridimensional são concebidos em conjunto como uma única variedade de quatro dimensões, a que se dá o nome de espaço-tempo. Um ponto, no espaço-tempo, pode ser designado como um acontecimento. Cada acontecimento tem quatro coordenadas (x, y, z, t). Pontos no espaço-tempo são chamados de eventos, e são definidos por quatro números – x, y, z, ct – onde c é a velocidade da luz, e pode ser considerada como a velocidade com a qual um observador se move no tempo. Isto é, eventos separados no tempo de apenas 1 segundo estão a 300.000 km um do outro no espaço-tempo.

 

 

 

 

 

Ora, isto é uma tentativa de explicação – excelente e inspiradíssima, por sinal! – para as relações e para os fenômenos objetivos, para as coisas do Universo, que são, que se manifestam e que, objetivamente, tão-somente podem ser no tempo. O Tempo Universal, Cósmico, não está vinculado a nada, simplesmente porque ele não existe como tempo objetivo, ou, entendido de outra forma: o Tempo Universal, Cósmico, é um Tempo sempre-existente, incriado e independente do que quer que seja.

 

Mas, se, absurdamente, o Tempo Universal, Cósmico, existisse ou tivesse existido como simples tempo, teria havido um começo; e para que houvesse um começo, o que quer que fosse gerado neste começo teria que vir do nada, fosse por criação, fosse por abiogênese (geração espontânea). Todos os místicos de todas as fraternidades sabem que, para o Ser, nunca houve um começo, porque o nada não pode dar origem a coisa alguma. E assim, nihil novi sub Luna (não há nada de novo sob a Lua), nihil novum sub Sole (não há nada de novo sob o Sol) e nihil novum super Terram (não há nada de novo sobre a Terra). Portanto, só podemos concluir: Nihil est ignorantia funesta; ignorantia scientiæ inimica. Nada é mais funesto do que a ignorância; a ignorância é inimiga do saber.

 

Penso que não possa haver, portanto, de um lado, um Deus Sive Natura (Deus identificado com a Natureza), uma Natura Naturans (Natureza Atuante, Causa Primeira ou Aquilo que é em Si e por Si é concebido), e, de outro, uma natura naturata (natureza atuada, substância emanada ou tudo aquilo que existe em Deus e não pode existir nem ser concebido sem Deus). Conseqüentemente, não é razoavelmente compreensível nem racionalmente admissível que uma Natura Naturans, se existir (ou existisse) como tal, do nada tenha fabricado qualquer natura naturata, sabendo ou determinando a priori que ela fracassaria em seus esforços para existir. Isto seria uma crueldade sesquipedal! Logo, sob este aspecto, o Código Bíblico é um tremendo papo-furado!

 

Mas, se pudermos transcender o tempo objetivo, no sentido compreensivo de nos elevarmos sobre, de irmos além dos limites de, de nos situarmos para além de... É com este tema que elaborarei as conclusões deste ensaio.

 

 

 

 

Especulações Conclusivas

 

 

 

O cientista e físico teórico alemão Albert Einstein (1879 – 1955) admitiu que a distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão, embora persistente. É exatamente esta persistência que nos ilude e nos obriga a certas dependências e a muitas crenças e conclusões inexatas. Mas, se nos livrarmos da dependência do tempo objetivo, como sói acontecer quando dormimos ou em certos estados psíquicos, poderemos, dentro de limites, experimentar uma certa ubiqüidade relativa e reveladora.

 

Se é fato, conforme afirmei um pouco acima, que o Tempo Universal, Cósmico, sem começo nem fim, não está vinculado a nada, é possível que no estado de projeção também não fiquemos limitados àquilo que entendemos como passado e como futuro. Então, talvez seja exeqüível e realizável que possamos ver tanto o que já passou como o que ainda não aconteceu! Mas, esta pressuposição é, na origem, contraditória e incoerente, pois, se o Tempo Cósmico é o que sempre foi e é o que sempre será, ou seja, é o que é, na realidade, o que é (ou pode ser) perceptível em projeção é algo que está acontecendo no presente, só que, para nós, equivocadamente, é decodificado com características de passado e de futuro. Isto, de um lado poderá parecer uma loucura esquizofrênica, e, de outro, agasalhar um predeterminismo perverso para tudo e para todos. Ora, não é assim; est modus in rebus, sunt certi denique fines. Há uma justa medida em todas as coisas.

 

Não é loucura nem há predeterminismo na ponderação acima, porque o que já está feito já está feito; o que não está feito, eventualmente, poderá (ou não) ser feito. Profecia não é nada mais nada menos do que isto. Mas, na profecia, como muitos (ou todos) pensam, não há predição do futuro; há, sim, efetivamente, percepção do que já aconteceu. Raciocine comigo: quando lemos um livro ou quando vemos um filme, os desfechos, nestes casos, estão determinados de antemão, pois o livro já está escrito e o filme já foi feito. Em outras palavras: não podemos mudar a trama do livro nem o enredo do filme; eles estão prontos e acabados. Mas, se tudo já estivesse predeterminado, como querem os defensores da existência de um Código Bíblico, de que adiantaria viver, de que adiantaria viver e se esforçar para melhorar, de que adiantaria viver, se esforçar para melhorar, pensar que conseguiu, para, um dia, por determinação preestabelecida, tudo acabar em pizza ou dar em água de barrela? Se assim fosse, qualquer esforço viraria uma espécie de bulhufas. Logo, não posso concordar com o que está proposto no livro The Bible Code, de Michael Drosnin, que sugere que o Código Bíblico oferece avisos sobre o futuro – futuro este irremediavelmente já desenhado e, geralmente, comprometido e catastrófico.

 

Então, se houver efetivamente um Código Bíblico – coisa que não nego nem afirmo que seja fato ou ficção, porque o tema não me atrai nem me mobiliza – é possível que ele tenha sido obra de alguém (ou de um Colégio), que, de uma forma ou de outra, penetrou nos Arquivos Akáshicos, e viu, por assim dizer, o eterno presente do Tempo – que existe como Tempo, mas que não existe como tempo – e o codificou na Bíblia, como poderia tê-lo cifrado em um outro clássico qualquer, como, por exemplo, no Mahabharata, no Livro de Urântia ou em Os Lusíadas.

 

Por quê e por quem foi estabelecido o Código Bíblico? Com qual finalidade? Como? Existe mesmo um Código Bíblico? Não sei responder a nenhuma destas perguntas; só posso especular e dialetizar. O que respeitosamente não aceito, sob nenhuma das alegações apresentadas, são as explicações correntes e catastrofistas oferecidas para esta matéria. E isto é muito simples de ser entendido: se eu ou você, amanhã, no nosso tempo objetivo, iremos a pé, de táxi, de ônibus ou de carona, isto não pode estar escondido e predeterminado em nenhum código nem nos Arquivos Akáshicos; nenhum de nós é uma marionete movida por meio de cordéis manipulados por um Deus Sive Natura ou por uma Natura Naturans, que, por tédio, por desgosto, por inveja ou por sei lá o quê, um dia, resolveu inevitável e predeterministicamente sacanear o Universo e os seres do Universo.

 

 

 

 

Ora, nós poderemos, inclusive, nem ir a lugar algum! Agora, se nós já tivermos ido, isto são outros quinhentos. Seja como for, o que atrapalha sobremodo nestas especulações são os tempos verbais; mas, elucubração, especulação e dialética não fazem mal a ninguém. Somos livres para tudo, e é elucubrando, especulando e dialetizando que, paulatinamente, vamos nos tornando cada vez mais livres.

 

O fato inquestionável e definitivo é que é exatamente o livre-arbítrio (e não o conjecturado e aclamado Código da Bíblia) que escreve a História. Claro, a História do que, de fato, ainda não aconteceu! Zero para idéias prisionais predeterminísticas; dez para o livre-arbítrio. Se queremos, então, podemos. Quem pode dizer não? Metamos isto na cachola, e o resto... Bem, o resto é o resto, que só pode interferir em que autoriza que ele interfira.

 

Não esqueçamos jamais do Axioma Zoroastriano: SABER, QUERER, OUSAR, CALAR.

 

 

 


 

 

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Nota:

1. Torah (que significa instrução, apontamento) é o nome dado aos cinco primeiros livros do Tanakh (também chamados de Hamisha Humshei Torah, é um acrônimo utilizado dentro do Judaísmo para denominar seu conjunto principal de livros sagrados, sendo o mais próximo do que se pode chamar de uma Bíblia Judaica, cujo conteúdo é equivalente ao Antigo Testamento Cristão, porém com outra divisão) e que constitui o texto central do Judaísmo. Contém os relatos sobre a criação do mundo, a origem da Humanidade, o pacto de Deus com Abraão e seus filhos, a libertação dos filhos de Israel do Egito e sua peregrinação de quarenta anos até a Terra Prometida. Inclui também os Mandamentos e as Leis que teriam sido dadas a Moisés para que ensinasse e entregasse ao povo de Israel. Chamado também de Lei de Moisés (Torah Moshê), hoje, a maior parte dos estudiosos do Criticismo Superior (os estudiosos do Criticismo Superior crêem que a Torah e subseqüentemente o Bereshit são o resultado de diversas tradições que evoluíram em conjunto através da história do antigo povo de Israel) concorda que Moisés não é o autor do texto que possuímos, mas, sim, que se trate de uma compilação posterior, enquanto os estudiosos do Criticismo Inferior (entendimento bíblico que admite que o texto foi entregue por Deus a Moisés no Monte Sinai durante a revelação ao povo hebreu, dias após a saída do Egito, o Êxodo) acreditam que o texto foi escrito pelo próprio Moisés, incluindo as partes que falam sobre sua morte. Por vezes, o termo Torah é usado dentro do Judaísmo rabínico para designar todo o conjunto da tradição judaica, incluindo a Torah Escrita, a Torah Oral e os ensinamentos rabínicos. O Cristianismo, que é baseado na tradução grega Septuaginta (versão da Bíblia hebraica para o grego koiné, traduzida em etapas entre o terceiro e o primeiro século a.C. em Alexandria), também conhece a Torah como Pentateuco, que constitui os cinco primeiros livros da Bíblia Cristã: Gênesis (sobre a origem do mundo e do homem), Êxodo (que narra a fuga dos judeus escravizados no Egito), Levítico (que trata das práticas sacerdotais), Números (que traz o recenseamento do povo judeu) e Deuteronômio (com discursos de Moisés e códigos de leis familiares, civis e militares). Segundo a tradição judaica rabínica, a Torah Escrita foi entregue por Deus para Moisés no Monte Sinai em conjunto com a Torah Oral, que seria o conjunto de ensinamentos e especificações de como cumprir os mandamentos da Torah Escrita e que, originalmente, foram transmitidos de maneira oral, de geração a geração, através dos sábios do povo no correr de mais de 3.300 anos e, finalmente, compiladas na Mishná e no Midrash, no ano de 200 da Era comum. De acordo com o pensamento rabínico, não é possível estudar a Torah Escrita sem antes estudar a Torah Oral.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.hu60.com/
assuntos/criptologia.php

http://www.ro6ert.com/ro6ert/
portfolio/ComplexConvergence/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tempo

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Espa%C3%A7o-tempo

http://www.ordemdosangreal.org/
detalhe_artigo.asp?artig=8

http://www.amigodaalma.com.br/
2009/11/22/talismas/

http://www.cartaceleste.com.br/
arquivos/monvidalgeral/1267386182.pdf

http://www.greaterthings.com/
Word-Number/Years/1776-1787.htm

http://ixoye.faithweb.com/

http://www.artigonal.com/religiao-artigos
/o-codigo-da-biblia-fato-ou-ficcao-764457.html

http://artedartes.blogspot.com/
2009/04/o-codigo-da-biblia.html

http://www.scribd.com/doc/
23575114/Apos-Codigo-Torah-01-Folha-A5

http://www.scribd.com/
doc/2153913/O-Codigo-da-Biblia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Septuaginta

http://pt.wikipedia.org/wiki/Bereshit

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pentateuco

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tor%C3%A1_oral

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tor%C3%A1

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tanakh

http://www.bibleprobe.com/biblecode.htm

http://www.dominiosfantasticos
.xpg.com.br/id465.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/
C%C3%B3digo_da_B%C3%ADblia

 

Fundo musical:

Exodus

Fonte:

http://www.eadcentral.com/go/1/1/0/
http://www.ekn.net/midi/misc/e/index.html